Fica esquecida a escandalosa e antinacionalista presidência do genro de Fernando Henrique na Petrobras. Um ladrão esquecido, podre de rico, e solto, e solto, que nem o sogro, o sogro, corrupto todo.
E o debate corre assim: Dilma: -Fiz isso. Aécio: -Vou fazer mais.
Dilma apresenta obras de pedra e cimento e aço. Aécio promete castelos no ar.
Dos 1001 casos de corrupção da Petrobras, a imprensa fala apenas de um, o povo recorda apenas umCaso da Petrobras vem sendo destaque das manchetes diárias de todos os jornais, desde que começou o segundo turno. O caso é que todo sabe qual caso. É um caso único que a justiça vaza, e a imprensa destacaFalar na Petrobras selecionando apenas um caso é um capcioso, avassalador e destrutivo ATAQUE PESSOAL escolhendo uma vítima inocenteÉ um jornal safado, mas não esconde o nome de quem desonestamente ataca. Constatar não é assumir uma culpa. Aécio também reconhece que houve corrupção na Petrobras. Mas distingue apenas um caso, um único caso
A mídia entreguista e a justiça eleitoral conseguiram impor o provinciananismo e a municipalização dos debates da campanha presidencial.
Dilma fala de creches, dever de prefeito. Aécio de polícia, coisa de governador.
Um candidato a presidente discute patriotismo, nacionalismo, civismo, brasilidade.
O papel do Brasil como nação, como país independente (potência mundial versus complexo de vira-lata, quintal).
O bem-estar social e a felicidade do povo em geral.
«Quando a adoração do Senhor é substituída com a adoração do dinheiro abre-se o caminho para o pecado, o interesse pessoal e a prepotência; quando não se adora Deus, o Senhor, tornamo-nos adoradores do mal, como o são quantos vivem de crime e violência». Mas quem segue este «caminho de mal como os mafiosos não estão em comunhão com Deus: estão excomungados». Duras como um rochedo as palavras usadas pelo Papa Francisco na tarde de sábado, 21 de Junho, durante a missa em Maria de Sibari.
A ‘ndrangheta, disse, é «adoração do mal e desprezo do bem comum». E este mal deve ser combatido. De outra forma será difícil dar respostas aos jovens necessitados de resgate e de esperança. O Pontífice conjugou a reflexão sobre as leituras litúrgicas com a realidade quotidiana. Recordou a celebração da solenidade do Corpus Christi, o «sacramento do altar». E é precisamente por esta convicção de fé que «nós – acrescentou – renunciamos a satanás e a todas as suas seduções;
renunciamos aos ídolos do dinheiro, da vaidade, do orgulho, do poder, da violência. Nós cristãos não queremos adorar nada e ninguém neste mundo a não ser Jesus Cristo, que está presente na sagrada Eucaristia».
Talvez, reconheceu o Papa Francisco, nem sempre nos damos conta profundamente do que isto significa, das consequências que tem, ou deveria ter, esta nossa profissão de fé. E a este propósito falou da ternura de Jesus, do seu «amor tão delicado, tão fraterno, tão puro». E concluiu renovando o convite sobretudo aos jovens: a não se deixarem roubar a esperança e a não ceder ao mal, às injustiças, à violência. E de violência falou também no dia seguinte, durante o habitual encontro com os fiéis na praça de São Pedro para a recitação do Angelus. Depois da reflexão inicial dedicada ao amor desmedido de Deus pelo homem, o bispo de Roma recordou que a 26 de Junho se celebra o dia das Nações Unidas pelas vítimas da tortura, reafirmando «a firme condenação de qualquer forma de tortura» e convidando «os cristãos a comprometerem-se a colaborar para a sua abolição» e para apoiar as vítimas e os seus familiares. «Torturar as pessoas – concluiu – é um pecado mortal! Um pecado muito grave!
Alexander Dubovsky
Os mártires da corrupção
Os pobres pagam sempre o preço da corrupção. De todas as corrupções: a dos políticos e empresários, mas também a dos eclesiásticos que não cumprem o próprio «dever pastoral» para cultivar o «poder». O Papa Francisco voltou a denunciar com palavras fortes «o pecado da corrupção», no qual caem «muitas pessoas que têm poder material, político ou espiritual», e exortou a rezar em particular por «quantos — e são muitos — pagam pela corrupção, pelo comportamento dos corruptos: são os mártires da corrupção política, económica e eclesiástica».
Inspirando-se no trecho do primeiro livros dos Reis (21, 1-16) proclamado durante a liturgia, o Pontífice recordou a história de Nabot de Jezrael, que não quis ceder a sua vinha ao rei Acab, herdada do pai, e por isso, foi lapidado por instigação da rainha Jezabel. «Um texto bíblico muito triste» comentou o bispo de Roma, frisando que a narração segue a mesma estrutura do processo de Jesus e do martírio de Estêvão, e evocando uma frase do Evangelho de Marcos (10, 42): «Sabeis como os governantes das nações fazem sentir o seu domínio sobre elas e os magnatas, a sua autoridade».
«Nabot — frisou o Papa — parece um mártir daquele rei que governa com tirania e opressão». Para se apoderar da vinha, no início Acab faz uma proposta honesta a Nabot: «Dar-te-ei em troca uma vinha melhor, ou se te convier, pagar-te-ei o seu justo valor». Mas depois, diante da rejeição do homem em ceder a «herança dos seus pais», volta para casa «entristecido, indignado», comportando-se quase como uma «criança mimada» que faz «caprichos». E é a este ponto que a sua esposa Jezabel — «a mesma que ameaçou o profeta Elias de morte, depois de ele ter assassinado os sacerdotes de Baal» — organiza uma farsa, um processo com testemunhas falsas e condena Nabot, permitindo que o marido tome posse da vinha. E Acab aceita, frisou o Pontífice, «tranquilamente, como se nada fosse».
A corrupção, explicou o Papa, «é um pecado fácil, que pode cometer a pessoa que tem autoridade sobre os outros, quer económica e política quer eclesiástica. Somos tentados pela corrupção. É um pecado fácil de cometer».
De resto, acrescentou, «quando uma pessoa tem autoridade, sente-se poderosa, quase um deus». Portanto, a corrupção «é uma tentação diária», na qual podem cair «políticos, empresários e prelados».
Mas — perguntou-se Francisco — quem paga pela corrupção? Certamente não quem paga «o suborno»: de facto, ele só representa «o intermediário». Na realidade, «o pobre paga pela corrupção!», constatou o Pontífice.
«Se falamos de corrupção política ou económica, quem paga isto?», perguntou-se o Papa. «Pagam — disse — os hospitais sem remédios, os doentes que não são cuidados, as crianças sem escolas. Eles são os Nabot modernos, que pagam pela corrupção dos grandes». E quem paga «pela corrupção de um prelado? Pagam-na as crianças que não aprenderam a fazer o sinal da cruz, não conhecem a catequese, não são cuidadas; os doentes que não são visitados; os presos que não recebem atenção espiritual». Enfim, são sempre os pobres que pagam pela corrupção: os «pobres materiais» e os «pobres espirituais».
Na conclusão, o bispo de Roma confirmou o valor do testemunho de Nabot, o qual «não quis vender a herança dos seus pais, dos seus antepassados, os valores»: um testemunho ainda mais significativo se pensarmos que, com frequência, «quando há corrupção», também o pobre corre o risco de perder «os valores, porque são impostos hábitos e leis que vão contra os valores recebidos dos nossos antepassados». Eis o convite a rezar pelos muitos «mártires da corrupção», para que o «Senhor nos aproxime deles» e conceda a estes pobres a «força para continuar» o seu testemunho.
Publicado no L’Osservatore Romano, ed. em português, n. 25 de 21 de junho de 2014
Como parte do esforço concentrado que será feito esta semana próxima semana para destravar a pauta de votações , a Câmara dos Deputados pode votar um projeto de lei que torna a corrupção crime hediondo. Proveniente do Senado, onde foi aprovado em junho de 2013, a proposta foi uma resposta do Parlamento às manifestações que tomaram conta do país no ano passado. Se aprovado sem alterações, o projeto vai a sanção presidencial. Se for alterado na Câmara, retorna ao Senado.
Caso o projeto seja aprovado, serão incluídos na Lei dos Crimes Hediondos (8.072/90) os delitos de corrupção ativa e passiva, peculato (apropriação pelo funcionário público de dinheiro ou qualquer outro bem móvel, público ou particular), concussão (quando o agente público exige vantagens para si ou para outra pessoa), excesso de exação (nos casos em que o agente público desvia o tributo recebido indevidamente). O projeto também torna crime hediondo o homicídio simples e suas formas qualificadas.
O projeto também altera o Código Penal para aumentar a pena desses delitos. Com isso, as penas mínimas desses crimes ficam maiores e eles passam a ser inafiançáveis. Os condenados também deixam de ter direito a anistia, graça ou indulto e fica mais difícil o acesso a benefícios como livramento condicional e progressão do regime de pena.
12 ANOS NA CADEIA
Com a mudança as penas para estes delitos passam a ser de quatro a 12 anos de reclusão, e multa. Em todos os casos, a pena é aumentada em até um terço se o crime for cometido por agente político ou ocupante de cargo efetivo de carreira de Estado.
A lei atual determina reclusão de dois a 12 anos e multa para os delitos de corrupção ativa e passiva e de peculato. Para concussão, a pena vigente hoje é reclusão de dois a oito anos e multa. Já o excesso de exação, no caso incluído na proposta, é punido hoje com reclusão de dois a 12 anos e multa.
Segundo a Lei 8.072/90 são considerados crimes hediondos homicídio, quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, latrocínio (roubo seguido de morte), extorsão qualificada pela morte, extorsão mediante sequestro e na forma qualificada, estupro, estupro de vulnerável, epidemia com resultado de morte e falsificação, corrupção, adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais.
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[Mudei o título. Veja os links para entender
Nenhum governador rouba sozinho. Nenhum prefeito rouba sozinho. Todo desvio de verbas públicas, do dinheiro do povo, é realizado com a cumplicidade do poder legislativo e judiciário. É preciso a formação de uma quadrilha.
Publicado hoje no Movimiento Ciudadano Español, por Jorge Carre Ibañez:]
Tudo que a justiça faz é caro. O Superior Tribunal Eleitoral funciona mesmo nos anos ímpares, quando não têm eleições. Idem os tribunais regionais eleitorais.
Os funcionários já existem. E descansados.
As urnas eletrônicas já existem.
Quanto o Brasil gasta com as polícias para reprimir o povo nas ruas? Quanto o Brasil perde com a corrupção? Quanto o Brasil é roubado pelos piratas de todas as bandeiras?
Alerta suspeito da revista de propaganda Veja:
O plebiscito sobre a reforma política poderá custar 500 milhões de reais. A estimativa é de técnicos da Justiça Eleitoral que, na corrida contra o relógio, tentam calcular os gastos e o tempo necessário para preparar a consulta popular. A previsão do Planalto é que a consulta seja feita no início de setembro.
Desde quarta-feira, quando a presidente Dilma Rousseff telefonou para a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia Antunes Rocha, para discutir questões práticas e logísticas do plebiscito, integrantes de várias áreas do TSE estão mobilizados para avaliar as providências e os gastos.
Normalmente uma consulta popular consome orçamento semelhante ao de uma eleição. Mas as estimativas atuais são de que o plebiscito sobre a reforma política custará mais do que a eleição municipal de 2012, quando foram gastos 395 milhões de reais. Além da inflação, dois fatores contribuirão para o aumento da conta. Por causa das mobilizações dos últimos dias e os episódios de confronto, a segurança durante o período do plebiscito deverá ter de ser reforçada com o apoio de homens das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica).
Em 2012, só para esse apoio foram destinados 24 milhões de reais. Diante das manifestações generalizadas no país, a expectativa é de que os pedidos de força federal sejam multiplicados. Além disso, o caráter de urgência deve tornar o plebiscito mais caro. No ano passado, por exemplo, a presidente do TSE anunciou que o custo do voto, de 2,81 reais por eleitor, foi o menor desde a implantação do sistema eletrônico, em 1996.
Segundo ela, um dos fatores foi o planejamento. “Quanto maior o planejamento, menor é o custo”, disse na ocasião. Se confirmado o valor final de meio bilhão de reais, o valor será o dobro do que foi gasto em 2005 com o referendo do desarmamento. Na ocasião, foram consumidos 252 milhões de reais. Já o plebiscito sobre a divisão ou não do Pará, em 2011, não custou mais que 19 milhões de reais. Nesta consulta só participaram, porém, os eleitores paraenses.
De acordo com técnicos do TSE, apesar do tempo escasso é possível fazer o plebiscito no início de setembro, dando tempo para que o Congresso aprove até 3 de outubro as leis necessárias para vigorarem na eleição presidencial de 2014. Pelas regras atualmente em vigor, as alterações no processo eleitoral têm de ser aprovadas até um ano antes do pleito.
Um dos principais pontos do planejamento do plebiscito deverá ser a campanha de esclarecimento aos eleitores. Se a consulta for feita em setembro, o ideal é que a campanha seja veiculada no rádio e na televisão em agosto. As peças publicitárias terão de explicar que todos os eleitores deverão participar do plebiscito porque o comparecimento é obrigatório. Também deverão informar sobre as perguntas que terão de ser respondidas. A tarefa não é considerada fácil uma vez que estarão em questão assuntos que não fazem parte do cotidiano da maioria dos eleitores.
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Nota do redator do blogue: Os “assuntos” do referendo fazem parte do cotidiano do povo. E estão sendo discutidos hoje nas ruas. Nas passeatas.
As peças publicitárias podem ser realizadas sem pagar fortunas para as agências dos Marcos Valério, dos Dudas Mendonça e outros marqueteiros ou marreteiros.
As televisões e rádios são concessões do governo. É só requisitar o tempo para exibir toda propaganda necessária. Basta não existir a censura eleitoral. Que vem sendo realizada pelos tribunais eleitorais nas eleições diretas para vereador, prefeito, deputado estadual, governador, deputado federal, senador e presidente da República.
Ceará. Roubam tudo. Dentro das repartições públicas, servidores matam na briga pelas botijas. E matam o povo. Não se faz nada que preste para o povo. Falta dinheiro. Dinheiro que foi desviado
Comentarista esportivo da estação privada Rádio Jornal 820 AM, Valério Luiz de Oliveira, de 49 anos, foi morto a tiros na tarde do dia 5 de julho de 2012 em Goiânia, capital do estado de Goiás. Este assassinato eleva para quatro o número de jornalistas mortos desde o início do ano em crimes vinculados de forma asseverada ou provável com suas atividades profissionais.
“Enviamos à família e colegas de Valério Luiz a nossa mais sincera simpatia, e esperamos que este caso possa ser rapidamente elucidado. A pista profissional é seriamente equacionada pelos investigadores, tendo em conta as ameaças que a vítima havia alegadamente recebido. Embora o número de jornalistas brasileiros assassinados nesses últimos meses seja tragicamente elevado, temos que reconhecer os esforços das autoridades para fazer justiça, como no recente caso de Décio Sá”, declarou Repórteres sem Fronteiras. Leia mais em Repórteres Sem Fronteiras
Vídeo polêmico
Durante o programa “Mais Esportes”, exibido na PUC TV Goiás no último dia 17 de junho, Valério fez duras críticas aos dirigentes do clube e disse que o time de futebol recebia dinheiro do grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira.
“Adson Batista deu prejuízo astronômico ao Atlético este ano. São R$ 500 mil em quatro jogadores que não jogam. O Atlético não tem torcida, não tem renda”, atacou.
Ele ainda falou do financiamento do clube: “Uns patrocinadores tenebrosos que caíram em escândalo, como a Delta. Muita gente dizia que tinha até dinheiro de Cachoeira correndo lá dentro. A única influência política que tem é de Valdivino de Oliveira, o resto não botou nenhum centavo”. Veja vídeo
CPI do Cachoeira
A CPI do Cachoeira precisa investigar as denúncias. Já!
No País que não se faz nada que preste para o povo. E tudo de maléfico. O que espanta é a resignação do povo. A indiferença das igrejas. A apatia dos jovens.
Leonardo Boff
Segundo a Transparência Internacional, o Brasil comparece como um dos países mais corruptos do mundo. Sobre 91 analisados, ocupa o 69% lugar. Aqui ela é histórica, foi naturalizada, vale dizer, considerada com um dado natural, é atacada só posteriormente quando já ocorreu e tiver atingido muitos milhões de reais e goza de ampla impunidade. Os dados são estarrecedores: segundo a Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), anualmente, ela representa 84.5 bilhões de reais.
Se esse montante fosse aplicado na saúde subiriam em 89% o número de leitos nos hospitais; se na educação, poder-se-iam abrir 16 milhões de novas vagas nas escolas; se na construção civil, poder-se-iam construir 1,5 milhões de casas.Só estes dados denunciam a gravidade do crime contra a sociedade que a corrupção representa. Se vivessem na China muitos corruptos acabariam na forca por crime contra a economia popular.
Todos os dias, mais e mais fatos são denunciados como agora com o contraventor Carlinhos Cachoeira que para garantir seus negócios infiltrou-se corrompendo gente do mundo político, policial e até governamental. Mas não adianta rir nem chorar.Importa compreender este perverso processo criminoso.Leia mais
O Brasil tem 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola, conforme dados divulgados pelo movimento Todos Pela Educação (TPE).
“Esses 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola excede a população do Uruguai. É uma população mais difícil de incluir porque são aqueles que estão no campo, em favelas, bairros muito pobres”, comentou a diretora executiva do TPE, Priscila Cruz.
O Estado que menos atende, com 85%, é o Acre. Em seguida vêm o Amazonas (85,5%), Roraima (86,9%), Pará (88,7%), Amapá (88,9%), Rio Grande do Sul (89,1%) e Goiás (89,9%). O País também não atingiu a meta do TPE de toda criança estar alfabetizada até os 8 anos de idade, que, para 2010, era de 80% do aprendizado esperado até o final do 3º ano. Conforme dados da ProvaABC, aplicada em 2011, em escrita a média nacional foi de 53,3%, em matemática 42,8% e em leitura 56,1%.
Uma vergonha que o Rio Grande do Sul faça parte de tão cruel estatística.
A Federação Brasileira de Hospitais destacou o comentário do ex-jogador Romário, agora deputado federal, que declarou, ao contrário do que se propala, a Copa do Mundo custará para os cofres públicos a importância de mais de R$ 100 bilhões.
Todas as estimativas de custos para a Copa do Mundo já foram superadas, nada do que foi calculado é exato, tudo custará muito mais caro do que foi orçado.
Com 20% do que os cofres públicos vão gastar com a Copa do Mundo, poderíamos solucionar todos os problemas de saúde brasileiros.
Como é que um país de tantas lacunas no seu sistema de saúde e com 76% das suas estradas esburacadas, sem esgotos para a maioria de seu povo, pode se dar ao luxo de instalar uma Copa do Mundo?
Calça de veludo e bumbum de fora.
Esse dinheiro que será miseravelmente desperdiçado na Copa do Mundo, sem falar no superfaturamento lógico e fatal, pertence ao povo brasileiro. O povo brasileiro tinha de designar o seu fim. E certamente não seria para a frivolidade de uma Copa do Mundo.
Não sei onde é que vamos parar com essa loucura social.
Tínhamos que empregar todas as nossas verbas para solucionar os nossos mais dramáticos problemas e mudamos de assunto: inventamos a realização de uma Copa do Mundo e de uma Olimpíada que a nada nos levam, que tinham de ser levadas a efeito em países ricos, jamais num Brasil que não dispõe de leitos hospitalares para seus filhos nem presídios minimamente decentes para seus delinquentes.
Isto é um deboche. Um escárnio.
Mas muita gente respeitável apoia. (Jornal Zero Hora)
Temos assim corrupção + esbanjamento de dinheiro com coisas desnecessárias, fúteis, ostentação gaiata de ser a sexta ou a quinta potência do mundo.
Quantos brasileiros morrem, diariamente, por falta de socorro médico, nas capitais, que centenas e centenas de cidades interioranas não possuem nenhum leito hospitalar?
Cem milhões de indivíduos têm um rendimento mensal máximo de 270 reais, que não passam dos 130 dólares para os menos miseráveis. Quem se preocupa como reside e o que come essas manadas de bichos – metade da população – que chamamos de brasileiros?
Para realizar a Copa do Mundo em 1950, o Brasil construiu o Maracanã, era presidente do Brasil o general Gaspar Dutra. O Maracanã hoje é propriedade de Eike Batista, que comprou por alguns tostões. Quanto custa o Maracanã, que vai ganhar um imenso terreno para estacionamento, considerando apenas o terreno?
Não esquecer que em 1950 havia estabilidade no emprego, cassada em 1964 pelo marechal Castelo Branco. Hoje não existe mais emprego fixo.
Que vai acontecer com o Brasil depois de 2014? O que padece hoje a África do Sul para pagar as dívidas da Copa do Mundo.
O que vai acontecer com o Brasil depois da Olimpíada de 2016? A crise que atormenta hoje a Grécia. Uma crise que tem efeito dominó aqui. E olha que a Olimpíada da Grécia aconteceu em 2004.
Vamos dar asas ao cavalo branco da imaginação. Suponhamos que a CPI do Cachoeira funcione a contento, comprovando a corrupção praticada por parlamentares, governantes, altos funcionários de governos variados, policiais e empresários, sob a coordenação do bicheiro. Depois de meses de trabalho, esses resultados constarão do relatório final da CPI, divulgado e encaminhado ao Ministério Público, para providências.
Haverá a hipótese de os parlamentares envolvidos, com o senador Demóstenes Torres à frente, perderem seus mandatos, por ação dos Conselhos de Ética do Senado e da Câmara e decisão dos respectivos plenários. Quem sabe até o exemplo se repetisse numa ou outra Assembléia Legislativa, porque as cassações independem de pronunciamentos da Justiça. São políticas. Cadeia, no entanto, nem pensar. Antes dela falarão as prescrições, caso venham a responder a processos.
Governadores como Marconi Perillo, Agnelo Queiroz e Sergio Cabral também podem, na teoria, ser cassados, se evidenciada sua participação ativa nas lambanças. Agora, na dependência do voto da maioria dos deputados estaduais. Nessa hora, funcionarão os esquemas político-partidários armados no começo de cada administração.
Fidelidade em troca de secretarias e da direção de empresas estatais, ou da celebração de contratos entre o poder público e empresas recomendadas pelos partidos e as lideranças. Ficará quase impossível o impeachment político dos governadores, vale repetir, se evidenciada sua culpabilidade. Só o Poder Judiciário, através de demorados processos, teria condições de afasta-los, mas quando se caracterizassem as sentenças, seus mandatos teriam terminado faz muito.
Quanto a secretários e altos funcionários, se os governadores não os sacrificarem em nome de sua própria sobrevivência, a Justiça será capaz de atingi-los, mas igualmente em processos bem mais longos do que seus períodos nos governos.
Policiais sempre poderão ser demitidos a bem do serviço público, em processos administrativos, mas o corporativismo funciona nessas horas, pelo menos protelando a ação da Justiça, se tiverem sido abertos processos contra eles pelo Ministério Público.
Sobram os empresários, na quadrilha do Cachoeira e em inúmeras outras quadrilhas semelhantes, até mais poderosas. Neles, a CPI não chegará senão retoricamente, podendo apontar um ou outro como agente corruptor e beneficiário da corrupção. Estarão todos, porém, muito bem blindados, até na teoria desligados de suas empresas. Até hoje, faltam exemplos de punição efetiva para os empresários corruptos.
Não se dirá que entre mortos e feridos salvar-se-ão todos, mas é quase isso. A exceção talvez venha a ser o próprio Carlinhos Cachoeira, como satisfação para a opinião pública. A CPI não deverá poupá-lo, nem o Ministério Público, muito menos os tribunais. Isso caso não venha a encontrar-se gozando de sua fortuna fora do país.