A frieza do jornalismo preconceituoso e racista da Folha de S. Paulo

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Fac-símile foi publicado por Giovanna Dealtry, no Facebook, com o seguinte comentário:  “A Folha é um jornal doente. Isso é uma doença. Se é pra ter diploma de jornalista pra isso é melhor rasgar. Não é uma pesquisa, é uma chamada para um artigo igualmente podre”.

Thomaz Alckmin, 31 anos, filho do governador Geraldo Alckmin, faleceu na queda do helicóptero que pilotava, em Carapicuíba, São Paulo.

Eduardo Jesus Ferreira, uma criança de dez anos, foi executado, com um tiro na cabeça, por um policial militar, no Morro do Alemão, Rio de Janeiro.

Luciana Genro comentou a morte deste menino Jesus na Semana Santa: “Tudo bem lamentar a morte do filho do Alckmin. Lamento também. Mas pq não lamentam tbem a morte do menino de 10 anos, vítima de bala perdida?”

Noticia o Portal 247: “O tweet de Luciana gerou reações indignadas. Alguns internautas chegaram a defender até a morte de Luciana Genro.

Antes dela, outra liderança do Psol, o deputado Marcelo Freixo, chamou a atenção para a morte do menino Eduardo. ‘Quantos corpos serão necessários para deter nossa indiferença?’, postou ele nas redes sociais.

Ao comentar o tweet nas redes sociais, Luciana se solidarizou com o governador Geraldo Alckmin e com a primeira-dama Lu Alckmin, mas disse que os brasileiros deveriam lamentar a situação de todas as mães que perdem seus filhos de forma precoce.

O tweet de Luciana pode ter sido inoportuno e politicamente incorreto, mas chama a atenção para um fato importante: o extermínio de jovens negros e pobres pela polícia”.

Não devemos banalizar a morte. A queda de um helicóptero, com ou sem mortes, vira notícia nacional. A morte de uma criança pobre assassinada nem sempre. Nesta Semana Santa quantas crianças tiveram morte violenta neste Brasil da polícia em uma guerra racista?

A Folha de S. Paulo devia mostrar os cadáveres dessas crianças. Por que escondem?

Jornalismo cruel, pusilânime, “doente”, “podre”,  indagar “qual dor  é maior?” Que se pretende com essa pergunta?

 

 

 

Tayná, 7 anos, assassinada por bala perdida em Pernambuco. Tiago, 10 anos, executado pela polícia do Rio de Janeiro. Dois tiros certeiros na cabeça. Dá pra desconfiar. Não existe transplante de cérebro

Existe o comércio de órgãos, sim. Como atuam os traficantes no Brasil?

 

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BRA_ZH Morte do menino Eduardo, 10 anos

Menina brincava no meio da rua quando levou um tiro

Uma criança de 7 anos morreu após ser atingida por uma bala perdida no início da noite desta sexta-feira (3), em Maranguape II, Paulista, Região Metropolitana do Recife.

Tayná Vitória Silva Santos brincava na rua com o irmão, uma tia e um primo, quando um tiroteio começou. A menina levou um tiro na cabeça.

“Tudo aconteceu muito rápido. Não foi sequer possível identificar quantas pessoas estavam envolvidas no tiroteio. Só percebemos alguns homens que passaram atirando em cima de motos em alta velocidade. Quando percebemos Tayná já estava toda ensanguentada”, disse Petrúcia Nilza dos Santos, avó da menina, que ainda não sabia que a neta havia morrido quando conversou com a reportagem do JC.

A menina chegou a ser socorrida e encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jardim Paulista, de onde foi transferida para o Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife, mas não resistiu à gravidade do ferimento e faleceu por volta das 19h30, pouco depois de dar entrada na unidade de saúde.

Por conta do feriado, no momento em que o tiroteio ocorreu, afirmaram testemunhas, a rua estava bastante movimentada, repleta de crianças. Os moradores dizem ainda que, no passado, a localidade costumava ser bastante violenta, mas que ultimamente estava bem tranquila, com casos raros de roubos e assassinatos.

“Antigamente em quase todos os finais de semana alguém era morto por aqui, só que nos últimos tempos isso não acontecia mais. Estamos muito surpresos com essa violência”, comentou Lourival Antunes, avô de Tainá. O caso foi registrado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que ficará responsável pelas investigações. Jornal do Commércio

Mãe de menino de 10 anos morto no Alemão diz que vai deixar o Rio

‘Eu vou sair daqui’, afirma mãe, que pretende enterrar o filho no Piauí.
Pai diz que ato foi ‘covardia’ e que PMs atiraram a distância de 10 metros.

 

“Eu quero tirar o meu filho daqui, quero enterrar no Piauí. Vou levar o corpo do meu filho para o Piauí. Vou voltar [ao Rio] porque eu quero justiça e depois eu vou embora para lá. Não quero ficar nesse lugar maldito, eu vou sair daqui”, afirmou a doméstica Terezinha Maria de Jesus, de 40 anos.

O garoto foi baleado na porta de casa e morreu na hora no fim da tarde desta quinta-feira (2), no Conjunto de Favelas do Alemão, na Zona Norte do Rio. Terezinha diz que um policial fez o disparo. A Divisão de Homicídios da Polícia Civil investiga o caso.

De acordo com ela, voltar para casa é muito difícil porque tudo faz lembrar o menino Eduardo. “Eu passei a madrugada na casa da minha vizinha. Só passei em casa para pegar o documento dele para ir no IML. Eu não quero mais voltar pra aquela casa, tudo me lembra ele. É muito difícil”, disse Terezinha, muito emocionada.
Pai diz que ato foi ‘covardia’
O pai do menino afirmou, na manhã desta sexta, em entrevista à GloboNews, que os policiais atiraram a uma distância de cerca de 10 metros do menino.

“Meu filho não merecia ser morto da maneira que ele morreu. Um inocente que tinha 10 anos de idade, era estudioso, todo dia estava no colégio dele e tinha muitos sonhos. Era uma criança muito bacana, para mim era tudo na minha vida. A polícia entra sem saber trabalhar. Como ele falou que era filho de bandido, atirou no meu filho na maior covardia. Atirou na cara do meu filho a uma distância de 10 metros, no máximo, por trás das costas do meu filho ainda”, afirmou o pai.

Eduardo de Jesus Ferreira iria começar um curso na Tijuca, Zona Norte do Rio, segundo informações da mãe da criança. “Ele estudava o dia inteiro, ele ia fazer um curso do Sebrae na Tijuca. Eu matriculei e ele ia começar na quarta-feira (8), e eles tiraram o sonho do meu filho”, afirmou.

Na quinta, Terezinha, que tem outros quatro filhos, repetia que Eduardo queria ser bombeiro. “Tiraram o sonho do meu filho. Tiraram todas as chances dele. Eu fazia de tudo para ele ter um futuro bom. Aí vem a polícia e acaba com tudo”, lamentou. “Ele sempre falava que queria ser bombeiro. Ele estudava o dia inteiro, participava de projeto na escola, só tirava notas boas. Por que fizeram isso com meu filho?”, questionava sem parar.

 

Tráfico de órgãos, morte encomendada e bala perdida

‪A Polícia Militar tem mania de matar menor sadio. Dá pra desconfiar. Será encomenda dos traficantes de órgãos? Ou um sádico prazer?

COMPLEXO DO ALEMÃO: MORADORES ACUSAM A POLÍCIA PELO ASSASSINATO DO MENINO EDUARDO

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O menino Eduardo Jesus Ferreira, de 10 anos, foi baleado e morto com um tiro de fuzil na porta de casa, na favela da Grota, Complexo do Alemão.

Estudante do CIEP, Franscisco Mignone estava sentado na escada que dá acesso à sua casa, quando foi atingido por um tiro de fuzil no rosto.

 

 

 

Fontes de AND que têm acesso a policiais da UPP do Complexo do Alemão confirmaram que o autor do disparo foi um policial militar. Além de todos os PMs da Unidades terem ciência da informação, a família de Eduardo também acusa a polícia. Um vídeo divulgado pela página “Alemão Morro” mostra os minutos após a morte do menino.

Os policiais aparecem nas imagens desnorteados, sem reação, fugindo dos berros de desespero e repúdio da população.

Segundo informações do Coletivo Papo Reto, depois que foi feita a perícia no local do crime pela polícia civil, o corpo de Eduardo foi levado do Complexo em um carro da polícia com bombeiros debruçados sobre ele, ao invés de ser transportado em uma ambulância, com um mínimo de dignidade e como manda a lei. Mas o que é a lei, senão um pedaço de papel elaborado pelas classes dominantes para incriminar e matar os pobres?

Os costumeiros assassinatos de crianças por policiais ou balas perdidas não têm muita explicação.

As execuções de jovens podem ser mortes encomendadas pelos traficantes de órgãos, neste Brasil que rico não entra em fila de transplantes.

O V Simpósio Internacional para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, marcado para os dias 16 e 17 de abril, em Fortaleza/CE, vai discutir o combate a quadrilhas que exploram 2,4 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). No Brasil, a atuação desses grupos criminosos levou a Polícia Federal a abrir, de janeiro de 2010 a março deste ano, 374 inquéritos para investigar o tráfico doméstico e internacional de pessoas para fins de exploração sexual, sendo que 35 deles foram instaurados neste ano.

tráfico congresso

Favela protesta no Rio após enterro do menino Patrick. Mais um negrinho executado pela polícia de Pezão

* Manifestantes fecharam a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá à tarde.

* Patrick, que faria 12 anos neste sábado, levou um, dois, três, quatro tiros na quinta-feira.

 

Os negros enterram mais um filho de negro no Rio de Janeiro, capital do rock
Os negros enterram mais um filho de negro no Rio de Janeiro, capital do rock

 

Foi enterrado por volta das 15h no Catumbi, na Região Central do Rio, o menino Patrick Ferreira de Queiroz. O menor, que completaria 12 anos neste sábado (17), foi executado na quinta-feira (15), por um bando de policiais da UPP Camarista Méier. Parentes e amigos acompanharam a cerimônia num clima de comoção e revolta. Na despedida, familiares cantaram “parabéns”.

Após o enterro, os moradores da favela invadiram as pistas da Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá em protesto contra a morte do menino. A mesma Polícia Militar, que matou Patrick, foi chamada para evitar que a via permanecesse fechada.

 

Patrick é enterrado ao som de ‘parabéns’

 

O pai com o menino de colo e o menino de pé, Patrick
O pai com o menino de colo e o menino de pé, Patrick

por Carmen Lucia/ Jornal O Dia

 

Rio – Ao som de ‘Parabéns pra você’, o menino Patrick Ferreira de Queiroz, 11 anos, foi enterrado na tarde deste sábado no Cemitério do Catumbi, na Zona Norte do Rio.

“Era um menino alegre e divertido, gostava de soltar pipa e jogar videogame. Patrick era conhecido pela comunidade, todo mundo gostava dele. Gostaria de pedir ao governador Pezão uma polícia mais preparada na rua. Os policiais precisam fazer cursos, se preparar. Isso que aconteceu com meu filho não pode acontecer mais”, disse Daniel Pinheiro de Queiroz, 48 anos, pai da vítima.

Durante o enterro, familiares cantarem parabéns para Patrick, que faria 12 anos neste sábado. Pai do garoto estava inconsolável Foto:  Márcio Mercante / Agência O Dia
Durante o enterro, familiares cantarem parabéns para Patrick, que faria 12 anos neste sábado. Pai do garoto estava inconsolável
Foto Márcio Mercante / Agência O Dia

Emerson Nascimento, 16 anos, conhecia Patrick desde a infância. “Éramos melhores amigos, fomos criados juntos. Ele nunca foi de briga ou confusão. Quando aconteceu, os policiais não deixaram que eu cobrisse o corpo dele, mas eu fui lá e cobri”, disse o adolescente, emocionado.

No protesto na Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá contra a morte do menino, Daniele Sampaio, irmã do Patrick, estava indignada. “Ninguém quer quebrar ônibus ou causar confusão aqui. Era para a família estar fazendo festa e tivemos que chorar a perda dele. A UPP não trouxe nada de bom pra comunidade”, disse Daniele. Por conta do protesto, a via foi interditada parcialmente no sentido Jacarepaguá. O tráfego ficou intenso no trecho. Pelo menos 60 PMs acompanharam o ato.

Família vai processar o estado

A família de Patrick decidiu procesar o estado . A ajuda virá do advogado João Tancredo, ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ). “A bala ‘perdida’ da PM tem alvo: pretos, pobres e moradores de favelas. É preciso que algo seja feito contra os autos de resistência que, com o mínimo de investigação, se revelam como homicídios cometidos pelos agentes do estado”, disparou João Tancredo.

'Deram um tiro e ele caiu sentado. Ao chegar perto, os PMs deram os outros tiros pelas costas', Denise Silva 24 anos, tia do garoto Foto:  Severino Silva / Agência O Dia
‘Deram um tiro e ele caiu sentado. Ao chegar perto, os PMs deram os outros tiros pelas costas’, Denise Silva 24 anos, tia do garoto
Foto Severino Silva / Agência O Dia

Nesta sexta-feira, versões diferentes foram dadas, mas nenhuma esclareceu a morte de Patrick. A Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) informou quinta-feira que houve uma troca de tiros entre policiais e traficantes e que Patrick foi baleado. Na delegacia, os PMs envolvidos no caso registraram o fato como auto de resistência (morte em confronto com policiais). No entanto, testemunhas contaram à família que o menino [foi] executado.

“Deram um tiro e ele caiu sentado. Quando chegaram perto, os PMs deram os outros tiros pelas costas. Patrick disse que estava com sede e o policial pegou água e jogou na cara dele”, afirmou a prima do garoto, Denise Balu da Silva, de 24 anos.

Delegado da 25ª DP (Engenho Novo), Niandro Lima, acompanhou a perícia no Morro da Cachoeira Grande, Complexo do Lins, e disse que não foram encontradas cápsulas deflagradas de pistola. Esta seria a arma que, segundo a PM, Patrick portava. O armamento foi apreendido e encaminhado ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli. A perícia vai verificar se algum disparo foi feito com a pistola calibre 9 milímetros, se há impressões digitais de Patrick ou de outras pessoas. O laudo sairá em 30 dias.

Nesta sexta-feira, as investigações passaram para a 26ª DP (Todos os Santos). Outra análise, do Instituto Médico-Legal (IML), vai mostrar se havia pólvora nas mãos do menino. Se positivo, o resultado vai contradizer a versão do confronto dada pelos policiais da UPP. O pai de Patrick, o ajudante de caminhão Daniel Pinheiro de Queiroz, 48, voltou a afirmar que foi ameaçado pelos PMs e impedido de socorrer o filho. “Os policiais disseram que, se eu desse mais um passo eu também ficaria estirado no chão igual a ele”, contou Daniel.

[Esta a Polícia Militar do Rio de Janeiro, comandada pelo governador Pezão, que continua a mesma do governador Sérgio Cabral: inimiga do povo, e assassina de mulheres e crianças pobres e negras. Desmilitarização já]

 

 

Assassinar centenas de crianças não é censurável, dizer seus nomes sim

A Autoridade de Radiodifusão de Israel (Israeli Broadcasting Authoruty – IBA) proibiu a emissão de um anúncio radiofônico, promovido por uma organização de direitos humanos, no qual eram recitados os nomes de algumas das dezenas de crianças que morreram em Gaza, desde que se iniciou o ataque israelense há 17 dias.

O recurso apresentado por B’Tselem contra a decisão foi rejeitado na quarta-feira. A organização humanitária tem a intenção de apresentar, no domingo, um pedido para a Corte Suprema de Israel, para conseguir que a proibição seja revogada.

A IBA declarou que o conteúdo do anúncio é “politicamente contravertido”. O anúncio diz respeito às crianças mortas em Gaza e nele se leem, em voz alta, os nomes de algumas vítimas.

Em um comunicado, o grupo de direitos humanos manifestou: “Até o momento, mais de 600 pessoas morreram nos bombardeios de Gaza, mais de 150 delas crianças, mas à margem de uma breve referência ao número de vítimas mortais, os meios de comunicação israelenses não informam sobre eles”. Pela manhã da quinta-feira, o número de mortos em Gaza havia ultrapassado os 700. [Na data de 29 de julho já estava em 1.050 pessoas].

B’Tselem prossegue: “A IBA alega que dizer os nomes das crianças é politicamente controvertido. No entanto, negar-se a fazê-lo constitui, em si mesmo, uma declaração de grande alcance: diz que o alto preço que os civis de Gaza estão pagando, muitos deles crianças, tem que ser censurado”.

As agências humanitárias anunciaram, na última quarta-feira, que durante os dois dias anteriores os israelenses haviam matado, em Gaza, a média de uma criança por hora e que mais de 70.000 crianças foram obrigadas a fugir de seus lares. Também houve um aumento no número de nascimentos prematuros.

“O aterrador número de crianças de Gaza assassinadas, feridas ou removidas exige uma inequívoca resposta internacional para colocar fim ao banho de sangue”, disse a organização ‘Save the Children’. “Famílias inteiras estão sendo exterminadas em questão de segundos, em razão dos lares se tornarem objetivos militares”.

O doutor Yousif al Swaiti, diretor do Hospital Al-Awda, declarou: “Vimos muitos nascimentos prematuros provocados pelo medo e transtornos psicológicos, causados pela ofensiva militar. O número de nascimentos prematuros por dia foi duplicado em relação a média diária que era registrada antes da ofensiva”.

 

Bélgica
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Austrália
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França
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Brasil
Brasil

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos

Os discursos do Papa na Terra Santa

Raúl Arias
Raúl Arias

 

O Papa pediu hoje “perdão” pelas divisões que existem entre cristãos e pediu um compromisso de todos para chegar à “plena comunhão”, evocando no Vaticano os gestos ecuménicos da sua recente viagem à Terra Santa.

“Mais uma vez, como fizeram os Papas precedentes, eu peço perdão por tudo aquilo que fizemos para favorecer esta divisão”, declarou Francisco, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a audiência pública semanal.

“Peço ao Espírito Santo que nos ajude a curar as feridas que provocamos nos outros irmãos. Todos somos irmãos em Cristo”, acrescentou, recordando o encontro com o patriarca ecuménico de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu, na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém.

A inédita oração ecuménica, que decorreu no domingo, contou com a presença do patriarca greco-ortodoxo, Teófilo III, e do patriarca arménio apostólico, Nourhan, para além de arcebispos e bispos de outras Igrejas.

“Naquele lugar, onde ressoou o anúncio da ressurreição, sentimos toda a amargura e o sofrimento das divisões que ainda existem entre os discípulos de Cristo”, observou o Papa.

“Isto faz verdadeiramente muito mal, mal ao coração, ainda estamos divididos”, prosseguiu.

Francisco afirmou ainda que na celebração marcada pela “recíproca fraternidade, estima e afeto”, todos sentiram “a voz” de Jesus que “quer fazer de todas as suas ovelhas um só rebanho”.

“Sentimos o desejo de curar as feridas ainda abertas e de prosseguir com tenacidade o caminho para a plena comunhão”, declarou.

O Papa retomou algumas das questões abordadas na declaração conjunta que assinou com o patriarca Bartolomeu e apelou a fazer “tudo o que é possível fazer” para que os cristãos caminhem juntos.

“Rezar juntos, trabalhar em conjunto pelo rebanho de Deus, a paz, cuidar da criação, tantas coisas que temos em comum. Como irmãos, devemos ir em frente”, precisou.

Francisco realçou que a sua peregrinação à Terra Santa, entre sábado e segunda-feira, quis assinalar o 50.º aniversário do “histórico encontro” entre o Papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras, de Constantinopla, que classificou como um “gesto profético”.

“Por isso, o meu encontro com sua santidade Bartolomeu, amado irmão em Cristo, representou o momento culminante da visita”, sustentou.

O Papa disse que esta viagem, com passagens por Amã, Belém, Jerusalém e Telavive, foi um “grande dom para a Igreja”.

 

– Como artesãos pacientes – na missa em Aman o convite do Papa a ser artífices de paz

A paz não se pode comprar, não está à venda. A paz é um dom que se deve buscar pacientemente e construir «artesanalmente» através dos pequenos e grandes gestos que formam a nossa vida diária. Consolida-se o caminho da paz, se reconhecermos que todos temos o mesmo sangue e fazemos parte do género humano; se não nos esquecermos que temos um único Pai no Céu e que todos nós somos seus filhos, feitos à sua imagem e semelhança.

 

– Por detrás dos mercadores de armas – um novo apelo a favor da Síria durante o encontro com os jovens refugiados e deficientes

Todos queremos a paz! Mas, vendo este drama da guerra, vendo estas feridas, vendo tantas pessoas que deixaram a sua pátria, que foram forçadas a partir, eu pergunto-me: quem vende as armas a esta gente para fazer a guerra? Eis aqui a raiz do mal! O ódio e a avidez do dinheiro, no fabrico e na venda das armas. Isto deve-nos fazer pensar em quem está por detrás, que fornece, a todos aqueles que estão em conflito, as armas para continuar o conflito! Pensamos e, do fundo do nosso coração, dizemos também uma palavra a esta pobre gente criminosa: que se converta.

 

– Chegou a hora da coragem – ao chegar a Belém o Pontífice convidou a gestos generosos e criativos para pôr fim ao conflito

Há decénios que o Médio Oriente vive as consequências dramáticas do prolongamento de um conflito que produziu tantas feridas difíceis de curar e, mesmo quando, felizmente, não se alastra a violência, a incerteza da situação e a falta de entendimento entre as partes produzem insegurança, negação de direitos, isolamento e saída de comunidades inteiras, divisões, carências e sofrimentos de todo o tipo.

 

– A violência não se vence com a violência – com as crianças no campo prófugos de Dheisheh

Nunca deixeis que o passado vos determine a vida. Olhai sempre para diante. Trabalhai e lutai para conseguir as coisas que vós quereis. Mas estai certos de uma coisa! A violência não se vence com a violência. A violência vence-se com a paz; com a paz, com o trabalho, com a dignidade de fazer progredir a pátria.

 

O sinal da criança – a homilia da missa celebrada na praça da Manjedoura em Belém

Infelizmente, neste mundo que desenvolveu as tecnologias mais sofisticadas, ainda há tantas crianças em condições desumanas, que vivem à margem da sociedade, nas periferias das grandes cidades ou nas zonas rurais. Ainda hoje há tantas crianças exploradas, maltratadas, escravizadas, vítimas de violência e de tráficos ilícitos. Demasiadas são hoje as crianças exiladas, refugiadas, por vezes afundadas nos mares, especialmente nas águas do Mediterrâneo. De tudo isto nos envergonhamos hoje diante de Deus, Deus que Se fez Menino.

Quem somos nós diante das crianças de hoje? Somos como Maria e José que acolhem Jesus e cuidam d’Ele com amor maternal e paternal? Ou somos como Herodes, que quer eliminá-Lo? Somos como os pastores, que se apressam a adorá-Lo prostrando-se diante d’Ele e oferecendo-Lhe os seus presentes humildes? Ou então ficamos indiferentes? Por acaso limitamo-nos à retórica e ao pietismo, sendo pessoas que exploram as imagens das crianças pobres para fins de lucro? Somos capazes de permanecer junto delas, de «perder tempo» com elas? Sabemos ouvi-las, defendê-las, rezar por elas e com elas? Ou negligenciamo-las, preferindo ocupar-nos dos nossos interesses?

 

Na minha casa de paz – o Papa Francisco convidou os presidentes palestinianos e israelianos a um encontro de oração no Vaticano

Todos desejamos a paz; tantas pessoas a constroem dia a dia com pequenos gestos; muitos sofrem e suportam pacientemente a fadiga de tantas tentativas para a construir. E todos – especialmente aqueles que estão colocados ao serviço do seu próprio povo – temos o dever de nos fazer instrumentos e construtores de paz, antes de mais nada na oração.

Construir a paz é difícil, mas viver sem paz é um tormento.

 

Do sonho para a realidade – ao chegar a Israel o Pontífice repropôs o convite a rezar pela paz e relançou a solução dos dois Estados

Venho peregrino à distância de cinquenta anos da histórica viagem do Papa Paulo VI.

Jerusalém significa «cidade da paz». Assim Deus a quer e assim todos os homens de boa vontade desejam que seja. Mas, infelizmente, esta cidade é ainda atormentada pelas consequências de longos conflitos. Todos nós sabemos quão urgente e necessária seja a paz, não só para Israel, mas também para toda a região.

 

A pedra removida do sepulcro – o Papa Francisco na celebração ecuménica em recordação do encontro entre Paulo VI e Atenágoras

Detenhamo-nos em devoto recolhimento junto do sepulcro vazio, para redescobrir a grandeza da nossa vocação cristã: somos homens e mulheres de ressurreição, não de morte. Aprendamos, a partir deste lugar, a viver a nossa vida, as angústias das nossas Igrejas e do mundo inteiro, à luz da manhã de Páscoa. Cada ferida, cada sofrimento, cada tribulação foram carregados sobre os próprios ombros do Bom Pastor, que Se ofereceu a Si mesmo e, com o seu sacrifício, abriu-nos a passagem para a vida eterna. As suas chagas abertas são como que a passagem através da qual se derrama sobre o mundo a torrente da sua misericórdia. Não nos deixemos roubar o fundamento da nossa esperança, que é precisamente este: Christòs anesti! Não privemos o mundo do feliz anúncio da Ressurreição! E não sejamos surdos ao forte apelo à unidade que ressoa, precisamente deste lugar, nas palavras d’Aquele que, já Ressuscitado, chama a todos nós «os meus irmãos» (cf. Mt 28, 10; Jo 20, 17).

Enquanto como peregrinos fazemos uma pausa nestes Lugares santos, a nossa recordação orante vai para a região inteira do Médio Oriente, tantas vezes marcada, infelizmente, por violências e conflitos. E não esquecemos, na nossa oração, muitos outros homens e mulheres que sofrem, em várias partes do mundo, por causa da guerra, da pobreza, da fome; bem como os inúmeros cristãos perseguidos pela sua fé no Senhor Ressuscitado. Quando cristãos de diferentes confissões se encontram a sofrer juntos, uns ao lado dos outros, e a prestar ajuda uns aos outros com caridade fraterna, realiza-se o ecumenismo do sofrimento, realiza-se o ecumenismo do sangue, que possui uma eficácia particular não só para os contextos onde o mesmo tem lugar, mas, em virtude da comunhão dos santos, também para toda a Igreja. Aqueles que matam por ódio à fé, que perseguem os cristãos, não lhes perguntam se são ortodoxos ou se são católicos: são cristãos. O sangue cristão é o mesmo.

 

Ninguém instrumentalize o nome de Deus – o apelo durante a visita ao grã-mufti de Jerusalém

desejei ardentemente vir como peregrino visitar os lugares que viram a presença terrena de Jesus Cristo. Mas esta minha peregrinação não seria completa, se não contemplasse também o encontro com as pessoas e as comunidades que vivem nesta Terra e, por isso, sinto-me particularmente feliz por me encontrar convosco, fiéis muçulmanos, irmãos amados.

Neste momento, o meu pensamento volta-se para a figura de Abraão, que viveu como peregrino nestas terras. Embora cada qual a seu modo, muçulmanos, cristãos e judeus reconhecem em Abraão um pai na fé e um grande exemplo a imitar. Ele fez-se peregrino, deixando o seu povo e a própria casa, para empreender aquela aventura espiritual a que Deus o chamava.

Um peregrino é uma pessoa que se faz pobre, que se põe a caminho, propende para uma grande e suspirada meta, vive da esperança duma promessa recebida (cf. Heb 11, 8-19). Esta foi a condição de Abraão, esta deveria ser também a nossa disposição espiritual. Não podemos jamais considerar-nos auto-suficientes, senhores da nossa vida; não podemos limitar-nos a ficar fechados, seguros nas nossas convicções. Diante do mistério de Deus, somos todos pobres, sentimos que devemos estar sempre prontos para sair de nós mesmos, dóceis à chamada que Deus nos dirige, abertos ao futuro que Ele quer construir para nós.

 

Nunca mais – no Yad Vashem a invocação do Papa

Homem, quem és? Já não te reconheço.
Quem és, ó homem? Quem te tornaste?
De que horrores foste capaz?
Que foi que te fez cair tão baixo?

 

– Juntos contra qualquer discriminação – aos grão-rabinos de Israel

Somos chamados, como cristãos e como judeus, a interrogarmo-nos em profundidade sobre o significado espiritual do vínculo que nos une. É um vínculo que vem do Alto, ultrapassa a nossa vontade e permanece íntegro, não obstante todas as dificuldades de relacionamento vividas, infelizmente, na história.- A paz exige o respeito de todos – ao presidente Peres o Papa renovou o apelo a superar controvérsias e conflitos

 

O menino de 11 anos que procurou a justiça

Bernardo Boldrini, 11 anos, procurou o Ministério Público por conta própria, pedindo para não morar mais com o pai e a madrasta. E indicou duas famílias com as quais gostaria de ficar.

Em janeiro, o menino esteve no MP de Três Passos, no Rio Grande do Sul, e relatou detalhes de sua rotina, marcada pela indiferença e pelo desamor na casa em que vivia. O pai, o médico Leandro Boldrini, 38 anos, a madrasta, a enfermeira Graciele Ugulini, 32, e uma meia-irmã, de um ano — de quem relatou ser proibido de se aproximar.

O juiz da Vara da Infância e da Juventude do Fórum de Três Passos, Fernando Vieira dos Santos, 34 anos, chorou ao lembrar que o caso do menino passou pelas mãos dele no processo movido pelo Ministério Público do município. O garoto pediu ajuda ao Centro de Defesa da Criança e do Adolescente, órgão ligado à prefeitura, e a queixa chegou ao MP, que a transformou em um processo. A ação acabou na mesa de Santos, que intimou as partes. Como não havia registro de violência física, o magistrado optou por tentar preservar os laços familiares, suspendendo o processo por 60 dias para dar chance de uma reaproximação.

A negligência afetiva em relação a Bernardo chegou ao conhecimento do MP em meados de novembro. Na ocasião, um expediente foi instaurado para apurar o caso. A promotora da Infância e da Juventude de Três Passos, Dinamárcia Maciel de Oliveira, pediu informações a órgãos da rede de proteção, como o Conselho Tutelar e a escola em que o menino estudava, e fez levantamentos sobre parentes que poderiam assumir a guarda do menino.

No início do ano, Bernardo foi levado ao MP por um agente da rede de proteção. Apesar de ter negado sofrer maus-tratos e violência, disse que o pai era indiferente e que a madrasta implicava com ele. No fim de janeiro, a promotora ingressou com ação na Justiça pedindo que a guarda provisória fosse dada à avó materna, que mora em Santa Maria (RS). Desde então, nenhuma informação sobre problemas na relação familiar chegou ao MP.

Bernardo Uglione Boldrini desapareceu no dia 4 deste mês, quando foi assassinado com uma injeção letal aplicada pela madrasta enfermeira, e o corpo ocultado em uma cova cavada em um matagal próximo ao leito do rio Mico, em Frederico Westphalen.

Foi a denúncia do menino que fez a polícia, desde o início das investigações, a suspeitar que os assassinos eram o pai e a madrasta.

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Noelia Brito: Esse caso é um dos mais absurdos de conivência da justiça com a violência contra as crianças. O casal é de psicopatas sádicos que deveriam ter sido avaliados minuciosamente por profissionais capacitados. Quantos casos de violência doméstica não estarão sendo tratados com desleixo por nossas autoridades nesse exato momento?

Renato Janine Ribeiro: Nesse crime horroroso que terá sido o assassinato do pequeno Bernardo pela madrasta e pelo pai, me choca saber que o garoto, com apenas 11 anos, foi reclamar ao Conselho Tutelar – e não adiantou nada. Isso não o salvou. O juiz agora chora. Mas não seria melhor, nesses casos, proteger o indefeso? Se uma ação tão difícil quanto uma criança procurar o órgão competente – o que exige um nível de formação elevado – não dá certo, o que fazer para evitar novos infanticídios a domicílio?

Prazeres Barros: Fiquei chocada com esse caso. Como pode um PAI tratar o filho com tanto desprezo e indiferença? E a madrasta bandida que no perfil no Facebook ( fui olhar), além de não ter uma foto do garoto, não faz nenhuma referência a ele. É como se não existisse. Todos merecem apodrecer na cadeia, mas o pai é o pior para mim, pois cabia a ele a defesa do filho.

Rosemary Siqueira: OS MAGISTRADOS TAMBÉM TEM SUA CULPA, DEPOIS DA CRIANÇA TER IDO AO FÓRUM FAZER A DENÚNCIA, O JUIZ ACEITA E/OU PROPÕE UM ACORDO DE CONVIVÊNCIA MELHOR ENTRE PAI E FILHO, MAS NÃO ACOMPANHA … É COMO SE DISSESSE: ” PROBLEMA RESOLVIDO”

José Mário: Só pra constar, conselho tutelar hoje é mero aparelhamento dos governos…

Ricardo Antunes: Na dúvida o juiz deveria ter optado pelo que dizia a criança. Foi acreditar no pai e o garoto morreu duas vezes como disse em belo texto o professor Talis Andrade. É a justiça dos poderosos.

Janise Carvalho: Quando pensei que já tinha visto de tudo, o caso Nardoni volta a assombrar nossas noites: Me perguntando quantos Nardoni’s ainda precisamos conhecer

 

Graciele Uglini e Leandro Boldrini
Graciele Uglini e Leandro Boldrini

In Noelia Brito 

Papa Francisco: «Quando vemos as crianças sofrer é uma ferida no coração. É o mistério do mal»

Na audiência geral o Papa fala do mistério do sofrimento e da morte dos inocentes

Humildade de uma vitória

«Quando vemos as crianças sofrer é uma ferida no coração. É o mistério do mal». Mas Jesus assume sobre si este mal, este sofrimento e leva-o para a cruz da redenção até à glória da ressurreição. No coração da semana santa o Papa Francisco repropos-nos assim o mistério do sofrimento, sobretudo do sofrimento dos inocentes. E depois explicou-o com a vitória de Jesus sobre a morte.

Jesus, disse, escolheu para si o caminho da humilhação e do despojamento e percorreu-o «até ao fim». E olhando para Jesus na sua paixão, acrescentou o Pontífice, é como se víssemos «num espelho também os sofrimentos de toda a humanidade». Mas é precisamente nesta imagem reflectida que «encontramos a resposta divina ao mistério do sofrimento», um mistério «desconcertante», o mistério «da grande humildade de Deus».

É sobre isto que se deve reflectir nesta semana, sugeriu o bispo de Roma, na certeza de que cada um de nós pode dizer «isto é para mim». Mesmo que tivesse sido a única pessoa no mundo – esclareceu – tê-lo-ia feito», teria assumido todo o sofrimento. Eis por que «nesta semana nos fará bem a todos – sugeriu – olhar para o crucificado, beijar as chagas de Jesus» e dizer «obrigado Jesus por mim». Obrigado porque «quando tudo parece ter acabado, quando já não há ninguém então intervém Deus com o poder da ressurreição».

Mas, focalizou o Santo Padre, a ressurreição de Jesus «não é o final de uma linda fábula, não é o happy end de um filme, mas é a intervenção de Deus». Assim «quando em certos momentos da vida não encontramos nenhuma via de saída para as nossas dificuldades» e caímos na escuridão mais densa, chegou o momento no qual «experimentamos que somos frágeis e pecadores». Naquele momento, disse o Papa Francisco concluindo, «não devemos mascarar a nossa falência» mas abrir-nos confiantes à esperança de Deus».

“… a meio da Semana Santa a liturgia apresenta-nos aquele episódio triste do relato da traição de Judas, que vai ter com os chefes do Sinédrio para mercadar e entregar-lhes o seu Mestre. Quanto me dais se eu o Entrego? E Jesus passa a ter um preço. Este ato dramático marca o início da Paixão de Cristo, um percurso doloroso que Ele escolhe com absoluta liberdade. Di-Lo claramente Ele próprio: “Eu dou a minha vida…”
Nestes dias, vemos Jesus percorrer, de livre vontade, o caminho da humilhação e do despojamento – afirmou o Papa Francisco – o caminho que atinge o ponto mais profundo na morte de cruz: morre como um derrotado, um falido! Mas, aceitando esta falência por amor, supera-a e vence-a.
“A sua paixão não é um incidente; a sua morte – aquela morte – estava escrita. Trata-se de um mistério desconcertante, mas conhecemos o segredo deste mistério, desta extraordinária humildade: “Deus efetivamente amou tanto o mundo que deu o seu Filho Unigénito.”
Se, depois de todo o bem que realizara, não tivesse existido esta morte tão humilhante, Jesus não teria mostrado a medida total do seu amor – observou o Papa. A falência histórica de Jesus e as frustrações de muitas esperanças humanas são a estrada mestra, por onde Deus realiza a nossa salvação. É uma estrada que não coincide com os critérios humanos; pelo contrário, inverte-os, pois pelas suas chagas fomos curados. Quando tudo parece perdido, é então que Deus intervém com a força da ressurreição.
“A ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula ou de um filme, mas a intervenção de Deus Pai, quando já toda a esperança humana se tinha desmoronado.”
Também nós somos chamados a seguir Jesus por este caminho de humilhação – continuou o Santo Padre. Quando nos sentimos mergulhados na mais densa escuridão e não vemos qualquer via de saída para as nossas dificuldades, então esse é o momento da nossa humilhação e despojamento total, é a hora em que experimentamos como somos frágeis e pecadores. E nesse momento devemos abrir-nos à esperança tal como fez Jesus – advertiu o Papa Francisco que concluiu a sua catequese exortando todos para a contemplação do Mistério da Cruz:
“Esta semana vai-nos fazer bem pegar no crucifixo e beija-lo tantas vezes e dizer obrigado Jesus, obrigado Senhor. Assim seja.”
No final da audiência o Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“De coração saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, com menção particular do Colégio Nossa Senhora da Assunção. Tomai como amiga e modelo de vida a Virgem Maria, que permaneceu ao pé da cruz de Jesus, amando, também Ela, até ao fim. E quem ama passa da morte à vida. É o amor que faz a Páscoa. A todos vós e aos vossos entes queridos, desejo uma serena e santa Páscoa.”

 

 

 

 

Uma injeção letal dos Boldrini. Fim de uma vida de sofrimentos de um menino de 11 anos

bandidos juntos

 

A polícia civil não tem mais nenhuma dúvida do envolvimento do pai, o médico Leandro Boldrini, 39 anos, da madrasta, a enfermeira Graciele Kraus Boldrini, 32 anos, e da amiga do casal, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, de 40 anos, na morte e ocultação de cadáver do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, desaparecido desde o dia 4 último.

O corpo da criança foi encontrado anteontem, dia 14 de abril, dentro de um saco, enterrado às margens do Rio Mico, na Localidade de Linha São Francisco, no interior de Frederico Westphalen. Presume-se que o crime teria sido praticado no dia 4 de abril, portanto há 12 dias.

b corpo encontrado

b - corpo retirado

b corpo levado
MENINO QUEIXAVA-SE DE ABANDONO MATERIAL

Por algumas vezes o menino Bernardo havia reclamado de abandono material. Sem a mãe que morrera em 2010 ele não estaria recebendo atenções do pai, que tinha uma filha de um ano com a madrasta. Estas reclamações teriam, inclusive, chegado ao conhecimento da justiça, só não se sabe se alguma providência foi tomada com relação ao genitor para que o mesmo desse mais atenção ao filho pré-adolescente.

DELEGADA ENCARREGADA DO CASO QUASE CAI EM LÁGRIMAS DURANTE A ENTREVISTA

Em entrevista coletiva concedida na manhã de hoje, as delegadas Caroline Bamberg Machado, Cristiane de Moura e Silva informaram que o caso foi elucidado com um trabalho intenso e cooperativo entre equipes da Polícia Civil de Santa Rosa, Santo Ângelo e do Departamento da Criança e do Adolescente (Deca).

Emocionada, contendo as lágrimas, a delegada chegou a revelar que teve uma guerra com o seu emocional, quando ficou frente a frente com os acusados, pela frieza que os mesmos demonstraram. A muito custo a delegada Caroline que chefia as investigações conseguiu manter a racionalidade, não escondendo que por pouco não perdeu o controle diante de um fato tão revoltante como este.

INJEÇÃO LETAL TERIA SIDO A FORMA DE HOMICÍDIO PRATICADO PELOS CRIMINOSOS

A madrasta Graciele Boldrini teria aplicado uma injeção letal no menino, com o auxílio da amiga Edelvânia Wirganovicz, e após teriam colocado o corpo da vítima em um saco e enterrado no buraco onde foi encontrado. A partícipe Edelvânia, depois de negar algumas vezes, concordou em colaborar com a investigação e deu detalhes do crime. Falta ainda se determinar o grau de participação de cada um no cometimento do crime, principalmente do pai do menino, mas o fato de o mesmo ter acompanhado a madrasta na viagem é fator decisivo para determinar seu envolvimento.

PROVAS ROBUSTAS QUE INCRIMINAM O CASAL E A COMPARSA

Durante a investigação a polícia foi colhendo provas que a cada momento confirmavam a participação dos acusados no episódio. Contradições em depoimentos como a negativa de terem saído de Três Passos que foi contradita com uma multa que a madrasta tomou por excesso de velocidade no município de Tenente Portela quando o agente autuador asseverou que o menino se encontrava junto no veículo, e outras contradições foram avolumando a desconfiança que culminou com a confissão da coparticipe Edelvânia que após relutar decidiu contar a verdade, dando detalhes que levaram ao local exato onde o corpo havia sido ocultado.

PRISÃO TEMPORÁRIA

Os três envolvidos estão presos temporariamente, por 30(trinta) dias por se tratar de crime hediondo, mas os locais para onde eles foram levados não foram revelados, devido à comoção da comunidade que poderia atentar contra a vida dos mesmos.
De acordo com a delegada chefe das investigações, os dois principais acusados a madrasta e o pai do menino não foram ouvidos formalmente, até mesmo porque a argumentação dos mesmos era algo que chegava a revoltar.

REVOLTADA A POPULAÇÃO QUERIA QUEIMAR A CASA DOS ACUSADOS NA NOITE DE SEGUNDA-FEIRA

b manifestão frente residênci leandro-boldrini
Ontem à noite após a cidade tomar conhecimento da prisão e das fortes evidências da participação dos familiares na morte do menino, uma multidão se dirigiu até a residência do casal onde queriam por fogo na casa. Foi necessária a intervenção das polícias civil e militar para evitar a destruição da casa. Com habilidade e paciência, a delegada Caroline pediu aos populares que preservassem a casa, porque dentro dela estão várias respostas para muitas questões que poderão ser decisivas para que os criminosos possam ser responsabilizados por esta monstruosidade.

Em Três Passos, desde o desaparecimento do menino, que os moradores iniciaram uma emocionante campanha de busca.

Passeata dos coleguinhas de escola
Passeata dos coleguinhas de escola

b - quem é

A FRIEZA DA MADASTRA

Na sua página no Facebook, a madastra com o nome Graciele Leandro Boldrini não apresenta nenhuma foto de Bernardo, e sim dezenas dela, do marido e do filho de um ano. Bernardo não faz farte da família.

pai e madrasta no jatinho particular

A assistente social Edelvania Wirganovicz, que participou do assassinato de Bernardo
A assistente social Edelvania Wirganovicz, que participou do assassinato de Bernardo
O pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugoline
O pai, Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugoline

Na campanha de procura, Leandro, por uma emissora de rádio, por quatro vezes não cita o nome do filho. Chama Bernardo de  “esse menino”. Só no final diz que é o pai, respondendo pergunta do locutor. Escute. Observe  que não possui o sentimento de paternidade

 

 

Enterrado pela segunda vez o menino Bernardo Boldrine, assassinado pelo pai médico e a madrasta enfermeira

Após ser homenageado em Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, município onde morava, e em Santa Maria, na Região Central do estado, cidade da família materna, o corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, foi sepultado na manhã desta quarta-feira (16). O enterro ocorreu por volta das 10h30 no Cemitério Municipal de Santa Maria, no mesmo jazigo da mãe, Odelaine, que teria cometido suicídio em fevereiro de 2010, aos 30 anos.

b corpo

b chegada

b velório

 

Nos semblantes dos que acompanhavam o enterro de Bernardo, indignação e incredulidade. “Não tem explicação”, muitos diziam. Uma oração seguida de abraços foi solicitada aos que acompanhavam o enterro. Amigos, professoras e colegas do colégio Ipiranga, de Três Passos, trouxeram faixas e flores para homenagear Bernardo.

Avó de Bernardo no sepultamento do neto. Foto: Deivid Dutra/A Razão
Avó de Bernardo no sepultamento do neto. Foto: Deivid Dutra/A Razão

A avó, Jussara Uglione, pediu que não a deixassem sozinha. Jussara também agradeceu a todos o carinho prestado a ela e a Bernardo. “Isso não pode ficar impune”, reforçou a avó materna. Centenas de pessoas acompanharam o enterro do menino, natural de Santa Maria.

O corpo da criança foi encontrado na segunda-feira (14) enterrado em uma cova feita em um matagal da cidade de Frederico Westphalen, no Norte do Rio Grande do Sul. Segundo o atestado de óbito, a morte ocorreu no dia 4 de abril, de “forma violenta”.

Desde que ficou órfão da mãe, Bernardo morava com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugolini Boldrini. O casal, que tem uma filha de 1 ano, foi preso preventivamente junto com a amiga Edelvania Wirganovicz, que também teve participação no crime. Os três estão detidos em local não revelado pela polícia, por medida de segurança. Segundo a polícia, a mãe do menino cometeu suicídio com um tiro na cabeça no consultório onde o ex-marido, pai do garoto, trabalhava na época. (Fonte G1)

Zero Hora – A sua filha cometeu suicídio em 2010?
Jussara – Não, não acredito que ela tenha feito isso. Até hoje tenho suspeitas de que ela foi assassinada.

Logo após a morte da única filha, em 2010, a aposentada Jussara Uglione, 73 anos, moradora de Santa Maria, entrou com uma ação na Justiça para ter o direito de visitar o único neto. Segundo ela, o pai do garoto e marido de sua filha, não só negava o contato como a ofendia.

Zero Hora – A senhora tinha contatos com o seu neto frequentemente?
Jussara – Tentei várias vezes me aproximar dele, os meus advogados têm comprovantes de que fui impedida disso desde a morte da minha filha (em 2010).

Jussara e o neto
Jussara e o neto

Fui impedida de vê-lo por 4 anos, me chamavam de velha doente, falavam que eu tinha problemas e que não teria condições de cuidá-lo. Eu tenho uma ótima situação financeira, tenho o nome limpo. Temos 73 anos de firma (revenda de veículos Uglione, em Santa Maria), somos honrados e honestos.

Jussara afirma que enquanto Leandro estava casado com sua filha, ele tinha Graciele Ugulini, 32 anos, como amante. “Tenho certeza que eles estavam juntos antes”, desabafa.

Graciele Ugulini, a madrasta
Graciele Ugulini, a madrasta

Sobre Bernardo, a avó aponta casos de maus-tratos contra o garoto, o que soube pelo próprio neto e por outras pessoas. “Ele não tinha chave de casa e precisava esperar sentado na calçada até que o pai chegasse. Ficava lá, com fome. Isso não se faz”, conta. Jussara relata ainda que Bernardo procurou auxílio jurídico pelo tratamento que recebia em casa. Em informações para a imprensa, a promotora da Infância e Juventude de Três Passos, Dinamárcia Maciel de Oliveira, cuidou do caso de suposta negligência entre novembro de 2013 e janeiro deste ano. (Fonte A Razão)

Relatos de vizinhos e amigos dão conta que Bernardo se dizia carente de atenção. Ele mesmo chegou a procurar a Justiça para relatar o caso. No início do ano, o juiz Fernando Vieira dos Santos, da Vara da Infância e Juventude de Três Passos, autorizou que o garoto continuasse morando com o pai, após o Ministério Público (MP) instaurar uma investigação contra o homem por negligência afetiva e abandono familiar.

 

O pai
O pai

De acordo com o MP, desde novembro do ano passado, o pai de Bernardo era investigado. Entretanto, nunca houve indícios de agressão física. Em janeiro, o menino foi ouvido pelo órgão e chegou a pedir para morar com outra família.
Ainda no início do ano, o médico pediu uma segunda chance, com a promessa de que buscaria reatar os laços familiares com o filho, e assim convenceu a Justiça a autorizar uma nova experiência.

b - envolvidos