Não existe rico ladrão. Rico desvia verbas da saúde, da educação, da cultura, do Programa Minha Casa, Minha Vida. Rico sonega, trafica dinheiro para os paraísos fiscais. Pega dinheiro emprestado, como ajuda, dos bancos oficiais. Ganha concessões de rádio, de televisão, de ilhas, de mineração, outorgas de água e outros presentes. Constrói obras inacabadas. Abre serviços fantasmas. Cria ONGs e fundações para lavar notas frias e receber verbas esquentadas dos governos municipais, estaduais, do Brasil e do estrangeiro. Cobra pedágio, que é um negócio que rende mais do que o tráfico. Vence licitações super, super faturadas. Ganha habeas corpus assinados nas coxas lisas e cabeludas. Compra sentenças. Fatura precatórios com correção monetária. Engaveta inquéritos e processos. Rico conhece 1001 jeitinho de levar vantagem em tudo.
Pobre é ladrão, sim, e bem merece ser encarcerado, sem direito à prisão especial, foro privilegiado, tribunal secreto, segredo de justiça, porque sempre pratica crimes hediondos que dilaceram a Tradição, a Família e a Propriedade. Pobre não merece ser chamado de corrupto. Que bandido é bandido. Está no sangue, na cor, no lugar que mora. Todo pobre é viciado em roubar o Estado, via bolsa família, salário desemprego, atendimento hospitalar de graça pelo SUS, auxílio funerário e outras malandragens como pedir esmola. O sujeito é pobre porque é preguiçoso. Emprego não falta. Parece que ninguém quer mais receber o salário mínimo. Prefere a vida mansa, sombra e água fresca.


