Uma anotação apreendida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), encontrada pela Polícia Federal na casa de Diogo Ferreira, chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral, mostra que o banco BTG Pactual pagou uma quantia de R$ 45 milhões ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
O documento em que foi encontrada a anotação foi usado pela PGR para prender o banqueiro André Esteves.
Mas não serve para prender Cunha.
Na anotação, o seguinte texto: “Em troca de uma emenda à Medida Provisória número 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais da tal massa, pagou ao deputado Eduardo Cunha a quantia de R$ 45 milhões”.
Aprovada em 2013, a Medida Provisória número 608 permite a extinção de dívidas de bancos ou sua conversão em ações quando julgar ser preciso preservar o “regular funcionamento do sistema financeiro” pelo Banco Central, segundo critérios estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional.