Igrejas Cristãs contra decisão de Alckmin de fechar 93 escolas e transferir 311 mil estudantes

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC expressa sua solidariedade aos e às estudantes mobilizados/as no estado de São Paulo por uma educação pública de qualidade.

Eis a nota oficial da CONIC: A educação é um direito humano básico e precisa ser garantida pelo Estado. Compreendemos que a mobilização e reivindicação dos e das estudantes é pela garantia desse direito. Neste sentido, a mobilização é inteiramente legítima em um estado democrático de direito.

A falta de abertura para o diálogo e o aparato repressor utilizado pelo Estado de São Paulo causam surpresa e indignação. Compreende-se que a sociedade civil e Estado deveriam ter canais abertos de diálogo, principalmente quando o assunto em questão é um tema tão relevante quanto a educação.

O anúncio do adiamento da proposta de reorganização da rede estadual de educação anunciada no dia 04 de dezembro não é suficiente. Não há garantias da suspensão de fechamento das 93 escolas e da transferência de 311 mil estudantes.

Pedimos que o governo do estado de São Paulo estabeleça um imediato canal de diálogo com a comunidade escolar. A construção da solução deve ser coletiva e ter como objetivo final melhorar a qualidade da educação e não apenas reduzir gastos.

Aos e às estudantes e seus familiares, nossa solidariedade, em especial, para aqueles e aquelas que sofreram violência policial.

Igrejas cristãs contra o impeachment de Dilma

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), composto pelas igrejas Evangélica de Confissão Luterana, Episcopal Anglicana do Brasil, Metodista e Católica, divulgou nota em que diz que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se baseou em “argumentos frágeis” ao abrir o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Vemos com muita preocupação que o presidente da Câmara tenha acolhido um pedido de impeachment com argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação fática para acusação de crime de responsabilidade contra a presidente da República”, diz o pronunciamento.

“Perguntamos quais seriam as consequências para a democracia brasileira diante de um processo de deposição de um governo eleito democraticamente em um processo sem a devida fundamentação.”

 

DECLARAÇÃO EM DEFESA DA DEMOCRACIA

 

“A justiça caminhará à nossa frente e os seus passos traçarão um caminho” (Sl 85.16)

 

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC), nesse contexto de tensões e incertezas que paira sobre o mandato da presidente Dilma Rousseff, une-se às demais organizações da sociedade civil e reafirma o compromisso e engajamento em favor do respeito às regras da democracia.

Como já afirmamos em diferentes ocasiões, nossa história democrática foi conquista com a luta e engajamento de muitos brasileiros e brasileiras, muitos perderam suas vidas. Ela precisa, portanto ser diariamente reafirmada. Vemos com muita preocupação que o presidente da Câmara tenha acolhido um pedido de impeachment com argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação fática para acusação de crime de responsabilidade contra a presidente da república.

O momento pelo qual passamos pede serenidade e profunda reflexão. Vivemos um tempo difícil na economia e na política. Ainda estamos estarrecidos com o crime ambiental ocorrido em Mariana (MG) e que afeta também o estado do Espírito Santo. Temos, portanto, razões para afirmar e conclamar que os e as parlamentares se dediquem para a defesa dos interesses das pessoas que, nesse momento, sofrem os impactos dos crimes ambientais, da violência e do desemprego.

Perguntamos quais seriam as consequências para a democracia brasileira diante de um processo de deposição de um governo eleito democraticamente em um processo sem a devida fundamentação. Um impeachment sem legitimidade nos conduziria para situações caóticas.

No calendário cristão, estamos no período de advento. Tempo de renovação e reafirmação da esperança. Que este tempo contribua para refletirmos de fato um projeto para o país que leve em consideração não os interesses materiais e imediatos das elites econômicas e políticas, mas sim as necessidades das grandes maiorias, especialmente dos e das trabalhadores e trabalhadoras do campo e das cidades. Afinal, este é o sentido maior da res publica – atender ao bem comum e contribuir para melhorar a vida daqueles que mais necessitam do apoio do Estado na saúde, na segurança, na educação e na proteção social em momentos de crise econômica.

 

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC