José Serra, um legítimo tucano

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Quando corrupção não rende protesto nem marchinha… de carnaval!

por Gilmar Crestani

E olha que neste caso pode-se dispensar aquela teoria importada da Alemanha chamada domínio do fato. Há réus confessos, com julgamentos transitados em julgado na Suíça e na Alemanha. Os corruptores (Siemens e Alstom) admitem, mas os corrompidos estão sob o manto de proteção dos aliados mafiomidiáticos.

Promotor vê indícios de ação de Serra no cartel

Em documento encaminhado ao procurador-geral de Justiça, promotor pede  “uma investigação mais aprofundada da participação do então governador”

por Fausto Macedo

O promotor de Justiça Marcelo Milani afirmou nesta quarta-feira, 26, haver indícios da participação do ex-governador José Serra (PSDB) no cartel do setor metroferroviário em São Paulo. Milani remeteu ao procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa, chefe do Ministério Público Estadual, inquérito que apura irregularidades em contrato de reforma de dois trens da CPTM, de 2008, para “uma investigação mais aprofundada da participação do então governador”.

A Lei Orgânica do MP paulista prevê que cabe exclusivamente ao procurador-geral investigar um ex-governador.

Confira a íntegra da manifestação do promotor de Justiça

Milani cita depoimento do ex-diretor da Siemens Nelson Branco Marchetti, em novembro, à Polícia Federal. O executivo diz que se reuniu com Serra em 2008 em uma feira na Holanda. Segundo ele, o ex-governador lhe disse que, caso a Siemens conseguisse na Justiça desclassificar a empresa espanhola CAF em uma licitação de compra de trens da CPTM, o governo iria cancelar a concorrência porque o preço da multinacional alemã era 15% maior.

Para promotor de Justiça, há indícios da atuação de Serra no cartel.

“No edital havia a exigência de um capital social integralizado que a CAF não possuía. Mesmo assim, o então governador (José Serra) e seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF”, afirmou o executivo.

“Eu já firmei opinião no sentido de que há indícios da participação do ex-governador”, disse Milani. O procurador-geral pediu à Promotoria do Patrimônio Público todos os inquéritos nos quais Serra é citado.

Defesa.  O ex-governador José Serra (PSDB) não se manifestou sobre as declarações do promotor de Justiça Marcelo Milani. Sua assessoria destacou que ele não iria comentar o envio dos autos do inquérito sobre reforma de trens da CPTM à Procuradoria-Geral de Justiça.

Quando o depoimento do executivo Nélson Branco Marchetti à Polícia Federal foi revelado, em outubro, Serra assinalou que o resultado da licitação, vencida pela espanhola CAF, atendeu o interesse público. O ex-governador afirmou, na ocasião, que a escolha obedeceu ao critério do menor preço.

A Siemens também não se manifestou sobre a medida tomada pelo promotor Milani.

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Xalberto
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Publicado por

Talis Andrade

Jornalista, professor universitário, poeta (13 livros publicados)

2 comentários em “José Serra, um legítimo tucano”

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