Venezuela. Henrique Capriles Radonski acatou interpretação judicial e cobrou um bom governo do presidente interino Nicolás Maduro

Como aconteceu com Tancredo Neves, que foi operado na véspera da posse, assumiu o vice Sarney. Hugo Chávez permanece internado. Os venezuelanos esperam que não tenha o mesmo destino de Tancredo.

O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles Radonski, aceitou nesta quarta-feira a sentença “vinculante” da Corte Suprema de Justiça, avalizando o adiamento da posse do presidente reeleito Hugo Chávez, prevista para esta quinta-feira, e a continuidade de seu governo.

– Já tem uma sentença, há aí uma interpretação feita pelo Supremo, acabaram as desculpas, senhor (vice-presidente, Nicolás) Maduro, agora lhe cabe assumir a responsabilidade do cargo que ocupa e governar – declarou Capriles, que disputou a presidência com Chávez nas urnas do povo.

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O jornal O Globo é mais oposicionista do que Capriles e a imprensa direitista da Venezuela.

O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (STJ) definiu que Hugo Chávez poderá tomar posse depois de 10 de janeiro, a data oficial da posse segundo a Constituição do país.

A decisão do STJ põe fim a propaganda golpista da imprensa direitista.

O argumento do governo sustentava que Chávez, de 58 anos, pode tomar posse assim que estiver em condições diante da corte máxima e que a data de 10 de janeiro é um mero “formalismo” e que o gabinete pode manter suas funções até que ocorra a tomada de posse.

Segundo o último boletim médico divulgado segunda-feira à noite pelo governo, o presidente “está em uma situação estacionária”, após a insuficiência respiratória provocada por uma grave infecção pulmonar.

Há exatamente um mês, Chávez anunciou que sofria de uma nova recaída do câncer, cuja gravidade é desconhecida.

O vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira que acatará “plenamente” a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) de adiar a posse do presidente, Hugo Chávez, e estender o atual governo enquanto o governante se recupera em Cuba.

“A TSJ tomou uma decisão, é o nosso máximo tribunal. Temos de acatá-la, e a acatamos plenamente”, afirmou Maduro, ao inaugurar em Caracas uma reunião extraordinária conjunta da Petrocaribe e da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba).

Maduro se pronunciou perante os representantes dos 19 países que se reúnem entre esta noite e amanhã na capital venezuelana depois que o TSJ aprovou a postura do chavismo de adiar a posse até que Chávez, operado em 11 de dezembro em Havana por causa do câncer, possa estar presente.

Ao anunciar a sentença, a presidente do TSJ, Luisa Estella Morales, assegurou que “não é necessária uma nova posse” de Chávez em sua “condição de presidente reeleito”, e descartou que no país exista uma ausência temporária.

Maduro, a quem Chávez designou como seu herdeiro político antes de partir a Cuba, destacou que a revolução bolivariana “continua com mais força do que nunca para ratificar a independência e, sobretudo, a união do continente”.

Em cadeia nacional de rádio e TV, Maduro reiterou que o adiamento da posse por motivos de saúde “não representa nenhum tipo de ausência” de Chávez e voltou a chamar a cerimônia do dia 10 de “formalismo”:

— Seria uma loucura (dizer que Chávez está ausente), porque a vontade popular prevalece. O presidente Chávez já está no exercício de seu cargo — declarou o vice, reafirmando a tese chavista de que, como o governante foi reeleito, não precisaria passar pelo rito da posse no dia marcado.

Maduro fez a transmissão em videoconferência com os principais comandos militares e o ministro da Defesa, almirante Diego Molero, que ratificou ao vice o apoio das Forças Armadas, leal “ao processo revolucionário”.

 

Publicado por

Talis Andrade

Jornalista, professor universitário, poeta (13 livros publicados)

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