Uma anotação apreendida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), encontrada pela Polícia Federal na casa de Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral, mostra que o banco BTG Pactual pagou uma quantia de R$ 45 milhões ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
O documento em que foi encontrada a anotação foi usado pela PGR para prender o banqueiro André Esteves.
Mas não serve para prender Cunha.
Na anotação, o seguinte texto: “Em troca de uma emenda à Medida Provisória número 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais da tal massa, pagou ao deputado Eduardo Cunha a quantia de R$ 45 milhões”.
Aprovada em 2013, a Medida Provisória número 608 permite a extinção de dívidas de bancos ou sua conversão em ações quando julgar ser preciso preservar o “regular funcionamento do sistema financeiro” pelo Banco Central, segundo critérios estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional.
Banqueiro rico não vai para a cadeia no Brasil. Pode roubar, sonegar, traficar moedas, desviar dinheiro para empresas fantasmas, laranjas, paraísos fiscais, que não acontece nada. Se for julgado a condenação será para enganar a opinião pública. Preso preso não vai nenhum. Que a justiça PPV protege os morenos brancos. E cadeia foi feita para os pobres. A prova é que não existe motel especial.
Prisão especial uma das garantias dadas às pessoas portadoras de diploma de nível superior, com a finalidade de separá-las dos demais agentes que integram a população carcerária.
Atualmente, a prisão especial é aplicada, entre outros casos, aos detentores de mandatos, promotores, delegados de polícia, ministros de Estado, sacerdotes e diplomados com curso superior. Essas pessoas são mantidas em locais distintos dos presídios ou cadeias se precisarem ser detidas antes da sentença definitiva do crime pelo qual são acusadas.
A justiça no Brasil é tarda e falha, disse o jornal O Globo em manchete de primeira página. Nada mais verdadeiro. Qual o tribunal do Brasil que não tem bandido togado: juiz ou desembargador que vende habeas corpus e sentenças, engaveta, dá sumiço em processos ou deixa prescrever, assina precatórios em parceria com governadores ou prefeitos ladrões?
Em que clínica de luxo esteve internando Ângelo Calmon de Sá? Em que palácio ou ilha encantada ficou para passar os 13 anos e 14 meses de prisão?
Ângelo Calmon de Sá (Salvador, 1935) foi ministro da Indústria e Comércio durante o governo de Ernesto Geisel e secretário de Desenvolvimento Regional durante o governo de Fernando Collor de Mello. Em 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso, deu seu famoso rombo, e o Banco Econômico sofreu intervenção.
Inclusivo teve ajuda do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional – PROER, juntamente com o Banco Nacional, Bamerindus, Mercantil, Banorte, Pontual e Crefisul.
No período de 1995 a aproximadamente 2000, foram destinados em títulos de longo prazo mais de R$ 30 bilhões a bancos brasileiros, aproximadamente 2,5% do PIB. A preços de 2005, equivaleria a aproximadamente R$ 44,23 bilhões. Dinheiro que FHC jogou fora. Teve uma CPI, mas o presidente tucano foi inocentado.
Intervenção no Econômico completa 20 anos e punição de ex-banqueiro deve prescrever
Enrico Bertuccioli
Jornal do Brasil – O jornal da GloboNews, edição das 18h, levou ao ar, nesta sexta-feira, uma ampla reportagem sobre a intervenção no Banco Econômico e a possibilidade de prescrição da pena do ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá.
A intervenção no Econômico completa 20 anos e a punição do ex-banqueiro Ângelo Calmon de Sá deve prescrever. Na época houve intervenção do Banco Central, mas até hoje muitos ex-clientes do banco ainda não receberam todo o dinheiro que tinham aplicado.
As ações se arrastam há mais de 15 anos e, pior, a punição do dono do banco deve prescrever este mês.
Quando o Econômico, do banqueiro Ângelo Calmon de Sá, faliu na década de 90 era o mais antigo banco privado da América Latina. O processo penal para responsabilizar os culpados se arrasta até hoje. Em valores atualizados, o rombo chega a quase R$ 16 bilhões.
Para se ter uma ideia, a PF calcula que todo o esquema de corrupção da Petrobras desviou R$ 18 bilhões. A maior parte da dívida do Econômico é com o Banco Central. No site do Econômico, a lista completa de quem ainda não recebeu, e a pergunta mais frequente continua sem resposta: “Quando vou receber meu dinheiro?”.
A intervenção no Econômico foi decretada em agosto de 1995. A diretoria foi afastada e um funcionário do BC assumiu a gestão. Na porta de uma das agências um correntista se desesperava e gritava: “Não vamos pagar a conta. Queremos receber o nosso dinheiro. Nós temos direito”.
O Banco Central descobriu que a contabilidade do Econômico era maquiada. O procurador-geral do BC, Isaac Ferreira, disse que o patrimônio era fictício, ou seja, o Econômico não tinha bens para fazer frente aos depositantes. ‘É uma fraude financeira, uma fraude contra credores, e o BC, em função desses valores consideráveis, interveio no Econômico, e baniu do sistema financeiro nacional esse banco que causava prejuízos aos depositantes”.
Com a liquidação, tudo o que o banco tinha deveria ser vendido para pagar os credores. Na época, o então repórter Alexandre Garcia acompanhou de perto o escândalo e deu detalhes das fraudes. “Trinta milhões saíram do Econômico para empréstimos à Moviplan e Personal, empresas criadas 12 dias antes e que têm como maiores acionistas um recepcionista do banco e um ex-funcionário que tinha como patrimônio um Chevette com 10 anos de uso”.
O processo penal foi aberto em 99. Oito anos depois, o ex-banqueiro foi condenado a 13 anos e 14 meses de prisão por gestão fraudulenta. Recorreu. Demorou mais oito anos até o julgamento na segunda instância e, em julho deste ano, a Justiça Federal reduziu a pena para oito anos e sete meses. Ao reduzir a pena de Ângelo Calmon de Sá, a Justiça reduziu também o tempo de prescrição, que é o prazo que o Estado tem para punir quem cometeu um crime. Pela lei, uma pessoa condenada a oito anos fica livre de punição se o processo demorar mais de 16 anos desde a primeira condenação.
No caso de Calmon de Sá, esse prazo é ainda menor. Como ele tinha mais de 70 quando foi julgado, o tempo de prescrição cai pela metade. O resultado dessa conta é que, se a pena for mantida como está, o processo vai ser arquivado este mês.
Para evitar a prescrição, o Ministério Público recorreu no mês passado contra a decisão da Justiça de reduzir a pena, mas o Tribunal Regional Federal em São Paulo ainda não encaminhou o recurso para o Superior Tribunal de Justiça, onde vai ser julgado. O BC, que é auxiliar do MP nas ações, lamenta a possibilidade de prescrição. “É um péssimo exemplo para o país. É um sinal de que a Justiça não foi feita. É um exemplo de que, nesse caso, valeu os gestores fraudarem o sistema financeiro nacional diante da impunidade que se avizinha”, disse o procurador-geral do Banco Central, Isaac Ferreira.
“O fato é que o BC puniu cada um dos maus gestores, baniu todos eles do sistema financeiro nacional. Nenhum deles voltou a operar no sistema financeiro, mas a Justiça por uma série de recursos protelatórios acabou não fazendo a Justiça que a sociedade dela esperava”, completou.
O banqueiro continua com o patrimônio que tinha antes da quebra do banco. Os bens dele, como uma casa em Salvador com vista para o mar, e prédios e casas na Ilha de Itaparica, na Bahia, chegaram a ser declarados indisponíveis, mas em 2007 a Justiça da Bahia suspendeu o bloqueio dos bens.
O Tribunal Regional Federal em São Paulo informou que não há previsão de quando o recurso do Ministério Público será julgado.
As posições contrárias do Supremo e da Lava Jato quanto à jurisdição apropriada para os processos não ligados aos desvios na Petrobras azedou com inconveniência para os dois lados.
Desagradados com a decisão do Supremo de encaminhar para outro juízo um inquérito que não inclui Petrobras, mas está na Lava Jato, o juiz Sergio Moro e procuradores fazem afirmações agudas. É da regra judicial brasileira, porém, que os inquéritos e processos corram onde teria havido o fato em questão, deslocando-se os julgamentos em casos de extrema excepcionalidade. O Supremo transferiu, de Curitiba para o judiciário federal em São Paulo, o processo sobre pagamentos da empresa Consist que a Lava Jato supõe retribuírem um contrato de gerenciamento do crédito consignado.
Os comentários mais simbólicos da argumentação e da carga forte da Lava Jato contra o decidido pelo Supremo foram postos por Moro em sua sentença condenatória de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Escreveu ele que a “dispersão das ações penais não serve à causa da Justiça, tendo por propósito pulverizar o conjunto probatório e dificultar o julgamento”.
Sendo quem são, no caso, os imaginados portadores de tal propósito, não há como ver sensatez na afirmação do juiz Sergio Moro, descreditada ainda por valer-se do que deveria ser só uma sentença.
Mas, já que se trata da distribuição de inquéritos, pode-se dispor de um outro trecho de texto. É do balanço feito pelo Ministério Público Federal sobre a ação da sua força-tarefa que se ocupou do grande caso Banestado, aquele das contas CC5. Diz que os inquéritos “se desdobraram em cerca de 3.600 procedimentos criminais, que foram distribuídos para as subseções judiciárias do domicílio dos representados, permanecendo cerca de 600 procedimentos criminais na capital paranaense”.
Foi distribuição como a atacada na sentença, e em outras situações, por Sergio Moro, e em diversas ocasiões por procuradores da Lava Jato. Mas os procuradores da Lava Jato estavam na força-tarefa do Banestado. Tanto que o autor do balanço foi Januário Paludo, procurador nas duas forças-tarefas. E quem procedeu à distribuição dos inquéritos para as jurisdições “do domicílio dos representados”, em qualquer parte do Brasil, foi o juiz Sergio Moro.
«Promover um uso solidário do dinheiro, no estilo da verdadeira cooperativa, onde não comanda o capital sobre os homens mas os homens sobre o capital». Pediu o Papa ao receber em audiência no sábado de manhã, 12 de setembro, na sala Paulo VI, o Banco de crédito cooperativo de Roma no sexagésimo aniversário de fundação. Invocando uma verdadeira «luta à corrupção» através da afirmação da «economia da honestidade», Francisco propôs sete características que a empresa deve ter para não esquecer «a parte mais frágil da sociedade», na certeza que só «a união faz a força».
Francisco propôs assim o convite a «ser protagonistas ao apresentar e realizar novas soluções de welfare, a partir do campo da saúde. E exortou também a não perder de vista a «relação entre a economia e a justiça social, pondo no centro a dignidade e o valor das pessoas». Trata-se, sugeriu o Papa, de «facilitar e encorajar a vida das famílias, e propor soluções cooperativas e de segurança social para a gestão dos bens comuns, que não se podem tornar propriedade de poucos nem objeto de especulação». O objectivo, insistiu, é precisamente «fazer crescer a economia da honestidade». Com uma advertência: a honestidade deveria ser a normalidade mas não é suficiente porque é urgente «difundir e radicar a honestidade em todo o ambiente».
Depois, relançando o conceito da «globalização da solidariedade», o Pontífice recordou que «o desafio mais importante é crescer continuando a ser uma verdadeira cooperativa, aliás, tornando-se cada vez mais cooperativa». E reconhecendo que «a profissão de banqueiro é muito delicada, que exige grande rigor», frisou que «um banco cooperativo deve ser algo mais: deve procurar humanizar a economia, unir a eficiência com a solidariedade».
Depois, outra questão importante é a «subsidiaridade»: um estilo que significa «não pesar sobre as instituições e por conseguinte sobre o país quando se podem enfrentar os problemas com as próprias forças, com responsabilidade». E concluiu com um encorajamento «a preocupar-se de como é produzido o rendimento, com a atenção de ter sempre no centro as pessoas, os jovens, as famílias», apostando em «fazer nascer empresas que dêem emprego para experimentar o micro-crédito e outras formas de humanizar a economia».
O Papa apontou o “apego” ao dinheiro e aos bens-materiais como a base de uma sociedade onde cada vez mais pessoas vivem sem “horizonte”.
Francisco referiu que viver em função da acumulação de “riquezas” é uma porta aberta a “todo o tipo de corrupção, em todos os lugares”, seja no plano “pessoal, dos negócios, da política e da educação”.
“Porquê? Porque aqueles que estão apegados ao próprio poder, às próprias riquezas, acreditam viver no paraíso. No fim deverão deixar tudo”, frisou o Papa argentino.
Na sua homilia, publicada pelo serviço informativo da Santa Sé, Francisco defendeu que os meios financeiros só são verdadeiramente mais-valias quando colocados ao serviço do “bem-comum”.
Quando geridos “sem generosidade”, eles acabam por “tiram-lhes o melhor que têm, ou seja, a esperança”, complementou.
Gato Nero
Cidade do Vaticano (RV) – É preciso fazer de modo que se você possui riquezas, essas sirvam ao “bem comum”. Uma abundância de bens vivida egoisticamente tira a “esperança” e é a origem “de todos os tipos de corrupção”, grande ou pequena. Foi o que afirmou o Papa Francisco na homilia da missa desta manhã de segunda-feira na capela da Casa Santa Marta, no Vaticano.
O camelo e o buraco da agulha, ou seja, como o “entusiasmo” por Cristo possa se transformar em poucos instantes em “tristeza e fechamento em si mesmo”. A cena que o Papa Francisco comenta na homilia é uma das mais famosas do Evangelho. O jovem rico encontra Jesus, pede para segui-lo, lhe assegura viver plenamente os mandamentos, mas, depois, muda completamente de humor e atitude quando o Mestre lhe fala do último passo a ser dado, a “única coisa” que falta: vender os bens dar-lhes aos pobres e depois segui-lo. De repente, “a alegria e a esperança” no jovem rico desaparecem, porque ele, àquela sua riqueza, não quer renunciar:
“O apego às riquezas é o início de todos os tipos de corrupção, em todos os lugares: corrupção pessoal, corrupção nos negócios, também a pequena corrupção comercial, daqueles que tiram 50 gramas do peso correto, a corrupção política, a corrupção na educação … Por que ? Porque aqueles que vivem apegados ao próprio poder, às próprias riquezas, acreditam viver no paraíso. Estão fechados, não têm horizonte, não têm esperança. No fim deverão deixar tudo”.
“Há um mistério na posse das riquezas”, observa Francisco. “As riquezas têm a capacidade de seduzir, de nos levar a uma sedução e nos fazer acreditar que estamos em um paraíso terrestre”. Em vez disso, afirma o Papa, este paraíso terrestre é um lugar sem “horizonte”, semelhante ao bairro que Francisco recorda ter visto na década de setenta, habitado por pessoas ricas que haviam fechado os confins para se defenderem dos ladrões:
“Viver sem horizonte é uma vida estéril, viver sem esperança é uma vida triste. O apego às riquezas nos dá tristeza e nos torna estéreis. Digo ‘apego’, não digo ‘administrar bem as riquezas’, pois as riquezas são para o bem comum, para todos. Se o Senhor dá a riqueza a uma pessoa é para que ela possa usá-la para o bem de todos, não para si mesmo, não para que se feche em seu coração tornando-se corrupta e triste.”
“As riquezas sem generosidade”, ressalta o Papa Francisco, “nos fazem crer que somos poderosos, como Deus. No final, elas nos tiram o melhor, ou seja, a esperança”. Jesus indica no Evangelho qual é a maneira justa para viver uma abundância de bens:
“A primeira Bem-aventurança: Bem-aventurados os pobres em espírito, ou seja, despojar-se do apego e fazer com que as riquezas que o Senhor lhe deu sejam para o bem comum. É a única maneira. Abrir a mão, abrir o coração e abrir o horizonte. Se você tem a mão fechada, tem o coração fechado como aquele homem que fazia banquetes e usava roupas luxuosas, você não tem horizontes, não vê os outros que precisam e vai terminar como aquele homem: distante de Deus.”
Está tudo no Google… É só pesquisar. HSBC, Miriam Dutra, FHC e Globo já estiveram muito próximo, por cima e por baixo, em relações íntimas, mas que não geraram filho, embora FHC o tenha assumido como seu. Exame de DNA provou apenas que a Rede Globo o capturou para chamar de seu. Escondeu o álibi na Espanha e o lucro, no HSBC…
Os bancos são os finanCIAdores ideológicos do golpismo. Na abertura da Copa, no Itaquerão, a Multilaser e o Banco Itaú financiaram os reis dos camarotes vips para vaiarem Dilma. Mostraram ao mundo o nível educacional da elite brasileira. Neca Setúbal revelou todo seu preparo em educação.
O HSBC foi o patrocinador do Jornal Nacional da TV Globo desde meados de 2004. Este negócio entre o HSBC e a TV Globo durou até o meio de 2006, época em que ocorria o Suiçalão..
Neste período o HBSC Suíço captava dinheiro graúdo em vários países do mundo, inclusive no Brasil. Em muitos casos o dinheiro tinha origem na sonegação, corrupção e outras atividades criminosas.
A investigação “SwissLeaks” revelou que até 2007 haviam 8,667 clientes do HSBC Suíço ligados ao Brasil. Gerentes de relacionamento da unidade suíça do HSBC realizaram 39 visitas ao Brasil para fazer captação irregular junto a clientes brasileiros do banco, apenas entre 2004 e 2005, período do patrocínio ao telejornal da TV Globo.
Hoje, o Jornal Nacional tem blindado o antigo parceiro de negócios em seu noticiário.
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A lista de Xilindró: HSBC rima com FHC
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Não é difícil entender porque nenhum político do PSDB deu apoio à CPI do HSBC. Podem ser mau caráter, mas têm conhecimento suficiente para não darem tiro no pé. O PSDB não quer a CPI não só para não atingirem o príncipe da privataria, mas também porque seus verdadeiros cabos eleitorais, os grupos mafiomidiáticos, são os principais beneficiários do HSBC. São eles que criam empresas nos paraísos fiscais. E são eles os maiores sonegadores.
Os a$$oCIAdos do Instituto Millenium fazem parceria para se defenderem. Nem no PCC há tanta parceria como entre O Globo e a Folha. Aí está a prova.
Após muita pressão das redes sociais, o “dono” da lista do HSBC no Brasil, o jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, decidiu vazar alguns nomes que estão sendo investigados pela Receita Federal.
São 15 nomes dos 342 que O UOL teve a generosidade de informar à Receita que estão presentes em sua lista com mais de 8 mil nomes.
Vazou para a Globo…
Explicando de novo. O UOL teve acesso aos 8 mil nomes de brasileiros com contas secretas no HSBC. Desses 8 mil, enviou 342 para a Receita Federal.
E agora vaza 15 nomes para Globo…
O esforço vem logo em seguida à abertura da CPI do HSBC, pelo senador Randolfe Rodrigues, para a qual não contou com nenhuma assinatura do PSDB.
A Globo vem bloqueando o assunto de todas as formas.
A reportagem da revista Época – que pertence à Globo – é o primeiro esforço da Vênus de estabelecer o controle sobre a narrativa desse escândalo, que tem potencial para desencadear um grande debate nacional sobre o problema da evasão fiscal.
Um problema que o andar de cima tem pavor de discutir.
A Globo, principalmente.
Enfim, ao menos o negócio já começou a vazar.
Agora que começou, não pode parar.
Abaixo, o texto publicado no site da Época.
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A lista das contas de brasileiros no HSBC na Suíça
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ÉPOCA teve acesso aos nomes dos correntistas que são investigados pela Receita Federal
por Thiago Bronzatto
SOB A LUPA A lista de investigados pela Receita. O vazamento abre uma brecha no sistema bancário suíço:
O gaúcho Lirio Parisotto, diretor presidente da fabricante de plásticos Videolar, e a família Steinbruch, dona do Banco Fibra, costumam figurar nas listas dos mais ricos do país. Recentemente, passaram a integrar uma nova lista, muito mais seleta: a dos brasileiros que mantinham contas na Suíça e estão em investigação pela Receita Federal. ÉPOCA teve acesso à lista de 342 correntistas brasileiros do banco HSBC na Suíça e ao relatório sigiloso do Fisco sobre os 15 primeiros brasileiros investigados no caso conhecido como SwissLeaks – que desnuda o inextricável sistema bancário de Genebra.
Também fazem parte dessa lista outros empresários, doleiros e, segundo o documento, gente suspeita de ligação com o tráfico de drogas. Alguns podem ter sido relacionados só por ter conta na Suíça, o que não é ilegal.
O vazamento começou quando documentos com dados de 106 mil pessoas com contas no HSBC da Suíça foram entregues por um ex-funcionário do banco a autoridades francesas. Os documentos chegaram a um grupo internacional de jornalistas investigativos, conhecido como Icij (na sigla em inglês). E surgiram no Brasil em reportagens de Fernando Rodrigues, no site UOL. Os 8.667 brasileiros na lista tinham depósitos de cerca de US$ 7 bilhões em 2006 e 2007. A Receita recebeu uma relação de 342 investidores e analisou a lista, cruzando-a com dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Surgiu daí o primeiro grupo de suspeitos, que ÉPOCA publica com exclusividade. Agora, apura se eles de fato fizeram algo ilegal.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) anunciou no plenário, nesta quinta-feira (26), ter protocolado o pedido de criação da comissão parlamentar de inquérito do HSBC. Ele informou ter conseguido 33 assinaturas, 6 a mais que o mínimo necessário para a criação de uma CPI. Pelo requerimento, a comissão terá 11 membros titulares e 6 suplentes. De acordo com Randolfe, o requerimento para a CPI tem interesse suprapartidário e não se dirige a fomentar disputas. A intenção, disse o senador, é “desmantelar pela raiz” um grande esquema criminoso.
— Esse escândalo é de dimensão mundial. De acordo com o Financial Times, trata-se do maior caso de evasão fiscal do mundo. É necessário que o Parlamento brasileiro também se manifeste e instaure um procedimento de investigação — afirmou Randolfe.
O líder do PSB, senador João Capiberibe (AP), disse entender como prudente o fato de os senadores assinarem o pedido. Para ele, os escândalos da Petrobras já estão sendo investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, motivo pelo qual o partido resolveu esperar a conclusão das investigações.
— A do HSBC não tem processo judicial em curso, não tem investigação em curso, não tem nada. Eu acho que talvez seja o caso de o Senado pensar numa CPI — ponderou Capiberibe.
O senador José Pimentel (PT-CE), líder do governo no Congresso, informou ter assinado o requerimento. Segundo o senador, o Brasil está em um momento de combater a sonegação e de aumentar a formalização nos vários setores da economia, motivo pelo qual a CPI é importante. Para ele, a legislação do sistema financeiro já é muito avançada, mas pode passar por aperfeiçoamentos.
— É exatamente por isso que eu assinei essa CPI. Além de identificar aqueles que cometeram erros, o que eu quero, principalmente, é construir uma legislação para superar essas falhas — afirmou o senador.
Tucanos fogem para não assinar CPI da sonegação do HSBC
Nenhum senador do PSDB assinou o requerimento da CPI da sonegação no HSBC suíço.
Nem Álvaro Dias, nem Aécio Neves, nem José Serra, nem Aloysio Nunes, nem Anastasia, nem Cassio Cunha Lima, todos salientes quando trata-se de atacar os outros, estão caladinhos sobre o assunto e não assinaram o requerimento.
O comportamento é suspeito, confirmando que PSDB parece ter muito o que temer se esta lista vier ao conhecimento público.
Até dois senadores do DEM assinaram (não é o José Agripino).
Todo mundo sabe que se tivesse petista na lista, já teria vazado. O jornalista Fernando Rodrigues do UOL (Grupo Folha, amigo dos demotucanos) senta em cima da lista e vaza a conta gotas o que já saiu na imprensa estrangeira há duas semanas.
Isso só faz aumentar as suspeitas de que se a lista for publicada voa pena de tucano para tudo quanto é lado.
O comportamento de blindar os nomes da lista também levanta suspeitas de que pode haver “barões da mídia” no meio.
Eis os 31 senadores que já assinaram:
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
Jorge Vianna (PT-AC)
José Pimentel (PT-CE)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Paulo Rocha (PT-PA)
Regina Souza (PT-PI)
Walter Pinheiro (PT-BA)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Randolfe Rodrigues (Psol-AP)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
João Capiberibe (PSB-AP)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Romário (PSB-RJ)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Cristovam Buarque (PDT-DF)
Reguffe (PDT-DF)
Telmário Mota (PDT-RR)
Hélio José (PSD-DF)
Omar Aziz (PSD-AM)
Otto Alencar (PSD-BA)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Magno Malta (PR-ES)
Gladson Cameli (PP-AC)
José Medeiros (PPS-MT)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Wilder Morais (DEM-GO)
US$ 7 bilhões desviados do Brasil. Sem contar o dinheiro lavado pelo BanEstado
Um escândalo que provoca protestos em vários países, mas o brasileiro não está nem aí
Conforme noticiado pela imprensa internacional, o banco HSBC na Suíça atuou de forma fraudulenta para acobertar recursos de clientes, blindando-os das obrigações fiscais e da comprovação da origem dos recursos — práticas que indicam atividades criminosas. Estão envolvidos ditadores, políticos corruptos, traficantes de drogas, de armas, sonegadores, e sofisticados bandidos.
Não esquecer que o HSBC comprou todos os bancos da família Safra, que junto com o BanEstado e outros serviram de decolagem para os famosos aviões Franco CC-5
O escândalo, conhecido como Swissleaks, tem como fonte original um especialista em informática do HSBC, o franco-italiano Hervé Falciani. Segundo ele, entre os correntistas, estão 8.667 brasileiros, responsáveis por 6.606 contas que movimentam, entre 2006 e 2007, cerca de US$ 7 bilhões.
Na justificativa do pedido de CPI, Randolfe diz se tratar de “um arrojado esquema de acobertamento da instituição financeira, operacionalizado na Suíça, que beneficiou mais de 106 mil correntistas”, de mais de 100 nacionalidades. O total de recursos manejados dentro do esquema, segundo Randolfe, pode superar US$ 100 bilhões, no período de 1998 a 2007.
Para Randolfe, a lista dos titulares das contas certamente guarda estreita relação com outras redes de escândalos do crime organizado do país e do mundo. O senador lamentou que “o escândalo do Suiçalão” venha sendo sistematicamente ignorado pelos grandes veículos de comunicação no Brasil. Segundo Randolfe, essa seletividade denuncia o envolvimento de personagens poderosos, que podem sempre se servir da benevolência de setores da imprensa.
Banqueiros bandidos com dinheiro desviado do Brasil
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Brasil, el gigante sudamericano aparece noveno en la lista, con US$ 7.000 millones en las cuentas suizas del HSBC, y es el cuarto con mayor número de clientes en dicha entidad bancaria, con un total de 8.667 personas naturales y jurídicas. De ellas, el 55% tienen la nacionalidad brasileña.
ICIJ destaca que, hasta ahora, uno de los principales personajes es Edmond Safra, un descendiente sirio que estableció bancos en todo Brasil, Suiza y Estados Unidos (los bancos de su familia fueron vendidos al HSBC en 1999). Estaba relacionado en siete cuentas del HSBC: cuatro abiertas en 1988, dos en 1989 y una en 1999. En total, entre 2006 y 2007 acumulaba US$ 5.3 millones.
También se menciona a la familia Steinbruch, una de las más ricas de Brasil y fundadora del conglomerado Vicunha, que se desempeña en la industria del acero, la fabricación de textiles y uno de los bancos grandes de ese país. Varios miembros de la familia son accionistas y directores de Peak Management Inc. en las Islas Vírgenes Británicas.
Los dos hermanos que construyeron el conglomerado, Mendel y Eliezer Steinbruch, eran clientes del HSBC. Mendel era beneficiario directo de seis cuentas y fue vinculado a otras cinco. Ambos fallecieron en 1994 y 2008 respectivamente, por lo que sus familias heradaron la fortuna. La esposa de Mendel, Dorothea Steinbruch, controlaba parte del conglomerado familiar y fue vinculada a 12 cuentas del HSBC de las cuales en 11 era titular efectivo. En conjunto, manejaron US$ 464 millones entre 2006 y 2007.
DOROTHÉA STEINBRUCH
Dorothéa Steinbruch é viúva de Mendel Steinbruch, co-fundador do Grupo Vicunha e figura na lista da revista Forbes como uma das pessoas mais ricas do mundo. É mãe de Benjamin Steinbruch. Recentemente Dorothéa Steinbruch foi anunciada como 160ª pessoa mais rica do mundo, teve sua fortuna triplicada de 2007 para 2008 com de crescimento de US$ 1,8 bilhão para US$ 6,1 bilhões.
Mãe de três filhos é dona da maior empresa de aço do Brasil, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
Sua família também é dona do Grupo Vicunha que hoje tem fábricas até na Ásia e também são proprietários do Banco Fibra, que atualmente tem ativos de US$ 5,7 bilhões.
Benjamin Steinbruch
Benjamin Steinbruch (Rio de Janeiro1, 28 de junho de 1953) é um empresário brasileiro.
Casado e pai de quatro filhos, formou-se em Administração pela Fundação Getulio Vargas. Filho de Mendel Steinbruch, que ao lado de Jacks Rodrigues Rabinovich foi fundador do Grupo Vicunha, maior grupo têxtil da América Latina.
No começo da década de 1990 foi incumbido de procurar novos negócios para o grupo. Entrou nas privatizações liderando os consórcios que compraram a Companhia Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce, entre outras. Acabou por abrir mão de suas ações na Vale para aumentar sua participação na CSN, empresa da qual atualmente é o principal acionista. Ocupou também a posição de gestor executivo no Banco Safra, na gestão 2008-2011. Durante sua gestão faturou equivalente a 200 milhões de reais.
Além do Grupo Vicunha e CSN sua família também tem o controle do Banco Fibra. Atualmente sua fortuna está estimada em R$ 980 milhões de reais.
Um de seus cavalos Quari Bravo já foi campeão do GP São Paulo.
CSN, em Volta Redonda
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) é a maior indústria siderúrgica do Brasil e da América Latina, e uma das maiores do mundo.
Sua usina situa-se na cidade de Volta Redonda, no médio Paraíba, no sul do estado do Rio de Janeiro, tendo suas minas de minério de ferro e outros minerais na região de Congonhas e Arcos, ambas cidades do estado de Minas Gerais e também de carvão na região de Siderópolis no estado de Santa Catarina.
Sua principal usina hoje produz cerca de 6 milhões de toneladas de aço bruto e mais de 5 milhões de toneladas de laminados por ano, sendo considerada uma das mais produtivas do mundo.
História. A CSN foi criada durante o Estado Novo por decreto do presidente Getúlio Vargas, após um acordo diplomático, denominado Acordos de Washington, feito entre os governos brasileiro e estadunidense, que previa a construção de uma usina siderúrgica que pudesse fornecer aço para os aliados durante a Segunda Guerra Mundial e, na paz, ajudasse no desenvolvimento do Brasil. Os fundos norte-americanos vieram através do EXIMBANK – Export Import Bank, pois a iniciativa privada daquele país não se interessou.
Em 1940, aumentara a produção de ferro gusa e lingotes de aço mas laminados ainda estavam abaixo da demanda. Dessa forma, a industria brasileira não estava capacitada para fornecer produtos pesados tais como trilhos e chapas de aço para as ferrovias, estaleiros e construtoras. Edmundo de Macedo Soares, presidente de Volta Redonda, era engenheiro militar e defendia a usina. A região fica no Vale do Paraíba, que estava decadente com o declínio da Cultura do Café. Em discurso de 7 de maio de 1943, o presidente Vargas saudou a nova usina como simbolo da emancipação econômica do Brasil
Começou efetivamente a operar no ano de 1946, durante o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, o qual não convidou o idealizador do projeto, Getúlio Vargas, para a inauguração.
No final dos anos 70, a Andrade e Gutierrez era responsável pelo abastecimento de minério de ferro para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, no Rio de Janeiro.
Em novembro de 1988, uma greve dos trabalhadores que ultrapassou 15 dias teve como saldo a morte de 3 operários num conflito com o Exército, havendo também muitos feridos.
Foi uma empresa estatal até 1993, ao ser privatizada pelo governo do então presidente Itamar Franco.
Atualmente, a CSN possui diversas empresas, como a GalvaSud (em Porto Real-RJ), Prada (em Mogi das Cruzes e Volta Redonda), CSN Paraná (em Araucária-PR), os terminais de contêineres (Sepetiba Tecon) e de carvão (Tecar) no Porto de Itaguaí (em Itaguaí), a Metallic (CE), além de participações acionárias nas empresas MRS Logística e Transnordestina Logística, de transporte ferroviário, usinas hidrelétricas de Igarapava entre os estados de São Paulo e Minas Gerais e a de Itá, entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e usinas nos Estados Unidos (CSN LLC, Terre Haute, Indiana); em Portugal (Lusosider, Aldeia de Paio Pires, Setúbal), e na Alemanha (Stahlwerk Thüringen GmbH – SWT), adquiridas de outros grupos nacionais.
Em 2006 a CSN apresentou proposta de compra da siderúrgica anglo-holandesa Corus. A proposta era superior à da indiana Tata, mas no dia 25 de outubro de 2007, a CSN perdeu a disputa pela empresa, que foi comprada pela indústria indiana. Desde então, a empresa tem buscado seguir uma estratégia com foco em novas áreas de atuação, como aços longos e cimento e busca por aquisições fora do Brasil, como por exemplo a Cimpor, fábrica de cimento de Portugal.
A CSN também controla a empresa mineradora de ferro Namisa, criada em 2006 . Fonte Wikipédia
O presidente nacional do PMDB Michel Temer considera grave a afirmação do Lula “de ter impedido a divulgação de supostos casos de corrupção no governo Fernando Henrique Cardoso”. Lembrou que o funcionário público não pode, perante a Constituição, “acobertar gestos de corrupção”.
Lula repetiu uma estória velha, por várias vezes publicada pela imprensa, nenhum presidente investiga o antecessor.
Ora, ora, quem está acobertando o maior roubo da história é a Câmara dos Deputados, da qual Temer é um dos principais líderes.
Estava prevista para 9 de dezembro de 2004 a divulgação do relatório da CPI do Banestado pelo deputado José Mentor.
Não deu. A apresentação ficou transferida para este mês de fevereiro.
Hoje é feriado dominical. Amanhã, primeiro de março, ninguém trabalha. Na terça idem, que os deputado estão retornando de suas bases. E, pra completar, ninguém encontra Mentor.
A orquestração do discurso de Lula constitui balão de ensaio. A CPI do Banestado descobriu quadrilhas e mais quadrilhas de sonegadores, de doleiros, de traficantes, de contrabandistas, de políticos corruptos do judiciário, do legislativo, do executivo, e até da imprensa – o chamado quarto poder.
Tem uma penca de bancos envolvidos, e uma cachoeira de provas de que a corrupção foi das grossas. Que a transferência de bilhões e bilhões de dólares para o exterior aconteceu com o franco consentimento do Banco Central.
Kennedy Alencar chuta o balão de ensaio: “Ou (Lula) prova o que disse e arruma uma bela desculpa para não ter revelado tal fato até hoje. Ou se desculpa imediatamente, dizendo ter sido leviano para amenizar a trapalhada. Ou será acusado de ter prevaricado, como disse o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, dando palco a uma desgastante batalha política e jurídica”.
Deixa de besteira, Kennedy. Só se for mais uma batalha de Itararé. Todo Brasil sabe o que rolou nas privatizações. A imprensa cansou de denunciar, e não deu em nada.
O que a imprensa quer esconder é a lista da CPI do Banestado.
Duvido você escrever sobre o assunto, sem essa de defender o chamado sigilo bancário.
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A guerra de hoje é outra, e vem sendo travada em toda América Latina. Para golpear primeiramente os presidentes do Brasil, da Argentina, da Bolívia, da Venezuela. Depois, pelo efeito dominó, os presidentes do Equador, Uruguai e Chile.
O texto acima, O Brasil está à beira de uma guerra, escrevi em 27/02/2005 no Aqui e Agora.
A Comissão Parlamentar (Mista) de Inquérito (CPI) de Evasão de Divisas, ou CPI do Banestado foi criada pela Câmara dos Deputados em 26 de Junho de 2003 a fim de investigar as responsabilidades sobre a evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais, entre 1996 e 2002, quando foram retirados indevidamente do país mais de US$ 84 bilhões através de contas CC5 do Banco do Estado do Paraná ou Banestado, segundo estimativas reveladas pela operação Macuco, realizada pela Polícia Federal.
O presidente da CPI foi o senador Antero Paes de Barros (PSDB), o vice-presidente foi o deputado Rodrigo Maia (PFL) e o relator foi o deputado José Mentor (PT).
O desempenho do relator da CPI, o deputado José Mentor, foi bastante criticado, sendo ele acusado por alguns parlamentares de ter sabotado a CPI. Mentor foi autor também de um polêmico projeto que se aprovado daria anistia a todas as pessoas que enviaram ilegalmente para o exterior. Segundo o deputado, tal medida teria como objetivo repatriar recursos no exterior. Após um ano e meio de investigações, Mentor concluiu o relatório sugerindo o indiciamento de 91 pessoas pelo envio irregular de dinheiro a paraísos fiscais através de contas CC5, desvios que chegariam na ordem de R$ 150 bilhões. Entre os indiciados, Gustavo Franco (presidente do Banco Central no governo de Fernando Henrique Cardoso), o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o dono das Casas Bahia (maior rede varejista do Brasil), Samuel Klein. 1 2 Por sua vez, o PSDB queria apresentar uma “outra versão da CPI” na qual, por exemplo, as acusações contra Gustavo Franco apareceriam de forma “mais branda”.
Também foram acusados por evasão de divisas: Ariovaldo Carmignani, ex-presidente da Sabesp, e Paulo Domingos Knippel Galletta, ex-diretor financeiro da Sabesp. A Sabesp sempre foi um antro de bandidos.
Escreveu Josias de Souza: Um dos elementos que rendeu ao relatório de Mentor o carimbo de “partidarizado” foi a proposta de indiciamento de executivos da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado) e da Companhia Riograndense de Telefonia, por operações de 1997 nas quais as empresas seriam consideradas “suspeitas” de lançamento de ações no exterior. Ambas eram estatais e sob gestão tucana.
Mentor requer ao Ministério Público que aprofunde a investigação sobre as operações realizadas pelas empresas.
Entre os empresários indiciados, estão Samuel e Michel Klein. Donos das Casas Bahia, eles são acusados de sonegação, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e importação fraudulenta por meio da empresa Parainvest.
O deputado Sérgio Miranda (PC do B-MG) também quer incluir no relatório a responsabilização do sistema financeiro pelos crimes de evasão de divisas.
Folha de S. Paulo: A CPI foi colocada em suspeição, quando começaram a vazar pela imprensa dados sigilosos referentes a documentos em poder da CPI. Devido à atuação da comissão o governo foi acusado pela oposição de “blindar” o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, por meio de uma medida provisória que lhe deu foro privilegiado.
Meirelles foi investigado pela CPI do Banestado por evasão de divisas e sonegação fiscal. O último alvo de vazamento de informações da CPI foi o vice-líder do governo no Senado, Ney Suassuna (PMDB-PB), que também é investigado por evasão de divisas e sonegação.
A Operação Lava Jato na investigação do tráfico de drogas e diamantes, por acaso, simples acaso, descobriu os corrompidos da Petrobras pelas mais poderosas empreiteiras. Assim ficaram cobiçosamente encobertos os nomes e as arcas dos traficantes de drogas e diamantes. Esse cobertor pertence à sociedade anônima da polícia e da justiça.
Sempre acontece. O dinheiro grosso das drogas e outros tráficos nunca aparece. Que a partilha fica para deuses e santos nos paraísos. Que no inferno deste vasto mundo foram criados dezenas de legais paraísos fiscais. Bem legais, e as chaves entregues aos banqueiros.
No lava do HSBC, o tráfico do dinheiro dos leiloeiros das estatais do Brasil e da Petrobras nos tempos de Fernando Henrique.
Filho de uma família judia com origem na Síria [e Líbano], José (como gosta de ser chamado) nasceu no Líbano em 1938 e só chegou ao Brasil em 1962 – apenas anos depois se tornou brasileiro naturalizado, motivo pelo qual ele aparece no ranking da Forbes entre os brasileiros. Herdou da família, além do apreço pelo conservadorismo, a habilidade de multiplicar dinheiro.
Banqueiros de berço. Desde o século XIX, o clã Safra é formado por banqueiros, todos judeus halabim, uma das mais renomadas classes mercantis do Oriente Médio de comerciantes e empresários de vários ramos. Os primeiros Safra trocavam dinheiro e forneciam crédito, mas o primeiro banco da família foi aberto em Beirute pelo pai de Joseph, Jacob Safra, na década de 20. Jacob casou-se com Esther, sua prima, e com ela teve oito filhos.
Três deles, Edmond, Joseph e Moise, seguiram a profissão. Naturalizados brasileiros, eles se tornaram, aos poucos, banqueiros de renome internacional, sendo que o primogênito, Edmond, trabalhou no banco do pai desde os 16 anos e vendeu sua parte aos irmãos para abrir outros bancos sozinhos. Acumulou uma fortuna bilionária até ter uma morte trágica, em Mônaco, onde vivia com a esposa Lily Safra (ex-dona do Ponto Frio).
O banqueiro foi morto em um incêndio dentro de sua própria casa, em 1999. A suspeita é de que a tragédia tenha sido provocada por assaltantes, mas até hoje não se sabe ao certo o que teria acontecido.
A morte de Edmond desencadeou a briga entre os outros dois irmãos pela divisão da herança da família. Donos do banco Safra no Brasil, Joseph queria comprar a parte de Moise, mas eles não chegavam a um consenso sobre o valor do negócio. Depois de dois anos, fecharam um acordo: cinco bilhões de reais para Moise e o comando para Joseph.
Na época do impasse, em 2004, eles criaram o J. Safra, que opera nos mesmos setores e oferece serviços aos clientes do Safra. Comandado por Alberto, filho de Joseph, o J. Safra ocupa hoje o lado oposto ao Banco Safra na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. Moise, quatro anos mais velho que o irmão, também aparece na lista, mas com uma fortuna menor, de 2,4 bilhões de dólares.
Paixões e negócios. Os negócios de Joseph prosperam desde então dentro e fora do país (bom negociador, fala inglês, francês, espanhol, italiano, árabe e hebraico). Hoje, segundo a Forbes, seu filho mais velho, Jacó, supervisiona as operações da família banqueira na Europa e nos Estados Unidos. Enquanto isso, seus outros dois filhos, David e Alberto, gerenciam o Banco Safra no Brasil, o sétimo maior do país em ativos, com negócios concentrados em private bank.
Da vida pessoal, pouco se sabe de Joseph. Porém, nas raras entrevistas que concedeu, deixou claro que gosta de levar uma vida simples ao lado da esposa Vicky e dos quatro filhos– e tem outras paixões, além de cuidar do seu banco. O gosto por livros caros e raros, que fazem deles um dos maiores colecionadores de obras do país, é uma delas. A torcida pelo Corinthians é outra. Essa o leva até os estádios com os filhos e uma tropa de seguranças, claro.
HSBC comprou o império bancário dos Safra
Na Wikipédia:
Quando tinha dezesseis anos, Edmond abandonou a escola e começou a trabalhar no banco de seu pai, envolvido nos negócios de metais preciosos e de troca de moeda estrangeira.
Edmond fundou uma sociedade que cuidava de câmbio em Milão, iniciando sua carreira no mercado de moedas e metais preciosos entre Milão, Zurique, Amsterdã e Genebra.
Em 1952, a família mudou-se para o Brasil, onde Edmond e seu pai fundaram sua primeira instituição financeira brasileira em 1955.
Em 1956, Edmond Safra mudou-se para Genebra para fundar a sociedade financeira e comercial SUDAFIN, que, em 1959, foi convertida para seu primeiro banco, o Trade Development Bank, o qual cresceu de um para cinco bilhões de dólares nos anos 80. Ele aproveitou o clima de negócios favorável e estendeu seu império financeiro, fazendo dele um ponto de honra para satisfazer seus ricos clientes do mundo todo.
Em 1966, ele fundou o Republic National Bank of New York, com um capital de onze milhões de dólares, que foi reconhecido internacionalmente como o primeiro banco dos Estados Unidos em transações de ouro e metais preciosos. Mais tarde, filiais do Republic foram estabelecidas em Londres, Paris e em Genebra. E assim o Republic ficou incluído tanto nas bolsas de valores da América como nas da Europa. O Republic National Bank, com oitenta e oito agências espalhadas por todo o mundo, se tornou o terceiro maior banco da região metropolitana de Nova York, atrás de Citigroup e Chase Manhattan. Em 1988, ele fundou o Safra Republic Holdings S. A. Republic, uma holding bancária. Em 1999, Safra vendeu seu império bancária para o HSBC, por bilhões de dólares.
Ética e Valores
Por Gabriel Priolli
Custo da corrupção na Petrobrás, estimado pelo Ministério Público Federal, a partir da Operação Lava-Jato: R$ 2,1 bilhões.
O que provoca: grande escândalo na mídia, comoção nacional, crise institucional, governo paralisado, articulação golpista, sensação de fim de mundo iminente.
Valor dos depósitos de 8.667 ricaços brasileiros no HSBC da Suíça, fugindo à tributação no país e, portanto, desviando recursos públicos: R$ 20 bilhões.
O que provoca: cobertura jornalística pífia, nomes de envolvidos omitidos, silêncio do governo, silêncio do parlamento, silêncio da justiça, desinteresse dos cidadãos, indiferença geral e irrestrita.
Conclusão inescapável: o zelo ético dos brasileiros pode ser no mínimo dez vezes menor que o necessário à pretendida moralização do país.