por Helio Fernandes

As sedes dos jornais do Rio, a partir de República, eram centros de cultura, de reuniões diárias, de convergência de personalidades. Essas redações substituíam os grandes salões da Europa. Rui Barbosa, João do Rio, Joaquim Nabuco e muitos outros se encontravam e debatiam nesses locais.
O Jornal do Brasil se dava ao luxo de ter no cabeçalho, como Redator-Chefe (se dizia assim na época) Rui Barbosa e Joaquim Nabuco. E como eram brigados, tinham salas distantes, onde recebiam personalidades. Tudo isso acabou com a revolução na Comunicação.
Ninguém fala com ninguém, todos “enfiados ou focados” no computador, não olham para o lado, não sabem de ninguém. Observadores dizem: “Estão preocupados com o texto”. E antes, não se redigia nada, não havia preocupação com o texto?
Em Brasília, um ótimo jornalista e notável advogado me diz: “Antigamente, no meu aniversário, o telefone não parava em casa ou no escritório. Não esqueceram de mim, só que recebo dezenas de SMS, não querem conversar”.
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