DIREITA VOLVER. O mercado financeiro e Marina Silva se assumiram

Com o golpe militar de 1964, e a caneta do ditador Castelo Branco, o Banco Central nasceu livre e independente, e foi cassada a estabilidade no emprego do trabalhador brasileiro, concedida na presidência de Getúlio Vargas. Essa volta aos tempos de chumbo, esse retrocesso, pretendem os banqueiros e grandes empresários, que patrocinam a candidatura de Marina Silva e do vice Beto Albuquerque, deputado federal que sempre defendeu os interesses dos latifúndios, dos agronegócios, e das estrangeiras empresas de armas, de fumo, e o avanço dos transgênicos na agricultura, tendo o povo brasileiro como cobaia.

salário emprego mendigo

 

Com o fracasso do PSDB em se firmar como braço político da elite econômica, o PSB de Marina destoa de compromissos históricos e abraça a agenda liberal de Castelo Branco e FHC

por redação RBA

 

A adesão do mercado financeiro à candidatura de Marina Silva foi instantânea. E o programa do PSB, já com a candidata na cabeça de chapa após a morte de Eduardo Campos, torna nítida essa aliança em temas relacionados a mercado de trabalho, direitos dos trabalhadores e condução da economia. Diz o programa de Marina: “A terceirização de atividades leva a maior especialização produtiva, a maior divisão do trabalho e, consequentemente, a maior produtividade das empresas”. É essa a linguagem utilizada pelas empresas e bancos quando substituem seus quadros de funcionários por serviços terceirizados para economizar com salários e direitos e desorganizar categorias.

E são esses os argumentos da bancada empresarial no Congresso desde 2004, na tentativa de aprovar um projeto de lei (o PL 4330) que escancara as portas da legislação trabalhista para essa fraude na subcontratação de mão de obra. Atualmente, as empresas perdem na Justiça do Trabalho os processos contestando essa prática. E com um programa desses, podem acabar com a “insegurança jurídica”.

O objetivo de “reduzir os custos” do trabalho no Brasil não é novo. Um projeto de lei com esse fim foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2002, último ano de governo FHC. Quando Lula tomou posse, em 2003, retirou o projeto, que já estava no Senado, e enterrou sua tramitação. De lá para cá, o Brasil conviveu com um processo de desenvolvimento que apostou no fortalecimento do mercado interno, permitiu a criação de empregos e o aumento da renda.

Para retomar aquela agenda que havia sido superada, Marina precisará de uma ­­coalizão neoliberal conservadora no Congresso, nos moldes daquela que deu sustentação às políticas da era FHC. Com o discurso da “nova política”, vai precisar de adesões do pior da “velha política” para cumprir seus “compromissos”.

Seu programa defende a independência do Banco Central, o que significa retirar do Estado o papel de regulador da economia e deixar ao sabor do mercado a regulação dos juros, do crédito e do câmbio, por exemplo. Não por coincidência, estão entre os gurus econômicos do PSB uma das donas do Itaú Maria Alice Setúbal e os economistas de alma tucana Eduardo Giannetti e André Lara Resende. Por meio da candidata, propõem superávits primários (sobras de caixa para arcar com o pagamento de juros da dívida pública) mais elevados que os atuais. Mesmo que ao preço de conduzir a economia brasileira a um forte arrocho fiscal, levando à redução dos investimentos públicos e dos gastos sociais.

Não por coincidência, estão entre os gurus econômicos do PSB uma das donas do Itaú Neca Setúbal e os economistas de alma tucana Eduardo Giannetti e André Lara Resende
Não por coincidência, estão entre os gurus econômicos do PSB uma das donas do Itaú Neca Setúbal e os economistas de alma tucana Eduardo Giannetti e André Lara Resende

O programa de Marina para a política comercial também repete o ideário neoliberal que prevaleceu no Brasil durante os anos 1990, e que destruiu economias em todo o mundo. Os acordos bilaterais propostos pela candidata do PSB contrariam a tendência de fortalecimento dos blocos econômicos como o Mercosul. A diminuição da importância do pré-sal também é um dos anseios da “nova” aliança, o que anularia os enormes investimentos em pesquisa e tecnologia feitos para que o Brasil assumisse posição de protagonista no campo energético mundial. E prejudicaria o retorno desses investimentos, já previsto em lei, para a educação e a saúde.

Outra curiosidade do caderno de projetos do PSB para o Brasil é destinar cinco páginas à importância do agronegócio, e de se garantir seu crescimento, e somente três parágrafos à agricultura familiar, que responde pelo emprego de 74% da mão de obra na área rural, por aproximadamente 38% da produção nacional, e por 60% da produção de alguns itens básicos da alimentação brasileira.

O programa reserva ainda a redução do papel do BNDES e dos bancos públicos, tanto no que diz respeito ao crédito de longo prazo quanto ao consumidor. Marina propõe acabar com crédito direcionado, aquele que financia casa própria, agricultura, pequenos e médios empresários e industriários. Em benefício dos bancos privados, que poderiam cobrar juros mais altos na concessão desse tipo de empréstimo, que hoje é regulamentado.

Os riscos desse receituário são conhecidos dos brasileiros: recessão de fato (muito além da “recessão técnica”) e a volta do desemprego. Um cenário dos anos 1990, que enfraquece os trabalhadores e diminui sua capacidade de promover a distribuição de renda por meio de aumentos reais em seus acordos coletivos.

Com o fracasso do PSDB em se firmar como braço político da elite econômica, no plano nacional, o PSB e Marina aceitam assumir essa agenda. Ela une sua fome de ganhar uma eleição com a vontade do mercado de devorar o projeto de desenvolvimento com distribuição de renda e inclusão social que vem sendo construído desde 2003 ao longo dos governos Lula e Dilma. É isso o que está em jogo no dia 5 de outubro.

 

Emprego terceirizado, o famoso PJ, é trabalho temporário, renda incerta, porque amanhã você pode estar no olho da rua.
Emprego terceirizado, o famoso PJ, é trabalho temporário, renda incerta, porque amanhã você pode estar no olho da rua. (T.A.)

Uma boa medida para ajudar a combater a fome no Brasil e Portugal

Vida noturna na cidade de São Paulo
Vida noturna na cidade de São Paulo

 

Quanto mais fome mais violência. Os famintos, no Brasil, estão nas favelas consideradas não pacificadas. Acontece que as balas perdidas da polícia e os cacetetes dos policiais não enchem barriga.

Publicado no Diário de Notícias de Portugal:

As Misericórdias […] são o último refúgio do pobre ou do necessitado. A atual crise financeira, laboral e social, faz com que muitas pessoas recorram ao auxílio que as Misericórdias podem fornecer. Só que os pedidos ultrapassam a capacidade financeira destas organizações, à beira do colapso. Ora, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem a concessão dos jogos sociais. É aqui que, em nome de uma solidariedade nacional, clamo ao provedor da SCML e ao ministro das Finanças que as verbas não previstas nos orçamentos, com os impostos já pagos, referentes aos prémios das lotarias que não foram distribuídos, prémios do Euromilhões, do Toto-bola e do Totoloto que não foram levantados, sejam distribuídos de forma equitativa pelas Misericórdias do País, com critérios a estudar. […] Essas verbas, afinal, não deviam reverter de novo para as Finanças e SCML, pois já não têm qualquer direito sobre elas. Mas, bem aplicadas, poderão mitigar muita fome por esse País fora…

 

 

Contra as arbitrariedades da Caixa Econômica

MTST faz ato na Avenida Paulista!

 

 

 

Cerca de 450 famílias das ocupações Novo Pinheirinho de Embu e de Santo André e da ocupação Che Guevara estão neste momento realizando um ato no prédio da Gerência Técnica Estadual da Caixa, na Avenida Paulista, em frente ao Metrô Trianon Masp. O prédio foi ocupado pelos sem-teto.

O objetivo da mobilização é garantir a possibilidade da Associação do MTST viabilizar ermpreendimentos previstos na Região Metropolitana de SP. A Caixa divulgou uma análise na última semana que só autoriza a construção de 50 apartamentos para a Associação do Movimento.

Há a previsão de mais de 2000 unidades habitacionais na demanda do Movimento, a serem viabilizadas pelo Programa MCMV – entidades.

CRIAR, CRIAR! PODER POPULAR!

Galeria de fotos

 

 

Presenteados amigos ocultos dos sorteios secretos da Caixa Econômica

Eu não acredito em nenhum jogo de azar que esconde os nomes dos beneficiados pela sorte. Mesmo que seja bancado pelo bicheiro Cachoeira.

Eis uma lista, que apenas revela nomes de políticos. Sempre sobra para os políticos.

Agência Floripa:

Com a maior evolução patrimonial nos últimos quatro anos entre os vereadores de São Paulo, Wadih Mutran (PP) creditou seu enriquecimento a três bilhetes de loteria premiados.

Reportagem publicada nesta quinta-feira (12) mostra que Mutran (PP) dobrou sua riqueza entre 2008, quando declarou ter R$ 1,9 milhão à Justiça, e 2012, quando informou R$ 3,8 milhões.

No intervalo, afirma, ganhou R$ 600 mil na loteria federal, em 2009. “Era uma trinca. Três bilhetes, cada um com prêmio de R$ 200 mil.”

O vereador não é o primeiro caso de político que diz ter sorte de ganhar prêmios na loteria.

O mais notório foi o deputado João Alves, morto aos 85 anos em 2004 e que ficou conhecido pelo envolvimento no escândalo dos Anões do Orçamento na década de 1990.

Alves renunciou ao cargo de deputado em 1994 para escapar de um processo de cassação e de perda de direitos políticos, mas não voltou a se candidatar.

Para justificar o seu alto padrão de vida, alegava ser um ganhador contumaz de loterias –teriam sido 221 prêmios.

Em 2004, levantamento feito pela Receita Federal e pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) também mostrava dois políticos ganhando nas loterias da CEF (Caixa Econômica Federal) diversas vezes.

O ex-deputado Francisco Garcia Rodrigues, que estava no PP do Amazonas, acertou, junto com o seu filho, 43 vezes em 21 jogos diferentes entre os anos de 1996 e 2000.

Entre 1996 e 1998, eles receberam juntos R$ 811 mil. Na época, em entrevista à Folha, Rodrigues atribui sua sorte ao “envolvimento” que tinha com futebol e ao uso do “computador”.

Outro caso relevado no mesmo período foi o do deputado Fernando Lucio Giacobo (PR -PR ), que acertou 12 vezes em oito jogos em um período de 12 dias. Ao todo, recebeu R$ 134 mil.

“Só tem sorte. E existe Deus, ele deu uma olhadinha lá e uma benzida”, disse Giacobo, em entrevista publicada na época.

Morto em 2010, o deputado José Janene, que foi um dos réus do mensalão, relevou em declarações para a Justiça Eleitoral ter ganhado R$ 36.184 na Mega-Sena em 2001.

Pane no sistema da CEF durou de setembro de 2008 a agosto de 2009?

Pedro do Coutto

Reportagem de Natuza Nery, Dimi Amora e Rubens Valente, manchete principal da Folha de São Paulo de domingo 10, iluminou nebuloso episódio ocorrido na Caixa Econômica Federal, que pode ter acusado – frisaram os repórteres – um prejuízo da ordem de 1 bilhão de reais. Uma pane no sistema de informática deu margem a que a corretora Tetto lucrasse negociando títulos de baixo valor por preços acima dos de mercado.

Algo estranho aconteceu no reino da Dinamarca. E chama especialmente atenção o fato de que os títulos foram comercializados no período de setembro de 2008 a agosto 2009. A pane no esquema informatizado terá durado onze meses? E os técnicos não perceberam? Tampouco o mercado?

Amigos ocultos de mais um prêmio da Caixa Econômica Federal ganham um bilhão

Um esquema de negociação de papéis da dívida pública pode impor um prejuízo de R$ 1 bilhão à União, graças à omissão dentro da Caixa Econômica Federal. Entre 2008 e 2009, a corretora carioca Tetto conseguiu vender os papéis por preços acima do mercado. No período, o sistema de informações da Caixa saiu do ar, segundo o banco, por um “erro” de uma empresa de informática terceirizada.

É isso aí: “conseguiu vender”. Vendeu a quem? Não é qualquer  um que possui um bilhão sobrando para comprar papéis.

Quem vende, vende para lucrar; e quem compra,  idem. Pela notícia, quem perdeu neste “erro” aspeado foi a Caixa Econômica Federal. Isto é, o povo brasileiro. O povo sempre perde. A Caixa ainda não  revelou quais sortudos embolsaram um bilhão.

Em qualquer dicionário, omissão: Falta de ação no cumprimento do dever; inércia; desídia.