A Região Metropolitana de Belo Horizonte tem, aproximadamente, seis milhões de habitantes.
Repetindo: seis milhões.
Eis as machetes dos jornais de Belo Horizonte. Na contagem do jornal O Tempo, apenas 6 mil mil manifestantes.
Eis as machetes dos jornais de Belo Horizonte. Na contagem do jornal O Tempo, apenas 6 mil mil manifestantes.
por Geraldo Elísio
Perigoso o jogo desesperado da direita brasileira em chamar de golpe a quase certa reeleição da presidenta Dilma Rousseff, chamando por uma alternância de poder. Não tem como em uma eleição, com votos universais secretos e diretos, dizer que isso não é democracia. Que trate a direita brasileira de entender que os velhos padrões da casa grande e senzala chegou ao fim. Tratem eles de encontrar candidatos diferentes do pastor Silas Malafaia, do capitão da reserva Jair Bolsonaro, dos tucanos Geraldo Alckmin, José Serra e do bêbado e drogado Aécio Neves. Se não encontrarem um candidato digno, com uma visão capaz de sufocar o ódio de classe e a desigualdade social com uma democracia substantiva, o que implica também no social e econômico, e por que não dizer com algumas modificações nas atuais estruturas que Caetano Veloso chama de “Podres Poderes”, jamais eles voltarão ao poder.
“A sociedade feudal e os vassalos” ficaram no devido lugar, nas páginas da História que em nada engrandecem a Humanidade. Francis Fukuyiama errou feio em dizer que a História acabou, ela está apenas começando. Do mesmo modo, na bolsa de apostas, Paul Krugman tem muito mais valor que o defasado Milton Friedman, a ascensão social e a autodeterminação dos povos continua sua rota ascendente.
O mundo não pode ser mais dividido entre suseranos e vassalos. O mundo, repito, é a casa de todos nós e temos que entender que um dia nada mais seremos que o título de uma linda canção norte-americana de Hoagy Carmichael chamada ‘Star Dust’, singelamente traduzido por ‘Poeira Estelar’, ou se quiserem de forma mais atual, pó de estrelas.
E por falar nisso, do coxinha-mor, do contínuo ao seu último subalterno, curtam a dor pois a democracia permite isso. E no mais ‘resquieat in pace et memento homo guia est pulôveres et in pulôveres reverteres’. Alguém ficou no pó.
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Geraldo Elísio – repórter, de um leito de hospital em Belo Horizonte, com pneumonia e cercado de pneumologistas por todos os lados.
P.S.: os laboratórios identificaram a cepa Andreata aebrius terrificus, porém já debelada.
Sou favorável que o jornalista vote aberto. Os proprietários de mídia realizam campanha. Por que obrigar o jornalista a aparentar uma falsa neutralidade?
Uma campanha presidencial decide o futuro do Brasil como país, como nação, e o amanhã do povo em geral.
Quando uma campanha é disputada voto a voto, ela se torna mais democrática, mais emocionante, mais apaixonada e apaixonante. Não há como fugir do contágio das emoções.
O jornalista pode ser tudo, menos um indeciso, porque é um daqueles cidadãos que Fernando Henrique chama de esclarecido (pronto, com esta frase defini o meu voto).
por Cristina Moreno de Castro
Como prometido, hoje vou escrever sobre meu voto. Apesar de muitos terem dito que eu não deveria declarar meu voto, por estarmos em um momento de muita agressividade na internet, acho que estas são eleições em que não podemos nos omitir, temos que tomar um partido, sair do muro, porque muita coisa está em jogo. Claro que não escrevo este post para aqueles que já estão convictos de seu voto (e todos têm seus motivos para escolher um ou outro candidato, que devem ser respeitados), mas para os que ainda estão abertos a mudar de opinião (ou tomar uma posição), a partir da reflexão. E, para contribuir com essa reflexão, trago uma planilha com diversos dados que coletei a partir de registros oficiais, além de mais de 70 links para notícias confiáveis, selecionadas a partir de critério jornalístico, que detalham o que escrevo ao longo do post, e que podem ser consultadas como fonte de informação.
Conheça o voto da poeta e jornalista Cristina Moreno de Castro. Inclusive porque ela explica as razões. É uma verdadeira aula da história política do Brasil hoje. Leia e medite. Clique aqui
A falta de planejamento e de investimento em obras em São Paulo, que levou à crise da falta de àgua naquele estado, infelizmente também se repetiu em Minas Gerais. Resultado: encerrado o primeiro turno, várias cidades começam a enfrentar a crise de abastecimento. Não é coincidência que os dois estados sejam governados pelos tucanos. O PSDB prefere atender aos interesses dos acionistas das empresas de abastecimento de água a fazer investimentos para evitar as crises. Tem sido assim com a Copasa, a empresa de Minas, e com a Sabesp, a empresa do governo estadual de São Paulo.
Essa política do PSDB já tinha dado errado em 2001, quando o Brasil viveu o trágico racionamento de energia no governo Fernando Henrique Cardoso. Agora, a mesma política de não se investir no planejamento para aumentar o lucro da empresa e os dividendos pagos aos acionistas levou à crise de falta de água em Minas e em São Paulo.
Em Minas, vários bairros de Belo Horizonte já sofrem com a falta de água. Veja o que diz o site da rádio Itatiaia, da capital mineira, a maior do estado e uma das maiores do país:
“A constante falta de água em bairros de Belo Horizonte e da Região Metropolitana leva a população a desconfiar que existe racionamento na capital. Na região Norte de BH, moradores reclamam da falta de planejamento da Copasa e contam que passaram a acordar de madrugada (horário que água chega) para fazer as tarefas domésticas e armazenar água para o restante do dia.
“Todo dia falta água, que só chega na madrugada. A gente tem que acordar para poder armazenar água e poder usar no outro dia. Se a Copasa não tem planejamento, não pode empurrar racionamento na gente na marra. Tem de ser feito de acordo, não de qualquer maneira”, relatou Anderson Antônio, morador do Bairro Jaqueline.”
Clique AQUI para ler a reportagem completa, incluindo o áudio.
Nessa outra reportagem, publicada pelo jornal O Tempo, leitores relataram falta de água em 81 bairros de BH. Leia um trecho:
“Está insuportável. Chego a ficar três dias sem água. Moro em um prédio que não tem todos os moradores e pego água da caixa desses apartamentos”, afirma a professora Eliane Izabel Braga Castro, 43, do São Bernardo, na região Norte. Também sofrem os comerciantes. “Já tivemos que mandar clientes para casa por causa da falta de água. Está faltando água todos os dias há cerca de 20 dias. Depois do almoço, a água acaba e volta só durante a noite. Estamos economizando, mas já fomos prejudicados”, disse Rodrigo Amorim, proprietário do Pet Shop Cão Mania, no Padre Eustáquio.”
Clique AQUI para ler a reportagem completa, no site do jornal O Tempo.
Como ocorreu em São Paulo, o que está infelizmente acontecendo em Minas já era previsível e poderia ser evitado, caso houvesse planejamento dos governos do PSDB nos dois estados.
Durante a campanha eleitoral, por exemplo, o candidato Fernando Pimentel, ex-ministro de Dilma e apoiado pela presidenta, alertou várias vezes para a iminência de um racionamento ou crise séria de falta d´água (Pimentel venceu no primeiro turno, contra o candidato apoiado por Aécio).
Em 10 de setembro, Pimentel já alertava para o problema em reportagem de O Tempo. ““A Copasa teve o contrato de concessão com Pará de Minas por 30 anos ou mais e foi incapaz de fazer um reservatório que garantisse o abastecimento de água nos períodos de escassez, como agora’, afirmou o ex-ministro de Dilma.” Clique AQUI para ler a reportagem completa.
No mesmo dia, o jornal Estado de Minas também publicou o alerta:
“O candidato do PT ao governo de Minas, Fernando Pimentel, acusou nessa terça-feira o estado de ter adotado racionamento de água em Belo Horizonte sem avisar à população. ‘Desliga água em um bairro, desliga em outro. Não diz que é racionamento, mas já temos problemas de abastecimento’, afirmou Pimentel.”
Clique AQUI para ler o texto completo.
Como se vê, falta de aviso não foi. Os governos tucanos, porém, mais uma vez preferiram não planejar, não investir nas obras necessárias e aguardaram o fim do período eleitoral para tomar as medidas necessárias. A essa política, o jornal Folha de S. Paulo chamou de “estelionato eleitoral” do PSDB paulista, em editorial publicado no dia do primeiro turno. Infelizmente, o peso da má gestão recaiu sobre o povo mineiro e paulista.
GAFES EM MOMENTOS DIFÍCEIS
Especialista avalia que visão do prefeito Marcio Lacerda da cidade causa declarações infelizes
por Lucas Pavanelli/ O Tempo
As declarações do prefeito Marcio Lacerda (PSB) após o desabamento de um viaduto na avenida Pedro I nessa quinta repercutiram mal outra vez. O chefe do Executivo municipal afirmou que “acidentes como esse, infelizmente, acontecem”, disse que é “normal” liberar o tráfego para carros com os viadutos em fase de acabamento e chegou até a elogiar a Cowan, construtora responsável pela obra.
“A empresa é renomada, de muita tradição”, disse em coletiva de imprensa horas depois do desabamento do viaduto que matou duas pessoas e deixou outras 23 feridas.
Frases polêmicas como essas não são incomuns no currículo de Lacerda. Em outras ocasiões, declarações do prefeito repercutiram igualmente mal. Foi assim em novembro de 2012 quando ele esteve na avenida Abílio Machado, na região Noroeste da capital, um dia depois que um homem morreu após ter o carro arrastado por uma enxurrada.
“Nós deveríamos ter sido um pouco mais babás do cidadão para que eles não corressem riscos”, afirmou Lacerda. Na mesma ocasião, questionado porque a prefeitura não havia pensado em um plano de monitoramento antes do episódio, o prefeito disse: “É a vida. Os riscos aparecem e nós temos que atuar em função deles.”
Durante uma sabatina do grupo Folha/UOL em São Paulo, pouco antes das eleições de 2012, o prefeito tentou justificar a superlotação do transporte coletivo da capital em horário de pico. “Isso acontece muitas vezes porque as pessoas não querem esperar o próximo ônibus”.
Para o cientista político da PUC Minas Moisés Augusto Gonçalves, essas constantes declarações são “desrespeito ao cidadão” e uma visão diferente que o prefeito tem do conceito de cidade.
“Ele tem uma leitura da cidade enquanto ‘city’, um espaço de negócios. Outra concepção é a de ‘pólis’, um espaço comum. O primeiro mata a ideia de espaço do cidadão. Nesse conceito, a vida não tem valor e a fala do prefeito mostra um distanciamento do cidadão”, opina o professor.
Na última segunda-feira, o prefeito Marcio Lacerda manifestou o apoio ao pré-candidato do PSDB ao governo de Minas, Pimenta da Veiga. Para Gonçalves, o episódio deve “respingar” na campanha do tucano.
O presidente estadual do PSDB, deputado federal Marcus Pestana questiona a visão. “Não vejo nenhuma dimensão eleitoral nisso. É condenável tentar politizar esse tipo de assunto. O importante, agora, é solidarizar com as vítimas”, afirmou o parlamentar que evitou opinar sobre as declarações recorrentes de Lacerda.
Câmara
Sem opinião. Quando questionado, na entrevista coletiva, sobre a possibilidade de abertura de CPI na Câmara Municipal, Lacerda virou as costas e não respondeu a pergunta.
TODO O PESO DE UM VIADUTO
por Heron Guimarães/ O Tempo
A obra inacabada que desabou sobre a avenida Pedro I na última quinta-feira faz parte de um complexo de mobilidade urbana que custa aos cofres públicos mais de R$ 154 milhões. O viaduto destruído é apenas um dos quatro que a construtora Cowan diz ter “concluído” na capital mineira com “pontualidade e segurança”.
A propaganda da empresa de engenharia, a mesma que levou para Paris alguns secretários do Rio de Janeiro após vencer licitação suspeita, é tão malfeita ou mal-intencionada como o próprio viaduto que assassinou duas pessoas e deixou ferimentos e sequelas irreversíveis em outras 23 vítimas.
Em volantes distribuídos aos moradores da região, a Cowan ressalta suas qualidades e diz que “contribui para que seus contratos sejam cumpridos dentro dos prazos previstos e as obras sejam entregues aos clientes conforme as suas expectativas”. Mas, agora, quando vêm ao chão mais de 3.500 toneladas de concreto e ferragens, essa mesma empresa que alardeava seu compromisso com a “qualidade” acha que uma única nota com poucas linhas é o bastante.
Devido ao acidente, tudo o que essa empreiteira entregou à população, com pistas de superfaturamento, está sob ameaça. Afinal, quem agora terá sossego em passar por baixo de algum desses novos viadutos de BH?
Não é só isso. Matéria publicada por O TEMPO na edição de ontem traz também a situação mais do que preocupante da Estação São Gabriel, uma das maiores e mais importantes do Move.
Nesse caso, a obra não ficou sob administração da mesma empresa do viaduto da Pedro I, mas de outro consórcio, que, assim como a Cowan, não se preocupa muito em prestar esclarecimentos.
A estação, por onde passam 80 mil pessoas por dia, apresenta falhas inquestionáveis e percebidas até mesmo por um leigo.
São colunas fixadas com menos parafusos do que o recomendado, partes enferrujadas, vãos livres sem as devidas sustentações e piso com rachaduras. Especialistas já fizeram alertas de que a estação ou parte dela pode desabar. O secretário de Obras, sem convencer muito, disse que está “tranquilo”.
Já o prefeito de Belo Horizonte, após o desastre desta semana, disse que “acidentes acontecem e que o país irá aprender com isso”.
Não foi um pronunciamento feliz. Marcio Lacerda, que carrega agora todo o peso do viaduto da Pedro I nas costas, deve se posicionar melhor e manifestar rapidamente sobre o que pretende fazer com o desmazelo com que as obras estão sendo tocadas, sob pena de ser responsabilizado como coautor de outras tragédias. Se fosse ele, começaria por um olhar mais atento e medidas imediatas para garantir a segurança da São Gabriel.
A MENTIRA OU MEIA-VERDADE
A VERDADE NUA E CRUA
SUSPEITA DE SUPERFATURAMENTO
MP vai incluir acidente em processo que investiga sobrepreço e questionar fiscalização
Por Queila Ariadne
Humberto Siqueira e Jhonny Cazetta
O viaduto que desabou nessa quinta na avenida Pedro I faz parte de um complexo de obras de mobilidade urbana de R$ 154 milhões, que está sob suspeita de superfaturamento. Em 2012, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) detectou indícios de sobrepreço de R$ 6 milhões, e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu início à investigação. “Agora, esse acidente vai entrar no processo. Temos que apurar quem respondeu pela fiscalização da execução da obra. Temos que saber de quem é a responsabilidade, pois é dinheiro público desperdiçado”, afirmou o promotor de Justiça Especializada na Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno.
Segundo o promotor, o fato gera uma consequência jurídica imediata. “Vamos avaliar já na próxima semana qual a solução que a Prefeitura de Belo Horizonte vai tomar junto à Cowan, para que isso não gere ônus ao município”, disse.
A investigação começou em 2012, quando o TCE chegou a encontrar sobrepreço de até 350% em itens da obra, que inclui todo o projeto de ampliação das avenidas Antônio Carlos e Pedro I, com a implantação do Move. Na época, o foco das irregularidades era a Delta, empresa relacionada ao contraventor Carlinhos Cachoeira. Com 20%, ela fazia parte do consórcio Integração, junto com a Cowan, que detinha os outros 80%.
Em fevereiro daquele ano, dois dias após a Polícia Federal prender o bicheiro Carlinhos Cachoeira na Operação Monte Carlo, a PBH emitiu nota de empenho para pagar a Delta separadamente de sua parceira nas obras do Move na avenida Pedro I. A manobra foi realizada para evitar que um eventual bloqueio das contas da Delta prejudicasse a Cowan. Em julho, a Delta abandonou definitivamente o consórcio.
O prefeito Marcio Lacerda explicou que a obra do viaduto Guararapes ainda não havia sido entregue à prefeitura e afirmou que um inquérito será instaurado. “O projeto não foi feito pela prefeitura, mas por uma empresa renomada, de grande porte, de sucesso, de muita tradição no mercado”, destacou.
Sobre a empresa. A Cowan Construtora foi criada em 1958, em Montes Claros, no Norte de Minas. Segundo site da empresa, ela já participou da construção de rodovias, ferrovias, obras de saneamento, barragens, usinas hidrelétricas e até aeroportos. Dentre obras de destaque, além do BRT/Move da avenida Pedro I e Antônio Carlos, também estão a da Linha Verde (que liga o centro de Belo Horizonte ao aeroporto de Confins); duplicações da BR–040 (feitas pelo Dnit antes do leilão); e o gasoduto do Vale do Aço.
A empresa também é responsável pelas obras de ampliação da pista de pouso e decolagem de Confins. Fora de Minas Gerais, executa a ampliação do metrô do Rio de Janeiro.
Escândalo
Rio de Janeiro. Em 2012, a Cowan se envolveu em um escândalo por vencer uma licitação de coleta e tratamento de esgoto da Prefeitura do Rio de Janeiro, um ano depois de bancar a viagem ao Caribe de dois secretários, um do governador Sérgio Cabral e outro do prefeito Eduardo Paes.
PREFEITURA DE BH DESCARTOU RISCO DE DESABAMENTO DO VIADUTO EM FEVEREIRO
In Pragmatismo Político
Na matéria abaixo, publicada pelo Estado de Minas em fevereiro do presente ano, a prefeitura de Belo Horizonte descartou o risco de desabamento do viaduto que desmoronou ontem, quinta-feira (3). Na época, houve um deslocamento lateral de 27 centímetros na estrutura do viaduto, o que motivou o fechamento da via. Leia a íntegra:
Sudecap descarta risco de queda do viaduto na Avenida Pedro I
A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) descartou qualquer risco de queda no viaduto em construção sobre a Avenida Pedro I, na Região da Pampulha, e reafirmou que o trânsito na pista mista será liberado no decorrer desta segunda-feira, no cruzamento com a Rua Montese.
O trecho está fechado desde quinta-feira, mas o trânsito flui pela pista exclusiva de ônibus no sentido Centro/bairro.
Houve um deslocamento lateral de 27 centímetros na estrutura do viaduto, o que motivou o fechamento da via.
Operários escoraram o pontilhão e segundo a Sudecap, a empresa responsável pela obra continua trabalhando para corrigir o problema.
Após a conclusão dos estudos, ainda nesta semana, a obra será normalizada.
Na manhã desta segunda, os operários trabalham na parte do viaduto onde não há problemas de estrutura. O trânsito fui lentamente, porém sem grandes retenções no dois sentidos da Pedro I.
PREFEITURA TERÁ QUE INDENIZAR TODAS AS VÍTIMAS
A responsabilidade pela queda do viaduto será apurada criminal e civilmente
por Joana Suarez e Luciene Câmara
A responsabilidade pela queda do viaduto será apurada criminal e civilmente, já que não se trata de um caso fortuito (por força da natureza). Independentemente do resultado da perícia, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) – responsável pela obra – terá que indenizar vítimas da tragédia e os familiares pelos danos. O que precisa ser apurado, conforme o advogado criminalista e professor Marcelo Peixoto, é se houve homicídio culposo (sem intenção de matar)ou com dolo eventual (quando se assume o risco de matar).
“No culposo você é negligente, mas acha que não vai acontecer nada. Já a responsabilidade civil da PBH é objetiva”, afirmou Peixoto. Segundo ele, o processo vai observar se responsáveis técnicos, empresa e prefeitura foram imprudentes ou negligentes. A pena por homicídio culposo é de um a três anos de prisão, e pode ser aumentada em um terço por não observância à regra técnica. Já dolo eventual tem pena de seis a 20 anos.
Promotor de plantão do Ministério Público, Marco Antônio Borges disse que, desde o desabamento do viaduto, a promotoria recebeu várias ligações de moradores da região e e-mails de europeus que temem novos desastres na Pedro I. “Lamento este ser o legado da Copa em Belo Horizonte.”
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É uma quadrilha. A corrupção mata. Toda a máfia do asfalto devia ser presa. Depende da justiça querer. Só a justiça prende. (T.A.)
Os jornalões O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo tiram da reta o nome do prefeito de Belo Horizonte, para culpar a Copa. Os jornais mineiros não podem mentir para os belo-horizontinos. A culpa é da Prefeitura e da empreiteira. A culpa é do prefeito Márcio Lacerda que apóia Aécio Neves para presidente. A corrupção é tão grande, que mais dois ou três viadutos poderão ser interditados.
Compare a manchete de um jornal da Cidade-jardim com o jornalismo marrom da Selva de Pedra:
oor Geraldo Elísio Machado Lopes
Notícia de última hora: o “magnifico” prefeito de Belo Horizonte, Márcio “Clóvis Bornay” Lacerda, que o povo de Belo Horizonte fez desabar em nossas cabeças por duas temporadas, será contratado como “professor emérito da Escola de Engenharia da UFMG.”
Lacerda será titular de cátedra. Os professores da vetusta casa o terão como modelo para ensinar aos acadêmicos “Como não se deve construir um viaduto superfaturado”.
Lacerda pode ser modelo ainda para a Ciências Econômicas – Como não se deve superfaturar – e Ciências Políticas – Um tipo perfeito para o eleitor saber em quem não se deve votar.
A propósito Márcio Lacerda está apoiando Aécio Neves e Pimenta da Veiga.
Diz o velho adágio popular: “Bom mestre, melhor discípulo!”
***
Mais uma obra das empreiteiras de jornal
por Gilmar Crestani
Enquanto o Brasil não passar a limpo as empreiteiras, essas construtoras que financiam políticos e mídia, estes desastres continuarão acontecendo. Embora tenha sido uma obra contratada pelo serviço público, mas tocada pela iniciativa privada, o viés que a mídia dá não é de culpa da empresa, mas do prefeito ou até da Dilma. Porque será que a mídia sempre encontra uma palavra de conforto para os incompetentes da iniciativa privada ao mesmo tempo em que ataca quem paga para que a obra seja feita?
A Folha se preocupa mais em vincular com a Copa do que tratar das vítimas.
A Folha, como sempre, faz questão de continuar com seu típico diversionismo. Tira a culpa da construtora e põe a culpa na Copa. Será que a construtora Cowan, licitada pela Prefeitura de BH, estava com um olho na copa e outro na pá?! Por que é mais fácil botar a culpa na Copa do que na Cowan?! Seria porque são as empreiteiras que, com publicidade, sustentam os jornais?
Imagine se esta tragédia tivesse acontecido, não em um Estado onde governa o PSDB e seu aliado PSB, mas no RS, onde o governo é petista e o prefeito de Porto Alegre, aliado do PT, é pedetista….
por Nina Rizzi
antinotícia de jornal
– ‘agora sim vamos falar da copa’, jornal hoje
é triste os viadutos quando crescem
a interromper a paisagem
mas mais tristes são os viadutos quando desabam
a interromper o progresso
da ida à feira em busca de tomates mais baratos
– enormes, tóxicos
o progresso
de umas vidas anônimas
que não interrompem
não interrompem
o tilintar dos copos
e as pessoas na copa
por Cristina Moreno de Castro
Charlys saiu mais cedo de casa
– não voltou.
Hanna iria à Fan Fest hoje
Mas a Copa acabou.
Não era moto, era um Uno Vivace
Que levou 15 horas para sair
Charlys ia passar às 15h
Para fazer sua mulher sorrir.
Mas o que caíram foram lágrimas
Porque a pequena de Hanna
Fará 6 anos de idade
Sem o abraço da mama.
Prefeito que diz não ser babá
Diz também que foi acidente
“É normal”, “acontece”, anota lá
Mas é claro que muito se sente.
(Caiu pedaço de viaduto!
Já se viu tal absurdo?)
“Não quero avançar em responsáveis”,
Que ninguém sabe mesmo quem são
Fiscais, engenheiros, a Copa?
A pressa, a corrupção.
O que sei é que Hanna e Charlys
Tinham 24 e 25 anos
E as outras 22 vítimas
Terão toda uma vida de danos.
E uma cidade inteira
Perdeu a fé em seu próprio chão
“Debaixo de viaduto não passo”
Escuto do cabreiro povão.
Para mim, a Copa acabou
Perdi a vontade de torcer
E, se antes a Seleção chorou,
Agora quem chora sou eu e você.
Era verdade mesmo, então:
Brasil não merece evento-celebração
Porque só levou 22 dias
Pra festa virar decepção.
—-
Desde os tempos de Aécio Neves governador, nada mudou na rede hospitalar de Minas Gerais, estado governado por tucanos.
Publica hoje Tribuna de Minas: A Secretaria de Saúde instaurou sindicância para apurar denúncias de falta de medicamentos, médicos e leitos no Hospital de Pronto Socorro (HPS). A iniciativa foi tomada após a divulgação de imagens da situação da unidade na rede social. O problema é recorrente. No início do mês passado, o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira, visitou a instituição acompanhado de representantes de sindicatos médicos de vários estados brasileiros e do representante local da categoria, Gilson Salomão, e confirmou a falta de estrutura. Entre os gargalos, o sindicalista destacou a falta de profissionais, além de considerar o número de leitos disponibilizados como insuficiente para atender à demanda dos usuários locais. A situação não foi diferente da encontrada pelo professor Ramon Gomes, 35 anos. Internado no HPS para aguardar cirurgia após um acidente de trânsito, entre os dias 17 e 20 de fevereiro, ele fez registros de outros pacientes dormindo pelos corredores e até no chão da ala de observação masculina.
Com fratura no cotovelo e esmagamento do rádio, ele ficou quatro dias na unidade sem atendimento de traumatologista. “Cheguei urrando de dor, com fraturas e machucados, e me encaminharam para a observação masculina. Me deixaram em uma maca no meio do corredor, me deram apenas analgésico na veia e sequer limparam minhas escoriações. No segundo dia, dormi no chão. Um outro paciente com pneumonia também dormiu no chão, e nem cobertor para se cobrir havia. É absurdo o descaso com a saúde. Tinha gente lá aguardando transferência há dez dias”, relatou.
Subsecretária de urgência e emergência, Adriana Fagundes informou que foi instaurada sindicância para que o grupo gestor multidisciplinar que atua no hospital apure as denúncias, mas negou a falta de leitos. “A observação é um setor mais dinâmico, onde há também atendimento em cadeiras e poltronas, mas não há falta de macas e camas. Dispomos de acomodação para todos. De qualquer forma, vamos apurar se houve descaso de algum funcionário. E, se houve, vamos tomar as medidas enérgicas necessárias.”
Repercussão
As imagens feitas pelo professor repercutiram na internet e incentivaram novas denúncias, que levaram também representantes do Legislativo a conferir a situação no hospital. “Por ser uma unidade de urgência e emergência, o fluxo é bem variável e, no dia em que cheguei, já não havia pacientes no chão, mas muitos estavam em macas e colchões sem lençol. Não só lá, mas em outras unidades, há problemas estruturais, como paredes mofadas ou doentes colocados próximo a banheiros. Outra questão é a insuficiência de médicos e a escassez de profissionais de limpeza”, elencou o vereador Noraldino Júnior (PSC), que esteve no HPS após visualizar as denúncias na rede social.
No início do ano, os vereadores Wanderson Castelar (PT), José Fiorilo (PDT) e Antônio Aguar (PMDB), que integram a Comissão de Saúde da Câmara Municipal, também visitaram a unidade para enumerar as falhas. Entre as principais estavam a demora no tempo de espera por transferências, a ausência de especialistas, sobretudo de traumatologistas, e a lotação da ala psiquiátrica. Na época, a subsecretária de Saúde explicou que os casos mais graves estavam sendo priorizados e que a expectativa era de melhoria da qualidade e da agilidade no atendimento com a implantação da rede de urgência e emergência.
Segundo a assessoria da Secretaria de Saúde, isso vem acontecendo desde 16 de fevereiro, quando mais três hospitais credenciados à rede de urgência e emergência iniciaram suas atividades em parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Desde então, pacientes encaminhados e regulados pelo Samu que, após atendidos, permaneceriam sob os cuidados do HPS aguardando vagas em outros hospitais, agora são levados diretamente às unidades especializadas, de acordo com as especificidades de seu quadro clínico. Os casos de politraumatismo estão sendo direcionados ao Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, urgências e emergências em cardiologia, à Santa Casa de Misericórdia e pacientes para especialidades de cardiologia e neurologia são encaminhados ao Hospital Doutor João Felício. De acordo com a assessoria, houve uma redução de mais de 53% dos casos direcionados ao HPS considerando a regulação do Samu na primeira semana de funcionamento da rede. Ainda conforme a Secretaria de Saúde, todas as dificuldades serão sanadas de forma efetiva com a inauguração do Hospital Regional, prevista para o ano que vem. A unidade terá 240 leitos, o dobro do disponibilizado atualmente pelo HPS.
A falta de medicamentos na unidades é outro problema persistente. A expectativa era de que até este mês a situação estivesse sob controle, mas um novo impasse na licitação deve emperrar o prazo. “Tivemos uma reunião com o secretário de Saúde, que nos pediu um prazo máximo de 45 dias para o fornecimento ser regularizado em toda a rede. A situação é tão grave que estava havendo desperdício do dinheiro público. Os pacientes que precisam tomar soro usam um instrumento conhecido como dupla via, que tem preço médio de R$ 5, mas, pela falta do equipamento, estavam usando outro que tem preço médio de R$ 200. Soro e água destilada também estavam sendo desperdiçados, pois, como só havia em litros, era preciso abrir uma unidade para tirar a quantidade necessária – 100 ou 200 mililitros – e descartavam o resto”, denunciou o vereador Noraldino Júnior (PSC).
O secretário de Saúde, José Laerte Barbosa, reconhece a falha na distribuição de medicamentos e insumos. “Realmente isso vem acontecendo. É o que chamamos de compra desbalanceada. É um problema de falta de instrumento gerencial. Não temos ainda um software, um programa que permita a gestão de 100% do nosso estoque. Além disso, quando determinado funcionário do hospital, por exemplo, sai de férias, aquele que assume, às vezes, não sabe que tem que informar a falta de tal insumo ou medicamento, e isso atrasa o pedido de compra, e prolonga a entrega. Muitas vezes, tivemos que abrir o soro de um litro, pois não havia dose de 100 mililitros. Com a nova empresa, teremos esse controle, pois todo o estoque, todas as doses, até mesmo as individualizadas, serão identificadas e controladas por código de barras.”
José Laerte explicou que a previsão era de que, até meados deste mês, o problema estivesse solucionado com o fim da licitação e a contratação da nova empresa responsável pelo fornecimento e distribuição dos medicamentos, mas que agora não há previsão. “Temos que aguardar porque a atual empresa entrou na Justiça questionando a licitação, e, com isso, não conseguimos contratar a vencedora que tem o software. Só conseguiremos dar um posicionamento sobre o gerenciamento após o fim desse processo. De qualquer forma, o abastecimento deve ser praticamente normalizado já que mais de 80% dos medicamentos já estão empenhados e esperando só a distribuição.”
Publica 247: O senador Aécio Neves, presidenciável do PSDB, contratou o escritório Opice Blum Advogados Associados, para combater uma rede de críticas e difamações contra ele na internet. “O PSDB vai, a partir de agora, fazer uma ofensiva efetiva contra as quadrilhas virtuais”, diz o deputado federal Sampaio, que comanda o núcleo jurídico do partido. Segundo o deputado, esses grupos usam técnicas ilegais como robôs e fazendas de links para viralizar rumores contra o candidato tucano.
No diretório nacional do PSDB em Brasília, um grupo já trabalha monitorando as redes sociais e mapeando organizações e pessoas que divulgam supostas ofensas contra o pré-candidato tucano. “Aécio está usando o sagrado direito de defender-se de ações criminosas”, diz Sampaio.
Em fevereiro deste ano, Aécio sofreu nova derrota em uma ação na qual ele pedia para os sites de busca Google, Yahoo e Bing, da Microsoft, retirarem do ar links de páginas com referência a um suposto desvio R$ 4,3 bi da Saúde quando ele era governador de Minas Gerais. Segundo o PSDB, a suposta calúnia contra o tucano foi reproduzida em mais de 20 mil links que aparecem somente na busca do Google, o que justificou a decisão do senador de entrar com ações contra os sites de busca.
A juíza Ana Claudia Guimarães, que julgou o caso, afirmou que “a alegação de que são inúmeros os conteúdos localizados, por si só, não autoriza a drástica medida requerida, potencialmente violadora da garantia constitucional de liberdade de informação”.