Marcos Valério ganhou duas agências de presente. Portanto, era apenas um laranja de duas quadrilhas jamais investigadas, e que atuavam no País da Geral. Ganhou as agências de um vice-governador de Minas Gerais e de um sobrinho do vice-presidente da República.
No governo do presidente Itamar Franco, Marco Valério passou a ser um publicitário com conta nacional. A dos Correios sem os Telégrafos. Antes era uma simplória figura provinciana.
A partir da campanha presidencial de Fernando Collor, as agências de publicidade foram transformadas em um dos caixas das campanhas eleitorais, para suborno de jornalistas, e compra de pesquisas de opinião pública e da mensagem dos meios de comunicação de massa, além dos serviços necessários e legítimos de propaganda política.
Nos casos do Mensalinho mineiro e do Mensalão do PT, a descoberta de que as agências de publicidade, mancomunadas com empresas e indústrias e bancos, estatais e privados, passaram a comprar partidos e líderes políticos. Um papel de intermediação entre corruptos e corruptores.
Pelo trabalho criminoso de repassar dinheiro, Marcos Valério tornou-se o único marqueteiro (ou marreteiro) punido no Brasil. E recebeu uma pena desproporcional.