A caderneta de poupança do pobre “chegará a 6,9% ao ano”.
“Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Carlos Drummond de Andrade
Gostei do “chegará”. Isso significa (que belezinha!) quanto cada mês? Se ficar nos 6 por cento é um baita lucro de 0,5 por cento ao mês.
HORA DE COMPRAR IMÓVEL
Hora de quem? De poucos. Começa pela exclusão social. Os que possuem atestado de pobreza.
Estão de fora os desempregados e os que recebem bolsa-família. Cerca de cem milhões de brasileiros – a metade da população que declarou um rendimento mensal máximo de 270 reais.
Estão de fora os empregados, os aposentados, os pensionistas que recebem o mínimo de 610 reais.
Estão de fora todos os aposentados e pensionistas do INSS, porque o sistema cruel funciona assim: menos tempo provável de vida, menor o prazo das prestações, e mais altos os juros. Os juros pagos por um ancião são super, super, super mais elevados que os juros de um idoso. Os juros de um idoso são super, super mais elevados que os juros de um velho. Os juros de um velho são super mais elevados que os juros de um cinquentão. Portanto, é propaganda enganosa do governo quando anuncia imóvel para trabalhadores na faixa dos 50 aos 65 anos.
HORA DE RENEGOCIAR DÍVIDAS
Quem deve não tem poupança nem dinheiro para comprar porra nenhuma.
Um comentário sobre “Três mentiras em uma única manchete do Correio BraZiliense”