
Pelego na rua para defender o trabalhador é coisa difícil de se ver.
E principalmente para fazer greve.
Mas marchar com os patrões isso acontece.
Patrões e empregados juntos considero suruba. Boa coisa não é.
Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, a expectativa é que os sindicalistas cheguem à região do Ibirapuera em 2,5 mil ônibus – alguns deles estavam estacionados nesta manhã na Avenida República do Líbano. Paulinho afirmou que o ato reúne empresários e sindicalistas de vários setores produtivos, e que o plano de incentivos à indústria anunciado nesta terça pela presidente Dilma Rousseff “foi feito nas coxas” e “não ataca o cerne do problema”.
“O projeto de ontem são medidas pontuais e importantes. O governo desonerou 11 [setores produtivos], mas a indústria nacional é composta por 127 setores. O plano não ataca o cerne do problema. O coração do problema é juros e câmbio. O Brasil precisa baixar juros e equilibrar o câmbio. Foi um plano meio feito nas coxas, feito na madrugada”, disse Paulinho.
É isso aí: além das benessses já concedidas, exigem mais dinheiro do governo.
– É um protesto para aumentar o salário mínimo?
– Não!
– Para aumentar o salário piso?
– Não!
– Que diabo de protesto é este?
– É um Grito de Alerta em Defesa da Produção Nacional e do Emprego.
– A estabilidade no emprego?
– Não!
– Que produção nacional, se as grandes empresas brasileiras foram desnacionalizadas e as estatais privatizadas?
– (Um diretor de uma montadora estrangeira entrou na conversa) O Brasil tem várias BR
– BR hoje é nome de estrada federal, com porteiras de pedágio para enriquecer algum empresário.
De acordo com o presidente da Força Sindical, 2.500 ônibus foram contratados para transportar trabalhadores de toda região metropolitana. Sua expectativa é de que o ato reúna 80 mil pessoas.
“Esta manifestação é para assustar a presidente Dilma Rousseff, que na minha opinião está sendo enganada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pelo ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel”, afirmou Paulinho. “O governo tem de agir rápido porque vários setores, como o de autopeças, já estão quebrando.”
Quem pagou esses 2.500 ônibus?
Paulinho não fala de dinheiro para o bolsa-família, no trabalho escravo, nos salários de fome pagos pelas montadoras e oficinas estrangeiras, na auditoria da dívida, no lucro dos bancos, das companhias de telefone, de fornecimento de energia, na importação de gasolina, no Brasil transformado em exportador de materia-prima, nos cortes de verbas da Saúde, da Educação, da Previdência dos Pobres, no rendimento mensal dos brasileiros, nem nas botijas das centrais dos trabalhadores (dinheiro jamais fiscalizado).
Tem que diga o protesto juntou 10 mil, 20 mil, 90 mil. As empresas não cortaram o ponto dos funcionários. Foi um liberou geral pela liberação de verbas e mais verbas do FAT, via BNDES.
Eta farra boa. Dinheiro para o trabalhador, nécas. Pro patrão, quanto mais, melhor.