por Tereza Cruvinel/
Correio Braziliense
Correio Braziliense
Márcia Cavallari, presidente do Ibope Inteligência, é uma das maiores conhecedoras da alma do eleitorado brasileiro. Em entrevista ao portal El País Brasil, ela resume a sorte de Dilma, ao dizer que “há um desejo de mudança, mas o problema é que, por enquanto, as pessoas não estão vendo na oposição quem possa representar essa mudança. Nas pesquisas que a gente fez, não vemos os candidatos da oposição se apropriando desse sentimento. Dilma ainda tem uma grande vantagem”.
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[“Há um desejo de mudança”. Leitura: Há um desejo do eleitorado de mudar, de não reeleger Dilma.
“As pessoas não estão vendo na oposição quem possa representar essa mudança”. Não estão vendo mesmo não. Eduardo Campo foi ex-ministro de Lula. É apoiado por outros ex-ministros, inclusive Marina Silva. E o povo, nas urnas, derrotou toda elite tucana para presidente depois do governo de Fernando Henrique.
“Não vemos candidatos da oposição se apropriando desse sentimento”. Qual sentimento? Mudar por mudar? Mudar o quê? Diz Eduardo Campos: o jeito de fazer política. Isso não quer dizer nada. Reclama Aécio: tem faltado “generosidade” ao PT para reconhecer que os avanços sociais dos governos Lula e Dilma se apoiam em contribuições de administrações anteriores.
Dilma, Aécio e Campos não possuem carisma, e são pessimamente assessorados, pela crença de que propaganda política é marketing]
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Afora o baixo conhecimento que o eleitorado tem dos candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos, ela aponta a desconcentração eleitoral decorrente da realização da Copa do Mundo aqui. “Vão chegar as delegações, vai estar aquela convivência com outras pessoas e tal, então as pessoas só estarão focadas nas questões eleitorais depois que acabar a Copa, a partir de 13 de julho.
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[Feio dizer que um ex-presidente do Congresso e ex-governador de Minas Gerais não é conhecido. Vale para o ex-ministro e governador de Pernambuco. Quer dizer: Não realizaram nada que seja lembrado.
Desconhecido era Fernando Collor, ex-prefeito de Maceió e governador das Alagoas.
“Vão chegar as delegações, vai estar aquela convivência com outras pessoas e tal”. Esse randevu não existirá. O povão vai assistir a Copa pela TV. E como aconteceu na Copa das Confederações, a polícia estará na rua para evitar qualquer contato fora do campo. Dentro dos estádios, todo mundo sentado. E na horizontal, nos motéis e hotéis, que toda Copa concentra milhares de prostitutas.
“As pessoas só estarão focadas nas questões eleitorais depois que acabar a Copa”. Não é verdade. Desde junho que o povo está nas ruas. E política se faz todos os dias profanos e santos. Basta a leitura das capas dos jornais, ou ficar enquadrado no jornal dito nacional da TV Globo. Ou o exemplo deste artigo que começa com a propaganda “há um desejo de mudança”]
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A campanha pegará o fim de julho, agosto e setembro. Vai ser uma campanha muito curta, o que dificulta as ações. A partir do horário eleitoral gratuito na televisão, que começa em 19 de agosto, é que todos os candidatos passarão a ser conhecidos de uma forma mais homogênea pela população.”
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[A campanha permitida por lei é curta, por que assim desejam os grandes partidos, e os mercadores de legendas, que vendem o tempo de propaganda paga pelo povo na tv e rádio. Os pequenos partidos ficam sem espaço para eleger uma zebra no primeiro turno]
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Hoje, diz ela, não dá para dizer com certeza que influência terá a Copa: “Vai depender muito do que acontecer. Quero dizer: a gente vai passar vergonha? Tudo vai ser entregue? Vai estar tudo remendado? Não vai? Isso é algo que a gente vê. A população, a opinião pública, não quer passar vergonha com a Copa. E aí tem as manifestações, que a gente também não sabe se vão voltar.”
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[Certamente “vai depender muito do que acontecer”. As perguntas são obscuras ou abrangentes (parece mais palavreado de cartomante, de horóscopo: “A gente vai passar vergonha?” De quê? De não ser campeão? Pela continuação dos protestos? Por faltar transporte? Faltar luz?]
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“Vai estar tudo remendado”.
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[improvisado?
As manifestações são as mesmas de junho. Gastar com a Copa e não se fazer nada que preste para o povo.
Quem tiver a resposta certa para o povo deu um passo para a vitória. Que uma eleição não é um samba de uma nota só.]
Não existem candidatos com capacidade, potencial e carisma para uma desejada mudança!