A hora da verdade para os sequestradores coronel Ustra e seu parceiro delegado Dirceu Gravina, o JC

O Ministério Público Federal de São Paulo (MPF) apresentou nesta quarta-feira (24) à Justiça uma denúncia contra o coronel reformado Carlos Alberto Ustra  e contra o delegado de Polícia Civil Dirceu Gravina


Aluísio Palhano Pedreira Ferreira
Aluísio Palhano Pedreira Ferreira

Eles são acusados pelo sequestro do bancário Aluízio Palhano Pedreira Ferreira, em maio de 1971. Na época do sequestro, Ustra comandava o DOI-Codi, instituição subordinada ao Exército brasileiro durante a ditadura militar. Já Dirceu Gravina continua na ativa como delegado até hoje.

Caso sejam condenados, ambos podem pegar de dois a oito anos de prisão. A alegação do MPF se baseia em duas decisões de extradição nas quais o Supremo Tribunal Federal (STF) avaliou que o crime de desaparecimento forçado é continuado. Ou seja, está vigente até que não se apareça o corpo ou uma prova de assassinato.

Aluízio foi preso em 1971 após voltar clandestinamente ao Brasil. Segundo a testemunha Inês Etienne Romeu, também presa naquela época, ele foi detido pelo grupo do delegado Sergio Paranhos Fleury. De São Paulo, Palhano foi levado à chamada “Casa de Petrópolis”, no Rio de Janeiro, e trazido de volta ao DOI-Codi. Segundo o procurador Sérgio Sulama, isso evidencia que ele estava sob responsabilidade de Ustra e de Gravina. Leia aqui 

Já se prevenindo contra eventuais empecilhos no Judiciário, o Ministério Público elencou uma série de argumentos pela validade da ação. O procurador Ivan Cláudio Marx de Uruguaiana lembrou que o decreto de criação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, o primeiro reconhecimento oficial das mortes efetuadas pelo Estado durante a ditadura, não vale como garantia de que as vítimas tenham sido assassinadas de fato.

Outro ponto abordado na denúncia do MPF é a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA). Em 2010, a entidade condenou o Brasil por não investigar os crimes cometidos pela ditadura e por se valer da Lei de Anistia como obstáculo para a punição dos agentes da repressão. (Agência Pulsar)


Acusado de ser ladrão, estuprador e assassino, o delegado Dirceu Gravina, o JC, ainda está na ativa, servindo ao governo Geraldo Alkmin. Confira

Carlos Alberto Ustra
Coronel Carlos Alberto Ustra

Coronel Carlos Alberto Ustra assinou os últimos manifestos do minoritário grupo de militares de pijama contra a criação da Comissão Nacional da Verdade, e participou da reunião proibida do dia 29 de março último, no Clube Militar do Rio de Janeiro, para comemorar o golpe militar de primeiro de abril de 1964. Conheça mais

Publicado por

Talis Andrade

Jornalista, professor universitário, poeta (13 livros publicados)

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