Terror em São Paulo e Santa Catarina faz o povo preferir uma ditadura?

Lissandra Paraguassu escreve o seguinte lide (lead) numa notícia sobre uma pesquisa da Data Popular:

“Vinte e sete anos depois do fim da ditadura militar, parte da nova classe média brasileira parece preferir um governo que funcione às liberdades civis. Uma pesquisa feita pelo instituto Data Popular, que investiga o pensamento desse grupo social que aumentou significativamente nos últimos 10 anos, mostrou que 51% dos entrevistados concorda com a frase ‘Prefiro uma ditadura competente do que uma democracia incompetente”.

Por que  escreveu “parte” e “parece” na primeira frase?

“Esse cidadão da nova classe média não tem dúvidas de que o dever do Estado é oferecer educação e saúde de qualidade: mais de 70% dos entrevistados defendem isso”. No meu endender “isso” significa uma condenação às privatizações”.

Curioso é que a pesquisa não fala dos serviços de segurança pública. Quando a imprensa promove o maior estardalhaço com o terrorismo nos estados oposicionistas de Santa Catarina e São Paulo.

Não sei quem pagou a pesquisa, e nada da credibilidade do instituto Data Popular. Mas achei suspeita a adjetivação: O que diabo é uma “ditadura competente”?

Ricardo Noblat ressalta: As instituições nas quais a classe média mais confia são: família (83%), igreja (60%), presidente (51%), empresas (33%), Justiça (24%), deputados e senadores (11%).

Faltou acrescentar: a tradição, a família e a propriedade fazem parte dessa querença.

Tem mais: quem não acredita na justiça e nos políticos sonha com algum “amanhecer dourado”. Acontece na Grécia, berço da democracia.

Publicado por

Talis Andrade

Jornalista, professor universitário, poeta (13 livros publicados)

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