Quem vai investigar a participação de Aécio nos desvios de Furnas?

por Miguel do Rosário

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Os escândalos envolvendo o PT, reais ou imaginários, ocupam milhares de repórteres, todos frenéticos e ambiciosos, tentando um lugar ao sol.

Investigar treta petista, mesmo inexistente, vale promoções, prêmios, aumentos de salário, tapinha nas costas dos patrões.

Investigar escândalo tucano, como sabem os jornalistas mineiros, paranaenses e paulistas, apenas serve para abreviar a carreira.

Há vários documentários sobre a brutalidade do PSDB contra jornalistas que insistem em investigar desvios do partido.

Vejam a desproporção no tratamento das notícias.

Todo o auê das últimas horas se dá porque o PGR protocolou, junto ao STF, a abertura de inquéritos envolvendo importantes políticos.

Só isso: foram abertos inquéritos. Agora os políticos serão investigados, poderão se defender, etc.

Pois bem, ao final de 2014, foi instaurado, junto à Polícia Federal, um inquérito para se investigar a sonegação da Globo.

Não se trata de qualquer sonegação, nem de qualquer empresa.

O valor cobrado pela Receita à Globo, superior a R$ 600 milhões em 2006, corresponderia hoje a mais de R$ 1 bilhão.

Não falamos de qualquer empresa, mas de uma concessão pública, a maior do Brasil, e o maior grupo de mídia da América Latina, um império construído sobre o cadáver da nossa democracia.

Por que a abertura do inquérito na PF não foi capa de nenhum portal ou revista?

É uma coisa apavorante: parece que não existiu.

Eu mesmo, que estive na superintendência da PF no Rio de Janeiro, conversei com o delegado, vi o documento, às vezes duvidava de mim mesmo.

O povo não teve esse direito básico: saber que foi aberto um inquérito para se investigar a sonegação da Globo.

Um ano depois, soubemos através de reportagem do Diário do Centro do Mundo que o inquérito foi arquivado.

Claro, o próprio pacto de silêncio da mídia ajudou neste sentido.

O caso apenas ganhou um pouco de notoriedade quando o então candidato ao governo do Rio, Anthony Garotinho, durante sabatina com uma repórter global que tentava acuá-lo com uma bateria de acusações, defendeu-se dizendo que as investigações contra ele eram apenas isso, investigações, e não condenações, da mesma forma que havia uma investigação em curso contra a Globo.

Por que abrir inquérito contra um político vale capa de todos os portais, jornais e revistas do país, e abrir inquérito contra a Globo não aparece em lugar nenhum?

As investigações sobre a sonegação da Globo já haviam motivado a abertura de inquérito preliminar no Ministério Público do Distrito Federal.

A notícia saiu em vários sites alternativos, até mesmo num portal ligado à Globo, o Comunique-se (que publicou, naturalmente, num viés chapa-branca).

Saiu também no portal da EBC.

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro havia fugido pela tangente, através de uma nota escorregadia, em que afirmava que sabia da sonegação, do roubo do processo, mas que não podia fazer nada.

Nada como ser educado e usar palavras bonitas para dizer ao povo, como Poncio Pilatos, que “lavo as mãos”.

Nada de hotsite especial, como fizeram agora para a Lava Jato.

Nada de cartilha para crianças, como fizeram com o mensalão.

O MPF-RJ, ao menos, fez uma coisa boa. Foi ele que repassou o caso à Polícia Federal, superintendência do Rio de Janeiro, Delegacia Fazendária, que abriu um inquérito.

Mais tarde, quando a íntegra do esquema foi divulgada pela blogosfera, com os nomes das empresas usadas pela Globo para praticar uma evasão fiscal bilionária, notou-se novamente o estrondoso, quase atômico, silêncio da nossa mídia corporativa.

Ninguém quis investigar, ou mesmo noticiar, um esquema que mostra, de maneira emblemática, como os grandes grupos econômicos fazem para sonegar dezenas de bilhões de reais por ano.

O mesmo silêncio se viu para o estudo do Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional, estimando a evasão fiscal brasileira em 2014 em mais de R$ 500 bilhões.

*

Voltando a Lava Jato, a grande novidade dela é trazer informações novas sobre a Lista de Furnas, um caso de corrupção que envolve diretamente Aécio Neves.

Ora, Aécio Neves quase foi presidente da república, é presidente do principal partido de oposição e as forças políticas que o apoiam tentam derrubar Dilma para colocá-lo em seu lugar.

Qualquer coisa ligada a seu nome deve ser investigada profundamente, porque é de interesse nacional.

E agora descobrimos que alguns delatores até tentam apontar o dedo para a oposição. Mas as autoridades, assim como fizeram no caso da sonegação da Globo, não parecem se interessar.

Alberto Youssef mencionou propina paga a Aécio Neves com dinheiro público, de uma estatal federal, Furnas, de 1994 a 2001.

Youssef não é o primeiro a falar do caso.

Há um sujeito engaiolado nos presídios de Minas Gerais, Nilton Monteiro, que sempre quis ajudar a Justiça, mas nunca recebeu os benefícios da “delação premiada”.

Será porque Monteiro sempre deixou claro que queria delatar os esquemas tucanos, mais particularmente de Aécio Neves, em Furnas?

(Ouça o áudio da entrevista do Viomundo com Nilton Monteiro. Serve para entender porque Ali Kamel tenta, tão desesperadamente, asfixiar a blogosfera com processos.)

Há inúmeras reportagens sobre a lista de Furnas na blogosfera, todas embasadas em documentos. A delação premiada de Youssef apenas chega para reforçá-las.

A Folha hoje publica uma matéria em que menciona a delação de Youssef contra Aécio Neves. Mas faz de tudo para esconder o nome de Aécio, que aparece apenas no fim do texto.

quemario1 blidagem tucano PSDB furnas

Ali Kamel é manipulador e faz jornalismo de hipóteses

tv manipulação pensamento globo

Neste blog existem várias reportagens, artigos, entrevistas denunciando o jornalismo das empresas Globo como manipulador, parcial, tendencioso, mentiroso e vendido. Vide links. Um jornalismo baseado em hipóteses.

E quem dirige esse jornalismo safado, vendido (vide relatório do honrado deputado Djalma Aranha Marinho, hoje nome do plenário da Comissão de Constituição e Justiça), principalmente o da TV Globo?

Os manipuladores são os jornalistas que exercem os cargos da máxima confiança dos proprietários. Um diretor de jornalismo aprova a pauta de reportagens, seleciona os textos, as imagens e os áudios. Tudo conforme os interesses dos patrões.

Um jornalismo livre apenas é possível quando o Conselho de Redação, exclusivamente eleito por empregados sem cargos de chefia, decide a linha editorial.

A criação dos Conselhos deveria constar da Lei dos Meios, que o Brasil não possui, para evitar o monopólio, que cria o atual jornalismo manipulador do pensamento único, da censura dos empresários, do nefasto e profético Big Brother (O grande irmão Marinho, empregador de Ali Kamel) previsto por Georger Orwell.

Denunciada a existência do Partido da Imprensa Golpista (PIG)
Denunciada a existência do Partido da Imprensa Golpista (PIG)

 

globo tv pig golpista

pensamento único censura justiça

Com o monopólio dos meios, a liberdade de imprensa constitui uma propriedade das empresas, e não um direito do jornalista.

O jornalismo é feito de hipóteses. Em geral, um enunciado (ou conjunto de enunciados) que possa ser colocado à prova, atestado e controlado só indiretamente, isto é, através das suas consequências. A característica da hipótese é, portanto, que ela não inclua nenhuma garantia de verdade nem a possibilidade de uma verificação direta.

A manipulação começa pela escolha do jornalista (o patrão sabe que tipo de texto escrito se pode esperar de um editor que ele empregou). A preferência das fontes de informação (agências nacionais e estrangeiras, autoridades, pessoas de prestígio etc), sem esquecer que Carlinhos Cachoeira era ouvido e cheirado pela Veja e Globo. O abuso dos releases. A definição do espaço na imprensa, no jornalismo on line; e do tempo na tv e rádio.  E a mensagem vai da mentira a uma meia-verdade. De um balão de ensaio à propaganda (repetição) dos teasers.

tv globo

Kamel versus Nassif: a diferença de tratamento que a Justiça dá a casos semelhantes

 

por Paulo Nogueira

Falta de objetividade e de coerência nas decisões da Justiça
Falta de objetividade e de coerência nas decisões da Justiça

Da Justiça se espera ao menos uma coisa: que seja coerente nas decisões.

É a única forma que os cidadãos têm de medir eventuais consequências jurídicas de suas ações.

Estou falando isso a propósito da decisão da Justiça do Rio de condenar Luís Nassif a pagar 50 mil reais de indenização para Ali Kamel, diretor de jornalismo da TV Globo.

A juíza Larissa Pinheiro Schueler baseou sua decisão no fato de Nassif haver afirmado que Ali Kamel é “manipulador” e faz “jornalismo de hipóteses”. Isso, segundo ela, extrapolaria o “direito à informação”.

Aplique esta mesma lógica não apenas para Nassif, mas para a mídia em geral. Não faz muito tempo, no âmbito da mesma Globo de Kamel, os nordestinos foram chamados de “bovinos” por Diogo Mainardi.

Se “manipulador” custa 50 mil reais, qual seria a indenização para “bovinos”? Ou, já que falamos de Mainardi, de “anta”, como ele tratava rotineiramente Lula em seus dias de colunista da Veja?

A Justiça deveria, em tese, ser igual para todos, mas é mais igual para alguns do que para outros.

monopólio tv censura

Há uma decisão jurídica recente que demonstra isso com brutal precisão.

O jornalista Augusto Nunes, o Brad Pitt de Taquaritinga, foi processado por Collor. Quer dizer: Collor fez o que Kamel fez.

Com uma diferença: perto do que Nunes disse dele, Nassif arremessou flores na direção de Kamel.

Começa no título: “O farsante escorraçado da Presidência acha que o bandido vai prender o xerife”.

Um trecho: “… o agora senador Fernando Collor, destaque do PTB na bancada do cangaço, quer confiscar a lógica, expropriar os fatos, transformar a CPMI do Cachoeira em órgão de repressão à imprensa independente e, no fim do filme, tornar-se também o primeiro bandido a prender o xerife.”

O site Consultor Jurídico noticiou o caso assim:

“Na sentença, a juíza Andrea Ferraz Musa, da 2ª Vara Cível do Foro de Pinheiros, disse que, em um estado democrático, o jornalista tem o direito de exercer a crítica, ainda que de forma contundente.

(…) “Embora carregada e passional, não entendo que houve excesso nas expressões usadas pelo jornalista réu, considerando o contexto da matéria crítica jornalística. Assim, embora contenha certa carga demeritória, não transborda os limites constitucionais do direito de informação e crítica”, disse a juíza.

(…) No pedido de indenização, Collor alegou que foi absolvido de todas as acusações de corrupção pelo Supremo Tribunal Federal e que há anos vem sendo perseguido pela Abril.

A juíza, entretanto, considerou irrelevante a decisão do STF. “As ações políticas do homem público estão sempre passíveis de análise por parte da população e da imprensa. O julgamento do STF não proíbe a imprensa ou a população de ter sua opinião pessoal sobre assunto de relevância histórica nacional”, justificou.”

Um momento. Ou melhor: dois momentos. “Irrelevante” a decisão do STF? Então você é absolvido de acusações na mais alta corte do país e mesmo assim isso não vale nada? Podem continuar a chamar você de bandido sem nenhuma consequência?

A juíza aplicou uma espetacular bofetada moral no STF em sua sentença. Como para Augusto Nunes, também para ela não houve nenhuma consequência.

Se um juiz trata assim uma decisão da Suprema Corte, qual o grau de respeito que os cidadãos comuns devem ter pela Justiça?

O segundo momento é por conta da expressão “certa carga demeritória”. Raras vezes vi uma expressão tão ridícula para insultos e assassinato de imagem.

Regular a mídia é, também, estabelecer parâmetros objetivos para críticas e acusações feitas por jornalistas.

Não é possível que “manipulador” custe 50 mil reais e “bandido”, “chefe de bando”, “farsante” e “destaque da bancada do cangaço” zero.

Quando você tem sentenças tão opostas, é porque reinam o caos e a subjetividade.

A única coisa que une o desfecho dos dois casos é que jornalistas de grandes empresas de mídia se deram muito bem.

Isso é bom para eles e as empresas nas quais trabalham.

Para a sociedade, é uma lástima.

Enio
Enio
O debate da lei dos meios na Argentina
O debate da lei dos meios na Argentina

Patrícia Poeta e a briga dos executivos da TV Globo

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247 – O afastamento de Patrícia Poeta do posto de âncora do Jornal Nacional, principal programa da TV Globo, pode estar relacionado com uma decisão pessoal da jornalista.

Segundo a coluna Outro Canal, da Folha de S. Paulo, a notícia tem a ver com a compra de um apartamento feita por ela e seu marido, o diretor de programação da TV Globo, Amauri Soares.

O imóvel, no Rio de Janeiro, teria custado R$ 23 milhões. Mas não estaria aí o problema, e sim no proprietário que vendeu o apartamento para o casal.

Trata-se do empresário Georges Sadala, citado nas investigações sobre o bicheiro Carlinhos Cachoeira e como membro da chamada “gangue dos guardanapos”, termo criado pela oposição ao ex-governador Sérgio Cabral.

De acordo com a coluna, o vazamento à imprensa da notícia da compra do apartamento pela apresentadora do JN teria desagradado a cúpula da emissora dos Marinho e até sido tema de reunião.

Mais de um ano na ‘geladeira’

De acordo com o colunista de TV Ricardo Feltrin, também da Folha, os protagonistas do embate que resultou na saída de Poeta do JN foram Ali Kamel, diretor de jornalismo da Globo, e Soares, marido da apresentadora, que vivem em “constante rixa”.

Kamel, que já estudava Renata Vasconcellos na bancada do jornal, teria sido determinante para a saída de Patrícia.

Segundo Feltrin, não há, até o momento, nenhum projeto de novo programa para a jornalista, seja no entretenimento, no jornalismo ou na dramaturgia, fato que a deve deixar na geladeira por um ano ou mais.

Vazam mais páginas do dossiê Pizzolato!

por Miguel do Rosário

Já disse e repito. Em vez de me processar, Ali Kamel deveria adquirir algumas dezenas de assinaturas do Cafezinho, comprar títulos e fazer generosas doações ao blog. Sim, porque na verdade eu faço um trabalho que eles, com sua equipe de milhares de jornalistas, não fazem. Eu faço a crítica do jornal e, com isso, contribuo, mesmo que involuntariamente, para que ele ofereça um serviço melhor a seus leitores.

Particularmente, estou cansado de falar da Rede Globo ou do Jornal O Globo. Gostaria de abordar muitos outros temas, políticos e econômicos.

Neste tema do mensalão, contudo, não tem como não falar na Vênus Platinada. A Globo é o principal ator político neste processo. E faz questão de continuar sendo.

reportagem de capa da edição impressa de domingo, por exemplo, é mentirosa e manipuladora do início ao fim. A começar pela manchete sensacionalista.

BB

A única iniciativa nova do BB, descrita do texto, é o pedido de seus advogados para verem a íntegra do acordão do STF. Um pedido apócrifo, já que o mesmo pode ser lido na internet.

A reportagem omite, porém, que existem, nos autos, três auditorias internas do Banco do Brasil, atestando a regularidade dos repasses do Fundo Visanet a DNA Propaganda. Também omite, como tem feito há anos, a existência do Laudo 2828 e do regulamento do Fundo Visanet, além de inúmeros documentos do BB, que comprovam que Henrique Pizzolato não tinha nenhum poder para mexer nos recursos do Visanet.
É interessante ver, ao final da matéria, o nervosismo da oposição, quando pressionada pelo Globo a entrar com ação para que o BB recupere a verba. Agripino Maia, presidente do DEM, sabe que se fizer isso, poderão vir à tôna os documentos que a imprensa vem escondendo.

Já que a imprensa esconde, a gente divulga por aqui algumas partes do chamado “Dossiê Pizzolato”, que traz alguns documentos constantes nos próprios autos do processo, mas que foram sempre ocultados da opinião pública. Os ministros do STF, sob uma pressão sinistra da mídia, jamais os mencionaram. Leia mais. Veja os documentos

Juventude denuncia criminalização de blogueiros; Dilma cala-se

repremir censura protesto movimento indignados

As organizações que realizam uma jornada da juventude brasileira por mudanças estruturais na sociedade brasileira tiveram uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff, na tarde desta quinta-feira (4/4), no Palácio do Planalto.

Na audiência, o coordenador do Coletivo de Juventude do MST, Raul Amorim, cobrou a apresentação do projeto com o marco regulatório dos meios de comunicação e denunciou as ameaças a jornalistas independentes, citando o exemplo do jornalista Luiz Carlos Azenha condenado a pagamento de multa em processo movido pelo diretor das Organizações Globo, Ali Kamel.

“Está em curso um processo de criminalização de jornalistas independentes a partir de ações da grande mídia no Poder Judiciário, como é o caso do Luiz Carlos Azenha”, disse Amorim à presidenta.

O coordenador da juventude do MST pediu que o governo encaminhe as deliberações aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em 2009, para que seja respeitado o direito à manifestação do pensamento, à expressão e à informação, como garante a Constituição.

Amorim defendeu a implementação de políticas públicas voltadas para a mídia alternativa, de forma a garantir um sistema de comunicação que represente a pluralidade da sociedade.

A presidenta Dilma não respondeu as propostas e preocupações, mas disse que a internet é um espaço democratizador, que deve chegar a todos os brasileiros por meio da implementação do Plano Nacional de Banda Larga.

A jornada organizada por mais de 40 entidades defende mudanças estruturais na sociedade brasileira, como o financiamento público da educação para universalização da educação em todos os níveis,o fim do extermínio da juventude nas grandes cidades, sobretudo negra, a democratização dos meios de comunicação, garantia de trabalho decente, reforma política democrática e a reforma agrária.

A jornada, que começou em 25 de março, somará protestos em 16 capitais. Já foram realizadas manifestações em São Paulo, Brasília, Minas Gerais, Paraná, Porto Alegre, Sergipe, Ceará, Manaus, Piauí e Goiás.

A jornada é um marco histórico na luta da juventude brasileira. “Isso demonstra a importância da mobilização de rua, que as mudanças estruturais nesse país só se dão com o povo na rua”, disse Raul Amorim.

“A reunião acontece no contexto das nossas mobilizações. O principal fruto dessa processo foi levar às ruas milhares de jovens e mostrar o protagonismo da juventude tanto nas pautas mais amplas da sociedade quanto as que dizem respeito à juventude”, disse Carla Bueno.

Paulo Vinicius, secretário de juventude da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), “os temas da juventude são estratégicos para o desenvolvimento do país, dentro de um contexto em que há 60 milhões de jovens que enfrentam variadas dificuldades”.

Para ele, a jornada demonstra a distinção entre o papel do governo e o papel da sociedade, que tem o dever de pressionar para avançar as mudanças. “Ficou evidente a necessidade do povo brasileiro ir às ruas para mudar a realidade deste país. Temos que fazer nossas lutas. A lutas da juventude tendem a crescer. Essa é a nossa tarefa”, acredita.

Educação

De acordo com Manuela Braga, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a educação tem um papel fundamental para o desenvolvimento do país e para a superação da desigualdade.

Os estudantes cobraram de Dilma a destinação de 10% do PIB, 50% do fundo social do pré-sal e 100% dos royalties do petróleo exclusivamente para educação. Segundo Braga, a presidenta declarou apoio à demanda, mas ponderou a necessidade de aprovação no Congresso Nacional da Medida Provisória 592/12, que destina a receita dos royalties do petróleo e recursos do Fundo Social do Pré-Sal para a educação.

“Para que o país tenha soberania e independência, é preciso uma reformulação da educação. Essa é uma luta do trabalhador e do estudante do campo e da cidade. Isso possibilitará mudar em profundidade o Brasil ”, disse Amorim, do MST.

Os jovens defenderam as cotas raciais nas universidades públicas, mas colocaram à presidenta a preocupação em relação às universidades estaduais, uma vez que parte delas ainda não incorporou esse sistema.

“Muitas das universidades estaduais trabalham numa lógica de exclusão, e não de inclusão. Levamos essa questão à presidenta e esperamos que se faça algo para mudar esse fato”, disse Braga.

Reforma Agrária

Amorim cobrou da presidenta o assentamento imediato das 150 mil famílias acampadas e a ampliação do programa de agroindústrias do governo federal. Ele denunciou também que, nos últimos 10 anos, 1 milhão de jovens saíram do campo brasileiro e migraram para a cidade.

Para o dirigente do MST, o êxodo rural dos jovens é consequência da paralisação da reforma agrária e da lentidão para a generalização de políticas de desenvolvimento da pequena agricultura. “As políticas públicas para os jovens do campo são insuficientes”, disse.

A presidenta Dilma não respondeu as colocações relacionadas ao meio rural.

Reforma política

Os jovens defenderam que o governo federal trabalhe para fazer a reforma política, que garanta financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais e a regulamentação do artigo 14 da Constituição que trata da realização de referendos e plebiscitos de iniciativa popular.

“Sem a reforma política, a juventude, que é 40% do eleitorado, fica fora do debate político. Mulheres e negros também são sub-representados”, disse Amorim. Para ele, as eleições no Brasil são um “processo desleal”, já que quem tem mais dinheiro é beneficiado.

A presidenta disse que a reforma política depende da mobilização da sociedade, para pressionar o Congresso Nacional a aprovar a proposta de mudança.

futuro juventude estudante

Globo quer calar a imprensa alternativa

por Luiz Carlos Azenha

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Meu advogado, Cesar Kloury, me proíbe de discutir especificidades sobre a sentença da Justiça carioca que me condenou a pagar 30 mil reais ao diretor de Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, supostamente por mover contra ele uma “campanha difamatória” em 28 posts do Viomundo, todos ligados a críticas políticas que fiz a Kamel em circunstâncias diretamente relacionadas à campanha presidencial de 2006, quando eu era repórter da Globo.

Lembro: eu não era um qualquer, na Globo, então. Era recém-chegado de ser correspondente da emissora em Nova York. Fui o repórter destacado para cobrir o candidato tucano Geraldo Alckmin durante a campanha de 2006. Ouvi, na redação de São Paulo, diretamente do então editor de economia do Jornal Nacional, Marco Aurélio Mello, que tinha sido determinado desde o Rio que as reportagens de economia deveriam ser “esquecidas”– tirar o pé, foi a frase – porque supostamente poderiam beneficiar a reeleição de Lula.

Vi colegas, como Mariana Kotscho e Cecília Negrão, reclamando que a cobertura da emissora nas eleições presidenciais não era imparcial.

Um importante repórter da emissora ligava para o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dizendo que a Globo pretendia entregar a eleição para o tucano Geraldo Alckmin. Ouvi o telefonema. Mais tarde, instado pelo próprio ministro, confirmei o que era também minha impressão.

Pessoalmente, tive uma reportagem potencialmente danosa para o então candidato a governador de São Paulo, José Serra, censurada. A reportagem dava conta de que Serra, enquanto ministro, tinha autorizado a maior parte das doações irregulares de ambulâncias a prefeituras.

Quando uma produtora localizou no interior de Minas Gerais o ex-assessor do ministro da Saúde Serra, Platão Fischer-Puller, que poderia esclarecer aspectos obscuros sobre a gestão do ministro no governo FHC, ela foi desencorajada a perseguí-lo, enquanto todos os recursos da emissora foram destinados a denunciar o contador do PT Delúbio Soares e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, este posteriormente absolvido de todas as acusações.

Mentiras e ilações

Tive reportagem sobre Carlinhos Cachoeira – muito mais tarde revelado como fonte da revistaVeja para escândalos do governo Lula – ‘deslocada’ de telejornal mais nobre da emissora para o Bom Dia Brasil, como pode atestar o então editor Marco Aurélio Mello.

Num episódio específico, fui perseguido na redação por um feitor munido de um rádio de comunicação com o qual falava diretamente com o Rio de Janeiro: tratava-se de obter minha assinatura para um abaixo-assinado em apoio a Ali Kamel sobre a cobertura das eleições de 2006.

Considero que isso caracteriza assédio moral, já que o beneficiado pelo abaixo-assinado era chefe e poderia promover ou prejudicar subordinados de acordo com a adesão.

Argumentei, então, que o comentarista de política da Globo, Arnaldo Jabor, havia dito em plena campanha eleitoral que Lula era comparável ao ditador da Coréia do Norte, Kim Il-Sung, e que não acreditava ser essa postura compatível com a suposta imparcialidade da emissora. Resposta do editor, que hoje ocupa importante cargo na hierarquia da Globo: Jabor era o “palhaço” da casa, não deveria ser levado a sério.

No dia do primeiro turno das eleições, alertado por colega, ouvi uma gravação entre o delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno e um grupo de jornalistas, na qual eles combinavam como deveria ser feito o vazamento das fotos do dinheiro que teria sido usado pelo PT para comprar um dossiê contra o candidato Serra.

Achei o assunto relevante e reproduzi uma transcrição – confesso, defeituosa pela pressa – no Viomundo.

Fui advertido por telefone pelo atual chefão da Globo, Carlos Henrique Schroeder, de que não deveria ter revelado em meu blog pessoal, hospedado na Globo.com, informações levantadas durante meu trabalho como repórter da emissora.

Contestei: a gravação, em minha opinião, era jornalisticamente relevante para o entendimento de todo o contexto do vazamento, que se deu exatamente na véspera do primeiro turno.

Enojado com o que havia testemunhado ao longo de 2006, inclusive com a represália exercida contra colegas – dentre os quais Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e Carlos Dornelles – e interessado especialmente em conhecer o mundo da blogosfera – pedi antecipadamente a rescisão de meu contrato com a emissora, na qual ganhava salário de alto executivo, com mais de um ano de antecedência, assumindo o compromisso de não trabalhar para outra emissora antes do vencimento do contrato pelo qual já não recebia salário.

Ou seja, fiz isso apesar dos grandes danos para minha carreira profissional e meu sustento pessoal.

Apesar das mentiras, ilações e tentativas de assassinato de caráter, perpetradas pelo jornal O Globo e colunistas associados de Veja, friso: sempre vivi de meu salário. Este site sempre foi mantido graças a meu próprio salário de jornalista-trabalhador.

Monopólio informativo

O objetivo do Viomundo sempre foi o de defender o interesse público e os movimentos sociais, sub-representados na mídia corporativa. Declaramos oficialmente: não recebemos patrocínio de governos ou empresas públicas ou estatais, ao contrário da Folha, de O Globo ou do Estadão. Nem do governo federal, nem de governos estaduais ou municipais.

Porém, para tudo existe um limite. A ação que me foi movida pela TV Globo (nominalmente por Ali Kamel) me custou R$ 30 mil reais em honorários advocatícios.

Fora o que eventualmente terei de gastar para derrotá-la. Agora, pensem comigo: qual é o limite das Organizações Globo para gastar com advogados?

O objetivo da emissora, ainda que por vias tortas, é claro: intimidar e calar aqueles que são capazes de desvendar o que se passa nos bastidores dela, justamente por terem fontes e conhecimento das engrenagens globais.

Sou arrimo de família: sustento mãe, irmão, ajudo irmã, filhas e mantenho este site graças a dinheiro de meu próprio bolso e da valiosa colaboração gratuita de milhares de leitores.

Cheguei ao extremo de meu limite financeiro, o que obviamente não é o caso das Organizações Globo, que concentram pelo menos 50% de todas as verbas publicitárias do Brasil, com o equivalente poder político, midiático e lobístico.

Durante a ditadura militar, implantada com o apoio das Organizações Globo, da Folha e do Estadão – entre outros que teriam se beneficiado do regime de força – houve uma forte tentativa de sufocar os meios alternativos de informação, dentre os quais destaco os jornais Movimento e Pasquim.

Hoje, através da judicialização de debate político, de um confronto que leva para a Justiça uma disputa entre desiguais, estamos fadados ao sufoco lento e gradual.

E, por mais que isso me doa profundamente no coração e na alma, devo admitir que perdemos. Não no campo político, mas no financeiro. Perdi. Ali Kamel e a Globo venceram. Calaram, pelo bolso, o Viomundo.

Estou certo de que meus queridíssimos leitores e apoiadores encontrarão alternativas à altura. O certo é que as Organizações Globo, uma das maiores empresas de jornalismo do mundo, nominalmente representadas aqui por Ali Kamel, mais uma vez impuseram seu monopólio informativo ao Brasil.

Eu os vejo por aí.

PS do Viomundo: Vem aí um livro escrito por mim com Rodrigo Vianna, Marco Aurelio Mello e outras testemunhas – identificadas ou não – narrando os bastidores da cobertura da eleição presidencial de 2006 na Globo, além de retratar tudo o que vocês testemunharam pessoalmente em 2010 e 2012.

PS do Viomundo 2: Descreverei detalhadamente, em breve, como O Globo e associados tentaram praticar comigo o tradicional assassinato de caráter da mídia corporativa brasileira.

 dia do jornalista precisa de mestres

A Imprensa precisa do mestres Luiz Carlos Azenha

A polícia racista de Alckmin

Para propagar o mito do Brasil cordial Ali Kamel escreveu um livro mentiroso:

livro kamel

Veja esta ordem de comando da Polícia Militar de São Paulo:

racismo

O documento assinado pelo capitão Ubiratan de Carvalho Góes Beneducci. Confira aqui

BRA_CB racismo

Para Ali Kamel este tipo campanha é desnecessária:

camapanha 1

Miriam Leitão pensa diferente de Ali Kamel:

0506-racismo

Luiz Carlos Azenha censurado por Ali Kamel, via justiça dos ricos

CENSURADO O BLOG

Escreve Azenha:

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Não sei para onde minhas escolhas vão me levar, mas é para lá que eu quero ir.

Caros amigos. Começo por aqui minha despedida. As discussões com a Conceição Lemes, que é co-editora do Viomundo, tem sido intensas. Ela tentando me convencer a manter o blog, em nome do idealismo. Eu, pensando na coisa concreta: Ali Kamel, que é apenas o nome que pisca REDE GLOBO, tentando sufocar e calar os críticos à atuação criminosa da emissora contra os governos trabalhistas, contando com advogados caríssimos fundos sem fim, além dos lobistas no Congresso, na Justiça e em todos os governos. Talvez por ser mulher, muito mais corajosa, Lemes acha que dá; eu estou no limite. Vamos refletir…

COMENTÁRIOS DOS LEITORES

http://www.blogdacidadania.com.br/2013/03/o-imperio-contra-ataca-2/

Emília disse…

Não desista, Azenha!
Teime, Azenha!

Ralph disse…

Azenha,
Eles podem ser grandes, mas nós somos muitos.
abraço,
Ralph

Nilson Dimas disse…

Fale agora ou cale-se para sempre. Garanta seu pão, não olhe para trás. Já passamos por isso em 68, vista seu pijama daqui alguns anos e esqueça o resto.

Anônimo disse…

Azenha, imagine a pressão que os ministros que julgaram o mensalão receberam..

Gilberto Burlamaqui Bastos disse…

Azenha,

Permita que a audiencia do blogue demonstre o seu apreco pela causa. Crie uma conta para querelas judiciais.

Nanda disse…

Marco, o Azenha tem que refletir.
Tudo que o Ali Kamel quer é calar todos os que não se alinham com o seu pen$amento pequeno. Azenha tem idealismo e Ali tem ideali$$$mo.

Raquel disse…

Marco, se tu tiveres amizade ou um contato mais próximo com o Azenha, conversa com ele, tente demovê-lo dessa ideia.

Anônimo disse…

Reitero o que comentei no Azenha:
acho que juntando muitos podemos ajudá-lo. Elisabete

Anônimo disse…

Companheira Conceição:
Convença o Azenha para continuar.
Sugiro que seja formado um fundo a
ser administrado pelo Baraão de Itararé/PHA/LNassif e outros blogueiros sujos. Em um post você
informou que recebeu mais 48 000
apoios no STF. Com R$ 10,00/mês
teremos R$ 480 000,00. Este fundo
será importantíssimo apoiar outros
jornalistas/blogueiros que venham
ser perseguidos e ou censurados.
Não desanimem.
José Carlos Martins

Luís CPPrudente disse…

É necessário estudar a ideia de se criar um fundo para a defesa judicial de blogues filiados ao Barão de Itararé.

Tendo esse fundo, os diversos blogues podem divulgar e pedir o apoio dos comentaristas e leitores dos blogues progressistas filiados ao Barão de Itararé.

Muitos de nós leitores e comentaristas queremos ajudar na manutenção desse fundo que será utilizado em casos como esse do Azenha.

Leve essa ideia adiante. Ela pode ser o início de uma frente única de blogues progressistas, nacionalistas e de esquerda na defesa da liberdade de imprensa, da democracia e da Ley de Medios.

Rossi disse…

Quando o “ratzinger” cair no ostracismo ou a própria “organização” cair(já vimos esse filme)o porvir será melancólico.Walter Clark todo poderoso e servil sentiu.

 —
Talis Andrade disse…
Nestes tempos de ditadura da justiça, muitos jornalistas apelam para o anonimato.

A multa judicial como forma de censura é a “morte e vida severina” do jornalista. Assim como o Congresso funcionava na ditadura militar, para aparentar a existência da democracia, a justiça evita prender. Fica feio para o Brasil, apesar das mortes matadas.

Este ano já assassinaram três ou quatro jornalistas. Tudo indica que vamos manter o índice de um defunto a cada mês.

Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
(João Cabral de Melo Neto)

A morte é a solução final da censura. Mas a morte por bala, encomendada, tem choro e vela.
Tem o mesmo efeito o apagão dos blogs por falência econômica, parece morte morrida, coisa natural e desonrosa em um regime de capitalismo selvagem.

Eis o motivo da queixa crime: buscar na justiça uma multa que o jornalista não consiga pagar, e mais a censura prévia.

A arma dos verdadeiros jornalistas é a palavra, o debate democrático, apenas os covardes apelam para a justiça.

E o juiz censor deve ter seu nome propagado. Dele a vergonha ou a honra do feito.

Para entender a guerra judicial de Ali Kamel contra os principais jornalistas brasileiros, conheça o dia em que morreram as notícias de televisão

justiça inocência togado

A influência da Globo sobre os três poderes – o executivo, o judiciário e o legislativo – permanece. O que morreu foi o poder  da Globo de eleger governadores no Rio de Janeiro e presidentes da República. O poder vinha do monopólio que continua, e da crença do povo na infalibilidade do Repórter Esso.

O povo bobo da Globo não existe mais, que o jornal dito Nacional, engradado entre duas novelas, vem perdendo audiência.

Foi um processo lento, que começou com a eleição de Leonel Brizola governador.  E acelerou com a democratização da internet, a leitura dos blogueiros que desmascararam a mistificação, a parcialidade, os nefastos interesses da família Marinho, associada ao capitalismo estrangeiro, conforme esclareceu relatório do bravo deputado e jurista Djalma Marinho, em uma CPI do Congresso, que o ditador Castelo Branco abafou.

Ali Kamel, a musa Eco da Tv do Império, usa o narcisismo de juízes e desembargadores para a “judicialização e asfixia econômica dos blogs”.

O assédio judicial, o stalking policial, a prisão e o exílio são formas de censura. A solução final da censura é o apagão dos blogs ou o assassinato.

Na virada deste ano 13, o Brasil tinha dois jornalistas presos, dois exilados, e no dia 5 de janeiro assassinaram um radialista.

tv televisão

Traducido del inglés para Rebelión por Germán Leyens/ in Rebelión

No estoy seguro de la fecha exacta en la que tuvo lugar la muerte de las noticias en la televisión. El descenso fue gradual, un deslizamiento hacia lo chabacano, lo trivial y lo fútil, hacia la charada en los canales de noticias por cable como Fox y MSNBC en los cuales los conductores presentan a los títeres políticos de las corporaciones a través de elogios o el ridículo y tratan las debilidades de las celebridades como noticias legítimas. Pero si tuviera que elegir una fecha en la cual la televisión comercial decidió que acumular dinero corporativo y proveer entretenimiento era su misión principal, cuando decidió conscientemente convertirse en un acto carnavalesco, sería probablemente el 25 de febrero de 2003, cuandoMSNBC sacó de las ondas a Phil Donahue por su oposición a los llamados a la guerra en Iraq.

Donahue y Bill Moyers, los últimos hombres honrados de la televisión de EE.UU., fueron las únicas personalidades honestas en las noticias estadounidenses que presentaron los puntos de vista de los que cuestionaban la carrera hacia la guerra de Iraq. General Electric y y Microsoft –fundadores de MSNBC y contratistas de la defensa que iban a obtener enormes beneficios de la guerra– no podían tolerar una voz discrepante. Donahue fue despedido y en PBS Moyers fue sometido a una tremenda presión. Un memorando interno de MSNBC filtrado a la prensa señalaba que Donahue perjudicaba la imagen de la red. Sería “una cara pública difícil para NBC en un tiempo de guerra”, decía el memorando. Donahue nunca volvió a las ondas.

Las celebridades que actualmente reinan en la televisión comercial, que se presentan como liberales o conservadores, leen los mismos guiones corporativos. Difunden los mismos chismes de la corte. Ignoran lo que el Estado corporativo quiere que ignoren. Defienden lo que el Estado corporativo quiere que defiendan. No cuestionan o reconocen las estructuras del poder corporativo. Su papel es canalizar la energía del televidente hacia nuestro difunto sistema político para hacernos creen que demócratas o republicanos no son peones de las corporaciones. Los shows en el cable, cuyos presentadores hiperbólicos trabajan para infundirnos temor a los liberales o a los conservadores autodeclarados, forman parte de un sistema político amañado, en el cual es imposible votar contra los intereses de Goldman Sachs, Bank of America, General Electric o ExxonMobil. Esas corporaciones, a cambio de la propaganda basada en el miedo, pagan los generosos salarios de las celebridades noticiosas, usualmente millones de dólares. Hacen que sus espectáculos sean lucrativos. Y cuando hay guerra esas personalidades de las noticas asumen sus papeles “patrióticos” como porristas, como hizo Chris Matthews –que gana unos 5 millones de dólares al año– junto con otros presentadores deMSNBC y Fox.

No importa que esas celebridades y sus invitados, usualmente generales retirados o funcionarios del gobierno, hayan interpretado la guerra de manera terriblemente equivocada. Tanto como no importa que Francis Fukuyama y Thomas Friedman se hayan equivocado sobre las maravillas del capitalismo corporativo sin trabas y de la globalización. Lo que importaba entonces y lo que importa ahora es la simpatía –conocida en la televisión y la publicidad como el score Q– no la honestidad y la verdad. Las celebridades de las noticias de la televisión están en el negocio de las ventas, no del periodismo. Trafican con la ideología del Estado corporativo. Y demasiados de nosotros lo aceptamos.

La mentira por omisión sigue siendo una mentira. Lo que saca a la luz su complicidad con el poder corporativo es lo que esas celebridades de las noticias no mencionan. No hablan de la Sección 1021 de la Ley de Autorización de la Defensa Nacional (NDAA), una cláusula que permite que el gobierno utilice a los militares para detener a ciudadanos estadounidenses y despojarlos del debido proceso. No critican la destrucción de nuestras libertades civiles más básicas, permitiendo actos como las escuchas sin mandato judicial y las órdenes ejecutivas de asesinato de ciudadanos estadounidenses. No dedican mucho tiempo a los climatólogos para que expliquen la crisis que se apodera de nuestro planeta. No enfrentan el ataque implacable de la industria de los combustibles fósiles contra el ecosistema. Muy pocas veces presentan documentales o informes noticiosos largos sobre nuestros pobres urbanos y rurales a los que han vuelto invisibles, sobre las guerras de Iraq y Afganistán o la corrupción corporativa en Wall Street. No les pagan para que lo hagan. Les pagan para que impidan un debate significativo. Se les paga para que desacrediten o ignoren a los críticos más astutos del corporativismo, entre ellos Cornel West, Medea Benjamin, Ralph Nader y Noam Chomsky. Se les paga para que parloteen atolondradamente, hora tras hora, llenando nuestras cabezas con el teatro del absurdo. Muestran clips de sus rivales en la televisión que los ridiculizan y a cambio ridiculizan a sus rivales. Las noticias de la televisión parece que se han tomado del retrato de Rudyard Kipling de los monos de Bandar-log en el “Libro de la Selva”. Los Bandar-log, considerados dementes por los otros animales de la selva por su total ensimismamiento, falta de disciplina e ilimitada vanidad, cantan al unísono: “Somos grandes. Somos libres. Somos maravillosos. ¡Somos los más maravillosos de toda la selva! Todos lo decimos y por lo tanto debe de ser verdad”.

Cuando hablé con él por teléfono recientemente en Nueva York, Donahue dijo, hablando de la presión a la que la red lo sometió al final: “Se convirtió en algo absurdo”. Siguió diciendo: “Nos dijeron que teníamos que tener dos conservadores por cada liberal en el show. Me consideraban liberal. Solo podía presentar a Richard Perle, pero no a Dennis Kucinich. Se sentía el tremendo temor que los medios corporativos tenían de estar del lado impopular durante la preparación de una guerra. Y no olvidemos que el mayor cliente de General Electric entonces era Donald Rumsfeld [el secretario de Defensa de la época]. Los medios elitistas presentan al poder elitista. No se oyen otras voces”.

Donahue pasó cuatro años después de abandonar MSNBC haciendo el documental Body of War con otra directora/productora Ellen Spiro, sobre el veterano paralizado de la Guerra de Iraq Tomas Young. La película, financiada por el propio Donahue, comenzó cuando acompañó a Nader a visitar a Young en el Centro Médico Militar Nacional Walter Reed en Washington, D.C.

“Aquí yace este muchacho consumido por la morfina”, dijo Donahue. “Su madre, mientras miramos de pie junto a la cama, explica sus heridas. ‘Es un T-4. La bala pasó por la clavícula y salió entre los omóplatos. Está paralizado de las tetillas hacia abajo’. Estaba demacrado. Sus pómulos sobresalían. Estaba tan blanco como las sábanas en las que reposaba. Tenía 24 años… Pensé: ‘La gente debería ver esto. Es terrible’”

Donahue señaló que solo un mínimo porcentaje de estadounidenses tiene un pariente cercano que haya combatido en Iraq o Afganistán y una cantidad aún más pequeña hizo el sacrificio personal de un Tomas Young. “Nadie ve el dolor”, dijo. “La guerra se ha esterilizado”.

“Dije: ‘Tomas, quiero hacer una película que muestre el dolor. Quiero hacer una película que muestre de cerca lo que significa realmente la guerra, pero no puedo hacerla sin su permiso’” recordó Donahue. “Tomas dijo: ‘Yo también’”.

Pero una vez más Donahue chocó contra el monolito corporativo: Los distribuidores comerciales fueron renuentes a aceptar la película. A Donahue le dijeron que el filme, aunque había recibido muchos elogios de la crítica, era demasiado deprimente y desmoralizador. Los distribuidores le preguntaron quién iba a ver una película sobre alguien en una silla de ruedas. Donahue logró conseguir estrenos en Chicago, Seattle, Palm Springs, Nueva York, Washington y Boston, pero duró muy poco en cartelera.

“No tenía el dinero necesario para publicar anuncios de página completa”, dijo. “Hollywood gasta a menudo más en pla romoción que en la película. Y por lo tanto fracasamos. Lo que pasa ahora es que los grupos por la paz la están proyectando. Abrimos la convención de Veteranos por la Paz en Miami. El fracaso no es nada nuevo para mí. Y sin embargo, me sorprende cuántos estadounidenses guardan silencio”.

Chris Hedges pasó casi dos décadas como corresponsal extranjero en Centroamérica, Medio Oriente, África y los Balcanes. Ha informado desde más de 50 países y ha trabajado para The Christian Science MonitorNational Public RadioThe Dallas Morning News y The New York Times, para el cual fue corresponsal extranjero durante 15 años.

 

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Globo: Jabor “palhaço” da casa, não deve ser levado a sério

kamel

O Ano que Mudou Nossas Vidas

por Luiz Carlos Azenha

Era recém-chegado de ser correspondente da emissora em Nova York. Fui o repórter destacado para cobrir o candidato tucano Geraldo Alckmin durante a campanha de 2006. Ouvi, na redação de São Paulo, diretamente do então editor de economia do Jornal Nacional, Marco Aurélio Mello, que tinha sido determinado desde o Rio que as reportagens de economia deveriam ser “esquecidas”– tirar o pé, foi a frase — porque supostamente poderiam beneficiar a reeleição de Lula.

Vi colegas, como Mariana Kotscho e Cecília Negrão, reclamando que a cobertura da emissora nas eleições presidenciais não era imparcial.

Um importante repórter da emissora ligava para o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dizendo que a Globo pretendia entregar a eleição para o tucano Geraldo Alckmin. Ouvi o telefonema. Mais tarde, instado pelo próprio ministro, confirmei o que era também minha impressão.

Pessoalmente, tive uma reportagem potencialmente danosa para o então candidato a governador de São Paulo, José Serra, censurada. A reportagem dava conta de que Serra, enquanto ministro, tinha autorizado a maior parte das doações irregulares de ambulâncias a prefeituras.

Quando uma produtora localizou no interior de Minas Gerais o ex-assessor do ministro da Saúde Serra, Platão Fischer-Puller, que poderia esclarecer aspectos obscuros sobre a gestão do ministro no governo FHC, ela foi desencorajada a perseguí-lo, enquanto todos os recursos da emissora foram destinados a denunciar o contador do PT Delúbio Soares e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, este posteriormente absolvido de todas as acusações.

Tive reportagem sobre Carlinhos Cachoeira — muito mais tarde revelado como fonte da revista Veja para escândalos do governo Lula — ‘deslocada’ de telejornal mais nobre da emissora para o Bom Dia Brasil, como pode atestar o então editor Marco Aurélio Mello.

Num episódio específico, fui perseguido na redação por um feitor munido de um rádio de comunicação com o qual falava diretamente com o Rio de Janeiro: tratava-se de obter minha assinatura para um abaixo-assinado em apoio a Ali Kamel sobre a cobertura das eleições de 2006.

Considero que isso caracteriza assédio moral, já que o beneficiado pelo abaixo-assinado era chefe e poderia promover ou prejudicar subordinados de acordo com a adesão.

Argumentei, então, que o comentarista de política da Globo, Arnaldo Jabor, havia dito em plena campanha eleitoral que Lula era comparável ao ditador da Coréia do Norte, Kim Il-Sung, e que não acreditava ser essa postura compatível com a suposta imparcialidade da emissora. Resposta do editor, que hoje ocupa importante cargo na hierarquia da Globo: Jabor era o “palhaço” da casa, não deveria ser levado a sério.

No dia do primeiro turno das eleições, alertado por colega, ouvi uma gravação entre o delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno e um grupo de jornalistas, na qual eles combinavam como deveria ser feito o vazamento das fotos do dinheiro que teria sido usado pelo PT para comprar um dossiê contra o candidato Serra.

Achei o assunto relevante e reproduzi uma transcrição — confesso, defeituosa pela pressa – no Viomundo.

Fui advertido por telefone pelo atual chefão da Globo, Carlos Henrique Schroeder, de que não deveria ter revelado em meu blog pessoal, hospedado na Globo.com, informações levantadas durante meu trabalho como repórter da emissora.

Contestei: a gravação, em minha opinião, era jornalisticamente relevante para o entendimento de todo o contexto do vazamento, que se deu exatamente na véspera do primeiro turno.

Enojado com o que havia testemunhado ao longo de 2006, inclusive com a represália exercida contra colegas — dentre os quais Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e Carlos Dornelles — e interessado especialmente em conhecer o mundo da blogosfera — pedi antecipadamente a rescisão de meu contrato com a emissora, na qual ganhava salário de alto executivo, com mais de um ano de antecedência, assumindo o compromisso de não trabalhar para outra emissora antes do vencimento do contrato pelo qual já não recebia salário.

Ou seja, fiz isso apesar dos grandes danos para minha carreira profissional e meu sustento pessoal.
Apesar das mentiras, ilações e tentativas de assassinato de caráter, perpretradas pelo jornal O Globo* e colunistas associados de Veja, friso: sempre vivi de meu salário. Este site sempre foi mantido graças a meu próprio salário de jornalista-trabalhador.

O objetivo do Viomundo sempre foi o de defender o interesse público e os movimentos sociais, sub-representados na mídia corporativa. Declaramos oficialmente: não recebemos patrocínio de governos ou empresas públicas ou estatais, ao contrário da Folha, de O Globo ou do Estadão. Nem do governo federal, nem de governos estaduais ou municipais.

Porém, para tudo existe um limite. A ação que me foi movida pela TV Globo (nominalmente por Ali Kamel) me custou R$ 30 mil reais em honorários advocatícios.

Fora o que eventualmente terei de gastar para derrotá-la. Agora, pensem comigo: qual é o limite das Organizações Globo para gastar com advogados?

Sou arrimo de família: sustento mãe, irmão, ajudo irmã, filhas e mantenho este site graças a dinheiro de meu próprio bolso e da valiosa colaboração gratuita de milhares de leitores.

Cheguei ao extremo de meu limite financeiro, o que obviamente não é o caso das Organizações Globo, que concentram pelo menos 50% de todas as verbas publicitárias do Brasil, com o equivalente poder político, midiático e lobístico.

Durante a ditadura militar, implantada com o apoio das Organizações Globo, da Folha e do Estadão — entre outros que teriam se beneficiado do regime de força — houve uma forte tentativa de sufocar os meios alternativos de informação, dentre os quais destaco os jornais Movimento e Pasquim.

Hoje, através da judicialização de debate político, de um confronto que leva para a Justiça uma disputa entre desiguais, estamos fadados ao sufoco lento e gradual.

E, por mais que isso me doa profundamente no coração e na alma, devo admitir que perdemos. Não no campo político, mas no financeiro. Perdi. Ali Kamel e a Globo venceram. Calaram, pelo bolso, o Viomundo.

Estou certo de que meus queridíssimos leitores e apoiadores encontrarão alternativas à altura. O certo é que as Organizações Globo, uma das maiores empresas de jornalismo do mundo, nominalmente representadas aqui por Ali Kamel, mais uma vez impuseram seu monopólio informativo ao Brasil.

Eu os vejo por aí.

PS do Viomundo: Vem aí um livro escrito por mim com Rodrigo Vianna, Marco Aurelio Mello e outras testemunhas — identificadas ou não — narrando os bastidores da cobertura da eleição presidencial de 2006 na Globo, além de retratar tudo o que vocês testemunharam pessoalmente em 2010 e 2012.

PS do Viomundo 2: *Descreverei detalhadamente, em breve, como O Globo e associados tentaram praticar comigo o tradicional assassinato de caráter da mídia corporativa brasileira.