A JUSTIÇA BRASILEIRA E O CARNAVAL DA SELETIVIDADE

FALSOS MORALISTAS E PALADINOS DA ÉTICA VÃO PULAR O CARNAVAL LONGE DOS HOLOFOTES DA MÍDIA E DAS GARRAS DA JUSTIÇA. NO BRASIL É SEMPRE ASSIM. OS INTERESSES ESCUSOS SUFOCAM OS INTERESSES COLETIVOS

por Mailson Ramos

Num país onde Cunha perambula livremente nos corredores da Câmara dos Deputados e com honrarias de Chefe de Estado, a justiça já se decompôs há muito tempo. Desintegrou-se a capacidade que as instituições do judiciário tinham de demonstrar a sua força.

Na Suíça já o teriam afastado há meses. Isso se não fosse encarcerado e mantido longe da presidência do parlamento.

Mas como aqui é o Brasil, não somente o Cunha usufrui das liberdades concedidas por uma esta justiça seletiva.

Exemplos se podem citar aos borbotões.

Nos últimos dias a mídia sentiu sua boca adoçar com boatarias que se sobrepõe ao ofício jornalístico. Um barco de latão, um sítio e um tríplex no Guarujá construíram a mais burlesca das crônicas neste início de 2016.

A novela tem como personagens principais o ex-presidente Lula e sua esposa, D. Marisa Leticia. Deflagrou-se uma operação narrativa, de cunho midiático, para oferecer aos detratores do Lula dezenas de factoides a mais.

A ojeriza coletiva antilulista se abastece dia após dia, sem interrupções nos meios de comunicação tradicionais. E não vai aqui nenhum caráter de vitimismo porque o ex-presidente tem apresentado provas cabais de sua inocência, embora todas elas rechaçadas antes da verificação. Assim agem os extremistas.

Tal intransigência não se vê em São Paulo com os desvios da Máfia da Merenda. Passa ilesa a informação de que um corruptor enviou orientações desde o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

Não se fala na quantidade de dinheiro desviado, não se sabe quem são os envolvidos e quais são os desdobramentos da operação policial (Alba Branca) que deflagrou o esquema de corrupção. Tudo na “moita”.

Da mesma maneira não se repercute sobre os R$ 300 mil do Aécio, afinal de contas, o ilibadíssimo juiz Sérgio Moro concedeu liberdade ao Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará.

A delação sobre a chatice de Aécio Neves ao esperar a propina não deveria sequer ter vindo a público. E que não se deixe de considerar o tempo de determinados vazamentos.

E começam a aparecer delações de outubro passado. Quando convém a Lava Jato não vaza a jato. É o que se pode confirmar hoje, em O Globo, sobre a delação de Luciano Araújo de Oliveira, tesoureiro do Solidariedade, partido do Paulinho da Força.

Ele esmiuçou o esquema de recebimento de propinas junto a UTC. Revelou também como o Thiago Cedraz, seu primo e filho de Aroldo Cedraz, presidente do TCU, vendia informações sigilosas do tribunal ao Ricardo pessoa (UTC).

Lamaçal para ninguém botar defeito. E onde está a justiça?

A justiça corrobora a expressão de Paulinho da Força quando disse que iria até o fim com Cunha para derrubar a Dilma. Aliás, foi ele quem puxou as vaias à presidenta na volta do recesso, no plenário da Câmara.

Também foi ele quem mandou soltar ratos na CPI da Petrobras. O achincalhe é geral e só acabará com o grito das ruas. O verdadeiro grito das ruas. Nada se resolve enquanto a justiça, olhando por baixo da venda, se disser cega.

A falta de coragem, associada à ausência de criatividade, impediram que se balizasse o Brasil para o século XXI

A Constituição Cidadã

 

Por Maria Fernanda Arruda

Uma pesquisa que procurava desenhar o perfil dos operários metalúrgicos da indústria automobilística, feita às vésperas de eclosão dos movimentos grevistas promovidos por eles, e que eram vistos então como formando uma “nova classe operária”, mostrava que 90% deles jamais tinha lido algum capítulo ou artigo da Consolidação das Leis do Trabalho. Mas todos tinham consciência de seus direitos e sabiam como lutar por eles. A classe operária tinha àquela época uma cultura predominantemente verbal.

Já na segunda década do século XXI, sabemos todos que existe uma Constituição, a primeira das leis, a que reconhece a nossa cidadania e os nossos direitos e obrigações. Mas não nos atraiu nunca a leitura de mais de trezentos artigos e emendas a perder de vista. O que é a nossa Constituição? Ela é a “Constituição Cidadã” exaltada por Ulisses Guimarães? Ou é a Constituição que nos deu uma “democracia consentida”, escrita com os olhos voltados para o passado? Com toda certeza, os constituintes de 1988 fizeram a Lei, ainda apavorados pelo fantasma de ditadura recém-finda e buscaram segurança em 1946.

A falta de coragem, associada à ausência de criatividade, impediram que se balizasse o Brasil para o século XXI. Não se propõe aqui uma tarefa fácil, pois que até os ministros do STF, na falta de notável (ou razoável) saber jurídico, confundem-se ao tratar sobre ela, tropeçando em bugalhos que imaginam serem alhos.

Atentando-se para o princípio, segundo o qual a Carta Constitucional não pode comportar supérfluos, nem frases e nem mesmo palavras, devemos pensar que os redatores de 1988 não foram fiéis a ele, escrevendo prolixamente 250 artigos, completados com mais 98 disposições transitórias. Nós brasileiros em tese temos necessidade de conhecer a todos e saber interpretá-los, pois que é preceito jurídico que a ninguém é dado alegar a ignorância da lei. Assim, e mesmo antes de iniciada uma leitura, fica a certeza de que o Brasil precisa de uma Constituição, limpa de detalhes e meandros, estruturada e redigida com a competência que faltou em 1988.

Sem que se apresse o andar da carruagem, sejam feitas as primeiras ressalvas: não houve uma Assembleia Nacional Constituinte, que só poderia ser eleita pelo povo brasileiro, o que não aconteceu. Deputados e senadores outorgaram-se direito que não foi concedido a eles, pondo-se acima de suas competências, do que resultou o texto demais insatisfatório. O preâmbulo, ao mencionar sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, produz poesia romântica, mas não uma declaração de Direito. Com imodéstia risível, promulgam sob a proteção de Deus, fazem, portanto, obra divina, destinada a dar estrutura a um Estado Laico. Deus seria capaz de inspirar um Estado laico, dispensando-se todas a quaisquer religiões que já criou?

Enfim, o Preâmbulo nos propõe um enigma. Ora pois, como todas as nossas constituições republicanas o fizeram, o Brasil é declarado república e república federativa. Cabe a pergunta: o Brasil é uma federação? Já foi em algum momento uma federação? Não se pode esquecer que a República nasceu federativa, dando-se aos Estados a autonomia que permitiu construir-se toda a República Velha como república “café com leite”, servindo aos partidos republicanos paulista e mineiro, isso para que, na defesa do preço do café e enriquecimento crescente e assegurado dos cafeicultores, o Brasil pudesse se encalacrar em dívidas com os bancos ingleses. Esse mesmo federalismo permitiu a Júlio de Castilhos doar ao Rio Grande do Sul uma república positivista, promulgada em nome da Humanidade.

Em 1930 o positivismo gaúcho criaria a República uma e indivisa, as bandeiras estaduais tendo sido queimadas em cerimônia pública, mãos de jovens estudantes alimentando a pira da Pátria com aqueles panos.

Com o fim do Estado Novo, uma nova Constituição tratou de restabelecer o regime federativo, que foi mantido durante a ditadura e aportou com segurança dogmática na Carta de 1988. Pela sua letra, a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

Hoje, a Federação é composta por 26 Estados, mais o Distrito Federal, decompondo-se em 5.570 municípios. Não há justificativa técnica para tal gigantismo. São 81 senadores e 513 deputados federais, compondo o Congresso Nacional. São 27 governadores, 27 assembleias legislativas, 27 secretariados, 27 Tribunais de Contas…

Não se trata de uma “burocracia de Estado”, mas de um mecanismo que, em última instância, vai transferindo o poder de gestão do Estado para a esfera do poder econômico & financeiro, através de um mecanismo de troca de favores que crie para o Poder Executivo a governabilidade que se transfere, do voto do povo, para as deliberações de parlamentares negociantes.

A ditadura criou essa aberração. Manteve em funcionamento, ainda que irregular, um Congresso, ridicularizado na presença de senadores indicados pela Ditadura, dispensada a eleição popular, e emasculado, com o uso do expediente de criação de novos Estados, os antigos territórios e mais os resultantes de fracionamento de Mato Grosso e Goiás. O Congresso Nacional equiparou-se ao Senado Romano de Calígula, tornando-se serviçal dos coturnos. Mesmo com os militares já preparando suas mochilas, para a marcha de volta aos quartéis, o Parlamento Nacional fez abortar o movimento popular pelas eleições diretas, já havia deglutido a “lei da anistia” e logo em seguida aceitaria o golpe branco do general Leônidas Pires Gonçalves, vetando Ulisses Guimarães e elegendo Jose Sarney.

Esse edifício “kafkiano”, levantado na Praça dos Três Poderes, estará sempre jogando as pedras de um jogo com regras determinadas pelo Poder Econômico. É o entrave inegociável para as reformas necessárias na construção de um Estado Moderno, capaz de fazer realidade o discurso abstrato da Constituição.

A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Os governos do PT eliminaram a miséria e deram dignidade à pobreza, mas não lhes foi possível reduzir os efeitos de uma distribuição de renda das mais injustas no Mundo. Os governos do PT não puderam ter o apoio do Congresso Nacional para promover as históricas “reformas de base”.

Sabidamente, Lula e Dilma Rousseff receberam, com a faixa presidencial, poderes muito limitados, sufocados por essa máquina de política baixa e imediatista, de troca de favores e grandes benefícios. Lula não se pronuncia sobre isso, mas Dilma Rousseff afirmou em vários momentos que lutaria por uma Constituinte e uma nova Constituição. Por isso mesmo, as elites procuram destruí-la, construindo o capítulo mais imundo da História da República.

Como superar essa barreira? Esse é o grande desafio que só pode começar a ser enfrentado nos debates de uma Assembleia Nacional Constituinte. A grande reforma política só será competente se começada desse ponto: a renegociação do pacto federativo. Como definir quais serão os representantes do Poder Legislativo? Como fazer com que o Parlamento deixe de ser o instrumento de coação, impedindo que o Executivo governe a Nação?

Para que haja essa Assembleia Nacional Constituinte como agente político efetivamente representante do povo existe uma pré-condição: é preciso que o povo saiba o que quer e exija a sua tradução nas letras de uma Constituição. Admitamos a utopia. É preciso que partidos políticos proponham projetos para o Brasil, é preciso que todos aqueles que tenham condições para isso se ponham como pregadores, não de verdades prontas, mas da necessidade de fazer-se uma vontade popular lúcida e politicamente madura.

 

Monopólios da mídia: eis por que a onda conservadora caminha a passos tão largos. E empurra o Brasil para o abismo da ditadura

Em 2014, o governo federal destinou 72,20% da verba publicitária para as TVs e apenas 9,09% para a internet. Este blogue nunca recebeu nenhum tostão furado. É um governo que favorece os barões da mídia, principalmente a golpista, reacionária, sectária, entreguista, direitista e elitista TV Globo. Apenas os blogueiros defendem o governo das meias-verdades, dos balões de ensaio, das mentirosas fontes anônimas, da propaganda marrom dos meios de comunicação de massa, envolvidos na conspiração pelo retorno da ditadura, cassação de Dilma Rousseff e combate aos movimentos populares (T.A.)

 

Escreve Najla Passos
Da Carta Maior

 

Apesar da democratização da mídia ser uma bandeira histórica das esquerdas, os governos Lula e Dilma muito pouco – ou quase nada – fizeram por ela.

A presidenta Dilma Rousseff sancionou na noite desta quarta (12) a lei que regulamenta o direito de resposta, uma conquista democrática da sociedade civil brasileira prevista na Constituição de 1988, mas suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2009, quando a corte cassou a Lei de Imprensa.
Mas não sem antes abrir mais uma concessão aos grandes oligopólios de mídia do país, em especial àquele que detém a maior emissora de TV da América Latina: Dilma vetou o artigo que permitia ao ofendido requerer o direito de fazer a retificação pessoalmente ou delegá-la a pessoa de sua escolha, quando se tratar de rádio ou TV.
Na prática, isso quer dizer que quando uma TV, como a Globo, veicular uma notícia falsa contra alguém ou alguma coisa, em uma reportagem calcada em belas imagens, áudios e infográficos, a correção posterior se restringirá àquela cansativa telinha azul em que os caracteres do texto vão subindo lentamente.
Parece coisa pouca. Mas se analisada do âmbito do que vem sendo a política de comunicação dos governos petistas nos últimos 13 anos, ajuda até mesmo a explicar porque a onda conservadora caminha a passos tão largos no país. No Brasil de Lula e Dilma, o direito à informação correta e de qualidade ainda é um bem precioso, restrito a uns poucos incluídos e interessados.
Em artigo publicado na edição do New York Times desta última quarta, a jornalista Vanessa Bárbara, colunista do Estadão que não deve ter encontrado espaço em casa para a pauta, questiona tanto a qualidade da informação jornalística quanto dos valores repassados pelos programas de entretenimento da emissora. Ela lembra que, embora com a audiência em declínio há décadas, a Globo ainda arrebata 34% dos telespectadores, enquanto a segunda emissora no ranking, a TV Record, não passa dos 15%.
A jornalista também alerta para o perigo que tal ‘presença onipresente’ pode significar. “Em um país onde a educação deixa a desejar (a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico classificou o Brasil recentemente em 60º lugar entre 76 países em desempenho médio nos testes internacionais de avaliação de estudantes), implica que um conjunto de valores e pontos de vista sociais é amplamente compartilhado. Além disso, por ser a maior empresa de mídia da América Latina, a Globo pode exercer influência considerável sobre nossa política”, diz o texto.
Concessões e engavetamentos
Apesar da democratização da mídia ser uma bandeira histórica das esquerdas, os governos Lula e Dilma muito pouco – ou quase nada – fizeram por ela. Criada em 2007, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a rede pública de jornalismo do país que poderia fazer frente aos conglomerados privados, ainda tateia. Neste momento, seus jornalistas estão em greve, por reajuste salarial, melhores condições de trabalho e em defesa da comunicação pública de qualidade.
Os governos petistas também não avançaram nada na configuração de uma legislação capaz de regular e, assim, reduzir os abusos e garantir espaço democrático a um maior número de vozes. O assunto chegou a ser discutido quando o jornalista Franklin Martins assumiu a Secretaria de Comunicação, ainda no governo do ex-presidente Lula, mas voltou para a gaveta com a chegada de Dilma ao Planalto, de onde nunca mais saiu.
A falácia da mídia técnica
Até mesmo o critério de distribuição de verbas publicitárias adotado favorece os grandes oligopólios. Em especial, à Globo. Com a desculpa de definir um critério técnico, os governos petistas optaram por uma espécie de “ditadura da audiência”, como se não houvesse outros critérios possíveis, como a própria qualidade do produto jornalístico e/ou de entretenimento, ou mesmo argumentos jurídicos, como a previsão constitucional da pluralidade de meios.
Um estudo realizado por Antônio Lassance, doutor em Ciências Políticas e especialista em Comunicação e Políticas Públicas, mostra que o problema é ainda mais grave, porque até mesmo o cálculo feito pelo governo para contemplar esse critério de audiência não encontra lastro na realidade. A mesma Globo que perde audiência anualmente, conforme retratou o New York Times, recebe verbas publicitárias cada vez mais polpudas.
A última Pesquisa Brasileira de Mídia, realizada pela Secom em 2014, mostra que, de cada 100 brasileiros, 95 têm o hábito de assistir tevê; 55 ouvem rádio, 48 navegam pela internet, 21 leem jornais impressos e 13, as revistas impressas. Em decorrência disso, Lassance calcula que, como os brasileiros têm o costume de consumir mais de uma mídia, uma divisão verdadeiramente técnica da verba publicitária destinaria 40,95% paras as TVs, 23,75% para as rádios, 20,69% para a internet, 9,05% para os jornais impressos e 5,60¨para as revistas.
Entretanto, em 2014, o governo federal destinou 72,20% da verba para as TVs, 9,09% para a internet, 6,90% para as rádios, 6,73% aos jornais e 5,09% às revistas. Uma distorção considerável que beneficiou sobremaneira as emissoras de TV. E, dentre elas, claro, a Globo.
“Portanto, com base em dados técnicos; dados de audiência; dados de pesquisa; dados oficiais; a mídia técnica do Governo Federal, de técnica, só tem o nome. Desrespeita os dados que a própria Secom tem em mãos, pelo menos, desde 2011”, escreveu ele no artigo Governo Federal financia mídia cartelizada, mais cara e menos plural, publicado no Observatório da Imprensa.

 

Dinheiro parado para reestruturação da BR-101 no entorno do Recife já rendeu R$ 23,13 milhões, denuncia Priscila Krause

Foto: Cecilia Sá Pereira
Foto: Cecilia Sá Pereira

A deputada estadual Priscila Krause (DEM) denunciou, na sessão plenária desta quarta-feira (28), que a verba transferida em dezembro de 2012 pelo governo federal para reestruturação da BR-101 entre Abreu e Lima e Jaboatão dos Guararapes já rendeu R$ 23,13 milhões (Poupança Ouro do Banco do Brasil).

Ela apresentou cópia do extrato da poupança da Secretaria das Cidades onde está depositado o dinheiro. O documento foi remetido pelo governo estadual após pedido de informação enviado pela parlamentar. Só no mês de setembro, o dinheiro rendeu R$ 977 mil.

Com o extrato em mãos, Priscila ressaltou a necessidade de o governo apressar o passo para lançar a licitação dos serviços de reestruturação da BR-101. Decorrente de um convênio entre Pernambuco e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a verba precisa ser utilizada até o dia quatro de dezembro de 2016. No início do ano, previa-se que o edital de licitação para a obra fosse lançado no fim do primeiro semestre. Agora, o prazo oficial é dezembro próximo.

O convênio em questão, iniciado em 27 de dezembro de 2012, já teve seu prazo de execução adiado uma vez. O limite anterior era dezembro de 2014. “É preciso apressar o passo para garantir que a verba beneficie a BR-101 sem que precisemos devolver qualquer verba para Brasília, já que o dinheiro está depositado desde 2012 e a CGU estabelece regras e prazos. Diante da crise, conseguir R$ 150 milhões do governo federal para qualquer ação estadual é praticamente inviável”, refletiu.

Ainda sobre a situação da BR-101 (do quilômetro 51,6 ao 82,6, a rodovia federal está sob a responsabilidade do governo estadual), Priscila afirmou que tem acompanhado a realização dos serviços emergenciais iniciados em junho. “Os serviços que estão sendo feitos são muito importantes, são necessários para o curto prazo, mas o problema é crônico. Quanto mais demora tivermos para reestruturação da pista, com a troca das placas de concreto, mais serviços emergenciais serão necessários”, concluiu.

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Ministro do STF nega segredo de Justiça em inquérito sobre Cunha que trama ser presidente do Brasil. Que a mesma campanha e os votos vinculados da vitória de Dilma elegeram Temer

Pater
Pater

Não há porque esconder a vida de Eduardo Cunha, que conspira para presidir o Brasil, o pais do segredo. Da justiça secreta do foro especial. Do sigilo fiscal. Do sigilo bancário. Do escondido livro número 2 de ocorrências policiais, para registro dos crimes e contravenções das elites (BO), que o livro número 1 da justiça pppv (dos pobres pretos, putas e veados) constitui a fonte de notícias da imprensa escrita e on line e dos programas de rádio e tv que consagram as audiências dos Datena.

O povo em geral têm ainda seus sigilos quebrados por qualquer prestamista, através dos serviços para decisões de crédito e apoio a negócios – a TFP dos empresários, dos banqueiros, dos lá de cima.

O foro especial foi criado pelo presidente Fernando Henrique, no último mês terminal do oitavo ano do seu governo de privatarias e escândalos mil. Corresponde à Lei de Anistia da ditadura militar (abril de 64 – março de 85).

Eduardo Cunha, que pode pular da presidência da Câmara para a presidência do Brasil, pela cassação, via Gilmar Mendes, no Tribunal Superior Eleitoral, das eleições da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer, pelo voto vinculado.

O partidário Gilmar pede a investigação da campanha de Dilma e Temer por indícios. Pretende assim que a Polícia Federal arranje provas ora inexistentes.

Este Brasil secreto proteges as castas, as elites, que o povão tem os sigilos quebrados pelos mil serviços de espionagem e cadastramento de empresas privadas como as estrangeiras Experian, Serasa, SPC.

No Brasil, para a compra de eletrodomésticos, o cidadão comum tem que apresentar vários documentos: carteira de identidade, CPF etc. Os machos apresentam o atestado da goma; as fêmeas, o atestado de virgindade  (assim acontece com as professoras das escolas públicas do Governo do Estado de São Paulo).

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Ministro do STF nega segredo de Justiça em inquérito sobre Cunha

por Carolina Gonçalves e Juliana Andrade

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Pataxó
Pataxó


O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou hoje (22) pedido feito pelos advogados do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que o inquérito contra ele tramitasse em segredo de Justiça em função da “indevida exposição” de investigados e de documentos. Na decisão, Zavascki explicou que a publicidade dos atos processuais é um pressuposto constitucional e que a situação de Cunha não se enquadra nas exceções previstas por lei, entre elas, a defesa da intimidade ou o interesse social.

“A hipótese dos autos não se enquadra em qualquer das situações em que se imponha reserva à cláusula de publicidade. A documentação que acompanha o pedido de abertura de inquérito não decorreu de medida cautelar processada no Brasil, tendo sido colhida e encaminhada pelas autoridades da Confederação Suíça sem regime de sigilo”, destacou o ministro.

Na semana passada, Zavascki abriu inquérito para investigar contas atribuídas a Cunha na Suíça. O pedido de abertura do inquérito, feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), foi baseado em informações prestadas pelo Ministério Público suíço, que identificou quatro contas atribuídas ao presidente da Câmara naquele país. Para a PGR, além de Cunha, a mulher dele, Claudia Cruz, era uma das beneficiárias.

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O Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil documentos que mostram a origem do dinheiro encontrado nas contas atribuídas a Cunha. De acordo com os investigadores da Operação Lava Jato, o dinheiro pode ser fruto do recebimento de propina em contrato da Petrobras.

Na Câmara, Cunha disse nesta quinta-feira que não tinha conhecimento da petição protocalada por seus advogados no STF e afirmou que essa é uma tarefa de sua defesa que, segundo ele, não o consulta a cada passo. “Eu não fiz pedido. Quem faz são meus advogados. Eu nem tomo conhecimento das petições. Não ache que meus advogados pedem autorização antes de fazer uma petição”, afirmou Cunha, ao acrescentar que a defesa tem procuração para adotar todas as medidas judiciais necessárias para sua defesa. (Transcrevi trechos)

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Crise institucional por Miriam Leitão

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A Velha Senhora sempre foi mensageira de notícias ruins. Diz que a crise piorou nos últimos dias.  Lá na Europa. Ela se desdobra em ramificações que se cruzam, elevando o grau de tensão nos países satélites.

A Velha Senhora, quando fala do Brasil, acredita que a presidente da República vai se transformando em uma figura simbólica, sem qualquer capacidade de comandar a agenda.

Miriam Leitão, para enganar o povo bobo da Globo, confunde administração pública com registro de compromissos e pauta jornalística. Diz que os poderes se acusam. Isto é, confunde ações isoladas de Eduardo Cunha com votações do Congresso. E inventa brigas: do Supremo Tribunal Federal com a Câmara dos Deputados e Senado Federal, que brigam com a Presidência da República.

Acredita Miriam ser a reencarnação de Cassandra. E faz suas previsões: A economia se afunda em recessão, inflação alta e dívida crescente. Dívida que Miriam jamais pediria que fosse auditada.

Porque suas previsões de destruição são desacreditadas, Cassandra da direita apela para os economistas que aparecem nos programas dos telejornais da Globo. Garante Miriam que eles estão revendo para 2% a 2,5% o encolhimento do PIB de 2015.

Quando a Miriam fala, a gente nota que o silêncio lhe cai bem. Quando nada diz, pode-se ter esperança de que ela esteja entendendo o grau de confusão que cria para agradar os patrões. Ao falar, Miriam confunde confissões extraídas sob tortura na ditadura com delações previstas em lei, feitas por criminosos à Justiça, em pleno Estado de Direito. Nas reuniões de pauta, que faz para as redações do monopólio da família Marinho, Miriam mistura governo com partido.

Miriam acredita em pesquisa de opinião. Nunca perguntou quem paga. Crente, jura que existe uma crise política derivada da perda de apoio popular à presidente. Pela lógica do modelo do presidencialismo de coalizão, a desaprovação dos eleitores acaba desidratando a força política do chefe do executivo. Nos ciclos do modelo brasileiro, o poder atrai, a perda do poder afugenta. E discursa Miriam que Dilma perdeu o apoio dos bolsa-família, do MST, dos sem teto, dos movimentos sociais.

De Miriam a crença de que os políticos da base governista se afastam do chefe do executivo quando ele perde aprovação popular. Momentos assim exigem da Presidência grande habilidade para comandar a agenda política e voltar a ser um polo de atração dos políticos mercenários. Esse atributo parece não ser o forte da atual presidente. Esquece que Dilma conseguiu conquistar a maioria dos eleitores, e derrotar Aécio Neves, candidato dos patrões de Miriam, e de outros barões da mídia.

Há uma crise política (?) por uma situação peculiar do momento, em que os comandantes das duas Casas do Congresso estão sob investigação e sendo citados como beneficiários de propina. A reação deles é acusar o Executivo de estar por trás das ações da Polícia Federal, Ministério Público e Justiça. Por elementar, se pode afastar essa visão persecutória. Se tivesse capacidade de manipular o órgão policial e as instituições do Ministério Público e Justiça, o governo o faria em seu próprio benefício. Não tem conseguido no MP nem na Justiça de primeira instância. Isso prova quanto a polícia, o MP, a Justiça atuam livres. Coisa de um governo democrático.

Sid
Sid

A reação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, é uma tentativa de se desvincular de um escândalo que o pega de frente. Na sua declaração se vê a tentativa inútil de camuflar algo que está visível. “Essa lama, eu não vou aceitar estar junto dela.” Cunha rompeu com o governo, mas não pode se separar da Operação Lava-Jato, a menos que se prove que a acusação feita pelo delator Júlio Camargo, de que deu a ele US$ 5 milhões, não é verdadeira.

Miriam acreditava que Cunha era governista, eleito que foi presidente da Câmara com os votos da extrema-direita (Bolsonaro e bancada da bala e pastores fundamentalistas), da direita, do DEM, do PSDB, do pelego Paulinho da Força, um Central de Trabalhadores que apóia a terceirização.

Cazo
Cazo

Miriam profetiza o reinado de um primeiro-ministro, um parlamento comandado por um César. Miriam não escuta as vozes dos congressistas que se rebelam contra a ditadura de Cunha. Cega pela ódio não vê que Cunha perde apoio em todos os partidos.

debanda

Argumenta Miriam: Esse ambiente indica que o segundo semestre será pior do que o primeiro na política. Cunha tem grande poder sobre a pauta do Congresso, como se viu, e sabe exercê-lo. O governo é inoperante e inábil. Isso faz com que qualquer proposta que vá para o legislativo, mesmo que seja excelente do ponto de vista fiscal, pode se transformar em um projeto bomba. Eles fizeram isso no primeiro semestre, ao pendurar sobre uma MP que reduzia o custo com as viúvas jovens o projeto mais desestabilizador das contas previdenciárias.

votação camara cunha

Cassandra continua com suas costumeiras lamentações: Na economia, as perspectivas pioraram nos últimos dias. Esta semana, foram vários os especialistas de bancos e de consultorias que revisaram para pior as projeções da recessão. Economistas (eleitores de Dilma ou de Aécio?) como Marcelo Carvalho, do BNP Paribas; Silvia Matos, do Ibre/FGV; ou Luiz Carlos Prado, da UFRJ, não tiveram dúvidas em dizer que houve uma piora no quadro econômico recente. Silvia disse que a Fundação tem colhido uma deterioração cada vez maior nas sondagens de confiança dos setores empresariais e dos consumidores. Marcelo Carvalho disse que o país vai viver a pior recessão em uma geração. A última queda do PIB significativa foi a de 1990, do governo Collor. Para Miriam o PIB bom, e gostoso, o de Fernando Henrique. Não existe outro igual.

Essa mistura é explosiva: uma crise econômica com desemprego, inflação, recessão e piora fiscal; uma crise política que desfaz a coalizão de governo; um processo de investigação criminal que avança sobre algumas das principais lideranças do país. Não pelo que Cunha falou ontem, mas por tudo o que aconteceu este ano, já se pode dizer que o país não está apenas com dificuldades na governabilidade. O país está entrando numa crise institucional. Para acabar com essa guerra, Dilma tem que mandar parar qualquer investigação que envolva o presidente da Camara e do Senado. Imitar FHC que nunca mandou investigar coisa nenhuma. Inclusive deu uma de Mateus, criou o foro especial, a justiça secreta. Leia a versão original deste artigueto pessimista. 

Samuca
Samuca