População não confia mais no STF que segue mais Eduardo Cunha do que a Constituição Federal

Acredito que Eduardo Cunha, pela experiência que tem, de primeiro-ministro, presidente da Câmara dos Deputados, de segundo vice, prestes a ser promovido vice-presidente da República do Brasil, seria o presidente ideal do atual STF. Cunha pode ser tudo, mas não é frouxo.

O povo não conhece os ministros da suprema justiça. Suas biografias são bem escondidas.

Nos Estados Unidos, os membros do judiciário são eleitos pelo povo. O processo de nomeação dos ministros do Supremo é idêntico ao do Brasil, mas lá as sessões do Senado que aprovam a indicação presidencial não são secretas. Um boa mostra de como funciona está no documentário “Confirmação” de Rick Famuyiwa.

O juiz Clarence Thomas é nomeado para o importante cargo de Juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, substituindo outro juiz negro. Mas na hora da validação pelos senadores, uma ex-funcionária na faculdade, a professora de direito Anita Hill, acusa-o de tê-la assediado sexualmente dez anos atrás. Na ausência de provas, o caso gera um escândalo no país (as sessões são televisionadas ao vivo), suscitando debates sobre o papel das mulheres na política, o abuso de poder no sistema americano e as questões raciais nas altas instâncias do governo.

Esse debate jamais aconteceria no Brasil. Nossos juízes são deuses, intocáveis, exculpantes.

Nossa justiça é uma casta absolutista, reacionária, cara, antisocial e fechada em luxuosas cortes.
Portal Mais Roraima – Após Eduardo Cunha (PMDB-RJ) conduzir sob a condição de réu o processo de impeachment contra a presidenta da República Dilma Rousseff, a população brasileira passou a desconfiar dos poderes do STF e a questionar a lisura e a ética dos seus ministros.

Cunha é réu no STF, mas mesmo assim continua no comando, sendo que há mais de cinco meses foi pedido o afastamento dele pela Procuradora Geral da República. “O problema está no STF”, disse Rodrigo Janot, da PGR.

Realmente o problema está no STF. Até um juiz de segunda instância (Sérgio Moro) manda mais do que os ministros do STF.

O poder de persuasão de Cunha sobre o STF foi verificado em junho de 2015, quando confrontou os magistrados que poderão julgá-lo nas investigações da Operação Lava-Jato.

Na ocasião, Eduardo Cunha mandou um recado para a ministra do STF Rosa Weber, relatora do mandado de segurança impetrado por 63 deputados, em que se pede a anulação da votação da Câmara que aprovou o financiamento privado de campanhas. Por meio de um ministro do STF, ele disse que se Rosa deferir a liminar, “vai ter troco”.

Outro sinal de que Cunha manda no STF. Por duas vezes se recusou a prestar depoimentos sobre as acusações no âmbito da Lava Jato. E o que STF fez? Aceitou, pasmem, senhores.

Na semana passada o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki encaminhou ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados os documentos referentes às investigações envolvendo Eduardo Cunha, na Operação Lava Jato.

Cunha responde a processo por quebra de decoro parlamentar por negar em depoimento à CPI da Petrobras que tivesse contas no exterior.

O material encaminhado ao colegiado pelo STF integra um conjunto de provas solicitado pelo relator do processo no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), no âmbito das investigações contra Cunha.

Segundo documentos do Banco Central encaminhados há cerca de duas semanas ao Conselho, Cunha nunca declarou possuir contas no exterior.

Publicado por

Talis Andrade

Jornalista, professor universitário, poeta (13 livros publicados)

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