por Sérgio Neves


A cada dia que vivo neste frio chão, fico mais convencido de que a Terra de Ortiz continua do mesmo jeito, desde quando o Vasco Fernandes Coutinho aportou por estas bandas, foi parar em Vila Velha e depois na Ilha de Vitória, fazendo nascer o Espírito Santo. Não sou muito chegado à história capixaba – conheço um pouco da história da capital secreta, a oficial e muito mais a não oficial -.
E passados mais de quatro séculos, o estado continuado mesmo jeito- igual ao primo pobre do programa humorístico Balança, mas não cai que passava na extinta Tv Tupi. A elite branca dominante continua sendo igual aos senhores do tempo colonial e de vez em quando, para não perder, o poderio; faz graça com o proletariado – a velha política do pão e circo e sempre escolhem um mamulengo para morar no Palácio Anchieta, por quatro ou oito anos- que sempre se intitulam sendo o novo Moisés para levar o povo capixaba à terra prometida e o resultado é sempre o mesmo.

Nem Anchieta, que é santo, pode dar um jeito. Só mesmo, o Superior para acabar com esta bagunça e enquadrar os candidatos a mamulengo para os próximos quatro anos. Pena que estes mamulengos, já experimentaram o gosto do poder – como dizia o ACM, o poder é afrodisíaco e quem sempre acaba f. é o povo -E agora se digladiam para ver quem chega lá. O engraçado, é que a briga agora, vai ser entre o criador e a criatura. Antes a briga era embaixo do pé de café;agora, a peleja é na camada do pré-sal de onde se extrai o ouro negro.
Brigam , brigam , brigam e depois que chegam lá, ou dão amnésia das promessas que fizeram ou mostram suas verdadeiras personalidades recheadas do orgulho e do egoísmo. Isso se não fizerem as pazes após algum tempo em nome da famigerada geopolítica, enquanto preparam outros mamulengos para o próximo embate.
Pena que o povo não tem conhecimento de tudo isso que está acontecendo. A elite branca já tem o seu plano de domínio e nunca vai deixar chegar à verdade ao proletariado, para que ele faça a escolha de quem vai ser o melhor mamulengo para os próximos quatros anos. Enquanto eles brigam, a turma fica só assistindo de camarote a briga e faz as suas apostas, pensando no lucro que irão ter.
Enquanto isso, o Espírito Santo continua sendo e pelo andar da carruagem, continua a ser uma capitania hereditária de setenta e poucos municípios e o seu povo esperando por dias melhores, que nunca chegam. Pois assim caminha a humanidade.



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As legendas são do editor do blogue