Juíza do “Mensalão Mineiro” manda investigar morte da modelo Cristiane Ferreira

Julgava-se até agora apenas o esquema criminoso montado para desviar dinheiro público arrecadado e distribuído entre integrantes do alto escalão da campanha de reeleição ao governo de Minas em 1998 de Eduardo Azeredo. Porém, a obtenção de novos documentos obrigou a Juíza Neide da Silva Martins e o Promotor João de Medeiro a abrir nova linha de investigações para analisar nova vertente criminal.

Os documentos demonstram que á modelo, além de ter recebido sem qualquer justificativa comercial, na época, a importância de R$ 1.800.000,00 de Walfrido dos Mares Guia. Depoimentos informam que Cristiane Aparecida Ferreira atuou transportando valores milionários a serviço do esquema. No entender de diversos criminalistas que se dedicam ao caso, a morte da modelo não foi um crime passional em relação ao seu namorado, Cristiane estaria jurada de morte por esposas de diversos figurões da sociedade mineira.

Segundo um dos criminalistas que atua no caso, o assassinato da modelo realmente foi cometido por Reinaldo Pacífico conforme sua condenação, porém, provas e evidências demonstram que houve um ou mais mandantes, porque Cristiane tornara-se “perigosa”, para o esquema, pois além de conhecer toda operação mantinha relação amorosa com os principais operadores do esquema, desta forma, no entendimento destes criminalistas, a morte da modelo foi uma queima de arquivo.

Diante das provas existentes nos autos, a Juíza da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte determinou a abertura de um novo inquérito para apurar exclusivamente a participação de Cristiane no esquema conhecido como “Mensalão Mineiro”. O processo tramita em Belo Horizonte por decisão do Ministro Joaquim Barbosa. Segundo os criminalistas, comprovadamente Cristiane mantinha um caso amoroso com o presidente da Cemig Dijalma Moraes, com o ex ministro Walfrido dos Mares Guia e o ex governador Newton Cardoso, entre outros operadores do esquema.

Com a abertura deste novo inquérito, quebra-se a resistência de alguns integrantes do Ministério Público que recusavam reabrir o caso da morte da modelo, conclui um dos criminalistas ouvido por Novojornal. O inquérito que apurou o crime ocorrido no San Francisco Flat, um aparte hotel de luxo da capital mineira, transformou-se em ação penal com a condenação do despachante Reinaldo Pacifico, que até hoje continua solto sem qualquer explicação das diversas autoridades envolvidas.

Despacho da juiza da 9ª vara criminal da capital Dra. Neide da Silva Martins, determinando abertura do inquérito relativo a morta da modelo Cristiane Aparecida Ferreira (Novo Jornal)

Publicado por

Talis Andrade

Jornalista, professor universitário, poeta (13 livros publicados)

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