O Brasil está virando o país dos infiéis, dos delatores, dos traidores, dos farsantes, dos dissimulados, dos dedos duros, das pessoas sem palavra, sem caráter.
Silvério dos Reis, depois de trair Tiradentes, teve que se esconder no Maranhão onde morreu. Calabar foi enforcado pelos pernambucanos. Cabo Anselmo anda por aí, depois de fazer plástica, com identidade falsa oferecida pela polícia de São Paulo, que teve Michel Temer como secretário da Seguranca. Da primeira vez, ele sucedeu Miguel Reale Júnior, autor do pedido de impeachment. O Reale pai escreveu o ato constitucional n.1 da ditadura militar de 64. Acrescente que Temer exerceu o cargo por três vezes. Da última vez, no corrupto governo Fleury.
Ao protocolar na Câmara dos Deputados o pedido de impeachment, Reale garantiu: “Como lutamos contra a ditadura dos fuzis, lutamos agora contra a ditadura da propina”.
Deputado cearense Adail Carneiro está virando piada nacional por fazer uma das mais apaixonadas declarações de amor à luta em defesa de Dilma e de Lula, para acabar votando contra no processo de impeachment na sessão plenária da Câmara dos Deputados.
Adail é um milionário que fez fortuna, inclusive com contratos públicos, está em seu primeiro mandato como Deputado Federal e tem como base eleitoral a região do Vale do Jaguaribe no interior do Ceará.
Mudar de lado tem se tornado uma das suas especialidades, tendo em vista que em menos de dois anos já mudou do PDT para o PHS e agora recentemente para o PP. Três partidos em dois anos.
Nas últimas semanas Adail participou das manifestações em Fortaleza em defesa da luta do PT. Entregou carta de apoio à presidenta Dilma, bateu foto bem coladinho na Presidenta no Palácio e até colou adesivo “não vai ter golpe” no peito para abraçar Lula. Mas na hora da verdade fez exatamente o contrário votando com traição.
Ser do contra e ter opiniões diferentes faz parte do jogo democrático. Agora, mudar de lado e adotar um voto de traição em relação a tudo que ele vinha defendendo até sábado, é uma atitude que os eleitores normalmente não costumam perdoar.
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