O caso da Siemens comprova quanto continua fácil traficar dinheiro do Brasil para o exterior. O dinheiro de obras e serviços super, super faturados. Tem mais: com as privatizações e desnacionalizações, o lucro das empresas e indústrias também é remetido para o exterior, por vias legais e ilegais. E depois, e depois, como nada é brasileiro, quanto o Brasil paga de royalties? De juros da dívida externa? Some as botijas de ouro e prata das propinas. Além do tráfico de moedas, a pirataria ganha com o tráfico de minérios, de água, de pessoas, de drogas, de órgãos etc. O Brasil é um país roubado.
Terra informa: O gerente-geral da área de projetos corporativos da Siemens, Sergio de Bona, declarou em depoimento à Polícia Federal que foi instruído a destruir “todo e qualquer documento” relativo à conta bancária secreta que ex-diretores da empresa mantinham em Luxemburgo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
A conta foi descoberta pela matriz da empresa na Alemanha durante auditoria interna, após o escândalo de corrupção mundial na empresa, o que resultou na demissão do então presidente da empresa no Brasil, Adilson Primo, em outubro de 2011.
Primo era um dos proprietários da conta bancária, que recebeu cerca de US$ 7 milhões de dinheiro da Siemens na Alemanha e nos Estados Unidos.
Em depoimento à PF, o vice-chefe do setor de compliance da Siemens na Alemanha, Mark Gough, disse que há suspeitas de que a conta era utilizada para pagar propina a agentes públicos no Brasil.
De acordo com De Bona, executivos da Siemens o pressionaram a aceitar a incumbência de encerrar a conta no exterior. O gerente afirmou também à PF que, em 2004, quando o quadro de sócios da empresa que era dona da conta foi alterado e Adilson Primo foi incluído entre eles, o ex-presidente da Siemens lhe entregou, em sua própria sala, cópia de seu passaporte e assinou documentos relativos à conta.
O executivo contou ainda que Romero lhe disse que a conta existia para despesas do plano de pensão para funcionários alemães que trabalhavam no Brasil.
A Siemens negou conhecer a existência da conta e disse que colabora com as autoridades na apuração do caso.