40 países confirman asistencia a toma de posesión de Morales

Morales recibirá los bastones de mando de los pueblos indígenas como su líder político y espiritual

 

evomorales

Morales fue reelecto el pasado 12 de octubre con 61,36 por ciento de los votos, de acuerdo a los resultados del Tribunal Supremo Electoral (TSE) de Bolivia.

Representantes de más de 40 países asistirán a la ceremonia indígena por la toma de posesión del reelecto presidente de Bolivia, Evo Morales.

Porta do Sol em Tiahuanaco
Porta do Sol em Tiahuanaco

La actividad se llevará a cabo el 21 de enero en Tiahuanaco, un sitio sagrado en la cultura andina, ubicado en el altiplano de Bolivia, departamento de La Paz.

Organizaciones de campesinos preparan un festival de danzas autóctonas que amenizará la ceremonia ancestral y mostrará las diferentes culturas de Bolivia.

Para el próximo 22 de enero, tanto el presidente Morales y el vicepresidente Álvaro García Linera serán investidos de forma oficial para el mandato 2015-2020, durante una sesión de honor en la Asamblea Legislativa Plurinacional.

Paredes ao redor do templo Kalasasaya
Paredes ao redor do templo Kalasasaya

A nova Bolívia governada pela maioria indígena

“A institucionalidade do poder mudou-se para o âmbito plebeu e indígena” 
Em entrevista ao La Jornada, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Liñera, diz que o fato fundamental que se viveu no atual processo de transformação política na Bolívia é que os indígenas, que são maioria demográfica, hoje são ministros e ministras, deputados, senadores, diretores de empresas públicas, redatores de constituições, magistrados da justiça, governadores e presidente. Este fato, destca, é a maior revolução social e igualitária acontecida na Bolívia desde a sua fundação. 

Hoje, para influir no orçamento do Estado, para saber a agenda governamental não adianta nada disputar com altos funcionários do Fundo Monetário, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, das embaixadas norte-americanas ou europeias. Hoje os circuitos do poder estatal passam pelos debates e decisões das assembleias indígenas, operárias e de bairros.

Os sujeitos da política e a institucionalidade real do poder mudaram-se para o âmbito plebeu e indígena. Os chamados anteriormente “cenários de conflito”, como sindicatos e comunidades, hoje são os espaços do poder fático do Estado. E os anteriormente condenados à subalternidade silenciosa hoje são os sujeitos decisórios da trama política.

Este fato da abertura do horizonte de possibilidade histórica dos indígenas, de poder ser agricultores, operários, pedreiros, empregadas, mas também chanceleres, senadores, ministras ou juízes supremos, é a maior revolução social e igualitária acontecida na Bolívia desde sua fundação. “Índios no poder”, é a frase seca e depreciativa com que as classes dominantes deslocadas anunciam a hecatombe destes seis anos.

O controle dos recursos naturais que estava em mãos estrangeiras foi recuperado para colocá-lo em mãos do Estado, dirigido pelo movimento indígena (gás, petróleo, parte dos minerais, água, energia elétrica), ao mesmo tempo em que outros recursos, como a terra fiscal, o latifúndio e os bosques, passaram ao controle de comunidades e povos indígenas e camponeses.

Hoje o Estado é o principal gerador de riqueza do país, e essa riqueza não é valorizada como capital. Ela é redistribuída na sociedade através de bônus, rendas e benefícios sociais diretos da população, além do congelamento das tarifas dos serviços básicos, os combustíveis e a subvenção da produção agrária. O estado tenta priorizar a riqueza como valor de uso, acima do valor de troca. Nesse sentido, ele não se comporta como um capitalista coletivo próprio do capitalismo de Estado, mas como um redistribuidor de riquezas coletivas entre as classes trabalhadoras e em um estimulador das capacidades materiais, técnicas e associativas dos modos de produção camponeses, comunitários e artesanais urbanos.

– O governo norteamericano nunca aceitou que as nações latino-americanas possam definir seu destino porque sempre considerou que formamos parte da área de influência política, para sua segurança territorial, e somos seu centro de reserva de riquezas, naturais e sociais. Qualquer dissidência deste enfoque colonial coloca a nação insurgente na mira de ataque. A soberania dos povos é o inimigo número um da política norte-americana.

Isso aconteceu com a Bolívia nestes seis anos. Nós não temos nada contra o governo norte-americano nem contra seu povo. Mas não aceitamos que ninguém, absolutamente ninguém de fora nos venha dizer o que temos que fazer, falar ou pensar. E quando, como governo de movimentos sociais, começamos a assentar as bases materiais da soberania estatal ao nacionalizar o gás; quando rompemos com a vergonhosa influência das embaixadas nas decisões ministeriais; quando definimos uma política de coesão nacional enfrentando abertamente as tendências separatistas latentes em oligarquias regionais, a embaixada dos Estados Unidos não só apoiou financeiramente as forças conservadoras, mas as organizou e dirigiu politicamente, em uma brutal ingerência em assuntos internos. Isso nos obrigou a expulsar o embaixador e depois a agência antidrogas desse país (DEA).

Desde então os mecanismos de conspiração se tornaram mais sofisticados: usam organizações não-governamentais, se infiltram através de terceiros nas agrupações indígenas, dividem e projetam lideranças paralelas no campo popular, como ficou recentemente demonstrado mediante o fluxo de ligações da própria embaixada a alguns dirigentes indígenas da marcha do Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (TIPNIS), no ano passado.

(Transcrevi trechos)