Lei Cássio Cunha Lima de censura eleitoral e 4 anos de cadeia para os internautas

 

Comentários em redes sociais podem penalizar internautas. Esta a nova lei nazista do senador Cássio Cunha Lima
Comentários em redes sociais podem penalizar internautas. Esta a nova lei nazista do senador Cássio Cunha Lima

O senador do PSDB quer uma campanha eleitoral flor de laranja. Que o povo fique impedido de conhecer os candidatos fichas sujas. Assim facilitar a eleição dos corruptos.

De que os tucanos têm medo? Passaram oito anos fazendo a propaganda do mensalão petista, e agora pretendem o segredo de justiça para o mensalão do PSDB. Venderam um Lula bêbado, e temem a divulgação do tráfico de cocaína em Minas Gerais. E que podres existem na política da Paraíba, terra do senador Cássio Cunha Lima, que devem permanecer em segredo?

Publica o Comunique-se: Proposta pelo senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), uma inclusão no projeto original apresentado em dezembro de 2012 pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) pretende punir quem fizer comentários ou publicar mensagens “ofensivas” à honra ou à imagem de candidatos, coligações e partidos. A lei foi enviado nesta semana pelo Congresso ao Palácio do Planalto para avaliação da presidente Dilma Rousseff.

Segundo as informações de Carta capital, a proposta foi considerada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) um risco à liberdade de expressão. [Risco? É o enterro da democracia] A emenda, chamada de “minirreforma eleitoral”, prevê que o autor seja punido com multa de R$ 5 mil a R$ 30 mil e prisão de seis meses a um ano [Político ladrão não pega esse tempo de prisão. Apenas alguns dias. Depois entra no semi-aberto. E logo, e logo, no liberou geral]

Segundo Lima, as redes sociais são poderosas na formação de opinião pública, mas “têm tido seu uso deturpado”. “Já se constatou a contratação de grupo de pessoas para que realizem ataques, via internet, aos candidatos, partidos ou coligações”, comentou. O castigo para quem contratar é de R$ 15 mil a R$ 50 mil e até quatro anos de cadeia. A ideia é que os candidatos que se sentirem vítimas de ataques possam ir à Justiça para solicitar a retirada do conteúdo do ar. [Quais candidatos, os que já foram cassados, os que respondem a processos de corrupção, os que enriqueceram com a política? Democracia é debate. É transparência. É liberdade]

Noelia Brito, flor preciosa e ameaçada

flor no deserto

 

 

Eu tenho sido alvo de todo tipo de ataque por parte da turma de Eduardo Campos: inquérito forjado, interpelação criminal, ações judiciais para me censurar, difamações e até calúnias produzidas por fakes em comentários a meus artigos no Blog de Jamildo e chegando ao cúmulo de me ameaçarem e a minha mãe, por meio de email anônimo já encaminhado à Polícia Federal, tudo para me calar, porque neste estado não existe oposição, existe um alto grau de cooptação, por meio de cargos e até chantagens!

Mas a mim esses bandidos não calarão porque não estou a venda e nem me intimidarei por causa das perseguições que essa canalha está orquestrando por todos os lados contra mim, inclusive tentando me prejudicar no meu trabalho, que conquistei por Concurso Público.

Se alguma coisa me acontecer saibam que foi a turma de Eduardo Campos quem tramou e executou!

Noelia Brito

 

Regando flores pequeno príncipe

Nota do redator do blogue: Nesta denúncia que comprova a escuridão pernambucana, provocada pela censura, pelo stalking policial, pelo assédio moral e ameaças de morte, coloquei o título e ilustrações. 

Demonstre seu apoio para os que lutam pelos aflitos e desesperados, siga o blogue de Noelia Bito.

Siga pela Via Real e seja iluminado.  

 

flor iluminada

 
Noelia Brito
Noelia Brito

A justiça amiga dos assassinos do jornalista Décio Sá

O Brasil mata mais jornalistas que o México. Ilustração de  Osvaldo Gutierrez Gomes
O Brasil mata mais jornalistas que o México. Ilustração de Osvaldo Gutierrez Gomes

Uma rede criminosa de agiotas, que envolve prefeitos ladrões das verbas da Saúde e da Educação, eliminou o jornalista Décio Sá.

Tem de tudo neste crime hediondo. Inclusive o braço assassino da polícia. Eis a última notícia publicada no Comunique-se:

Conhecido como “Bochecha” e acusado pelo Ministério Público de participar do assassinato do jornalista Décio Sá, Fábio Aurélio do Lago e Silva conseguiu habeas corpus. A medida foi concedida pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de São Luís, José Costa, de acordo com as informações do G1.

No processo, o MP acusa Silva de ter apresentado o executor confesso do jornalista, Jhonatan de Sousa Silva, para Júnior Bolinha e ter conseguido uma casa para abrigar o assassino. Bochecha é o segundo a ser beneficiado pela medida judicial. Em maio, o capitão da Polícia Militar do Maranhão, Fábio Aurélio Saraiva Silva, o ‘Fábio Capita’, também recebeu um habeas corpus.

O caso
Décio foi morto a tiros em um bar na Avenida Litorânea, em São Luís, Maranhão, no dia 23 de abril de 2012, após sair do Sistema Mirante, onde trabalhava. Segundo a polícia, o jornalista foi assassinado por conta das denúncias políticas que realizava em seu blog.

Apuração
As investigações sobre o caso de Décio Sá acontecem desde o ano passado. Peça importante no processo, Ricardo Silva, conhecido como “Ricardinho”, morreu em fevereiro. O homem foi vítima de atentado no bairro do Turu, na capital maranhense. Na ocasião, ele levou sete tiros, foi hospitalizado, mas não resistiu.

Segundo as informações, Ricardinho teria ligação com o grupo de agiotas acusado de tramar a morte e executar o jornalista. A polícia esperava a melhora da testemunha para colher novos depoimentos, já que Ricardinho afirmou ter novos detalhes para contar.

Impunidade

[O Conselho Nacional de Justiça acompanha o caso. A Polícia Federal idem. Pra quê?

O crime nem é notícia no portal da Federação Nacional de Justiça – Fenaj.

O assassinato tem, inclusive, a cumplicidade de jornalistas safados, vendidos.

Que fique esclarecido: Décio Sá foi trucidado no exercício da profissão. Esta a verdade nua e crua: a lei do silêncio impera no jornalismo brasileiro, o terceiro país na matança de jornalistas, e campeão em censura judicial].

Maranhão já fez uma CPI da pistolagem que lavou muito sangue
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO MARANHÃO FEZ UMA CPI DA PISTOLAGEM QUE LAVOU MUITO SANGUE. PROMETE UMA CPI DA AGIOTAGEM QUE VAI LAVAR MUITO DINHEIRO

A chapa oposicionista do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco teve apenas quatro votos

TEVE MAIS URNAS VOADORAS QUE VOTOS NA CHAPA VOCÊ SABE PORQUÊ

quatro 1

Ricardo Antunes: Esse foi o presidente da Comissão Eleitoral. Até esse post abaixo, César Rocha tinha o meu respeito, embora não tivesse obedecido nem mesmo a orientação da OAB PE para a impugnação da urna com votos fantasmas, de ter colocado três brutamontes da CUT para contar os votos sem qualquer comunicação formal a chapa da oposição e de ter, pasmem, convidado um vendedor de amendoim, isso mesmo um vendedor de amendoim (eu até gosto) para ser mesário em uma das urnas. E aqui não vai demérito algum para o vendedor, mas será que não havia entre 5 mil jornalistas alguém mais habilitado para a função? Um vexame. Uma vergonha. Vejam os comentários. O Ministério Público irá tomar as providencias cabíveis.

xxx

Cesar Rocha: Tinha decidido não comentar nada, mas tenho ouvido tanta sandice aqui nos últimos dias sobre a eleição da diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco e da Fenaj, que não me contive. O processo foi absolutamente feito dentro da normalidade, talvez frio demais – daí o número tão alto de abstenção. Agora, eu queria apenas registrar o seguinte: os jornalistas de Pernambuco conhecem Ricardo Antunes . Tanto conhecem que a chapa liderada por ele teve ao final 15 votos, contra 224 da chapa vencedora.

quatro eu sou

Talis Andrade: 1 – Colocamos Ricardo Antunes na Chapa Você Sabe Porquê como aviso para a polícia do governador Eduardo Campos, e para a Justiça: Não aceitamos prisão de jornalistas no exercício da profissão. Nas manifestações de ruas, recentemente realizadas, jornalistas foram presos e soltos, e espancados pela mesma polícia. E o Sindicato deu uma notinha frouxa e submissa.

2 – Perdemos nas urnas voadoras para a Chapa Governista. Urnas conduzidas, secretamente, pela CUT. E mais: Urnas apuradas pela CUT. Tirando os votos dos candidatos, tivemos apenas quatro (4) votos. Mas moralmente me considero vitorioso.

3 – Abaixo o stalking policial, a censura judicial, a censura extrajudicial. No caso do Ricardo, que foi preso incomunicável e torturado, não acreditamos que ele tentou vender uma notícia por um milhão de dólares. Isso nunca aconteceu na história da Imprensa internacional.

4 – A sede do Sinjope é a cara dos eleitores da chapa do continuísmo.

5 – A história da prisão de Ricardo Antunes escrevi sem medo e sem ódio.

https://andradetalis.wordpress.com/tag/ricardo-antunes/

6 – Jornalismo se faz com debate, com opinião. O futuro da imprensa escrita está no jornalismo opinativo. Que a rádio informa instantaneamente. A tv mostra. Idem novo jornalismo on line.

xxx

Ricardo Antunes: Aliás, esse comentário de César Rocha me remete a uma coisa. Parece um post em que pede uma nova prisão para mim. Muito estranho mesmo…

xxx

Talis Andrade: Ricardo Antunes, fique com a certeza de que você receberá  o consolo do Sinjope. Fica prometida uma “visita humanitária”… O Sinjope assinará, novamente, um atestado médico de que você não está sendo torturado. E a polícia dirá: Obrigado, Sinjope!

Tem mais: nunca fui amigo de Ricardo Antunes. Mas estou cansado de defender jornalistas espancados, ameaçados de morte, presos, exilados. De pedir prisão para os assassinos de jornalistas e blogueiros. Tudo gente que não conheço.

quatro mão

Ricardo Antunes: É verdade, Talis Andrade. Se encontrei você 4 vezes foi muito nos meus 30 anos de profissão. Mas você, como alguns poucos, não foi covarde nem omisso.

(Continua)

Jornalistas, uma anticandidatura derrota o governismo e continuísmo sindicais?

Uma Candidatura contra todos os poderes de fora que atuam dentro do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco pode ganhar uma eleição?

Não temos dinheiro para pagar as mensalidades atrasadas dos jornalistas de salários humilhantes. Nem dinheiro para transportar os aposentados, no dia das eleições.

Jornalismo se faz com coragem e sonho. Não há dinheiro que compre o voto de um verdadeiro jornalista.

Claudius Seccon
Claudius Ceccon

Os jornalistas na porta do Sinjope esperando a hora de votar na Oposição, na Chapa VOCÊ SABE  O PORQUÊ.

Para um basta nos assédios judicial, extrajudicial, moral, sexual e nos salários humilhantes. Pela reconquista da Dignidade e do prestígio roubados.

Nunca mais passaralhos. Nunca mais terrorismo policial. Nunca mais beijar os pés das Salomés do executivo, do judiciário, do legislativo, das agências de publicidade e empresários.

Claudius Ceccon
Claudius Ceccon

O debate dos direitos dos jornalistas começa nas eleições sindicais

Mohamed Sabra
Mohamed Sabra

Chapa batida, chapa comida.

Provérbio português

Em 1973, o regime militar vivia seu auge, e a sucessão do general-presidente Emílio Médici estava decidida. Mesmo assim, o deputado federal Ulysses Guimarães (MDB-SP) lançou-se candidato a presidente – anticandidato, já que sabia não ter chance. Seu objetivo era a denúncia da eleição e da ditadura. “Não é o candidato que vai percorrer o País. É o anticandidato, para denunciar a antieleição, imposta pela anti-Constituição”, discursou na Convenção do MDB de 23 de setembro de 1973, que o lançou tendo Barbosa Lima Sobrinho como candidato a vice.

Ulysses e Barbosa percorreram o Brasil, criando fatos políticos. Em 15 de janeiro de 1974, o general Ernesto Geisel foi eleito com 400 votos, contra 75 para Ulysses. Fonte: O Estado de S. Paulo.

Chapa única, chapa batida em todas as eleições, não casa com democracia.

Chapa batida representa o continuísmo de um grupo fechado. É o que acontece no Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco.

O verdadeiro jornalismo só é possível em uma democracia, pela liberdade de expressão, pelo debate, pelo fim da censura e da autocensura.

Chapa única significa pensamento único, imposto por uma elite; e o jornalista que não participa do poder, que não exerce cargo da máxima confiança do patrão, passa batido, comido.

Em todas as eleições devemos debater os direitos do jornalismo como profissão. Começa pelas eleições sindicais.

Nunca mais o stalking policial, o assédio judicial, o assédio moral, o assédio sexual. A prisão, o espancamento de jornalistas no exercício da profissão. Nunca mais salários humilhantes. Nunca mais esperar uma entrevista nos gabinetes das autoridades. Nunca mais chamar greve de caos. De baderna que atrapalha o trânsito.

Adeus passaralhos. O jornalista precisa sentir a proteção de um Sindicato forte, que não teme as Salomés.

Precisamos recuperar a dignidade e a beleza roubadas do Jornalismo livre e verdadeiro.

Nestes apressados dias de campanha pela presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco, faça campanha pela Chapa Você Sabe Porquê.

 Omar Turcios
Omar Turcios

Oito dicas para blogueiros brasileiros que enfrentam perseguições judiciais

Por Natalia Mazotte

 

banner-mapa-violencia

 

Blogueiros e ativistas digitais brasileiros têm sofrido com frequentes investidas judiciais que partem, na maioria dos casos, de autoridades públicas e buscam a retirada de conteúdos publicados na web. Muitas são bem-sucedidas, principalmente em primeira instância. Uma linha do tempo produzida pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas mostra que, apenas em 2012, o país registrou 16 casos em que os tribunais foram utilizados como instrumentos de censura.

Este ano, casos como o da blogueira Alcinéa Cavalcante, que teve sua conta corrente bloqueada após ser condenada a pagar mais de R$ 2 milhões em indenização por danos morais ao senador José Sarney, e do jornalista Lúcio Flávio Pinto, condenado a indenizar o empresário de comunicação Romulo Maiorana Júniorem R$ 410 mil, demonstram que a via judicial continua sendo utilizada para inviabilizar o funcionamento de veículos informativos pequenos e calar a crítica de blogueiros no Brasil.

A incapacidade de custear as representações na justiça e contratar uma orientação especializada acabam deixando os blogueiros mais vulneráveis às ações de quem deseja cercear a liberdade de expressão. Pensando nisso, o Centro Knight conversou com a advogada Camila Marques, do Centro de Referência Legal da Artigo 19, e listou as orientações passadas pela especialista. A organização está levantando dados para criar umMapa da Violência contra a blogosfera.

Segundo Marques, o temor das sanções jurídicas não deve levar os blogueiros a precipitadamente apagar o conteúdo questionado. “As pessoas que se sentem ofendidas ou prejudicadas querem justamente que o blogueiro se sinta intimidado e abra mão do seu conteúdo apenas com uma notificação judicial ou extrajudicial, sem uma ordem de retirada. Defendemos que isso não seja feito, o que configuraria um ato de auto-censura”, aconselha. Veja outras dicas abaixo:

1. Avalie o tipo de notificação recebida

Geralmente a primeira notificação é extrajudicial, trata-se ainda de uma conversa bem informal, então não há qualquer valor jurídico e muito menos obrigatoriedade de retirar o conteúdo. Se for uma citação judicial, que corresponde à fase inicial de um processo, é essencial buscar um advogado o quanto antes, pois após o recebimento já se inicia a contagem dos prazos processuais, de acordo com a especialista.

2. Responda de forma completa e clara as notificações extrajudiciais

“Eu recomendo sempre que a pessoa responda, também extrajudicialmente, e apresente as razões da publicação, com detalhes: se é de interesse público, se o blog tem uma função informativa, se não houve intenção de ofensa na postagem. E claro, vale mencionar o direito à liberdade de expressão”, orienta a advogada. Caso a notificação se refira a direitos autorais, deve-se verificar se, de fato, cabe a reivindicação, ou seja, se a obra utilizada realmente está sob a proteção autoral e, caso positivo, retirá-la do blog se não houver permissão do autor para a reprodução.

3. Converse com um advogado especialista

É sempre aconselhável conversar com um advogado especialista para ter mais argumentos jurídicos, mesmo em caso de notificação extrajudicial, mas só é obrigatório caso haja algum ato processual. “Ainda que a publicação seja legítima e não viole qualquer direito, a gente sabe que o judiciário brasileiro nem sempre pensa na proporcionalidade do ato e na necessidade da sanção, o que pode levar o blogueiro a ser condenado a pagar indenizações altíssimas. A situação é complicada, acordos geralmente não são bons porque costumam pedir que a publicação seja retirada e que não se publique mais nada sobre o autor [do processo], o que viola a liberdade de expressão”, avalia Marques. Deve-se verificar com o advogado os riscos do processo e se vale a pena aceitar os termos restritivos de um acordo. “A publicação utilizou termos ofensivos? Trata-se de uma opinião ou de um relato de um fato verídico? Há obras com direitos autorais em um blog com interesse comercial, com anúncios? Tudo isso pesa na avaliação do juiz”, acrescentou.

4. Se não puder contratar um advogado, busque ajuda em organizações ou na defensoria pública

As defensorias públicas prestam assistência jurídica gratuita a quem não pode pagar pelos serviços de um advogado. Procure a unidade de seu estado para verificar se você tem direito à defesa patrocinada por ela. Outra opção é recorrer a escritórios modelo de faculdades de Direito, como o da Uerj e o da PUC-RJ, ambos no Rio de Janeiro. A Artigo 19, embora não exerça atividade de advocacia, pode orientar o blogueiro e passar informações sobre argumentos utilizados internacionalmente para a defesa da liberdade de expressão.

5. Conheça (e cite) os padrões internacionais

Em processos envolvendo liberdade de expressão, existem padrões internacionais que podem servir de referência para quem trava uma batalha pelo direito de informar e opinar na rede. Eles refletem a preocupação do sistema interamericano de direitos humanos em garantir que não sejam impostas restrições à liberdade de expressão além do estritamente necessário. Marques observa que os blogueiros são alvos de quatro tipos de pedidos de remoção de conteúdo: direitos autorais, honra, privacidade e marca. “No caso de uma alegação de violação à honra, os padrões internacionais afirmam que somente fatos falsos poderiam ensejar um processo, fatos verdadeiros não causariam nenhum dano desproporcional. Vale ressaltar que só fatos podem originar uma ação, opiniões não baseadas em fatos são protegidas. As pessoas públicas devem ter uma tolerância maior, pois há um interesse da sociedade envolvido. Se o blogueiro só tinha a intenção de informar ou exercer sua opinião, a Justiça deveria ser mais tolerante”, explica Marques. Outros argumentos podem ser encontrados na Análise Comparada da Jurisprudência Nacional com os padrões internacionais de difamação” produzida pela Artigo 19.

6. Não retire do ar qualquer conteúdo antes de uma ordem judicial

“As pessoas que se sentem ofendidas ou prejudicadas com o conteúdo do blog querem justamente que o blogueiro se sinta intimidado e abra mão do seu conteúdo apenas com a notificação judicial ou extrajudicial. Defendemos que não seja feito isso, o que configuraria uma auto-censura. Existem defesas e argumentos consolidados internacionalmente, então precisamos consolidar isso em âmbito nacional e fazer com que os juízes entendam que deve haver uma tolerância maior às críticas em favor de uma liberdade de expressão plena. O Brasil é um dos países mais intolerantes a crítica e tudo enseja um pedido de remoção de conteúdo, não pode ser assim”, observa a advogada.

7. Blogueiros contam com os mesmos direitos de jornalistas

Anonimato no registro de blogs, credenciamento oficial de imprensa, proteção às fontes são alguns dos direitos que, segundo a Artigo 19, não pertencem apenas a jornalistas regulamentados, mas são extensíveis também aos blogueiros. “A atividade de disseminação de informação no interesse do público não é algo que deva requerer a associação a um organismo profissional ou a adesão a determinado código de conduta estabelecido”, defendeu a organização em seu manual “O Direito de blogar“.

8. Divulgue o assédio judicial

Para Marques, divulgar as informações do processo pode ajudar a criar uma rede de solidariedade e ação em favor do blogueiro. Em muitos casos, o conteúdo questionado passa a ser replicado em vários outros sites, o que dificulta a censura. “Claro, é preciso ter cuidado ao divulgar o caso, assumir um tom informativo e evitar qualquer tipo de ofensa ou provocação ao autor da ação para não dar abertura a ser novamente processado”, ressalta.

(Blog das Américas)

Justiça do Pará proíbe jornalista de escrever sobre os voos secretos de Maiorana

BRA^PA_DDP maiorana espancador

O Pará está muito longe de ser o “Pará-iso” do tecnobrega e do “forró eletrônico”. é um Estado de muitos conflitos de terras, de ferrenho poder coronelista que se reflete na vitrine da capital, Belém, e nas associações com o poderio midiático do Grupo Rômulo Maiorana

Esse grupo empresarial, com o claro objetivo de manter seu poderio como maior grupo de Comunicação no Estado, faz de tudo para desmoralizar o jornalista Lúcio Flávio Pinto, autor de reportagens investigativas que desagradam a famiglia midiática. Lúcio foi até agredido fisicamente por um dos integrantes dos Maiorana, só para sentir a gravidade do caso e a truculência do grupo empresarial.

E Lúcio, sem ter direito à defesa plena garantida por lei, é hoje condenado a indenizar os Maiorana com uma fortuna no valor de mais de R$ 400 mil, quantia que o jornalista e blogueiro não possui, só porque os donos da TV Liberal (afiliada da Rede Globo), do jornal O Liberal e da rádio Liberal FM se sentiram “moralmente lesados” pelas reportagens, alegando “perda de capital”.

Atualmente Lúcio recorre à tribunais federais de Justiça para tentar anular a condenação e garantir o direito de trabalhar seu Jornal Pessoal sem sofrer qualquer tipo de ameaça ao seu direito de informar à sociedade. A perseguição jurídica contra Lúcio Flávio foi comparada por este a uma típica história de Franz Kafka.

NOTA AO PÚBLICO – Por Lúcio Flávio Pinto

Desde 1992 sou submetido a tenaz perseguição por três herdeiros das Organizações Romulo Maiorana, um dos maiores impérios de comunicação do país, com uma emissora de televisão, líder em audiência, afiliada à Rede Globo, dois jornais diários, emissoras de rádio, empresa de TV a cabo eutros negócios. Os irmãos Rosângela, Romulo e Ronaldo Maiorana propuseram, entre 1992/93 e em 2005, o total de 19 ações – cíveis e criminais – contra mim.

Talvez não haja registro, na história da imprensa brasileira, de fenômeno igual: uma empresa jornalística a patrocinar tantas demandas em juízo contra um único jornalista. Com a inusitada circunstância de que os donos de tal empresa jamais enviaram ao suposto ofensor uma única carta, no exercício do direito de resposta, nem utilizam seus poderosos veículos de comunicação para contrapor seus argumentos e informações, que são apontados como a causa da ida aos tribunais, caso realmente buscassem a verdade e em respeito à opinião pública.

A motivação tornou-se evidente a quem acompanha esse longo percurso de mais de 20 anos: acabar com a existência do Jornal Pessoal, pequena publicação alternativa, pobre de meios, mas que resiste em circulação há 25 anos, denunciando ilicitudes e ilegalidades praticadas por poderosos na Amazônia. O propósito de acabar com uma publicação que tem credibilidade e reconhecimento nacional e internacional já se teria desmoralizado, não fora a acolhida dada em certas instâncias às absurdas pretensões dos autores de tais demandas.

A etapa atual desta história, uma das 33 novelas kafkianas que enfrento na justiça há mais de 20 anos, começou com um recurso, o agravo de instrumento, em 17 de setembro de 2008. Leia mais 

A Campanha Difamatória sobre o Pobre Kamel

por Luiz Carlos Azenha

justiça imprensa jornalista

Ali Kamel, o nem todo poderoso diretor da Central Globo de Jornalismo, venceu mais uma.
Fui condenado a pagar a ele a indenização de 30 mil reais por uma suposta “campanha difamatória”. O poderosíssimo Viomundo difamou uma das maiores empresas de comunicação do mundo! Cabe recurso e, obviamente, o dr. Cesar Kloury vai recorrer.

Kamel bate um recorde: 4 vitórias em 4 ações na primeira instância da Justiça carioca. Alguém tem dúvida sobre o resultado dos processos que ele também move contra Luís Nassif e o sr. Cloaca? Nem o Barcelona tem esse aproveitamento!

O fulcro da decisão judicial é de que ele teria sido citado em 28 postagens do Viomundo, que existe desde 2004. Só a versão mais recente do site tem 8.140 post publicados. Ou seja, Ali Kamel foi mencionado em 0,0034% dos posts aqui publicados, na suposta “campanha difamatória”.

Em um trecho da sentença, segundo o Portal Imprensa, a magistrada afirma que eu “teria elaborado uma série de criticas contra matérias publicadas pelos diversos veículos de comunicação vinculados às Organizações Globo, atribuindo-lhe [Nota do Viomundo: Ao Kamel] a responsabilidade pelo conteúdo editorial”.

Para a juíza, segundo o Consultor Jurídico, a vinculação de Ali Kamel com a linha editorial dos meios de comunicação da Globo é uma “falsa afirmação” (grifo meu), já que ele está subordinado a superiores hierárquicos e a empresa possui um Conselho Editorial composto pelos editores dos diversos veículos do grupo, incluindo Kamel.

Em outras palavras, descobriram que o Ali Kamel não manda na Globo, apenas psicografa as ordens do dr. Roberto. A recente ascensão dele ao cargo de diretor da Central Globo de Jornalismo foi apenas uma coincidência.

Ex e atuais funcionários da Globo: sobre o poder de Kamel, é tudo imaginação da parte de vocês!
Ali Kamel processou Rodrigo Vianna por causa de uma piada. Processou Marco Aurélio Mello por uma obra de ficção. E a mim por atribuir a ele poder que não tem. Porém, como ex-profissionais que atuamos nos bastidores da TV Globo, nas coberturas mais importantes, subordinados diretamente a ele, sabemos muito bem o que ele fez no verão passado.

Foi apenas por acaso, assim, à toa, que pedi a rescisão antecipada de meu contrato com a TV Globo, onde ganhava salário de executivo, com mais de um ano de antecipação. Não queria associar meu nome à falta de poder do Ali Kamel.

Em minha opinião, o texto definitivo sobre as represálias da Globo contra blogueiros, que se deram todas depois das eleições de 2010, foi escrito por Miguel do Rosário, aqui, quando da condenação de Rodrigo Vianna. Um trecho:
É inacreditável que o diretor de jornalismo da empresa que comete todo o tipo de abuso contra a democracia, contra a dignidade humana, a empresa que se empenha dia e noite para denegrir a imagem do Brasil, aqui e no exterior, cujos métodos de jornalismo fazem os crimes de Ruport Murdoch parecerem estrepolias de uma criança mimada, pretenda processar um blogueiro por causa de um chiste!
PS do Viomundo: Obrigado a todos os que manifestaram solidariedade. É o que nos dá força. A sentença abre uma possibilidade jurídica interessante: queremos a ata do Conselho Editorial da Globo que decidiu pela cobertura da bolinha de papel, por exemplo!

Proteger el periodismo desde el ámbito judicial

EL EFECTO SILENCIADOR DE LAS QUERELLAS

por ANDRÉS BOIX PALOP. Profesor de Derecho de la Comunicación en la Universitat de València

Policías impiden trabajar a un fotógrafo el pasado 12 de mayo en Madrid / JOSÉ LUÍS CUESTA
Policías impiden trabajar a un fotógrafo el pasado 12 de mayo en Madrid / JOSÉ LUÍS CUESTA

Una sociedad democrática no sólo depende de que quienes manden sean elegidos por los ciudadanos. También necesita que existan efectivos mecanismos de control que garanticen que quienes ostentan el poder de gestionar las cosas de todos sean debidamente fiscalizados por el resto de ciudadanos. España no es un país donde hayamos hecho especialmente bien esta parte de los deberes de todo Estado de Derecho que se quiera verdaderamente participativo y democrático. Por poner un ejemplo de actualidad, la legendaria falta de transparencia de las Administraciones públicas, absolutamente inédita en el contexto europeo, es una muestra paradigmática de una importante deficiencia en esta línea con consecuencias enormes (por ejemplo, aunque no sólo, en materia de corrupción).

Peligro de efecto silenciador

Uno de los más importantes mecanismos de defensa que, en este sentido, tenemos es una prensa libre, independiente, potente y jurídicamente salvaguardada. Por eso, como han señalado todos los tribunales del mundo, la libertad de expresión e información es absolutamente esencial, en tanto en cuanto no sólo protege intereses de las personas amparadas por esa libertad, sino que sirve a un interés general, de todos los ciudadanos, siendo un medio imprescindible para garantizar la libre discusión de ideas y el debate sobre asuntos de interés público. La prensa, como ‘perro guardián’ y controladora del poder, ha de ser jurídicamente protegida. Y, para ello, hay que garantizar no sólo un sistema de libertades, sino que, además, es preciso que los mecanismos jurídicos sean muy conscientes de los efectos indirectos que ciertas rigideces pueden suponer, ya que las dificultades en el ejercicio de la actividad periodística pueden generar un “efecto silenciador” (chilling effect) absolutamente indeseable y socialmente muy perjudicial. Por esta razón, cuestiones aparentemente menores en materia de libertad de expresión son en realidad francamente esenciales: de cómo las resolvamos depende que la prensa pueda en efecto ser libre o lo sea sólo sobre el papel pero en la práctica haya tantas cautelas que no pueda ejercer su función de control sobre quienes mandan.

Esta reflexión general no puede perderse de vista a la hora de evaluar los conflictos que surgen en la actualidad, pues las nuevas formas de periodismo que han florecido al calor del cambio social y de las nuevas posibilidades técnicas obligan a reflexionar de nuevo sobre dónde están los límites de lo jurídicamente aceptable para los
periodistas.

Nuestro Derecho todavía tiende a proteger al poder antes que a exponer sus vergüenzas

Vamos a un mundo de medios de comunicación más pequeños, más plurales, más especializados… gracias a que Internet ha permitido una eclosión sin precedentes de formas de periodismo que van desde el compromiso cívico a proyectos profesionales muy personales, pasando por medios sectoriales o locales de tamaño más bien humilde. Este mundo puede aportar al control de los poderes públicos nuevas herramientas, más información, más transparencia y, con ello, una mejor información. Pero estos medios son también más pequeños, menos potentes económicamente, en ocasiones no profesionales y casi siempre voces que hablan con un lenguaje diferente. El Derecho ha de ser consciente de esta nueva realidad y protegerla.

Casos como la sentencia que ha condenado a Cafè amb Llet por difundir informaciones materialmente fundadas e importantes desde todo punto de vista, a partir de la manera en que están presentadas y de supuestos excesos expresivos, son por ello extraordinariamente perturbadores. Demuestran hasta qué punto nuestro Derecho todavía reacciona con impulsos tendentes a proteger y cubrir al poder antes que a exponer sus vergüenzas. Porque por mucho que la presentación de un reportaje no sea estrictamente neutral, sino militante, los jueces han de tener mucho cuidado a la hora de declararlo no ajustado a lo que permite la libertad de expresión. Si no reconocemos la nueva realidad, que también es una nueva forma de informar y de investigar en esos medios sectoriales, pequeños, pero importantes, estaremos contribuyendo a silenciarlos en lugar de ayudarlos a fortalecerse, que es lo que nos conviene a todos que ocurra.

Inforelacionada

“A los fotógrafos que llevan chaleco les tienen más controlados porque son más visibles”
Acoso policial a Edu León
El ojo público