Escreve Miguel do Rosário: “O golpe tem inspirado projeções bastante sinistras para o futuro próximo, em especial de aumento da taxa de coação estatal, diminuição das liberdades, aprofundamento do processo de criminalização das atividades políticas”.
Miguel do Rosário não é mensageiro de notícias ruins. É que não se faz golpe sem uma lista de presos políticos – já existe a do juiz Sergio Moro -, tortura, exílio e morte.
A tortura psicológica persiste na república do Galeão do Paraná. A tortura física começou nas ruas nos confrontos das polícias militares contra professores e estudantes.
O que falta, e pode começar no dia da posse do policial Michel Temer três vezes secretário de Segurança de São Paulo, inclusive para abafar as investigações do Massacre do Carandiru, é a reabertura da Casa da Morte e outros porões para arrancar confissões dos supliciados.
Não foi bravata, o deputado Bolsonaro dedicar seu voto na Câmara dos Deputados, na aprovação do golpe, ao coronel Brilhante Ustra, nome símbolo dos torturadores. Antecipou apenas um recado de que a noite escura está chegando.