Prefeito do Recife inimigo público

Roberta Soares: Pedestres correspondem a 31% das vítimas indenizadas em acidentes de trânsito
Roberta Soares: Pedestres correspondem a 31% das vítimas indenizadas em acidentes de trânsito

Recife maltrata os pedestres. As novas pontes e viadutos não possuem passagens, nem caminhos para o povo.

O prefeito não constrói praças. Parques nem pensar.
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Recife não tem passeio público.
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Tem apenas uma biblioteca para um milhão e 500 mil recifenses.
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Do mapa, prefeito e vereadores estão riscando tudo que é público. Não existe nenhum projeto de cemitério público. O último foi o Parque das Flores, municipalizado por Antonio Farias, um excelente prefeito.
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Não existe nenhum mercado público na Zona Sul do Recife. O dono do shopping, financiador de campanhas eleitorais, proibiu para todo sempre. Uma desautorização válida para toda a Região Metropolitana.
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Não se faz mais nada que preste para o povo.

Governar o Recife é construir os caminhos do shopping
Governar o Recife é construir os caminhos do shopping

Hoje o Diário de Pernambuco arrisca afirmar que “pedreste é associado a uma condição social de pobreza”.  Leia

Como acontecia na ditadura, os governos Fleury, Covas, Serra e Alckmin enterraram 3 mil pessoas identificadas em valas comuns. Este pavoroso crime acontece noutros Estados?

Se tem vala comum no Rio de Janeiro, lá pode estar o corpo de Amarildo. Em Minas Gerais, o da amante do goleiro Bruno. E milhares e milhares de pessoas assassinadas pela polícia nos despejos, nas falsas resistências seguidas de morte. E os mortos por causa desconhecida e balas perdidas.

A ditadura policial do Brasil democrático oficializou imensas covas comuus de profundidade desconhecida, como se não bastassem os cemitérios clandestinos que se espalham por todo o país.

Comenta Gilmar Crestani: O PSDB não faz história, repete, como farsa. Dá continuidade ao que existia de pior ao que existia na ditabranda da Folha… É por isso que 20 anos de PSDB em São Paulo deveria também ser enterrado em vala comum. E nem vão poder lavar as mãos, porque conseguiram o impossível, racionamento de água no País da abundância d’água.

Alguém ainda lembra da história do bebê japonês da Yeda Crusius?! Este é PSDB do Aécio, do Serra, do Alckmin, do FHC.

Ministério Público de SP vai pedir exumação de ‘indigentes com RG’

Promotoria processará governo do Estado por enterrar pessoas identificadas em valas comuns

3.000 foram enterrados sem aviso às famílias nos últimos 15 anos em cemitérios da capital

por Reynaldo Turollo Jr. e Rogério Pagnande

O Ministério Público vai processar o governo de São Paulo por ter enterrado milhares de pessoas como indigentes, apesar de estarem identificadas quando morreram.

A ação será coletiva, isto é, movida em nome das cerca de 3.000 famílias que tiveram os corpos de seus parentes mandados para valas comuns da capital de 1999 para cá.

Além de indenizar as famílias, a ação pedirá à Justiça a exumação dos corpos e exames de DNA que comprovem a identidade dos mortos.

Como a Folha revelou ontem, os enterros foram feitos sem que as famílias fossem procuradas. Em alguns casos, elas buscavam por parentes mortos há 14 anos, como se estivessem desaparecidos.

Os promotores também querem a mudança dos procedimentos adotados pelo governo paulista, criando mecanismos para avisar as famílias.

Será provavelmente a maior ação já movida pelo Ministério Público contra o Estado de São Paulo –o processo poderá se estender a outras cidades, já que outros serviços funerários serão investigados.

A decisão de processar o Estado foi tomada após uma reunião de emergência no Ministério Público, depois da publicação da reportagem.

Participaram o procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa, e a promotora Eliana Vendramini, que investiga o caso. Ela descobriu os chamados “indigentes com RG” durante uma investigação sobre desaparecidos.

Agora, a promotora está cruzando os nomes de desaparecidos do Estado com os cerca de 3.000 nomes de enterrados como indigentes.

“Nós estamos olhando um por um da lista para comunicar [parentes que ainda estiveram à procura]. Eu não encontro um nome para o que o Estado fez”, afirmou.

“[A ação pedirá para] exumar, fazer o DNA, retificar o registro [de óbito], trasladar o corpo e indenizar”, disse.

Os 3.000 corpos passaram pelo SVO (Serviço de Verificação de Óbitos), ligado à Faculdade de Medicina da USP. O órgão faz autópsias em casos de mortes sem suspeita de violência, quando a causa dela ainda é desconhecida.

Foi o SVO quem mandou para valas públicas os corpos que não foram reclamados pelas famílias no prazo de 72 horas, valendo-se de uma norma instituída em 1993, no governo Fleury (PMDB), e mantida nos governos de Covas, Serra e Alckmin (PSDB).

A Promotoria questiona o fato de as famílias não terem sido procuradas, uma vez que todos os mortos estavam identificados, o que teria evitado as buscas sem fim.

Buscas como a da família de Cláudio Rocha, 53, que teve o pai desaparecido em 2000, mas até a semana passada ainda tinha esperança de encontrá-lo com vida. Foi Vendramini quem deu a Cláudio a notícia da morte do pai, ocorrida ainda naquele ano.

O governo não deve alterar a regra de 72 horas para reclamação de corpos antes do enterro, até por falta de geladeiras (leia nesta página).

O SVO afirma que segue a legislação, que não obriga o serviço a procurar as famílias. Até por isso não tem equipe para esse fim. Diz, porém, que está disposto a seguir as orientações da Promotoria.

Ficarão de fora da ação coletiva famílias que tiverem autorizado o enterro como indigente, por falta de condições financeiras. Para saber quantas foram, a Promotoria pedirá ao SVO documentos que provem o aval dos familiares.

 

 

Vala comum em Bergem-Bergem (ou Belsen) na Alemanha nazista
Vala comum em Bergem-Bergem (ou Belsen) na Alemanha nazista
Vala comum em Ruanda
Vala comum em Ruanda
Vala comum na Bósnia
Vala comum na Bósnia

Berlim ganha cemitério só para lésbicas

Segundo fundação responsável, muitas mulheres gostariam de ser enterradas perto de suas namoradas e amigas, reforçando os laços com uma comunidade mesmo após a morte.

The entrance of the cemetery on the border of Mitte and Prenzlauer Berg.  (Vocativ/Joel Stonington)
The entrance of the cemetery on the border of Mitte and Prenzlauer Berg. (Vocativ/Joel Stonington)

cemitério 2

Germany Lesbian Cementery

Escreve Thiago de Araújo

 

É normal casais apaixonados compartilharem o amor e a proximidade até o fim da vida, não é? E por qual razão isso não poderia ser mantido também após a morte? Foi pensando nisso que um grupo dedicado aos interesses das lésbicas intermediou a abertura do primeiro cemitério exclusivo para mulheres homossexuais do mundo. Ele está localizado em Berlim, na Alemanha, e iniciou as suas atividades no domingo 6 último.

Uma área de 400 metros quadrados, localizada no cemitério luterano Georgen Parochial, no bairro de Prenzlauer Berg, passa a oferecer 80 sepulturas para lésbicas que queiram dividir o mesmo pedaço de chão até mesmo depois da morte. A iniciativa foi possível graças a um acordo fechado entre a igreja local, a Associação Safia e a Fundação Sappho, ambas entidades que prestam assistência a mulheres homossexuais.

De acordo com matéria publicada pelo Deutsche Welle, a área do cemitério foi cedida à por um período de 30 anos, em troca da revitalização e manutenção do local. Astrid Osterland, porta-voz da Fundação Sappho, explicou que a iniciativa atende a um anseio comum e antigo de casais que passam uma vida toda unidos, e que querem prolongar essa união, ainda que de maneira simbólica.

“Elas viveram juntas, apoiaram uma a outra, trabalharam juntas e agora que morreram… elas querem estar com suas amigas”, disse Astrid, em declarações reproduzidas pelo site Vocativ. Ela comentou também que a área do cemitério não será usada exclusivamente para enterros, mas também para eventos culturais que honrem as vidas das lésbicas.

A expectativa é de que o local possa receber a visita de mulheres de outras partes do mundo.

História e paisagens do Recife roubadas pela “modernidade” espelhada e a cegueira do poder público

por Josué Nogueira

 

Rio Mar ocupa a cena onde existia mangue e divide a paisagem com igrejas do bairro de São José
Rio Mar ocupa a cena onde existia mangue e divide a paisagem com igrejas do bairro de São José

 

A preservação da história de um centro urbano passa pela manutenção de edificações, paisagens e peculiaridades que documentam o passado e dão fisionomia à localidade.

Infelizmente, a cara do Recife, cidade nascida sobre ilhas, braços de rios e canais cortados por pontes, tem desaparecido aos poucos.

Áreas que reuniam cenários naturais e construções antigas de valor arquitetônico inquestionável vem sumindo gradativamente.

 

Torres com Brasília Teimosa e Pina ao fundo
Torres com Brasília Teimosa e Pina ao fundo

Impossível reconhecer o Cabanga olhado a partir de São José e do Recife Antigo, por exemplo.

O shopping Rio Mar e empresarias substituíram um trecho grande do estuário que compõe a Bacia do Pina – um dos últimos indícios de que vivemos sobre o mangue.

Do mesmo modo, é estranho olhar para o centro a partir das pontes que ligam Cabanga e Pina.

O casario secular e igrejas históricas são engolidos pelas “torres gêmeas” levantadas no cais vizinho à antiga ponte giratória.

O cenário vai ficar ainda mais estranho com o tal do projeto do Novo Recife entre o Cais José Estelita e a Av Sul.

Nada contra a ocupação de zonas esquecidas que devem e merecem ser revitalizadas, abrigando gente, comércio e “povoando” a cidade.

Foto de Ricardo Fernandes
Foto de Ricardo Fernandes

Mas, tudo contra a especulação imobiliária que toma mangues, viola paisagens e faz brotar espigões de concreto onde a história da cidade é contada (por que não limitar o número de pisos?).

A falta de limites na altura dos edifícios, associada à cultura do exclusivismo (prédios e condomínios fechados em si, erguidos como se estivessem em territórios independentes da urbe), rouba a feição e a alma da cidade.

As fotos do post atestam um pouco do escrito aqui. As duas primeiras, postadas na página de uma amigo, me estimulara a escrever este post.

O tema pode não estar na ordem do dia, mas segue carente de debate e de atitude (e comprometimento com a história) por parte do poder público.

É triste ver a cidade perder DNA diariamente e ser convertida em mais uma entre tantas, com prédios espelhados – tidos como atestado de luxo e “desenvolvimento” – e desconectados com a realidade circundante.


Dos comentários ao oportuno texto de Josué Nogueira, destaco dois anônimos (Recife é a cidade do medo, das patrulhas, do pensamento único, assim fica justificado o anonimato.

1 – Pois é… nos roubam a paisagem em nome de uma “mudernidadhy” pra lá de atrasada. Difícil escutar – todo o tempo – de gente que se diz esclarecida, e que já viajou mundo afora: “mas vai crescer como?”. E que não consegue captar bons exemplos de cidade, e que tem a mente no caixote que só enxerga o mundo na caixa fechada de espelhos a 100 metros de altura.

E é bom investigar os EIV’s (estudos de impactos de vizinhança) e os EIA’s (estudos de impactos ambientais) desses empreendimentos

2 – Engraçado, o blogueiro mora onde?
Deve morar em Boa Viagem ou em outro bairro nobre da cidade. Recife tem que se desenvolver e ficar uma cidade bonita. É muito fácil para esses intelectuais, com suas roupas de grifes, quererem que a cidade fique feia, enquanto eles moram na parte bonita.


[O comentarista n. 2 não diz em que lugar e que tipo de moradia deve residir o despejado pela justiça dos ricos e pelo braço armado da polícia que prende e arrebenta. Que todo arranha céu que aparece ocupa espaços antes habitados pelos pobres, pelos sem teto, pelos sem nada.

Quem são esse altos moradores que ocupam as novas altas torres?

Nada se faz que preste para o povo. Não há espaço para a vida e a morte das populações. Recife não tem um passeio público. Os hortos, parques e praças estão abandonados. Não se constrói mercado público. Centros de lazer, de cultura, de esportes. Nem cemitérios. O recifense não tem onde viver, nem onde morrer]

NÃO É TUA PÁTRIA

por Talis Andrade

indignados trabalhador mercadoria

Tua Pátria não é tua Pátria
se não tens um pedaço de chão

Se na imensidão dos latifúndios
não tens espaço
para plantar uma árvore

Se nas florestas e matas
todos os frutos são proibidos

Se na selva de pedra das cidades
não tens nenhum abrigo

Tua Pátria não é tua Pátria
não é tua Pátria
se não tens sete palmo de terra
para teu sono eterno

OS RICOS MAUSOLÉUS

por Talis Andrade

 

Túmulo de Humayun
Túmulo de Humayun

 

Os enterros solenes

os imponentes túmulos

os deslembrados nomes

assinalados nas lajes

fúnebre vaidade

dos que juntaram fortunas

às custas dos males

que empestam a terra

a escravidão a fome

a corrupção a guerra

 

Neste e no outro mundo

o dinheiro não compra nada

Em que chão estão enterrados

Moisés Lao-tsé e Confúcio

Acreditam os judeus que em Hébron

descansam Adão e Eva Abraão e Isaac

 

Os potentados esbanjam

fortunas ofícios e artes

na construção de mausoléus

Empilham ricos tesouros

para os violadores

de túmulos

os profanadores

que perambulam

pela noite escura

Dez sequestros famosos no Primeiro Mundo

Sequestrada aos doze anos
Sequestrada aos doze anos

No Terceiro Mundo não existe sequestro famoso. É coisa banal e corriqueira. Quantos jovens estão desaparecidos no Brasil? Ninguém sabe. Nem a justiça. Nem o governo. Existe até um ditado: negro não morre, desaparece.

No Brasil escravocrata, nas grandes cidades, os negros eram jogados na rua. Como animais mortos.

Os cemitérios dos negros, em nome do politicamente correto, desapareceram. E os negros, e os pobres são enterrados em covas rasas. Depois de um ano são desenterrados, para novos cadáveres ocuparem os sete palmos de terra da reforma agrária brasileira.

Acontece com os países em crise na Europa, e dou Portugal como exemplo: Os parentes esquecem seus mortos nos hospitais. Deixam para o governo a conta do enterro. Que é cada vez mais caro morrer. Principalmente no Brasil, país que, inclusive, promove o tráfico de cadáveres para escolas  e transplantes da medicina de vanguarda.

Os prefeitos brasileiros não constroem cemitérios, e apostam na privatização da rendosa indústria da morte.

Ninguém localiza os cemitérios clandestinos – da ditadura militar, do governo paralelo e milícias e justiceiros.

Em um cemitério clandestino, a polícia de Sérgio Cabral enterrou Amarildo.

BRA_NOTA onde enterrou

o comércio dos papa-defuntos
BRA^GO_DDM tráfico cadáveres
BRA_OP cemitério

O sequestrador, o torturador, sempre, sempre é um serial killer e psicopata.

Dez sequestros famosos. Compare as sentenças da justiça.

BRA^PR_NOS ala dos esquecidos

Por que o Estado tem que pagar o enterro das autoridades privatistas?

Inspirados na política de estado mínimo de Margaret Thatcher, os governantes brasileiros privatizaram tudo. Até os cemitérios.

Dou o exemplo do Recife. O prefeito Antônio Farias (de 1975 a 1979) estatizou o Parque das Flores, reformou e ampliou todos os cemitérios, inclusive o de Santo Amaro, com a construção da avenida Mário Melo. Depois dele ninguém fez mais nada. No Dia de Finados, a manchete dos jornais safados: a prefeitura limpou o Santo Amaro. Isto é, capinou o mato. E passou um mão de cal. Estava sujo demais.

Os mortos das U.T.Is. dos pobres são abandonados pelos parentes. Também ninguém vai mais buscar, no necrotério, os corpos dos miseráveis apagados nas ruas de morta matada, de morte morrida, de morte de causa desconhecida e por bala perdida.

Aumentam os enterros dos indigentes. Um funeral custa uma grana braba que a família não tem. Antigamente se passava a lista, e parentes e contraparentes e a vizinhança e amigos do morto participavam da vaquinha.

Hoje está valendo a máxima de Thatcher: cada um por si, que o povo se vire feito siri na lata. Eta muié de coração de ferro.

Ken Loach: Privatizemos o funeral de Margareth Thatcher!

Foi o que disse o diretor de cinema britânico sobre o enterro de Margareth Thatcher, morta no último dia 8, e que deverá levar junto consigo o moribundo neoliberalismo.

privatizamos os enterros dos indigente. Que privatizados sejam os enterros das autoridades entreguistas

 

“Privatizemos o funeral dela: façam uma concorrência. O menor preço leva. Foi o que ela mais fez e mandou fazer.” – Ken Loach.

Essa doeu fundo
Wellfare state

Esta doeu na alma da dama de ferro, de seus apoiados Pinochet, Reagan, Bush, e DeClerk (Isto mesmo, a Sra. Thatcher apoiava o aparteit da Àfrica do Sul, e considerava Mandela um terrorista!), e doeu na alma hipócrita da direitalha contraditória que se vale deste sítio para apregoar a ideologia do individualismo e da competição.
Agora que seu funeral vai custar milhões aos cofres públicos, seria a hora de homenageá-la aplicando o que ela sempre defendeu em vida: Privatizem seu funeral!
O inferno a aguarda, senhora dama de ferro, que de agora em diante terá que conviver com o enxôfre.

Fonte: midiaindependente.org