Seminário em Lisboa dos golpistas Gilmar e Cedraz fracassou

Como é que se lembraram de marcar um seminário sobre o futuro constitucional do Brasil (e de Portugal, olha só) para o 52º aniversário do golpe que derrubou um presidente eleito e instaurou uma ditadura militar?

 

Francisco Louçã, economista e político português, avalia que “só haveria uma razão” para que políticos e juristas brasileiros viajassem para Lisboa para “conspirar por telefone” contra o governo Dilma: “procurarem um endosso internacional para as suas diligências, fazerem-se fotografar ao lado das autoridades de Portugal. Se era esse o objetivo, fracassou”; “Ficando deserto de autoridades, o seminário limitar-se-á então, se ainda se vier a manter com tantos abandonos, a uma conversa entre juristas e políticos brasileiros sobre a graça do golpe que está a decorrer. Suponho que só a TAP agradecerá a cortesia”, ironiza o escritor

 

Um imbróglio em Lisboa

 

por Francisco Louçã

Quem se lembrou de uma coisa destas? Admitamos que o seminário “luso-brasileiro” que vai decorrer na Faculdade de Direito de Lisboa já estava programado antes da crise desencadeada pela golpaça político-judicial em curso no Brasil. Se assim for, há uma questão a que falta responder: como é que se lembraram de marcar um seminário sobre o futuro constitucional do Brasil (e de Portugal, olha só) para o 52º aniversário do golpe que derrubou um presidente eleito e instaurou uma ditadura militar? Como não há coincidências na vida, ou fugiu o pé para o chinelo ou é uma declaração de guerra com um atlântico pelo meio. Presumo que seja o chinelo.

Também não lembraria a ninguém que o vice-presidente brasileiro, e primeiro potencial beneficiário da eventual deposição de Dilma Roussef, escolha sair do país por uns dias precisamente quando o seu partido, o PMDB, tomará a decisão de sair do governo e se juntar aos parlamentares derrubistas. Mas é isso que anuncia o programa do evento. Pior, acrescenta outros pesos-pesados da direita, estes do PSDB, José Serra e Aécio Neves, sendo que o primeiro não estava previsto no programa original. O que os levaria a levantar voo do Brasil para se limitarem a conspirar por telefone?

Só haveria uma razão, procurarem um endosso internacional para as suas diligências, fazerem-se fotografar ao lado das autoridades de Portugal. Se era esse o objectivo, fracassou. Os serviços do Presidente português anunciaram que a agenda não lhe permite ir ao seminário e até o ex-primeiro ministro Passos Coelho se pôs de fora.

O detalhe da exclusão de Passos acrescenta ainda algum picante à história, dado que o PÚBLICO revela que “já Jorge de Miranda garante que a presença do ex-primeiro-ministro levantou dúvidas quanto à pertinência académica do seu contributo”. Excelente: o seminário era de tão alta qualidade que os organizadores se esqueceram de consultar a “pertinência académica” do “contributo” dos oradores que convidaram. Passos deve estar reconhecido por mais esta. Paulo Portas, que também foi anunciado para o encontro, mantém-se mais discreto e, adivinho, de fora do imbróglio. Resta saber se Maria Luís Albuquerque, anunciada no Brasil como professora da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, abrilhantará o encontro com a sua presença.

Ficando deserto de autoridades, o seminário limitar-se-á então, se ainda se vier a manter com tantos abandonos, a uma conversa entre juristas e políticos brasileiros sobre a graça do golpe que está a decorrer. Suponho que só a TAP agradecerá a cortesia.

Nota (16.30, dia 24): o vice-presidente do Brasil cancelou a sua viagem. O benefício da TAP com o evento será mais reduzido.

Os democratas precisam ganhar o voto dos deputados indecisos para evitar o golpe, o retorno da ditadura

Dentro da Câmara dos Deputados, as legiões de Eduardo Cunha ameaçam os deputados que ainda não decidiram votar no impeachment de Dilma Rousseff. Bolsonaro continua com sua campanha de ódio, de intimidação e promessa de vingança. É isso mesmo. Não se faz golpe sem prisões políticas, tortura, exílios e morte. Já existe inclusive um muro com os nomes dos deputados considerados indecisos.

O quadro atual indica que Dilma terá as opções que marcaram o destino de Getúlio, Jango, Jânio, Café Filho, Collor. Que ela escolha: Suicídio (pediu Jarbas Vasconcelos), exílio, aceitar covardemente a guilhotina, ou resistir, o independência ou morte que matou Allende no Chile, ou lutar como fez Hugo Chávez, com o apoio do povo, na Venezuela.

Pelo que apresenta o jornal El País, da Espanha, o Brasil, doente terminal, está na U.T.I., dependente da vontade de Eduardo Cunha, e de uma justiça também golpista, representada por Gilmar Mendes e Aroldo Cedraz, hoje em Lisboa, anunciando para o mundo o novo governo do cameleão  Michel Temer, indicado e eleito vice-presidente com os votos de Dilma Rousseff.

O quadro atual:

Deputados golpistas: 248

Indecisos: 146

Pela Democracia: 118

 

Por impeachment, Vem pra Rua e MBL pressionam deputados corpo a corpo e nas redes

Em Brasília, movimentos tentam ganhar votos para destituição e prometem “muro” para expor indecisos

por RODOLFO BORGES
El País/ Espanha

 

“Agora eu vou ler os nomes dos deputados que se dizem indecisos em relação ao impeachment. Cobrem uma posição deles”, dizia ao microfone o líder do movimento Vem pra Rua, Rogério Chequer, do alto de um caminhão de som na avenida Paulista. Naquele domingo, 13 de março, 500.000 pessoas tomaram a avenida em São Paulo, nas contas do Instituto Datafolha, e quem estava ao alcance do microfone de Chequer ouviu nomes como Celso Russomanno (PRB-SP) e Ricardo Izar (PP-SP). Coincidência ou não, esses dois deputados fizeram questão de se posicionar a favor do impeachment na semana seguinte ao protesto.

Os partidos de oposição no Congresso Nacional aproveitaram o ímpeto popular que tem levado centenas de pessoas às ruas do país diariamente para organizar a pressão sobre os colegas que ainda não se posicionaram claramente a favor da deposição da presidenta Dilma Rousseff. O chamado Comitê do Impeachment se reúne uma vez por semana na Câmara com líderes oposicionistas e representantes de movimentos como o Vem pra Rua e o Movimento Brasil Livre (MBL), que levaram para dentro do parlamento a pressão contra o Governo.

Segundo uma das lideranças do Democratas, deputado Mendonça Filho (PE), que comanda o comitê, ele e seus colegas têm mantido contato próximo com os partidários do impeachment, mas sem qualquer interferência no trabalho que esses militantes desempenham no Congresso. Nesta semana, enquanto a Comissão Especial do Impeachment avançava a passos largos, membros do MBL, como Fernando Holiday, circulavam entre os deputados, atentos a seus posicionamentos, antes de engrossar os barulhentos protestos ao final do dia em frente ao Congresso Nacional — Holiday, que deve concorrer nas eleições municipais deste ano, chegou a fazer um duro discurso no plenário nesta semana, a convite do DEM, contra o deputado Vicentinho (PT-SP) por ocasião das comemorações do Dia contra a Discriminação Racial.

Além da presença física, os partidários do impeachment concentram esforços virtuais por meio das redes sociais dos parlamentares indecisos na tentativa de convencê-los a se posicionar. O Mapa do Impeachment, elaborado ao longo de três meses por 80 voluntários do Vem pra Rua, expõe uma evolução considerável de posicionamentos favoráveis ao impeachment ao longo das cinco semanas em que a contagem está no ar. No último mês, ao menos 114 deputados tiveram o status de “indeciso” alterado para “a favor” no site, que compila dados para contato e até a evolução patrimonial e os doadores de campanha dos deputados.

“Já que este deputado está indeciso, você pode entrar em contato com ele para cobrá-lo por seu posicionamento. Com as informações que já são públicas, é inaceitável um parlamentar não se posicionar”, instrui o site acerca do ex-presidente da CPI da Petrobras Hugo Motta (PMDB-PB), que, como qualquer um que acessar o site poderá ver, declarou um patrimônio de 141.000 reais na eleição de 2010 e, quatro anos depois, tinha posses equivalentes a 500.000 reais. Pelas contas do Mapa do Impeachment — cuja efetividade anima seus criadores a já pensar em outras utilizações para a ferramenta —, ainda existem 146 deputados e 21 senadores indecisos. E eles prometem não parar enquanto houver parlamentares em cima do muro.

Por falar em muro, o Vem pra Rua agendou para o dia 3 de abril um protesto nacional, mas com concentração especial na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, para expor o “muro do impeachment”. Na parede desse muro, estarão as fotos de todos os deputados indecisos. Àqueles parlamentares que estiverem dispostos a mudar de ideia para ganhar o selinho “a favor” no site, os cerca de 30 voluntários que se revezam no controle do mapeamento avisam: paciência. Por questões técnicas, o registro da mudança pode levar até 24 horas para ser feito — muito menos tempo, diga-se, do que os militantes pró-impeachment esperaram por um posicionamento desses congressistas.

 

Dilma manda recado para os golpistas Gilmar, Cedraz, Temer, Aécio e José Serra em Portugal

“Tive uma vida muito complicada para não ser capaz agora de lutar pela democracia do meu país”

 

A reunião dos líderes golpista em Lisboa, neste 31 de março, promovida pelo ministro partidário Gilmar Mendes, visava anunciar ao mundo a formação de um governo no exílio, a queda de Dilma, e proclamar Michel Temer como novo presidente do Brasil.

O seminário conta com a presença das principais lideranças do impeachment, como o vice-presidente Michel Temer (PMDB), os senadores Aécio Neves e José Serra, ambos do PSDB, o presidente do TCU, Aroldo Cedraz; estará presente ainda o ministro do STF Dias Toffoli, além do próprio Gilmar Mendes.

O ministro Aroldo Cedraz armou, no TCU, a tese das pedaladas fiscais, para tentar justificar a derrubada de Dilma.

Visando abalar o impacto da conspiração de Gilmar,  de Cedraz, de Temer, com a crise política como principal tema dos questionamentos, Dilma Rousseff falou com jornalistas do The New York Times (Estados Unidos), El País (Espanha), The Guardian (Inglaterra), Página/12 (Argentina), Le Monde (França) e Die Zeit (Alemanha).

Brasil de Fato – Dilma voltou a negar qualquer possibilidade de renúncia. A presidenta afirmou, segundo o The Guardian, que seus rivais políticos querem sua renúncia para evitar a dificuldade de removê-la do posto “indevidamente, ilegalmente e criminalmente”. Também questionou diretamente os ânimos dos opositores. “Por que eles querem que eu renuncie? Porque eu sou uma mulher fraca? Eu não sou”, declarou, acrescentando que se “mantém firme” no cargo.

“Pensam que devo estar muito afetada, que devo estar completamente desestruturada, muito pressionada. Mas não estou assim, não sou assim. Tive uma vida muito complicada para não ser capaz agora de lutar pela democracia do meu país”, destacaram o The Guardian e o El País.

De acordo com Dilma, o governo não aceitará o resultado do processo de impeachment que corre no Congresso, conduzido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) e alvo de processo de cassação no Conselho de Ética da Casa. “Nós apelaremos a todos os meios legais disponíveis”, ressaltou. Segundo ela, o esforço da oposição para tirá-la do Planalto “carece de bases legais”.

O impeachment, acrescentou aos correspondentes, irá deixar “cicatrizes profundas e duradouras” para a democracia brasileira. Dilma acusou os oposicionistas do que chamou de “métodos fascistas” e declarou que os adversários apostam no “quanto pior, melhor”ao sabotar as propostas econômicas do governo. Reafirmou, ainda, que eles não aceitaram o resultado das últimas eleições.

O The Guardian cita a alegação de Dilma de que Cunha e os oposicionistas têm sabotado a agenda legislativa do governo e incitado o país. “Nós nunca vimos tanta intolerância no Brasil. Nós não somos um povo intolerante”, disse a presidenta.

O El País destaca não só que a presidenta disse ser o processo de impeachment “muito fraco”, mas também que ela acusa o presidente da Câmara de ter tentado barganhar o andamento do processo de afastamento com o apoio do governo contra o possível processo de cassação que ele pode enfrentar no Conselho de Ética, devido à constatação de que ele tem movimentações em contas na Suíça.

“Digo a vocês como esse processo surge: o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para evitar que a Câmara o investigasse, quis negociar com o governo. Se nós não votássemos contra essa investigação, ele punha o processo em curso. Cunha foi denunciado pelo Ministério Público Federal porque encontraram cinco contas na Suíça. Não sou eu quem digo, quem diz é o Ministério Público Federal”, reproduziu o jornal.

Sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma negou que sua nomeação como ministro da Casa Civil tenha sido uma tentativa de protegê-lo, e ressaltou que ele continuará respondendo à Justiça se vier a ser ministro, porém, ao STF.”Lula é meu parceiro”, comentou, de acordo com o NY Times. Segundo o jornal norte-americano, a nomeação de Lula foi justificada pelo talento político do ex-presidente e de sua grande capacidade de articulação em um momento em que o governo está sob forte tensão.

A respeito de sua reação às recentes manifestações pelo impeachment, Dilma disse: “Não vou dizer que é agradável ser vaiada. Mas não sou uma pessoa depressiva”.

Os jornais não citam referências da presidenta ao papel dos meios de comunicação na atual ofensiva contra seu governo. Ao encerrar a entrevista, ela disse acreditar que a paz reinará no Brasil durante a realização dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, a partir de agosto.

 

 

A JUSTIÇA BRASILEIRA E O CARNAVAL DA SELETIVIDADE

FALSOS MORALISTAS E PALADINOS DA ÉTICA VÃO PULAR O CARNAVAL LONGE DOS HOLOFOTES DA MÍDIA E DAS GARRAS DA JUSTIÇA. NO BRASIL É SEMPRE ASSIM. OS INTERESSES ESCUSOS SUFOCAM OS INTERESSES COLETIVOS

por Mailson Ramos

Num país onde Cunha perambula livremente nos corredores da Câmara dos Deputados e com honrarias de Chefe de Estado, a justiça já se decompôs há muito tempo. Desintegrou-se a capacidade que as instituições do judiciário tinham de demonstrar a sua força.

Na Suíça já o teriam afastado há meses. Isso se não fosse encarcerado e mantido longe da presidência do parlamento.

Mas como aqui é o Brasil, não somente o Cunha usufrui das liberdades concedidas por uma esta justiça seletiva.

Exemplos se podem citar aos borbotões.

Nos últimos dias a mídia sentiu sua boca adoçar com boatarias que se sobrepõe ao ofício jornalístico. Um barco de latão, um sítio e um tríplex no Guarujá construíram a mais burlesca das crônicas neste início de 2016.

A novela tem como personagens principais o ex-presidente Lula e sua esposa, D. Marisa Leticia. Deflagrou-se uma operação narrativa, de cunho midiático, para oferecer aos detratores do Lula dezenas de factoides a mais.

A ojeriza coletiva antilulista se abastece dia após dia, sem interrupções nos meios de comunicação tradicionais. E não vai aqui nenhum caráter de vitimismo porque o ex-presidente tem apresentado provas cabais de sua inocência, embora todas elas rechaçadas antes da verificação. Assim agem os extremistas.

Tal intransigência não se vê em São Paulo com os desvios da Máfia da Merenda. Passa ilesa a informação de que um corruptor enviou orientações desde o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Não se fala na quantidade de dinheiro desviado, não se sabe quem são os envolvidos e quais são os desdobramentos da operação policial (Alba Branca) que deflagrou o esquema de corrupção. Tudo na “moita”.

Da mesma maneira não se repercute sobre os R$ 300 mil do Aécio, afinal de contas, o ilibadíssimo juiz Sérgio Moro concedeu liberdade ao Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará.

A delação sobre a chatice de Aécio Neves ao esperar a propina não deveria sequer ter vindo a público. E que não se deixe de considerar o tempo de determinados vazamentos.

E começam a aparecer delações de outubro passado. Quando convém a Lava Jato não vaza a jato. É o que se pode confirmar hoje, em O Globo, sobre a delação de Luciano Araújo de Oliveira, tesoureiro do Solidariedade, partido do Paulinho da Força.

Ele esmiuçou o esquema de recebimento de propinas junto a UTC. Revelou também como o Thiago Cedraz, seu primo e filho de Aroldo Cedraz, presidente do TCU, vendia informações sigilosas do tribunal ao Ricardo pessoa (UTC).

Lamaçal para ninguém botar defeito. E onde está a justiça?

A justiça corrobora a expressão de Paulinho da Força quando disse que iria até o fim com Cunha para derrubar a Dilma. Aliás, foi ele quem puxou as vaias à presidenta na volta do recesso, no plenário da Câmara.

Também foi ele quem mandou soltar ratos na CPI da Petrobras. O achincalhe é geral e só acabará com o grito das ruas. O verdadeiro grito das ruas. Nada se resolve enquanto a justiça, olhando por baixo da venda, se disser cega.

Quem é o candidato a presidente dos golpistas macumbados com Cunha?

Duke
Duke

Os que patrocinam e promovem a apologia do retorno da ditadura, da intervenção de um exército, de um impeachment à Paraguai, aconchavado por Eduardo Cunha, devem explicações por crimes cometidos à polícia, à justiça e, principalmente, ao povo.

Que sejam incluídos nesse festival de porra-louquice e “taradinhos do impeachment”, o Tribunal de Contas, um “playground de políticos fracassados”, na definição do ministro Joaquim Barbosa.

Quando o Congresso do Paraguai golpeou Fernando Lugo, abriu alas para Horacio Cartes assumir a presidência da República, um corrupto amigo do senador Perrella, dono do helicóptero do pó, e do senador Aécio Neves. Cartes responde a inquérito no Brasil como contrabandista.

Todo corrupto, obviamente, considera indesejável um presidente honesto.

Olho-dilma-corrupção

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A reputação dos golpistas Cunha, Nardes, Agripino, Aéreo Neves já apodreceu

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corruptos pedem impeachment

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À medida em que apodrece a reputação dos centuriões do golpe (Cunha, Nardes, Agripino, Aéreo Neves), os golpistas jogam um jogo de vida ou morte.

Escreve Saul Leblon: O país vive horas cruciais. O assalto conservador ao poder joga uma cartada de vida ou morte contra o relógio político nos próximos dias.

À medida em que apodrece a reputação de seus centuriões, e os savorolas da ética entram em combustão explosiva – caso dos homens-tocha Cunha, Agripino, Nardes, Aéreo Neves etc, resta-lhes apostar tudo no estreito espaço de tempo entre a desmoralização absoluta e a capacidade residual de articular o golpe.

Arqueado sob R$ 31 milhões em depósitos suíços, segundo a Folha, Cunha negociou com a hesitação golpista: em troca do pescoço, articulou uma operação casada com o PSDB.

Tucanos salvam a aparência pedindo seu afastamento – ‘para que possa exercer seu direito constitucional à ampla defesa’. Em troca, o personagem que não tem mais nada a perder acelera a operação do impeachment, como última estaca de sobrevivência antes do abismo.

A sofreguidão avança de faca na boca“.

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Sílvio Costa fala da podridão dos golpistas Paulinho da Força e Cedraz

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terceirização paulinho força

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Tereza Cruvinel: Em discurso ontem na Câmara, o deputado Silvio Costa (PSC-PE), vice-líder do Governo, questionou a autoridade do TCU para julgar e recomendar a rejeição das contas do Governo Dilma. “O TCU não estará em condições de fazer esta julgamento enquanto não forem esclarecidas as denúncias que atingem pelo menos dois de seus ministros”.

Costa recordou a delação premiada do dono da UTC, Ricardo Teixeira, que afirmou tem comprado uma decisão do TCU favorável à licitação da usina de Angra 3, que estava enfrentando restrições técnica, através de Thiago Cedraz, filho do presidente do tribunal, Aroldo Cedraz. Pessoa disse ter pago uma mesada mensal de R$ 50 mil a Tiago e uma propina de um milhão de reais para ele ‘resolver” o problema.. O problema estava na resistência do relator do caso, ministro Raimudo Carrero, que acabou liberando a licitação que vinha obstacularizando.

– Enquanto as investigações da Lava Jato não forem conclusivas sobre o papel destes dois ministros, o tribunal não tem autoridade para rejeitar contas do governo – disse Costa.

Ricardo Pessoa disse não saber a quem foi destinada a propina. Um dos mediadores dos pagamentos foi Luciano Araujo, tesoureiro do partido Solidariedade, que disse à Folha de São Paulo ter ido à UTC mas para receber uma doação de R$ 1,2 milhão ao partido de Paulinho da Força Sindical.