O papa Francisco vem sendo criticado, injuriado e boicotado pela imprensa capitalista. Por quê? Esta frase título bem explica o motivo:
“Bilionário ameaça parar com doações se Papa continuar a pedir apoio aos mais pobres”.
O jornalista Fernando Brito publica o fac-símile da capa de um jornal de humor, “onde o Papa Francisco aparece maquiado, com a boca delineada por batom e de brinco, e pergunta:
“E com Maomé, pode?”. Pode sim. Como faz a revista parisiense Charlie Hebdo, de propriedade dos banqueiros Rothschild, que satiriza todas religiões, menos o judaísmo, fonte do cristianismo e do islamismo.
A imprensa monopolista brasileira, das famílias Marinho, Frias e Mesquita, censura e deturpa as palavras de Francisco.
Duvido que o Globo, o Estadão e a Folha de S. Paulo destaquem as palavras do Papa publicadas hoje no Osservatore Romano:
Recordando que «não existe uma humanidade sem cultivo da terra», o Papa Francisco pediu que a agricultura seja «reconhecida e valorizada adequadamente, inclusive nas concretas escolhas políticas e económicas». E convidou a não ceder à tentação de «vender a mãe terra», sacrificando o seu cultivo a favor de actividades «aparentemente mais rentáveis». O Pontífice denunciou novamente «a cultura do descarte» que desperdiça os alimentos, esfomeando populações inteiras: «com o pão não se brinca» admoestou, exortando a repensar «profundamente o sistema de produção e de distribuição alimentar»
“Bilionário ameaça parar com doações se Papa continuar a pedir apoio aos mais pobres”

O bilionário Kenneth Langone, fundador da Home Depot, empresa varejista norte-americana de produtos para casa, enviou um aviso ao Papa Francisco durante uma entrevista no canal CNBC: pessoas “como ele” estão se sentindo ofendidas com as mensagens do Vaticano em apoio aos mais pobres.
Para completar, disse que se o Pontífice continuasse a fazer declarações contra o capitalismo, ele iria parar com as doações que realiza.
Em um discurso realizado no Brasil em julho, o Papa Francisco pediu para “aqueles que têm posse de grandes recursos” não pararem de lutar por um mundo mais justo e solidário. “Ninguém deve se manter insensível em relação à desigualdade que enfrentamos”, afirmou Francisco. Fonte: Forbes/MSN Notícias
E com Maomé, pode?
por Fernando Brito
A revista de humor Barcelona – que modestamente se intitula “uma solução europeia para os problemas dos argentinos” – publicou no final do ano passado, uma capa onde o Papa Francisco aparece maquiado, com a boca delineada por batom e de brinco.
.
E o título, garrafal:
¡Putazo!
.
Se é preciso tradução para a gíria portenha digamos que é um chamar de “gay” de forma ofensiva.
.
A editora da revista, Ingrid Beck, topou ser entrevistada por Eduardo Feinmann, um apresentador de TV conservador e dado a grosserias no padrão Danilo Gentilli.
.
O resultado é uma sessão de baixaria, porque Feinmann chama a jornalista de “mal-nascida”.
.
O que é, por lá, é quase um “puta”.
.
Beck tenta argumentar, mas acaba se ofendendo e deixa a entrevista.
Uma imbecilidade mútua.
Que foi planejada pelo entrevistador e aceita pela entrevistada, que acha que “imprensa” é um salvo conduto universal, que nos dá direito a tudo, como davam as “carteiradas” de jornalistas no passado.
.
É uma boa advertência para os limites da atividade de jornalista, dos dois lados.
.
Se o leitor acho que foi ofensiva ao Papa ou se foram ofensivos a Ingrid, porque é aceitável ser ofensivo aos islâmicos?
.
Não gozamos de imunidade para fazer “gracinhas” ofensivas a pessoas ou a símbolos religiosos.
Se o fazemos, estamos sujeitos à receber, na mesma moeda.
E reduzimos o nosso papel a uma briga de botequim.
Veja o vídeo da briga aqui
Republicou isso em O jornaleiro.