As manifestações de rua são necessárias e democráticas.
Existe o vandalismo gratuito. Tipo depredação dos equipamentos urbanos e comunitários, que acontece com ou sem protesto de rua.
Os serviços públicos estão sucatados. Basta uma olhada nas escolas pichadas e o quebra-quebra de cadeiras, o desvio da grana da merenda escolar, o bulismo, os estupros de menores.
Nos hospitais e postos de saúde, as filas, o roubo de medicamentos, a gazeta dos médicos, os prédios sujos, as mortes por infecção hospitalar, e os macabros atestados de óbito por causa desconhecida.
No Brasil nada cordial, a queima de mendigos, os linchamentos, a violência policial.
Cresce a lista de pessoas desaparecidas, e de presos sob a guarda do Estado, as chacinas e as mortes de “bandidos” pés-rapados na farsa dos tiroteios, uma selvajaria que levou o governador Geraldo Alckmin a proibir que os soldados prestem socorro às vítimas da violência. Para evitar assassinatos dentro de viaturas militares.
Publicado no último dia 12, jornal O Dia. Rio de Janeiro, no Morro do São João, no Engenho Novo, uma invasão da polícia de Sérgio Cabral terminou com um jovem morto.
A vítima foi identificada como José Carlos Lopes Junior que, coincidentemente, morreu no dia do aniversário de 19 anos. Após o intenso tiroteio, dezenas de moradores da favela, que conta com Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) desde janeiro de 2011, fecharam a Rua Barão de Bom Retiro, onde incendiaram dois ônibus.
Denunciam as Mães de Maio: O jornal “A Cidade”, de Ribeirão Preto, publicou uma matéria (e uma seqüência de fotos espetacular) que dá mais algumas amostras do grau de selvageria, despreparo e descontrole da polícia de Alckmin.
Adolescentes entre 12 e 17 anos foram agredidos e ameaçados depois de uma confusão em uma escola na pequena cidade de São Simão. O estopim foi o roubo de um cartão de memória de um aluno. Houve quebra-quebra e depredação. Seguiu-se um “protesto”. A PM foi chamada.
De acordo com a publicação, um menino de 12 anos foi levado pelo braço. Garotos e garotas foram algemados e forçados a se ajoelhar no chão. Três meninas foram jogadas na viatura depois de ser capturadas pelos cabelos e apanhar.
O confronto no colégio representa, de certa forma, um microcosmo do que vem acontecendo nas manifestações. Se a PM não consegue conter um grupo de crianças, como vai lidar com milhares de adultos?
Um certo capitão Maurício Tavares explicou o seguinte: “Essas crianças têm índole violenta. É preciso cuidado. As pessoas podem se machucar gravemente”.
Para o capitão de fila de melão: as “crianças têm índole violenta”, e ele comanda fardados pacíficos”.
Em Itajaí, Santa Catarina,a comunidade do bairro Cordeiros, deteve um suspeito de ter assaltado uma lanchonete na tarde desta quinta-feira 13.
O homem linchado e amarrado no poste por populares tem 26 anos, mas não registra passagens pela polícia.
Em São Luiz, a população do Bairro Radional amarrou um homem também acusado de roubo, no dia 8 de junho de 2012.
No Paraná, em 6 de setembro último, um idoso causou transtornos no Conjunto Vivi Xavier, zona Norte de Londrina. Vivendo sozinho em uma pequena casa de fundos na Rua Elvis Presley, Antonio Borges teve um surto e acabou sendo agredido e amarrado a um poste.
Em janeiro último, no dia 6, um “ladrão” foi surpreendido quando tentava invadir uma casa na Vila Roberto, em Birigui (SP).
Toda imprensa deu destaque aos estudantes da faculdade Cásper Libero, de São Paulo, que no trote deste ano, no último dia 11, amarrou um calouro ao poste por mais de 40 minutos.
No mesmo trote uma uma estudante aparece com uma banana na boca. Segundo relatos dos estudantes, as meninas e alguns meninos tinham que reproduzir sexo oral na fruta ou em um pepino.

Além disso, uma estudante teria ficado ferida nas mãos e nas pernas após ter peças das roupas cortadas à tesoura. Muitos alunos ficaram apenas de cueca ou de calcinha e sutiã.
Os futuros estupros depois serão escondidos, como aconteceu na Universidade Federal de Juiz de Fora, Minhas Gerais.
Brasil, Quo Vadis?