Os jornalistas livres realizam nesta segunda-feira um ATO PELO FIM DA VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO.

CONVOCAÇÃO
“Segunda feira, dia 28 de outubro, realizaremos um ato/intervenção contra as agressões da Polícia Militar aos jornalistas. A concentração do protesto será na Praça Rossevelt, centro de São Paulo, e partiremos para o prédio da Secretaria de Segurança Pública, localizado na Rua Líbero Badaró, 39.
Um Estado que ordena, permite ou é omisso às violências contra profissionais de imprensa é claro em suas intenções com as demais pessoas da sociedade: mais violência, censura, arbitrariedades. Desinformação.
A violência contra um jornalista é uma violência contra todos, aos que estão protestando e aos que assistem.
Apesar dos casos recentes de agressões descabidas da Polícia Militar a jornalistas, não é de hoje que sofremos com tal hábito. Sim, é recorrente. Claro que em um contexto, como o atual, onde protestos tornam-se mais frequentes e, consequentemente, ganham mais cobertura, esses casos são evidenciados.
Lamentamos viver e trabalhar em um país, e um Estado, onde o exercício da profissão seja tão perigoso, e que esse perigo seja oferecido, em grande parte, pelos governos. O Brasil é um país considerado democrático, embora em diversos momentos se pareça com um estado de exceção, trazendo às nossas mentes a lembrança de um passado bruto, obscuro e ainda tão recente em nossa história.
Basta! Basta de violência! Liberdade de imprensa e liberdade de protesto, por um Estado de Direito, pela DEMOCRACIA”.

BOICOTE
Para o mesmo dia e hora, em local diferente, pelegos sindicais pretendem DAR uma coletiva para a Imprensa.
“As direções do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), Associação dos Repórteres Fotográficos de São Paulo (Arfoc/SP), Associação dos Jornalistas Veteranos no Estado de São Paulo (Ajaesp), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT/SP) realizam na próxima segunda-feira (dia 28), a partir das 15h30, coletiva à imprensa a se realizar no auditório Vladimir Herzog do SJSP (Rua Rego Freitas, 530 – sobreloja – F: 3217-6299)”.
O VERDADEIRO PROTESTO
O ato, idealizado pelo jornalista Mario Palhares, tem o apoio dos mais consagrados jornalistas de São Paulo. Principalmente dos que foram presos, levaram cacetadas, e serviram de alvo para as balas de borracha da polícia de Alckmin, que faz pontaria nos olhos de fotógrafos e cinegrafistas.
Diz Palhares: “Deixando claro, não sou dono de nada, criei o evento após consenso dos colegas em discussão no grupo de fotojornalistas. Infelizmente, as entidades de classe que deviam ter feito isso, não fizeram. Nada aqui é meu, é tudo nosso”.
É hora de união. De marchar juntos estudantes e professores de Comunicação, jornalistas on line, blogueiros, chargistas, todos os que trabalham nos meios de comunicação de massa. É uma marcha libertária e de confraternização com leitores da grande imprensa e jornais alternativos, telespectadores e radiouvintes.
É uma festa dos amantes da Liberdade. Dos escritores e poetas. Dos que defendem a livre expressão, inclusive nos meios artísticos.
Que o povo participe.
O verdadeiro jornalismo se faz na rua.
É uma idéia que deve ser levada a outros Estados, notadamente o Rio de Janeiro, contra a polícia de Sérgio Cabral, que tem lei ditatorial, exclusiva para prender manifestantes, como acontecia na ditadura militar.
SINDICALISMO DE PORTEIRA FECHADA
A coletiva dos sindicalistas pode ser na rua. É mais vibrante, mais autêntico, mais verdadeiro.
Quem apanha na rua, fale na rua.
Jornalista tem que gostar do cheiro da rua, do cheiro do povo. O verdadeiro jornalismo não se faz com ar condicionado.
Não sei o valor de uma TARDIA coletiva, que devia ter sido realizada em junho, no começo da explosão da fúria dos atiradores da polícia.
Por que uma reunião de porta fechada?
Divulgar o ‘furo’ da coletiva onde? Jornalista entrevistando jornalista, que chique! Que moleza! Que exibicionismo! Basta de demagogia!
Jornalismo se faz com coragem. E sonho.