Justiça amiga esconde o camarote de luxo do prefeito do Recife

A ditadura judicial silencia uma jornalista on line. Bom lembrar que o atual governador de Pernambuco e o prefeito do Recife são funcionários marajás do Tribunal de Contas de Pernambuco. Um Tribunal de faz de conta que faz as contas notadamente dos prefeitos.

Pobre Pernambuco.

Reina a escuridão imposta pelos inimigos da claridade, os que vivem do segredo eterno, da brincadeira de esconde-esconde no reino encantado onde uma principesca minoria come e o povo em geral passa fome mais os funcionários aposentados e pensionistas do governo do Estado de Pernambuco e da prefeitura do Recife que não possuem os ricos ordenados dos desembargadores, dos delegados, dos coronéis, dos fiscais, isto é, dos que multam, prendem e condenam os sem teto, os sem terra, os sem nada.

Escreve Noelia Brito hoje: Cumprindo fiemente a ordem judicial que censurou meu Blog e minhas Redes Sociais sob pena de multa diária de DEZ MIL REAIS. A ordem foi da Juíza da 15ª Vara Cível a pedido de interpostas pessoas de Geraldo Júlio

 

 

Secretários e Chefe de Gabinete de Geraldo Júlio são citados em Ação de Improbidade por farra dos Camarotes da Copa

 

 

Em maio, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) noticiou o ajuizamento de duas ações civis públicas por improbidade administrativa contra secretários da mais alta confiança do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, quais sejam, os secretários João Guilherme de Godoy Ferraz (chefe do gabinete de Projetos Especiais) e Alexandre Rebelo Távora (secretário de Planejamento e Gestão da Cidade do Recife), bem como contra seu Chefe de Gabinete, Rodrigo Mota de Farias, por terem autorizado a aquisição, com o dinheiro dos contribuintes do Recife, sem licitação, de um camarote na Arena Pernambuco, durante a Copa das Confederações. Contra George Gustavo de Mello Braga (secretário de Esportes e Copa do Mundo) e Danilo Moreira da Silva (secretário executivo da Copa do Mundo) pesa a responsabilidade pela aquisição de mais 459 ingressos para o mesmo evento esportivo. Segundo o MPPE, as aquisições autorizadas pelos principais assessores de Geraldo Júlio, “se distanciam da tutela do interesse público em prol de interesse privado da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e configuram desvio de finalidade”.

O MPPE recebeu informações do Grupo de Trabalho Copa do Mundo, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), acerca de diversas despesas efetuadas por vários entes públicos, dentre estes, a Prefeitura de Cidade do Recife, na aquisição de camarotes e ingressos para a Copa das Confederações 2013, da qual Pernambuco foi uma das sedes. O 27° promotor de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital com atuação na Promoção e Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Cajueiro, diante das denúncias recebidas, instaurou o inquérito civil n°009/2014 e confirmou a ilicitude dos fatos ali narrados, constatando que a farra com o dinheiro público promovida pela equipe de Geraldo Júlio, durante a Copa das Confederações teria gerado um prejuízo, para o povo do Recife, da ordem de R$201.181,05, devidamente atualizado, com juros e correção monetária, desde a data do efetivo pagamento, vez que lhes cabem responsabilidade pela condução e decisão proferida nos autos do processo de inexigibilidade de licitação n°01/2013, que resultou na aquisição do Programa Oficial de Hospitalidade à empresa Match Hospitality Serviços Ltda., para assistir aos jogos da Copa das Confederações 2013, na Arena Pernambuco, com relação à compra do camarote.

A segunda ação movida contra George Gustavo de Mello Braga (secretário de Esportes e Copa do Mundo) e Danilo Moreira da Silva (secretário executivo da Copa do Mundo) tem o objetivo de fazê-los recolherem solidariamente os recursos públicos gastos na compra dos 459 ingressos para a Copa das Confederações Fifa 2013, no valor de R$53.808,00, também devidamente atualizado, vez que lhes cabe responsabilidade pela condução e decisão proferida nos autos do processo de inexigibilidade n°02/2013, que resultou nessa compra.

O promotor de Justiça Eduardo Cajueiro, durante a condução do inquérito civil, solicitou a relação nominal daqueles a que foram destinados os 459 ingressos, bem como a relação nominal dos convidados para o camarote adquirido pela Prefeitura da Cidade do Recife, além das cópias legíveis dos Processos de Inexigibilidade n°001/2013 e 002/2013.
Em resposta a solicitação do MPPE o Gabinete da Secretaria Executiva da Copa do Mundo e Legado (Secopa) reafirmou que “a aquisição dos aludidos ingressos resultou da política governamental de propiciar a participação dos estudantes da rede municipal de ensino do Município do Recife em evento de porte internacional”. Quanto ao Camarote, a Secopa informou que a contratação decorreu da “singular oportunidade de aproximar e de ser efetivada a prospecção direta pelo prefeito e por seus principais agentes investidos na implantação da atual política, em face de potenciais investidores locais, nacionais e estrangeiros, com interesses no desenvolvimento e fortalecimento do turismo, da cultura e lazer. O objetivo do camarote é ter um espaço dentro do evento para promover relações institucionais com convidados”.

De acordo com o relatório do inquérito civil n°009/2014, ao se fazer a leitura dos convidados do camarote observou-se diversas autoridades locais e até familiares.

De igual maneira, a leitura da lista de distribuição dos ingressos, uma vez que a compra foi justificada com o objetivo da necessidade de participação dos estudantes da rede municipal de ensino no evento, observou-se, além dos servidores de algumas unidades escolares, servidores da secretaria de Esportes e Copa do Mundo, integrantes da Equipe Técnica da Secretaria Municipal de Educação e do Comitê da Copa do Mundo (estes ocupando os mais diversos cargos).

O desvio de finalidade identificado nas aquisições traz como consequência a ilegalidade e nulidade da despesa, que ficou distanciada do interesse público para tutelar interesse exclusivamente privado, sem qualquer benefício ou legado para a população. “A discricionariedade do administrador não pode desbordar os limites impostos pelos princípios constitucionais, dentre outros, a moralidade, economicidade e razoabilidade”, reforçou o promotor de Justiça no relatório do inquérito civil.

No despacho, o Juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública, Dr. Djalma Andrelino, manda que o Município do Recife se manifeste se vai aderir à ação, juntando-se ao Ministério Público de Pernambuco no combate a essa farra com o dinheiro público, (trecho suprimido por censura judicial da Juíza da 15ª Vara Cível do Recife na ação nº 0023782-77.2015.8.17.2001) ou se será cúmplice do que já está sendo chamado de “farra dos reis do Camarote do Recife”. Com a palavra, o Prefeito Geraldo Júlio.

*(Post editado em 30/11/2015 por determinação judicial da Juíza da 15ª Vara Cível do Recife na ação nº 0023782-77.2015.8.17.2001)

 

Ali Kamel é manipulador e faz jornalismo de hipóteses

tv manipulação pensamento globo

Neste blog existem várias reportagens, artigos, entrevistas denunciando o jornalismo das empresas Globo como manipulador, parcial, tendencioso, mentiroso e vendido. Vide links. Um jornalismo baseado em hipóteses.

E quem dirige esse jornalismo safado, vendido (vide relatório do honrado deputado Djalma Aranha Marinho, hoje nome do plenário da Comissão de Constituição e Justiça), principalmente o da TV Globo?

Os manipuladores são os jornalistas que exercem os cargos da máxima confiança dos proprietários. Um diretor de jornalismo aprova a pauta de reportagens, seleciona os textos, as imagens e os áudios. Tudo conforme os interesses dos patrões.

Um jornalismo livre apenas é possível quando o Conselho de Redação, exclusivamente eleito por empregados sem cargos de chefia, decide a linha editorial.

A criação dos Conselhos deveria constar da Lei dos Meios, que o Brasil não possui, para evitar o monopólio, que cria o atual jornalismo manipulador do pensamento único, da censura dos empresários, do nefasto e profético Big Brother (O grande irmão Marinho, empregador de Ali Kamel) previsto por Georger Orwell.

Denunciada a existência do Partido da Imprensa Golpista (PIG)
Denunciada a existência do Partido da Imprensa Golpista (PIG)

 

globo tv pig golpista

pensamento único censura justiça

Com o monopólio dos meios, a liberdade de imprensa constitui uma propriedade das empresas, e não um direito do jornalista.

O jornalismo é feito de hipóteses. Em geral, um enunciado (ou conjunto de enunciados) que possa ser colocado à prova, atestado e controlado só indiretamente, isto é, através das suas consequências. A característica da hipótese é, portanto, que ela não inclua nenhuma garantia de verdade nem a possibilidade de uma verificação direta.

A manipulação começa pela escolha do jornalista (o patrão sabe que tipo de texto escrito se pode esperar de um editor que ele empregou). A preferência das fontes de informação (agências nacionais e estrangeiras, autoridades, pessoas de prestígio etc), sem esquecer que Carlinhos Cachoeira era ouvido e cheirado pela Veja e Globo. O abuso dos releases. A definição do espaço na imprensa, no jornalismo on line; e do tempo na tv e rádio.  E a mensagem vai da mentira a uma meia-verdade. De um balão de ensaio à propaganda (repetição) dos teasers.

tv globo

Kamel versus Nassif: a diferença de tratamento que a Justiça dá a casos semelhantes

 

por Paulo Nogueira

Falta de objetividade e de coerência nas decisões da Justiça
Falta de objetividade e de coerência nas decisões da Justiça

Da Justiça se espera ao menos uma coisa: que seja coerente nas decisões.

É a única forma que os cidadãos têm de medir eventuais consequências jurídicas de suas ações.

Estou falando isso a propósito da decisão da Justiça do Rio de condenar Luís Nassif a pagar 50 mil reais de indenização para Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo.

A juíza Larissa Pinheiro Schueler baseou sua decisão no fato de Nassif haver afirmado que Ali Kamel é “manipulador” e faz “jornalismo de hipóteses”. Isso, segundo ela, extrapolaria o “direito à informação”.

Aplique esta mesma lógica não apenas para Nassif, mas para a mídia em geral. Não faz muito tempo, no âmbito da mesma Globo de Kamel, os nordestinos foram chamados de “bovinos” por Diogo Mainardi.

Se “manipulador” custa 50 mil reais, qual seria a indenização para “bovinos”? Ou, já que falamos de Mainardi, de “anta”, como ele tratava rotineiramente Lula em seus dias de colunista da Veja?

A Justiça deveria, em tese, ser igual para todos, mas é mais igual para alguns do que para outros.

monopólio tv censura

Há uma decisão jurídica recente que demonstra isso com brutal precisão.

O jornalista Augusto Nunes, o Brad Pitt de Taquaritinga, foi processado por Collor. Quer dizer: Collor fez o que Kamel fez.

Com uma diferença: perto do que Nunes disse dele, Nassif arremessou flores na direção de Kamel.

Começa no título: “O farsante escorraçado da Presidência acha que o bandido vai prender o xerife”.

Um trecho: “… o agora senador Fernando Collor, destaque do PTB na bancada do cangaço, quer confiscar a lógica, expropriar os fatos, transformar a CPMI do Cachoeira em órgão de repressão à imprensa independente e, no fim do filme, tornar-se também o primeiro bandido a prender o xerife.”

O site Consultor Jurídico noticiou o caso assim:

“Na sentença, a juíza Andrea Ferraz Musa, da 2ª Vara Cível do Foro de Pinheiros, disse que, em um estado democrático, o jornalista tem o direito de exercer a crítica, ainda que de forma contundente.

(…) “Embora carregada e passional, não entendo que houve excesso nas expressões usadas pelo jornalista réu, considerando o contexto da matéria crítica jornalística. Assim, embora contenha certa carga demeritória, não transborda os limites constitucionais do direito de informação e crítica”, disse a juíza.

(…) No pedido de indenização, Collor alegou que foi absolvido de todas as acusações de corrupção pelo Supremo Tribunal Federal e que há anos vem sendo perseguido pela Abril.

A juíza, entretanto, considerou irrelevante a decisão do STF. “As ações políticas do homem público estão sempre passíveis de análise por parte da população e da imprensa. O julgamento do STF não proíbe a imprensa ou a população de ter sua opinião pessoal sobre assunto de relevância histórica nacional”, justificou.”

Um momento. Ou melhor: dois momentos. “Irrelevante” a decisão do STF? Então você é absolvido de acusações na mais alta corte do país e mesmo assim isso não vale nada? Podem continuar a chamar você de bandido sem nenhuma consequência?

A juíza aplicou uma espetacular bofetada moral no STF em sua sentença. Como para Augusto Nunes, também para ela não houve nenhuma consequência.

Se um juiz trata assim uma decisão da Suprema Corte, qual o grau de respeito que os cidadãos comuns devem ter pela Justiça?

O segundo momento é por conta da expressão “certa carga demeritória”. Raras vezes vi uma expressão tão ridícula para insultos e assassinato de imagem.

Regular a mídia é, também, estabelecer parâmetros objetivos para críticas e acusações feitas por jornalistas.

Não é possível que “manipulador” custe 50 mil reais e “bandido”, “chefe de bando”, “farsante” e “destaque da bancada do cangaço” zero.

Quando você tem sentenças tão opostas, é porque reinam o caos e a subjetividade.

A única coisa que une o desfecho dos dois casos é que jornalistas de grandes empresas de mídia se deram muito bem.

Isso é bom para eles e as empresas nas quais trabalham.

Para a sociedade, é uma lástima.

Enio
Enio
O debate da lei dos meios na Argentina
O debate da lei dos meios na Argentina

Marina censura a imprensa. Meter o pau em Dilma pode

TSE DETERMINA QUE SITE ‘MUDA MAIS’ SAIA DO AR

muda mais

 

247 – O ministro Herman Benjamin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o site Muda Mais seja retirado imediatamente do ar. Em sua decisão, o ministro argumentou que a propaganda eleitoral na internet pode ser realizada desde o dia 5 de julho no site do candidato, do partido ou da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral.

O ministro atendeu, em sua decisão, a uma ação apresentada pela coligação da candidata do PSB, Marina Silva, que alegou que o portal Muda Mais e o site de Dilma são alimentados pela mesma equipe, inclusive com conteúdo semelhante.

“O ministro disse entender que o sítio http://www.mudamais.com transgride a proibição conferida pela legislação pois, apesar de estar desvinculado da campanha da candidata Dilma Rousseff e registrado em nome de pessoa jurídica (Polis Propaganda & Marketing Ltda.), continua veiculando propaganda eleitoral (irregular) em favor daquela [Dilma]”, diz trecho da nota do tribunal.

pe acredita atentado terrorismo Eduardo Marina

Nota do redator do blogue: Democracia é liberdade. Essa de registrar blogue em tribunal é coisa de ditadura.

Eleição significa debate. Confronto de opiniões. Nada de censura, pensamento único, de mordaça, cabresto, ameaça de cadeia, de assédio judicial.

Esta campanha é emocional. Circula o boato de que Eduardo Campos foi assassinado, vítima de um atentado político.

No velório e no enterro de Eduardo, gritaram “justiça, justiça”. Justiça feita pelo povo.  Foi pedido o voto de vingança, dos justiceiros.

Justiça feita pelo povo é linchamento. Estão culpando o PT. Isto é, Dilma.

A Justiça Eleitoral nada faz para impedir a boataria. Para esclarecer o povo. Vide links.

Esta de “portal Muda Mais e o site de Dilma são alimentados pela mesma equipe” é história para boi dormir. É o mesmo que dizer que a redação da Folha de S. Paulo ou do Estadão edita o site de Marina.

A revista veja faz campanha contra Lula, o PT e Dilma. Qual a diferença entre uma revista financiada pelo capital estrangeiro e o portal Muda Mais?

veja dilma marina

veja capa falda mensalinho

O povo vota no escuro, sem poder diferenciar um ficha suja de um ficha limpa, porque o TRE proíbe  atingir a “honra” de corruptos.

Inclusive tenho minhas desconfianças da biografia de Marina. Pode ser uma fraude. Ela aos 15 anos saiu do seringal. Ajudava o pai, sim, ela e mais duas irmãs, a pedido da mãe. Depois do trabalho ia brincar. Vide link. Não tinha completado 16 anos quando foi para o Rio Branco. Viajou de avião, para fazer um tratamento em São Paulo, ajudada pela diocese. Abandonou a casa do tio delegado – alegou maltrato -, para entrar em um convento aos 18 anos. Que casa, com que idade, Marina foi empregada doméstica?

Marina foi uma menina pobre. Mas não significa que teve uma infância infeliz. Se teve, jamais vi uma campanha de Marina contra o trabalho infantil, e contra a escravidão das babás.

Tenho 77 anos, sou bacharel em História, e jornalista desde os 14, e gostaria de saber a verdade. Tirar minhas dúvidas, para votar na verdade.

 

Dilma e Marina choro

 

Censura. Aécio costuma “transformar o Poder Judiciário em instrumento de perseguição de cidadãos”

Quem tem rabo preso não deve ser candidato. Não existe campanha livre e democrática sem debate.

Censurar é querer tapar o sol com uma peneira. A claridade sempre vence a escuridão.

Eleição é a escolha do melhor programa de governo. Da melhor política.

Nas urnas votamos em um partido político e candidatos. É mais do que uma escolha. É um julgamento.

É a hora de punir os corruptos, os incompetentes, os inimigos do povo e da Nação. É a hora da verdade.

 

Twitter dá “bronca” em Aécio após ameaças contra 66 internautas

Twitter não quebrará sigilo dos 66 usuários e acusa Aécio Neves de transformar Judiciário em “instrumento de perseguição”. Antes, candidato tucano já havia tentado censurar Google, Yahoo! e Microsoft

Judiciário, Twitter e internautas rechaçam ofensivas de Aécio por censura de redes sociais (Edição- Pragmatismo Político)

Judiciário, Twitter e internautas rechaçam ofensivas de Aécio por censura de redes sociais (Edição: Pragmatismo Político)

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por Marcelo Carota, RBA

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No último domingo (07), nada menos que 66 comunicadores independentes começaram o dia com uma surpresa nada agradável: foram notificados pelos administradores do Twitter sobre um mandado de citação e intimação liminar derivado de ação por calúnia movida contra eles pelo senador Aécio Neves (PSDB/MG).

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Para o candidato tucano a presidente, as críticas coletivas a sua pessoa são fruto de “robôs”, como são chamados perfis falsos criados nas redes sociais para disseminar conteúdo contratado, ou militantes pagos por partidos de esquerda para desconstruir sua imagem pública, e dos quais sua campanha tentou, sem sucesso, coletar IP (Protocolo de Internet, na sigla em inglês, dado que pode localizar geograficamente usuários da rede) e dados cadastrais.

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A “denúncia” não vicejou na Justiça, e ainda rendeu “bronca” do Twitter ao candidato a presidente: “Com a devida vênia, são meras elucubrações do autor, absolutamente desprovidas de qualquer indício de veracidade”, pontuou comunicado da empresa, em resposta a pedido do próprio juiz acionado por Aécio, que negou pedido de sigilo sobre a ação e determinou que provas concretas de irregularidade fossem apresentadas de acordo com os perfis dos militantes virtuais.

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“Quanto à conduta de usuários cuja ilicitude em nenhum momento restou demonstrada, não podem servir de fundamento para a eventual quebra do seu sigilo de dados. Admitir esse tipo de medida corresponde a transformar o Poder Judiciário em instrumento de perseguição de cidadãos, dando margem ao surgimento de um Estado policialesco, que desconsidera as garantias fundamentais dos cidadãos de forma injustificável. (…) No mérito, requer o Twitter Brasil que seja julgada improcedente a demanda, com a condenação do Autor ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios”, concluiu o Twitter.

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A reticência do judiciário em acatar o pedido de Aécio e a defesa inflamada do Twitter indicam que se alguém pode ser acusado de calúnia em mais este imbróglio promovido pelo senador mineiro é ele próprio, ao tentar criminalizar o direito constitucional à liberdade de expressão sempre que fatos não favoráveis à sua imagem e propósitos políticos são difundidos e democraticamente discutidos.

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Acusados falam

Aécio censura

 

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Fernando Castro (perfil @ciscozappa), mineiro residente em Belo Horizonte, sociólogo que trabalha na área de educação e planejamento urbano socioparticipativo, destaca que todo o material compartilhado por ele é de conhecimento público. “Condeno qualquer tipo de difamação. Quando se publica algo de que não se tem prova material ou análise por parte da Justiça – como, aliás, o faz boa parte da grande mídia –, está se produzindo falso jornalismo e destruindo imagens públicas”, ressalta Fernando.

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“Os conteúdos relacionados ao senhor Aécio Neves que difundi são de conhecimento público e podem ser lidos também em jornais e revistas de circulação nacional. Um deles, o conhecido caso do aeroporto na cidade de Cláudio (MG), em terreno de propriedade da família do senador. Outros, relacionados aos processos judiciais envolvendo desvios de verbas para a área da Saúde, e casos semelhantes durante sua gestão no governo de Minas Gerais”, conta.

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Regina Salomão (perfil @ReginaSalomo), de Juiz de Fora (MG), é professora aposentada da Universidade Federal baseada na mesma cidade, diz que não conhece seus colegas de perseguição, e garante que não existe “rede de difamação”, como sustenta Aécio. “Não conhecia nem seguia a maior parte dos 66 tuiteiros, o que é outro argumento contra a formação de uma rede de difamação. De qualquer modo, o Twitter é uma rede com a ferramenta RT, o que caracteriza a normalidade de seu funcionamento como rede”, protesta.

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VEJA TAMBÉM: Os 66 twitteiros processados por Aécio Neves

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“Minhas divulgações dos atos do candidato foram exclusivamente baseadas nas notícias divulgadas pela mídia, e sempre coloquei os links das matérias ou marcava o nome dos jornais com hashtags (o sinal de #) em meus tweets. Sou mineira, acompanhei as gestões do Aécio e acrescentei comentários sobre as mesmas. Não difamei nem caluniei ninguém. O senador é que terá que provar que sou um robô, pago, e que atuo em rede”, desafia.

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O próprio perfil dos processados por Aécio dificulta a argumentação de que há uma “milícia” virtual cujo alvo seria a reputação do PSDB mineiro. Stella de Mendonça (perfil @stellamendonça), paulistana, conservadora e restauradora de bens culturais é perita na obra da artista plástica modernista Annita Malfatti, e diz não ter preferência política: em 1994 e 1998, por exemplo, votou por Fernando Henrique Cardoso. “Nunca fui militante. Votei em FHC, o qual me trouxe plena decepção. Comecei a usar o Twitter recentemente, em 2012, divulgando os absurdos noticiados maciçamente pela mídia sobre o julgamento do ‘mensalão’ do PT”, revela.

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“O que mais divulguei, considerado ilícito pelo senador, foram seus atos comprovadamente ilegais, fatos divulgados até pela mídia velha, e especialmente as denúncias do Novo Jornal, cujo dono está preso devido a uma ação por ‘formação de quadrilha’, movida pelo senador e acatada pelo Ministério Público de Minas”, completa.

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Stella ressalta que também divulgou com intensidade o caso do aeroporto construído pelo governo estadual de Minas em terreno pertencente à família de Aécio, sempre ressaltando a fonte. “Também difundi o escândalo relacionado ao senador, do aeroporto construído na fazenda de seu tio, a ligação dele com os Perrellas e o helicóptero apreendido com mais de 400 kg de pasta-base cocaína. Tuitava o link das matérias que apresentavam fatos e documentos, pra garantir a veracidade”.

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Indignado com mais essa tentativa do senador mineiro de, como fez em Minas Gerais em seus dois mandatos como governador, uniformizar a informação e a opinião de forma a favorecer seu partido e sua imagem pessoal, o Dr. César Marcos Klouri abraçou a defesa dos 66 cidadãos, de forma solidária e gratuita. Segundo Regina Salomão, o grupo tem recebido muitas manifestações de solidariedade de “todos que são contrários à censura, que prezam e defendem a liberdade de expressão, que odeiam a ditadura sob qualquer forma. Muito linda a reação das pessoas. O Brasil avançou mesmo”.

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Segundo o deputado estadual Rogério Correa (PT), um dos criadores do Movimento Minas sem Censura, Aécio não sabe lidar com adversidades, tratando quem se contrapõe às suas ideias e atos não como adversários, mas como inimigos, que, portanto, “têm de ser aniquilados, politicamente”.

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Outros casos, outro (e perigoso) instrumento de silêncio
Sinfronio
Sinfronio

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Como as acusações de Aécio contra a mídia independente não se sustentam legalmente, o senador lança mão de outro recurso jurídico, com o mesmo propósito de calar as vozes dissonantes, mas com maior peso intimidatório: mover ações por “formação de quadrilha”.

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No início do ano, devido à imensa repercussão da apreensão de uma carga de quase meia tonelada de pasta-base de cocaína transportada em helicóptero de propriedade do senador Zezé Perrela (SDD-MG), amigo pessoal e aliado político de Aécio, o candidato processou o Facebook por “direito de imagem”, de forma a tentar cercear a difusão de qualquer conteúdo que o associasse ao caso e aos envolvidos neste, o que, de novo, creditou a “quadrilhas pagas para difamá-lo”.

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Em junho passado, acatando denúncia da equipe ligada à candidatura do senador, o Ministério Público do Rio de Janeiro determinou à polícia cumprir mandato de busca e apreensão na casa da jornalista do Canal Brasil Rebeca Mafra, acusada de fazer parte, com mais quatro pessoas, de uma “quadrilha” formada para difamar o candidato Aécio nas redes. Foram apreendidos um computador, dois HDs externos, pen drives, chips de computador, CDs com fotos e um roteador, e rigorosamente nada que incriminasse os acusados foi encontrado. No mesmo dia, outros 13 mandatos desse tipo foram cumpridos no Rio de Janeiro.

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Em agosto, Aécio processou o Google, Yahoo! e a Microsoft, tentando impedir que tais portais mostrassem resultados de buscas sobre o desvio de verbas na saúde de Minas Gerais durante a sua gestão como governador do estado, o que “quadrilhas formadas e remuneradas” para caluniá-lo difundiam nas redes sociais, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo negou o pedido.

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[Não esquecer que Aécio e a irmã Andréa Neves sempre submeteram a mídia de Minas Gerais, via um estado judicial/policial, a uma censura com lista negra de jornalistas. É o único estado do Brasil que mantém jornalista preso]

 

Nenhum jornal de São Paulo teve a honestidade de informar um assalto de meio bilhão aos cofres públicos

Justiça confirma denúncia da Tribuna: governo de São Paulo pagou cerca de R$ 600 milhões a mais aos donos da área onde está instalado o Parque Villa Lobos

 

UM PRECATÓRIO DE 4 BILHÕES

por Carlos Newton

 

A informação de que o governo do Estado de São Paulo, entre 2004 e 2009 (administração Alckmin e José Serra), pagou cerca de R$ 600 milhões a mais aos donos da área onde hoje se localiza o Parque Villa Lobos, na Marginal Pinheiros, divulgada em 2010 pela Tribuna da Imprensa e sem nenhum registro na chamada Grande Imprensa, acaba de ser confirmada por decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Na ação popular proposta pelo ex-deputado Afanasio Jazadji,  foi alegado “vício no pagamento desse precatório expedido contra a Fazenda Pública Estadual, alcançado pela moratória do artigo 78 do ADCT, na medida em que houve a inclusão indevida de juros  de mora na quarta, quinta, sexta, sétima, oitava e nona parcelas da indenização”. Esse precatório custou aos cofres estaduais cerca de QUATRO BILHÕES DE REAIS, incluídos os cerca de QUATROCENTOS MILHÕES DE REAIS COMO HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

O desembargador-relator Osvaldo de Oliveira, da 12ª Câmara de Direito Público, reconheceu, em parte, o acerto da iniciativa do autor popular, mas assim mesmo negou provimento ao apelo, pois, segundo ele, posteriormente, ao ajuizamento da ação, a Fazenda do Estado, que, inicialmente, dizia ter agido corretamente (pagando juros moratórios controvertidos), “passou a defender os interesses que se pretendia tutelar nessa sede, vale dizer, travou discussão sobre o pagamento indevido de juros durante o período de vigência da moratória constitucional instituída pela Emenda Constitucional no. 30/2000”.

GOVERNO ADMITIU ERRO

Segundo o acórdão prolatado, a Fazenda Pública do Estado de São Paulo, em fevereiro de 2012 (um ano depois que foi processada pelo pagamento de juros moratórios indevidos e já estando o feito em grau de apelação – acréscimo nosso), admitiu no juízo da execução a incorreção nos pagamentos efetuados em favor do Município de São Paulo e da S/A Central de Imóveis e Construções, bem como esclareceu ser credora do montante de R$ 550.621.062,73 (QUINHENTOS E CINQUENTA MILHÕES, SEISCENTOS E VINTE E UM MIL E SESSENTA E DOIS REAIS E SETENTA E TRÊS CENTAVOS),  por ter pago a mais essa vultosa quantia  aos titulares do precatório conhecido como do Parque Villa Lobos.

No julgamento, o Tribunal ressaltou que “a Fazenda Pública do Estado de São Paulo NUNCA questionou os juros que integraram os pagamentos efetuados aos expropriados que titularizavam a área em que hoje está instalado o Parque Villa Lobos. Tal ensejou a atuação do autor, por intermédio da ação popular ora em análise, com vistas a suprir a INATIVIDADE  DO PODER PÚBLICO face à lesão que acreditara ter experimentado o patrimônio público estadual”.

A FINALIDADE

Porém, como a Fazenda Estadual, depois de processada, resolveu agir para ressarcir-se do prejuízo de mais de MEIO BILHÃO DE REAIS CAUSADO por ela mesma, o Tribunal  julgou desnecessária a ação popular, vez que no seu entender  foi atingida  a sua finalidade: “obrigar a Administração a agir, diante da omissão supostamente lesiva, implicando na desnecessidade desta ação popular para perseguir eventual recomposição do patrimônio jurídico”.

Alguns juristas estranharam a conclusão do acórdão, argumentando que “se a ação não tivesse sido protocolada, os cofres estaduais estariam amargando um prejuízo de cerca de R$600 milhões. Como a ação proposta  provou a lesão quase bilionária por erro da própria Fazenda Estadual, sem dúvida,  ilógico o improvimento do recurso, mesmo porque o processo não buscou suprir a omissão lesiva da Fazenda Estadual. Procurou, sim, evitar que ela continuasse pagando juros moratórios indevidos e ilegais. Portanto, estando presentes a ilegalidade e a lesividade na conduta da Fazenda Estadual, pacífico o reconhecimento da procedência  e não a carência da ação”.

Já foram apresentados recurso especial e recurso extraordinário contra esse acórdão e, paralelamente, cópias de parte dos autos serão levadas ao conhecimento do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), por se tratar de matéria relevante e com repercussão nacional.

De qualquer forma, indiscutível que o autor popular, ex-deputado Afanasio Jazadji, e seu advogado Luiz Nogueira, com sua corajosa iniciativa,  sem esquecer a colaboração do deputado petista Antonio Mentor, já asseguraram a devolução aos cofres públicos do Estado de São Paulo de mais de quinhentos milhões de reais, equivocadamente pagos aos antigos donos da área do Parque Villa Lobos, fortuna essa que agora poderá ser usada na construção de muitos hospitais, milhares de casas populares e outros importantes melhoramentos.

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OBS – No Ministério Público Estadual, em meados de 2011, foi instaurado procedimento civil para apurar possível crime de improbidade administrativa por parte dos agentes políticos e públicos causadores do quase bilionário desembolso. O inquérito, ainda em andamento, é presidido pelo promotor Marcelo Duarte Daneluzzi. Segundo ele, o prejuízo do Estado foi “estratosférico”.

OBS 2 – A ação popular ajuizada no início de 2011 tramitou mais rapidamente do que o inquérito e foi julgada improcedente em primeira instância, já no final de 2011, por alegada inexistência  de interesse de agir do autor, pois não se viu naquela fase ilegalidade e lesividade no desembolso indevido de mais de R$550 milhões e o que foi reconhecido na segunda instância, com a decisão da Fazenda de buscar o ressarcimento, depois que foi chamada a se explicar na Justiça na condição de ré;

OBS 3 –  Com a manutenção de improcedência da ação pelo Tribunal de Justiça, a Fazenda Pública e os responsáveis pelo suposto prejuízo deixaram de ser responsabilizados pessoalmente e foram isentados de pagar sucumbência e de ressarcir supostos outros prejuízos que poderiam ser apurados em regular liquidação de sentença, por meio da ação popular, o que pode ser ainda reivindicado, dependendo da conclusão do inquérito em andamento;

OBS 4 – Esclarecimento indispensável: a solução de improvimento do apelo, adotada pela 12ª. Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, foi sugerida pelo próprio promotor Marcelo Duarte Daneluzzi, que preside o inquérito civil que investiga possível crime de improbidade administrativa nesse desembolso quase bilionário. No parecer juntado aos autos da ação popular e acatado pelo Tribunal, o promotor Marcelo Daneluzzi opinou pela “manutenção da sentença que decretou a extinção do processo sem julgamento do mérito, por ausência de interesse de agir, porém calcado na superveniente desnecessidade da presente ação popular, visto que a pretensão de recomposição dos danos experimentados com os pagamentos imprecados já é objeto de pleito no juízo próprio da execução dos precatórios, deduzido pela legitimada ordinária”. (De não se esquecer, todavia, que, como reconhecido pela Justiça, eles  só foram buscar a recomposição dos danos causados, no juízo da execução,  depois que denunciados e processados em ação popular que assim mesmo foi julgada improcedente, apesar de ter atingido sua finalidade).

OBS 5 – Pergunta obrigatória: se a Ação Popular não tivesse sido ajuizada por que iria a Fazenda Estadual, espontaneamente, buscar esse quase bilionário ressarcimento no juízo da execução? Nessa linha, chama a atenção manifestação do mesmo promotor nos autos desse mesmo processo, quando, corajosamente, destacou também que “causa certo desconforto o posicionamento da Fazenda do Estado de São Paulo pugnando PELA IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA MESMO ANTE A PERSPECTIVA DE QUE OS PAGAMENTOS NÃO SE COMPATIBILIZAM COM A NORMA CONSTITUCIONAL REGEDORA, deixando-se de resguardar o erário e o postulado constitucional da justa indenização, ao menos na presente via processual”.

(Transcrito da Tribuna da Imprensa, que vem passando por uma fase de apagão. De censura na internet)

Censura Pela Morte

Justiça censura jornalista

 

A ARTIGO 19 considera a violência e a intimidação, indiscutivelmente, as interferências mais evidentes na liberdade de expressão. Quando se agride um jornalista ou um defensor de direitos humanos por causa de seu trabalho, não só se coloca em risco a capacidade de expressão individual, mas também a possibilidade de toda uma coletividade de ser informado, conhecer, comunicar e tomar decisões livres, autônomas e independentes. Viola-se, assim, também o direito da sociedade como um todo.

No Brasil e em outros países da América do Sul, jornalistas, defensores de direitos humanos, ativistas ambientais ou sociais, lideranças rurais e blogueiros estão sendo mortos e constantemente intimidados. Eles são assassinados ou ameaçados, porque têm um ponto de vista específico sobre os assuntos públicos, porque têm uma opinião e defendem essa opinião.

A violência contra aqueles que exercitam seu direito à liberdade de expressão pode tomar a forma de homicídios, tentativa de assassinato, ameaça de morte, desaparecimento, sequestro, tortura, agressão física, prisão ou detenção arbitrária, acusações de difamação, calúnia e injúria. As ações de intimidação/ pressão são aquelas que se busca influenciar o trabalho ou atuação do jornalista, defensor de direitos humanos, ativista ambiental ou social, liderança rural ou blogueiro. Dentro dessas ações encontram-se: demissões injustificadas, a retenção ou ocultação de informação de maneira deliberada para dificultar a investigação de um determinado tema, pressões econômicas, criminalização e coação irresistível.

Os Relatores Especiais para a Liberdade de Expressão da ONU e da OEA descreveram o problema da violência contra os que exercem sua liberdade de expressão como “censura pela morte”, já que o objetivo destes ataques não é apenas silenciar as vítimas, mas também enviar um recado a todos os que possam vir a discutir determinados assuntos.

O Estado está diretamente implicado na violência contra os que exercem seu direito à liberdade de expressão quando agentes ou funcionários públicos estão envolvidos em ataques – o que se mostra algo comum, por causa das denúncias de corrupção. Também são crescentes relatos de casos de violência cometidos pelo crime organizado. Por fim, há violações à liberdade de expressão relacionado aos conflitos por terra, recursos naturais e minerais.

Além da obrigação negativa de não violar os direitos humanos, o Estado tem a obrigação de tomar medidas positivas para impedir qualquer tipo de ataque que objetive silenciar as pessoas, ainda que cometidas por outros atores. E, se as autoridades são incapazes de prevenir as violações à liberdade de expressão, elas são obrigados a investigar as suas circunstâncias e processar os responsáveis. A finalidade de tal investigação deve ser permitir que as vítimas ou seus familiares possam “descobrir a verdade sobre os atos cometidos, saber quem são os autores destes atos e obter uma reparação adequada”. Uma investigação insuficiente “constitui um incentivo para todos os violadores dos direitos humanos”.

No Brasil, além da visibilidade internacional de alguns casos, a ARTIGO 19 está desenvolvendo um protocolo específico para o país para monitoramento, investigação e documentação às violações de liberdade de expressão.

 Vladimir Kazanevsky
Vladimir Kazanevsky

Brasil campeão de censura na internet. É o país do segredo

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Somos campeão de censura judicial. Isso é vergonhoso. O governo brasileiro também faz seu papel de inimigo da liberdade de expressão na internet.

Publica Comunique-se.com, o maior portal de jornalistas: O Brasil é o país que mais solicitou remoção de conteúdo ao Google, no segundo semestre do ano passado, entre uma lista contendo 40 nações. O país latino-americano fez 697 pedidos de retirada de conteúdo do ar, enquanto o segundo colocado, os Estados Unidos, apresentou 321 reclamações. Os dados foram divulgados nesta sexta, 26, pela sétima edição do relatório de transparência da empresa.

Em termos comparativos perdemos feio para os Estados Unidos, que têm muito que ensinar ao Brasil sobre democracia, com 147 milhões de usuários. O Brasil apenas 50 milhões.

No total, o governo brasileiro encaminhou 697 solicitações para retirar publicações do ar, sendo 640 (o equivalente a 1.654 itens) por meio de mandados e 57 (77 itens) via entidades como o Poder Executivo e a Polícia. Dos 1.654 itens, 21% foram removidos da internet. Com relação aos pedidos feitos pelas entidades, o Google atendeu a 19% da demanda.

O gigante do setor tecnológico alegou haver “muitas razões que podem ter nos levado a não remover um conteúdo em resposta a uma solicitação. Alguns pedidos podem não ter sido suficientemente específicos para que soubéssemos o que o governo queria que excluíssemos (por exemplo, nenhum URL listado na solicitação), já outros envolvem alegações de difamação por meio de cartas informais de agências governamentais, e não por mandados. Em geral, nos apoiamos em mandados para decidir se uma declaração é difamatória segundo a lei local”.

Violações durante eleições de 2012
A empresa recebeu 316 solicitações para a remoção de 756 conteúdos relacionados a supostas violações do Código Eleitoral Brasileiro, no período das eleições municipais do ano passado. O Google removeu o conteúdo em resposta a 35 decisões judiciais. Nos demais processos, a companhia alega que “está exercendo seu direito de recorrer da decisão, (…) sob o argumento de que o conteúdo está protegido pela liberdade de expressão de acordo com a Constituição do Brasil”.

Aumento de 360% nas solicitações
Com relação ao mesmo período de 2011, houve um aumento de cerca de 360% no número de pedidos feitos. Entre julho e dezembro daquele ano, foram realizados 194 requerimentos de retirada de conteúdo das páginas do Google, sendo 128 mandados e 66 solicitações de entidades, como do Executivo.

Tribuna da Imprensa jornal censurado. Virou blogue, sofreu apagão

tribuna prédio

 

Para fechar um jornal, basta as agências de publicidade determinarem um boicote. Isso sempre é feito a mando dos poderes ditatoriais. Aconteceu no Rio de Janeiro com o Correio da Manhã. Fui chefe de redação de 1967 a 1970 da sucursal no Recife/Nordeste. O boicote das agências de publicidade foi ordenado pela ditadura militar.

A ação terrorista pode ser realizada a mando de qualquer poder. Em uma democracia, a corrupção infiltrada no executivo, no legislativo, no judiciário, e/ou ditadura econômica.

Publica a Wikipédia: Em 26 de março de 1981, uma bomba explodiu na sede do jornal na Rua do Lavradio, 98, um ato creditado a defensores radicais da ditadura militar, com o objetivo de culpar os militantes da esquerda.

tribuna atentado bomba

Em 2011, a sede do jornal chegou a ter a sua falência decretada e seu acesso lacrado, em razão do pedido feito pelo desembargador Paulo César Salomão, pelo não pagamento de uma indenização por danos morais decorrente de uma ação que impetrara contra o jornal. Ele se sentira atingido por um artigo assinado pelo economista Romero da Costa Machado – que não pertencia aos quadros da Tribuna – publicado em 1994, sob o título ‘O crime ao amparo da lei’, no qual era chamado de ‘PC Salomão’.

O atual editor da Tribuna da Imprensa é Hélio Fernandes Filho.

A Tribuna da Imprensa tem como colaboradores os jornalistas Carlos Chagas, Argemiro Ferreira, Roberto Monteiro de Pinho e Sebastião Nery, dentre outros, e atualmente, somente é editado em versão via internet online, sem mais a versão impressa, que publica hoje:

Tribuna interrompe circulação

Blog da Tribuna sai do ar, com ‘problemas técnicos’ altamente suspeitos. É o mínimo que podemos informar.

  

tribuna charge

por Carlos Newton

 

O blog da Tribuna da Imprensa saiu do ar ontem (quarta-feira, 24 de abril), por volta das 11 horas da manhã, mas desde cedo já estava inacessível para ser editado. Ou seja, não podíamos inserir novas matérias, artigos ou charges, nem liberar os comentários.

Para entender o que aconteceu, é preciso saber como se monta um blog ou site. Primeiro, é preciso adquirir o “registro e o domínio” dos nomes com os quais se queira trabalhar. Depois, pagar a “hospedagem” a um servidor (o nosso é o UOL, excelente, pois em cinco anos jamais houve problemas, salvo no dia em que São Paulo sofreu um apagão de energia e todo mundo saiu do ar, inclusive a Folha de São Paulo).

Depois de adquirir registro/domínio, cria-se a estrutura do blog sobre uma “plataforma” já existente. No nosso caso, a plataforma foi o conhecido serviço norte-americano “WorldPress”. Depois, usa-se a hospedagem (servidor UOL) para colocar o site/blog no ar e ir alimentando de matérias, fotos e ilustrações, através do WorldPress.

CONEXÃO FALHANDO

Há 25 dias estávamos com “problemas técnicos”, mas os especialistas do UOL não conseguiam identificar. Supunha-se que fossem problemas de falta de renovação do domínio do nome heliofernandes.com.br, mas o próprio UOL tinha dúvidas, nossa conta aparecia sem pendências e só haveria renovação de domínio em junho. Mesmo assim, tentamos fazer a “renovação” desse domínio, mas a operação estranhamente não se completava. Houve comentaristas que também tentaram, sem sucesso. Tudo muito estranho.

O blog então começou a sair do ar e voltar. Os técnicos do UOL melhoravam a conexão, depois desconectava tudo de novo. Os comentaristas e leitores às vezes perdiam acesso. Mesmo assim mantivemos o blog e seguimos negociando apoio técnico do UOL, várias vezes ao dia, por internet e por telefone.

Até que, a atendente do UOL Daniela Couto, no último dia 19, garantiu que dia 22 tudo estaria normalizado. E isso aconteceu. Tudo certo, o blog decolou de vez. Mas a normalidade só durou dois dias.

AÇÃO DE HACKER?

Nesta quarta-feira, dia 24, desde cedo não havia como editar o blog. Ligamos para o UOL, o atendente Sidnei percorreu conosco os caminhos internos até que se surpreendeu ao verificar que nosso acesso ao WorldPress havia sido desativado. Ficou surpreso porque só quem poderia fazer isso seria eu, único detentor da senha.

O próprio funcionário do UOL aventou a possibilidade de interferência externa por hacker, como vários comentaristas já haviam sugerido. Ontem à noite, enquanto a seleção brasileira tentava jogar, conseguimos identificamos uma presença estranha em ações de “configuração” interna do nosso blog, sob o nome de jdimaree, que vem a ser uma empresa metalurgia norte-americana.

É tudo muito estranho e vamos investigar com mais calma. No momento, estamos lutando para refazer o blog sem perder o Banco de Dados, ou seja, o arquivo todo. É a segunda vez que isso acontece com a Tribuna da Imprensa. Todo o arquivo do jornal “sumiu” da internet, de uma hora para hora, cinco anos atrás. Ou seja, parece que o Helio Fernandes tem mania de ser censurado, não é mesmo?

O importante é que vamos em frente, pois graças a dois amigos (Antonio Caetano e Marcio Lordelo, especialistas em informática) o arquivo já está salvo, mas há problemas para inseri-lo no novo blog, que estamos criando do zero.

Como diz o Helio Fernandes, a gente não desiste nunca.

Helio Fernandes, a força de um nome que faz História
Helio Fernandes, a força de um nome que faz História

 

Crimes cometidos contra jornalista sujam o nome do Brasil no exterior

Violência-contra-Jornalistas

São crimes divulgados pela imprensa internacional, e diferentes organizações que defendem os direitos humanos e a imprensa livre nunca culpam os governadores de Estados, e sim, exclusivamente o presidente do Brasil. Pesquise tags.

Publica o Portal de Notícia do Senado: A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deve examinar hoje (24) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 15/10, que transfere para a Justiça Federal a competência para processar e julgar crimes cometidos contra jornalistas em razão do exercício profissional.

De iniciativa do ex-senador Roberto Cavalcanti, a PEC e recebeu adesão de outros 28 parlamentares. Segundo o autor, a proposta é justificada pelo fato de os crimes praticados contra profissionais da imprensa terem dimensão [internacional e porque os fatos noticiados atraem o interesse de toda a opinião pública – nacional e estrangeira. O Brasil é considerado um dos países de alto risco para exercício da profissão de jornalistas, e campeão mundial em assédio judicial}.

Mudanças

O relator é o senador Vital do Rego (PMDB-PB), que fez uma série de ressalvas à proposta e apresentou um substitutivo. Para o parlamentar, o argumento de que os crimes praticados contra jornalistas têm dimensão nacional, não justifica, por si só, a atribuição de competência à Justiça Federal, como estabelece a PEC. “Diversas profissões têm uma atuação que extrapolam a esfera local e os interesses privados. Se a razão que justifica a competência federal para julgar os crimes contra determinada pessoa é a relação de sua atividade profissional com a defesa de direitos fundamentais, então, por uma questão de isonomia e coerência, estaria justificado o mesmo tratamento a outras profissões”, diz em seu relatório. [O deputado Vital do Rego parece desconhecer que no ano de passado foram assassinados um jornalista a cade mês. E que neste ano 14 começou com dois jornalistas presos, dois exilados, e um assassinato logo no dia 5 de janeiro último. Este ano dois jornalistas foram assassinados em Minas Gerais, três no Rio de Janeiro. Para citar apenas dois Estados.

De acordo com Vital do Rêgo, se a preocupação dos autores é com a defesa da liberdade de imprensa e de expressão, do direito à informação e da integridade física dos jornalistas, é preciso ter em vista que a chamada “federalização” de crimes contra os direitos humanos já é uma possibilidade contemplada pela Constituição, por meio do chamado incidente de deslocamento de competência (IDC).

O substitutivo de Vital do Rêgo apresenta então uma ampliação no rol de legitimados para proposição de IDC, hoje tarefa exclusiva do procurador-geral da República. Com isso, seriam legitimados também o presidente da República, as Mesas do Senado e da Câmara, Mesas de Assembleias Legislativas, governadores, o Conselho Federal da OAB, partidos políticos com representação no Congresso e confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional.

O senador ressalta ainda que atualmente o incidente de deslocamento de competência raramente é utilizado. Apenas dois casos foram interpostos pelo procurador-geral e julgados pelo STJ desde 2004, quando o instrumento foi introduzido na Constituição.

 censura tv rádio

Para entender a guerra judicial de Ali Kamel contra os principais jornalistas brasileiros, conheça o dia em que morreram as notícias de televisão

justiça inocência togado

A influência da Globo sobre os três poderes – o executivo, o judiciário e o legislativo – permanece. O que morreu foi o poder  da Globo de eleger governadores no Rio de Janeiro e presidentes da República. O poder vinha do monopólio que continua, e da crença do povo na infalibilidade do Repórter Esso.

O povo bobo da Globo não existe mais, que o jornal dito Nacional, engradado entre duas novelas, vem perdendo audiência.

Foi um processo lento, que começou com a eleição de Leonel Brizola governador.  E acelerou com a democratização da internet, a leitura dos blogueiros que desmascararam a mistificação, a parcialidade, os nefastos interesses da família Marinho, associada ao capitalismo estrangeiro, conforme esclareceu relatório do bravo deputado e jurista Djalma Marinho, em uma CPI do Congresso, que o ditador Castelo Branco abafou.

Ali Kamel, a musa Eco da Tv do Império, usa o narcisismo de juízes e desembargadores para a “judicialização e asfixia econômica dos blogs”.

O assédio judicial, o stalking policial, a prisão e o exílio são formas de censura. A solução final da censura é o apagão dos blogs ou o assassinato.

Na virada deste ano 13, o Brasil tinha dois jornalistas presos, dois exilados, e no dia 5 de janeiro assassinaram um radialista.

tv televisão

Traducido del inglés para Rebelión por Germán Leyens/ in Rebelión

No estoy seguro de la fecha exacta en la que tuvo lugar la muerte de las noticias en la televisión. El descenso fue gradual, un deslizamiento hacia lo chabacano, lo trivial y lo fútil, hacia la charada en los canales de noticias por cable como Fox y MSNBC en los cuales los conductores presentan a los títeres políticos de las corporaciones a través de elogios o el ridículo y tratan las debilidades de las celebridades como noticias legítimas. Pero si tuviera que elegir una fecha en la cual la televisión comercial decidió que acumular dinero corporativo y proveer entretenimiento era su misión principal, cuando decidió conscientemente convertirse en un acto carnavalesco, sería probablemente el 25 de febrero de 2003, cuandoMSNBC sacó de las ondas a Phil Donahue por su oposición a los llamados a la guerra en Iraq.

Donahue y Bill Moyers, los últimos hombres honrados de la televisión de EE.UU., fueron las únicas personalidades honestas en las noticias estadounidenses que presentaron los puntos de vista de los que cuestionaban la carrera hacia la guerra de Iraq. General Electric y y Microsoft –fundadores de MSNBC y contratistas de la defensa que iban a obtener enormes beneficios de la guerra– no podían tolerar una voz discrepante. Donahue fue despedido y en PBS Moyers fue sometido a una tremenda presión. Un memorando interno de MSNBC filtrado a la prensa señalaba que Donahue perjudicaba la imagen de la red. Sería “una cara pública difícil para NBC en un tiempo de guerra”, decía el memorando. Donahue nunca volvió a las ondas.

Las celebridades que actualmente reinan en la televisión comercial, que se presentan como liberales o conservadores, leen los mismos guiones corporativos. Difunden los mismos chismes de la corte. Ignoran lo que el Estado corporativo quiere que ignoren. Defienden lo que el Estado corporativo quiere que defiendan. No cuestionan o reconocen las estructuras del poder corporativo. Su papel es canalizar la energía del televidente hacia nuestro difunto sistema político para hacernos creen que demócratas o republicanos no son peones de las corporaciones. Los shows en el cable, cuyos presentadores hiperbólicos trabajan para infundirnos temor a los liberales o a los conservadores autodeclarados, forman parte de un sistema político amañado, en el cual es imposible votar contra los intereses de Goldman Sachs, Bank of America, General Electric o ExxonMobil. Esas corporaciones, a cambio de la propaganda basada en el miedo, pagan los generosos salarios de las celebridades noticiosas, usualmente millones de dólares. Hacen que sus espectáculos sean lucrativos. Y cuando hay guerra esas personalidades de las noticas asumen sus papeles “patrióticos” como porristas, como hizo Chris Matthews –que gana unos 5 millones de dólares al año– junto con otros presentadores deMSNBC y Fox.

No importa que esas celebridades y sus invitados, usualmente generales retirados o funcionarios del gobierno, hayan interpretado la guerra de manera terriblemente equivocada. Tanto como no importa que Francis Fukuyama y Thomas Friedman se hayan equivocado sobre las maravillas del capitalismo corporativo sin trabas y de la globalización. Lo que importaba entonces y lo que importa ahora es la simpatía –conocida en la televisión y la publicidad como el score Q– no la honestidad y la verdad. Las celebridades de las noticias de la televisión están en el negocio de las ventas, no del periodismo. Trafican con la ideología del Estado corporativo. Y demasiados de nosotros lo aceptamos.

La mentira por omisión sigue siendo una mentira. Lo que saca a la luz su complicidad con el poder corporativo es lo que esas celebridades de las noticias no mencionan. No hablan de la Sección 1021 de la Ley de Autorización de la Defensa Nacional (NDAA), una cláusula que permite que el gobierno utilice a los militares para detener a ciudadanos estadounidenses y despojarlos del debido proceso. No critican la destrucción de nuestras libertades civiles más básicas, permitiendo actos como las escuchas sin mandato judicial y las órdenes ejecutivas de asesinato de ciudadanos estadounidenses. No dedican mucho tiempo a los climatólogos para que expliquen la crisis que se apodera de nuestro planeta. No enfrentan el ataque implacable de la industria de los combustibles fósiles contra el ecosistema. Muy pocas veces presentan documentales o informes noticiosos largos sobre nuestros pobres urbanos y rurales a los que han vuelto invisibles, sobre las guerras de Iraq y Afganistán o la corrupción corporativa en Wall Street. No les pagan para que lo hagan. Les pagan para que impidan un debate significativo. Se les paga para que desacrediten o ignoren a los críticos más astutos del corporativismo, entre ellos Cornel West, Medea Benjamin, Ralph Nader y Noam Chomsky. Se les paga para que parloteen atolondradamente, hora tras hora, llenando nuestras cabezas con el teatro del absurdo. Muestran clips de sus rivales en la televisión que los ridiculizan y a cambio ridiculizan a sus rivales. Las noticias de la televisión parece que se han tomado del retrato de Rudyard Kipling de los monos de Bandar-log en el “Libro de la Selva”. Los Bandar-log, considerados dementes por los otros animales de la selva por su total ensimismamiento, falta de disciplina e ilimitada vanidad, cantan al unísono: “Somos grandes. Somos libres. Somos maravillosos. ¡Somos los más maravillosos de toda la selva! Todos lo decimos y por lo tanto debe de ser verdad”.

Cuando hablé con él por teléfono recientemente en Nueva York, Donahue dijo, hablando de la presión a la que la red lo sometió al final: “Se convirtió en algo absurdo”. Siguió diciendo: “Nos dijeron que teníamos que tener dos conservadores por cada liberal en el show. Me consideraban liberal. Solo podía presentar a Richard Perle, pero no a Dennis Kucinich. Se sentía el tremendo temor que los medios corporativos tenían de estar del lado impopular durante la preparación de una guerra. Y no olvidemos que el mayor cliente de General Electric entonces era Donald Rumsfeld [el secretario de Defensa de la época]. Los medios elitistas presentan al poder elitista. No se oyen otras voces”.

Donahue pasó cuatro años después de abandonar MSNBC haciendo el documental Body of War con otra directora/productora Ellen Spiro, sobre el veterano paralizado de la Guerra de Iraq Tomas Young. La película, financiada por el propio Donahue, comenzó cuando acompañó a Nader a visitar a Young en el Centro Médico Militar Nacional Walter Reed en Washington, D.C.

“Aquí yace este muchacho consumido por la morfina”, dijo Donahue. “Su madre, mientras miramos de pie junto a la cama, explica sus heridas. ‘Es un T-4. La bala pasó por la clavícula y salió entre los omóplatos. Está paralizado de las tetillas hacia abajo’. Estaba demacrado. Sus pómulos sobresalían. Estaba tan blanco como las sábanas en las que reposaba. Tenía 24 años… Pensé: ‘La gente debería ver esto. Es terrible’”

Donahue señaló que solo un mínimo porcentaje de estadounidenses tiene un pariente cercano que haya combatido en Iraq o Afganistán y una cantidad aún más pequeña hizo el sacrificio personal de un Tomas Young. “Nadie ve el dolor”, dijo. “La guerra se ha esterilizado”.

“Dije: ‘Tomas, quiero hacer una película que muestre el dolor. Quiero hacer una película que muestre de cerca lo que significa realmente la guerra, pero no puedo hacerla sin su permiso’” recordó Donahue. “Tomas dijo: ‘Yo también’”.

Pero una vez más Donahue chocó contra el monolito corporativo: Los distribuidores comerciales fueron renuentes a aceptar la película. A Donahue le dijeron que el filme, aunque había recibido muchos elogios de la crítica, era demasiado deprimente y desmoralizador. Los distribuidores le preguntaron quién iba a ver una película sobre alguien en una silla de ruedas. Donahue logró conseguir estrenos en Chicago, Seattle, Palm Springs, Nueva York, Washington y Boston, pero duró muy poco en cartelera.

“No tenía el dinero necesario para publicar anuncios de página completa”, dijo. “Hollywood gasta a menudo más en pla romoción que en la película. Y por lo tanto fracasamos. Lo que pasa ahora es que los grupos por la paz la están proyectando. Abrimos la convención de Veteranos por la Paz en Miami. El fracaso no es nada nuevo para mí. Y sin embargo, me sorprende cuántos estadounidenses guardan silencio”.

Chris Hedges pasó casi dos décadas como corresponsal extranjero en Centroamérica, Medio Oriente, África y los Balcanes. Ha informado desde más de 50 países y ha trabajado para The Christian Science MonitorNational Public RadioThe Dallas Morning News y The New York Times, para el cual fue corresponsal extranjero durante 15 años.

 

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