Prender quem já está preso é coisa que só acontece no Brasil. Escrevem Carlos Rollsing e Humberto Trezzi no Zero Hora:
“Dirceu estava cumprindo prisão domiciliar em Brasília, onde foi detido. Ele ganhou esse benefício em outubro de 2014, após um período na Penitenciária da Papuda.
A nova ação da PF é denominada Operação Pixuleco (apelido pelo qual alguns dos indiciados na Lava-Jato se referiam à propina). São 40 mandados judiciais, sendo três de prisão preventiva, cinco de prisão temporária e seis de condução coercitiva (quando o suspeito é conduzido para depor em delegacias). A ação acontece em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
A Polícia Federal prendeu ao amanhecer (desta segunda-feira 13 de agosto) o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, no âmbito da Operação Lava-Jato, que investiga corrupção dentro da Petrobras”.
Como chamar a prisão de um preso?
Às 20h30m da sexta-feira 15 de novembro de 2013, Zé Dirceu se entregou à Polícia Federal, e nunca mais foi solto.
Parece que o juiz Sérgio Moro desconhecia que o José Dirceu já estava preso.
Prisioneiro é prisioneiro, não importa o lugar em que esteja detido.
Esse espalhafato da imprensa de anunciar a fantástica, esdrúxula, aberrante prisão de um preso, não passa de orquestrada manobra de propaganda política, coisa que o juiz Moro sabe fazer com maestria: transformar seus encarceramentos em manchetes sensacionalistas da imprensa dos quatro esses: sexo, sport, sangue e safada.