Escreve Ana Cecilia da Costa e Silva: “Dentre os grandes temas da atual agenda sócio-econômica mundial, está a questão da escassez de água potável.
Hoje, dos 6 bilhões de habitantes, 1,1 bilhões não têm acesso à água doce, que inclui a água potável para higiene pessoal e irrigação e produção de alimentos. O último relatório para o desenvolvimento das Nações Unidas prevê que até 2050, 45% da população mundial não terá acesso à quantidade mínima de água para atender suas necessidades básicas de ingestão e para produção de alimentos se mantidas as atuais taxas de crescimento do produto e da população (PROGRAMA, 2006).
As reservas mundiais de água doce estão concentradas em poucos países: Brasil, Rússia, China e Canadá. Cabe a esses países desenvolver tecnologia que permita, ao mesmo tempo, captação e preservação dos mananciais dessa água, já que a quantidade de água doce disponível no planeta é a mesma há 100 milhões de anos e é um bem não renovável (ECO, 2007).
Nesse sentido, o comércio internacional ganha fôlego, considerando que a troca de bens escassos sempre foi tema de discussão na economia internacional”.
O Brasil tem pouco mais de 13% de toda a água doce do planeta. Os desafios são: reduzir o enorme desperdício domiciliar, industrial e agrícola; acabar com a contaminação dos rios e lagos e, quem sabe um dia, conseguir cobrar alguma coisa pelo item mais nobre da nossa balança comercial. E acabar de vez com o tráfico internacional de água, com a desnacionalização do comércio de abastecimento das cidades, inclusive de água engarrafada. A safadeza é tão grande que empresas multinacionais usam garrafas e botijões de plástico.
Graças à localização intertropical, ao clima e à geologia, o Estado de São Paulo tem abundância de água superficial e subterrânea. O racionamento por falta de chuvas parece piada. Quando várias cidades reclamam das enchentes.
As águas subterrâneas e os aquíferos são bem explorados pelos piratas estrangeiros. E faltar água é incompetência tucana.
Estudo realizado em 2005, pelo governo de São Paulo: A chuva média plurianual que ocorre no território de SP é da ordem de 1380 mm/ano ou 10.800 m3/s. Deste total, apenas 30% (3120 m3/s) constituem a vazão média que escoa pelos rios. Uma parcela desta vazão média constitui o chamado escoamento básico, isto é, o volume de águas subterrâneas que, na fase terrestre do ciclo hidrológico, mantém o nível de base dos rios durante o período seco; corresponde a 40% (1280 m3/s) do escoamento total.
A demanda atual por água superficial é da ordem de 350 m3/s, assim repartida:
• abastecimento público: 110 m3/s
• uso industrial: 93 m3/s
• irrigação: 143 m3/s
• uso doméstico rural: 4 m3/s
É uma incompetência total do governo deixar que um bem essencial como a água, esteja em falta em um país que tem fartura deste produto natural.
A exploração exagerada dos aquíferos e das águas subterrâneas no Brasil é feita por empresas multinacionais com o aval dos sucessivos governos, tanto tucanos como petistas.
A poluição das águas é causada principalmente pelas grandes empresas agroindústrias que utilizam produtos tóxicos nas plantações, os quais são proibidos em países desenvolvidos.
Falta investimento no saneamento básico em todo o país!